Fungicida penetrante com actividade preventiva, curativa e anti-esporulante INFORMAÇÃO TÉCNICA

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1 Fungicida penetrante com actividade preventiva, curativa e anti-esporulante Grânulos dispersíveis em água com 1,6 %(p/p) de bentiavalicarbe (sob a forma éster isopropílico) e 70% (p/p) de mancozebe INFORMAÇÃO TÉCNICA 2012

2 INTRODUÇÃO VALBON é um novo fungicida anti-míldio que associa o bentivalicarbe, nova substância activa descoberta pela empresa japonesa KUMIAI CHEMICAL INDUSTRY e o mancozebe, sendo apresentado na forma de grânulos dispersíveis em água com 1,6% (p/p) de bentiavalicarbe (sob a forma de éster isopropílico) e 70% (p/p) de mancozebe. Associa a actividade preventiva, curativa e anti-esporulante do bentiavalicarbe com as reconhecidas qualidades preventivas do mancozebe. O VALBON foi especialmente desenvolvido pelo grupo SIPCAM para o Sul da Europa, estando neste momento homologado em Portugal para o controlo do míldio da videira. A sua eficácia e selectividade foram testadas durante vários anos em Portugal, Espanha, Itália, França e Grécia. CARACTERÍSTICAS Nome comum bentiavalicarbe mancozebe Nome químico Isopropil [(S)-1-[(R)-1-(6- flurobenzotiazol-2-il) etilcarbamoil]-2- metilpropil] carbamato N CAS Sal do complexo de etilenobis (ditiocarbamato) de manganésio (polimérico) com zinco Fórmula Geral C 18 H 24 FN 3 O 3 S [C 4 H 6 N 2 O 3 S 4 (Mn)] x Zn y Aspecto Pó branco Pó amarelo acinzentado Peso molecular 381,47 229,7 Solubilidade Fórmula de estrutura Solubilidade em água: 10,96 mg/l Solubilidade em acetona: 25,4 g/l Solubilidade em xileno: 0,501 g/l N F S N H O H N O O Solubilidade em água: 6,2 mg/l Solubilidade em acetona: insolúvel Solubilidade em etanol: insolúvel [-SCSNHCH 2 CH 2 NHCSSMn-] x (Zn) y Densidade 1,25 g/ml a 20ºC 1,92 gml Ponto de fusão 153,1 169,5 ºC Decompõe-se a ºC P. inflamabilidade Não aplicável 152ºC Coef.de partição 2,59 1,38 VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 2 de 9

3 Grupo Químico Amida de ácido carboxílico Alquilenobis ditiocarbamato Classe Fungicida Fungicida CARACTERÍSTICAS TOXICOLÓGICAS 2.1. TOXICIDADE AGUDA Oral (rato) Cutânea (rato) Inalação (rato, 4h) Irritação ocular (coelho) Irritação cutânea (coelho) Sensibilização cutânea DL 50 >2.000 mg/kg DL 50 > mg/kg CL 50 >5,15 mg/kg Não irritante Não irritante Pode causar sensibilização em contacto com a pele CARACTERÍSTICAS ECOTOXICOLÓGICAS 3.1. TOXICIDADE PARA A FAUNA E AMBIENTE Peixes Organismos aquáticos Algas Aves Abelhas Minhocas CL 50 (96h): 1 mg/l (truta arco-íris) EC 50 (48 h): < 1,0 mg/l (Daphnia magna) E r C 50 (72 h): > 1,0 mg/l (Selenastrum capricornutum) E b C 50 (72 h): < 1,0 mg/l (Selenastrum capricornutum) DL 50 : >2.000 mg/kg DL 50 (oral): >100 μg/abelha DL 50 (contacto): >100 μg/abelha CL 50 (14 dias): 910,7 mg/kg 3.2. DESTINO E COMPORTAMENTO NO AMBIENTE Mobilidade: O bentiavalicarbe apresenta uma tensão superficial de 63,1 mn/m a 22ºC, valor de adsorção de K foc e valor de desorção de K foc 167,5-390,2. O mancozebe apresenta um valor de adsorção de K foc VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 3 de 9

4 Persistência e degradabilidade: O bentiavalicarbe é rapidamente degradado no solo, apresentando um valor de DT 50 de dias (aeróbico), em função do tipo de solo e das condições meteorológicas. Na água/sedimento apresenta um valor de DT 50 de dias. O mancozebe é também rapidamente degradado no solo e na água, apresentando valores de DT 50 de 1,8 horas (solo), e 0,6-4,4 horas (água). Potencial de bioacumulação: O bentiavalicarbe apresenta um valor de logpow de 2,56, enquanto o do mancozebe é de 1,38. O PRODUTO O VALBON é um fungicida penetrante, com actividade preventiva, curativa e anti-esporolante, destinado a combater o míldio da videira, apresentado sob a forma de grânulos dispersíveis em água com 1,6% (p/p) de bentiavalicarbe (sob a forma de éster isopropílico) e 70% (p/p) de mancozebe MODO DE ACÇÃO O bentiavalicarbe é uma substância activa pertencente à família das amidas de ácido carboxílico (CAA) que actua como inibidor da biossíntese de fosfolípidos, interferindo com integridade da parede celular dos fungos. Os estudos realizados demonstraram que o bentiavalicarbe inibe fortemente, a baixa concentração, a germinação dos esporângios, a germinação dos citosporos, o crescimento do micélio e a esporulação. O bentiavalicarbe demonstrou um excelente efeito preventivo, curativo e anti-esporulante, uma boa penetração e acção translaminar. O mancozebe é um fungicida de superfície com acção preventiva que actua sobretudo na germinação dos esporos. A sua eficácia é independente da temperatura e não está ligada à circulação da seiva na planta. Ao nível das células, o mancozebe actua em diversos processos (multi-sitio), bloqueando a permeabilidade das membranas, o processo respiratório e alguns processos de biossínteses nos fungos. É muitas vezes associado a outras substâncias activas com o objectivo de melhorar a eficácia, o espectro de acção e diminuir o risco de desenvolvimento de resistências. VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 4 de 9

5 A associação e características das duas substâncias activas conferem ao VALBON as seguintes importantes propriedades biológicas: Rápida penetração na planta (cerca de 1 hora) Actividade preventiva Actividade curativa Mobilidade translaminar; Distribuição homogénea na planta; Boa persistência de acção PROPRIEDADES BIOLÓGICAS EM GERAL O bentiavalicarbe tem uma actividade fungicida extremamente levada sobre os fungos Oomicetas (com excepção de Pythium spp.), nomeadamente as espécies abaixo indicadas. Não apresenta actividade contra Ascomicetas, Basidiomicetas e Deuteromicetas. CULTURA DOENÇA AGENTE PATOGÉNICO HOMOLOGAÇÃO (1) Míldio Plasmopara viticola P, F, I Videira Podridão negra Guignardia bidwellii F Brenner Pseudopeziza tracheiphila P, F Tomateiro Míldio Phytophthora infestans F, I Alternariose Alternaria solani F Batateira Míldio Phytophthora infestans F, I, NL Alface Míldio Bremia elliptica Cebola Míldio Peronospora destructor Couves Míldio Peronospora parasitica Pepino Míldio Pseudoperonospora cubensis P homologado em Portugal; F homologado em França; I-homologado em Itália; NL homologado na Holanda; VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 5 de 9

6 4.3. UTILIZAÇÕES EM PORTUGAL O VALBON encontra-se, neste momento, homologado em Portugal para o controlo do míldio e podridão negra (Black Rot) da videira, nas condições a seguir indicadas. CULTURAS DOENÇA CONCENTRAÇÃO/DOSE INTERVALO DE SEGURANÇA Videira Míldio Black rot g/hl (1,8-2 kg/ha) 28 dias em uva de mesa 56 dias em uvas para vinificação 4.4. CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO Videira míldio, Black Rot: Iniciar os tratamentos de acordo com o Serviço de Avisos. Na falta destes, iniciar a protecção no estado de 7-8 folhas, em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. A persistência biológica do produto é de 10 a 12 dias. O intervalo mais curto e a concentração mais elevada devem ser utilizados em condições de maior risco da doença. A dose a aplicar em pleno desenvolvimento vegetativo deve ser de 1,8 a 2 kg/ha. O VALBON deve ser aplicado preventivamente, ou seja, quando as condições climáticas e o estado fenológico da cultura façam prever o risco de infecções, mas estas ainda não tenham ocorrido. Tem também acção curativa quando aplicado logo após a ocorrência de infecções, no caso de não ter sido possível fazer o tratamento preventivamente. No caso de ser necessário realizar vários tratamentos anti-míldio, o VALBON deve ser integrado no programa de controlo, em alternância e complementaridade com outros fungicidas, nomeadamente, SIDECAR M (benalaxil-m+mancozebe), SIDECAR-F (benalaxil-m+folpete), MICENE PLUS AZUL (cimoxanil+mancozebe) e INACOP PLUS (cimoxanil+cobre), em função do estádio fenológico da cultura, da pressão da doença e da época do ano. VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 6 de 9

7 4.5. SELECTIVIDADE O VALBON apresentou uma excelente selectividade para todas as culturas em que foi testado, não originando sintomas de fitotoxicidade nem efeitos adversos na produção. Não interfere com a fermentação dos mostos nem com os processos de vinificação dos vinhos. PRECAUÇÕES BIOLÓGICAS / RESISTÊNCIAS O bentiavalicarbe pertence ao grupo químico das amidas de ácido carboxílico (FRAC-40), cujo modo de acção parece ser a inibição da biosíntese dos fosfolídos inibição da fotossíntese ao nível do fotossistema II (HRAC grupo C1). Este grupo engloba outras substâncias activas, para as quais foram descritos a nível internacional alguns casos de biótipos que adquiram resistência. O mancozebe pertence ao grupo químico dos ditiocarbamatos (FRAC-M3) e apresenta uma acção multi-sítio, não tendo sido detectados a nível internacional quaisquer sinais de desenvolvimento de resistências. A prevenção do desenvolvimento de resistências é uma opção mais fácil e económica do que a gestão da resistência uma vez instalada. Com base nas considerações anteriores e nas recomendações que têm sido utilizadas para produtos de grupos químicos semelhantes, aconselha-se como estratégia de prevenção/diminuição do desenvolvimento de resistências as seguintes medidas: Não efectuar mais de 3 aplicações com VALBON ou outro fungicida do mesmo grupo (CAA) Proceder à alternância com outros fungicidas de diferente modo de acção. VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 7 de 9

8 PRECAUÇÕES BIOLÓGICAS Não efectuar mais de 3 aplicações com VALBON ou outro fungicida do mesmo grupo (CAA). Para diminuir o desenvolvimento de fenómenos de resistência a fungicidas desta família química, recomenda-se a alternância de substâncias activas com diferentes modos de acção. MODO DE PREPARAÇÃO DA CALDA No recipiente onde se prepara a calda deitar metade da água necessária. Agitar bem a embalagem até o produto ficar homogéneo. Deitar a quantidade de produto a utilizar e completar o volume de água, agitando sempre. MODO DE APLICAÇÃO As concentrações indicadas referem-se a pulverizações em alto volume. Quando a aplicação se faz com aparelhos de médio ou baixo volume (turbinas ou atomizadores), a concentração deve ser aumentada de modo a que a dose de produto por hectare seja a mesma que no alto volume. PRODUÇÃO INTEGRADA O VALBON é permitido em Produção Integrada da videira, com as restrições previstas para os produtos que contêm ditiocarbamatos (são admitidas até duas aplicações consecutivas do produto; uma terceira aplicação deve ser separada das anteriores de, pelo menos, três semanas). VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 8 de 9

9 PRECAUÇÕES TOXICOLÓGICAS ECOTOXICOLÓGICAS E AMBIENTAIS a) Ficha de segurança fornecida a pedido de utilizadores profissionais. b) Manter afastado dos alimentos e bebidas incluindo os dos animais. c) Pode causar sensibilização em contacto com a pele. Possibilidade de efeitos cancerígenos. Possíveis riscos durante a gravidez com efeitos adversos na descendência. d) Não respirar a nuvem de pulverização. e) Usar vestuário de protecção e luvas adequadas durante a preparação da calda e aplicação do produto. f) Não comer, beber ou fumar durante a utilização. g) Não contaminar a água com este produto ou com a sua embalagem. h) Muito tóxico para organismos aquáticos, podendo causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático. i) Para protecção dos organismos aquáticos, respeitar uma zona não pulverizada de 10 metros em relação às águas de superfície. j) Após o tratamento lavar bem o material de protecção e os objectos contaminados, tendo cuidado especial em lavar as luvas por dentro. k) Intervalo de Segurança 28 dias em videira de uvas de mesa e 56 dias em videira de uvas para vinificação. l) Tratamento de emergência Em caso de ingestão consultar imediatamente o médico e mostrar-lhe a embalagem ou o rótulo. A embalagem não deverá ser lavada, sendo completamente esgotada do seu conteúdo, inutilizada e colocada em sacos de recolha, devendo estes serem entregues num centro de recepção Valorfito. NOCIVO Perigoso para o ambiente Autorização de venda n.º 0124 concedida pela DGADR Um produto: SIPCAM INAGRA Prof. Beltrán Báguena, Valencia Espanha Distribuído em Portugal por: SIPCAM Portugal Centro Empresarial da Rainha, Rua da Logística, nº Vila Nova da Rainha Tel: Fax: sipcamportugal@sipcam.pt VALBON INFORMAÇÃO TÉCNICA Página 9 de 9