Direito Aplicado aos Negócios
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- Manuel Benke Mascarenhas
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1 Material Teórico Direito Aplicado aos Negócios Aula 4 Segurança e Medicina do Trabalho, Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical, Direito de Greve. Conteudista Responsável: Profª Marlene Lessa cod TrabCDS1110_a04 1
2 Segurança e Medicina do Trabalho Estão, no texto da Constituição Federal, as garantias ao trabalhador de condições de trabalho dignas. Diz expressamente o art. 7º, inciso XXII que são direitos assegurados ao obreiro a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Vamos verificar o detalhamento desta expressão constitucional. Diz a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no seu Capítulo V: Art A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. Art Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. Art Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art
3 Art Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. Art Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. A medicina do trabalho compreende o estudo das formas de proteção à saúde do trabalhador, enquanto está no exercício do trabalho, indicando as medidas preventivas. Na definição de Antonio F. Cesarino Júnior 1 pode ser compreendida a Medicina do Trabalho como o estudo de todas as formas de proteção da saúde do trabalhador enquanto no exercício do trabalho, principalmente com o caráter de prevenção das doenças profissionais e de melhoramento das aptidões laborais e em tudo quanto concerne às suas condições físicas, mentais e ambientais. Naturalmente, além deste aspecto preventivo, se ocupa também com a terapêutica das ergopatias 2 ou tecnopatias, assumindo um certo aspecto curativo, quando menos com caráter de emergência. Daí a divisão da medicina do trabalho em higiene do trabalho (aspecto preventivo) e medicina do trabalho propriamente dita (aspecto curativo). 1 CESARINO JÚNIOR, Antonio Ferreira. Direito Social Brasileiro. 6º ed. Vols. I e II. São Paulo: Saraiva, 1970, p ERGOPATIA é a doença profissional que advém das condições do exercício da função e do ambiente do trabalho. A TECNOPATIA significa doença do trabalho em que basta provar o exercício da atividade geradora de doença para que o nexo causal seja presumido. 3
4 A competência para legislar sobre o assunto é federal, mas os estados e municípios podem legislar supletivamente, nos seus códigos de obras ou regulamentos sanitários, devendo estas regras serem observadas em conjunto, salvo no caso de conflito, quando predominarão as mais benéficas ao trabalhador. A fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho compete às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de suas jurisdições. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA Nas empresas, é obrigatória a constituição de uma CIPA, como se lê mais abaixo na CLT. Explica o prof. Rogério Mártir que as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes são uma tentativa de se manter uma espécie de comitê permanente dentro da empresa, sob representação paritária, com o objetivo de zelar pela observância e cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, além de possuir uma finalidade educativa, no momento em que compete às CIPAs discutir as causas dos acidentes e propor os meios para eliminá-los, além de orientar os trabalhadores e os empregadores neste sentido. Art Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s). Art Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior. 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. 4
5 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA. 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. Art Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. Portanto, a CIPA será composta por representantes dos empregados e dos empregadores. O mandato dos membros da CIPA terá a duração de 1 ano, permitida uma reeleição. Os membros eleitos para o cargo de direção na CIPA (inclusive seus suplentes) possuem estabilidade no emprego, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato (art. 10, II, do Ato das Disposições Transitórias da CF/88). Equipamento de Proteção Individual - EPI Assim diz a CLT: A empresa é obrigada a fornecer EPI, gratuitamente aos seus funcionários e em perfeito estado, além de substituílos sempre que necessário, quando as medidas gerais de segurança e medicina do trabalho não forem suficientes para fornecer total proteção contra acidentes e doenças profissionais ao trabalhador. Art A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. 5
6 Outras Medidas Preventivas Visando proteger o trabalhador exames médicos devem ser realizados no obreiro como prevenção a doenças profissionais. Diz o art. 168 da CLT que: Art Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho: I - a admissão; II - na demissão; III periodicamente. 1º O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão exigíveis exames: a) por ocasião da demissão; b) complementares. 2º Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. Insalubridade Art Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Art O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos. Art A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. 6
7 Portanto, consideram-se insalubres as operações que, por sua natureza, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites mínimos fixados pela autoridade competente. A insalubridade pode ser neutralizada ou eliminada por intermédio da adoção de medidas especiais ou pela utilização de equipamentos de proteção individual. O exercício do trabalho em condições de insalubridade assegura ao empregado a percepção de um adicional salarial que pode variar entre 10%, 20% e 40% do salário base do empregado (de acordo com a Súmula Vinculante Nº 4 do STF de 2008), na falta deste aplica-se o salário mínimo ou ainda o salário negociado entre a categoria econômica e profissional, segundo a classificação da insalubridade em graus mínimo, médio e máximo. Exemplos: Trabalhador que labuta em frigorífico, mesmo com equipamento que protege sua pele trabalha em condições ambientais que podem autorizar o recebimento do adicional de insalubridade porque expõe os pulmões e sistema respiratório do empregado ao frio. Trabalhadores que estão submetidos a ruídos intensos: como britadeiras, aviões, máquinas (martelo pneumático). Podem ter direito à insalubridade. Devem utilizar os protetores auriculares. Assim temos: 7
8 INSALUBRIDADE - ATIVIDADES E OPERAÇÕES Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: Acima dos limites de tolerância... 1 Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente 2 Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto 3 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor 5 Limites de Tolerância para Radiações Ionizantes 11 Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho 12 Limites de Tolerância para Poeiras Minerais Nas Atividades... 6 Trabalho sob Condições Hiperbáricas 13 Agentes Químicos 14 Agentes Biológicos Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos anexos números... 7 Radiações Não Ionizantes 8 Vibrações 9 Frio 10 Umidade 8
9 Periculosidade Considera perigosa a atividade exercida em contato permanente com inflamáveis, explosivos, eletricidade e radiações ionizantes. O trabalho em atividade perigosa assegura ao empregado a percepção de um adicional de 30% sobre o seu salário (CLT, arts. 193 e 194): Art São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. Art O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. Art A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. Exemplos: Trabalho com explosivos, com fogo, caldeiras, calor, eletricidade... 9
10 A Norma Regulamentadora 16 trata do assunto: Para os fins desta Norma Regulamentadora - NR são consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a: a) degradação química ou autocatalítica; b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos. Direito Coletivo do Trabalho A Justiça do Trabalho utiliza e prestigia a autocomposição dos conflitos coletivos, ou seja, permite que os envolvidos cheguem a um denominador comum, a uma negociação quando ocorre a disputa sobre direitos. Assim surgem as convenções coletivas e os acordos coletivos. Convenção Coletiva É um acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representantes das categorias econômicas ou profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações às relações individuais de trabalho. Veja o exemplo no link: _2007_2008.pdf 10
11 Acordo Coletivo É um instrumento normativo pelo qual o sindicato profissional estipula condições de trabalho com uma ou mais empresas. Veja o exemplo no link: Principal Efeito Força vinculante das cláusulas convencionais em relação aos contratos individuais de trabalho. Prazo de Validade A convenção coletiva está sujeita a prazo de validade não superior a dois anos (art. 614, 3º, da CLT). Forma Exige a lei que a convenção coletiva seja feita por escrito sem emendas ou rasuras. Trata-se, portanto, de ato solene (artigo 613, parágrafo único da CLT). O art. 620 da CLT estabeleceu expressamente que as condições previstas em convenção coletiva, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre aquelas estipuladas em acordo coletivo: Art As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. 11
12 Direito Sindical Sindicato É a associação de pessoas físicas ou jurídicas, que exercem atividade profissional (como bancários, professores, comerciários, etc) ou econômica (como: sindicato das indústrias, sindicato dos comerciantes, dos donos de posto de gasolina, etc. São também sindicatos patronais, empresariais), para a defesa dos respectivos interesses. Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Estrutura Sindical Brasileira (Unicidade Sindical) - A CF no art. 8º, inciso II estabelece ser vedada a criação de mais de uma organização sindical, na mesma base territorial, que não poderá ser inferior à área de um município. Da Estrutura Interna dos Sindicatos São órgãos da estrutura interna dos sindicatos: a) Assembléia Geral - Órgão deliberativo b) Conselho Fiscal - Órgão Fiscalizador c) Diretoria - Órgão Executivo Liberdade Sindical É o direito dos trabalhadores e empregadores de se organizarem e constituírem livremente as agremiações que desejarem, no número por eles idealizado, sem que sofram qualquer interferência do Estado; bem como de pertencer à associação ou não. Os associados têm direito de votar nas deliberações da assembléia geral, assim como de serem votados, de exercerem controle sobre a gestão do sindicato (inclusive o aposentado artigo 8º, VII, da CF). 12
13 Sistema Sindical Brasileiro Compõe-se de: Sindicatos, Federações e Confederações. Pode ser representado por uma pirâmide, estando na base os sindicados. No meio as federações e no topo as confederações. Confederações Federações Sindicatos A atividade sindical de regra é exercida através dos Sindicatos, sendo que as Federações e Confederações limitam-se a coordenar as atividades dos Sindicatos filiados. Entretanto, as Federações podem celebrar acordos e convenções coletivas, quando ausente o Sindicato, o mesmo aplicando-se às confederações, na ausência do Sindicato e da Federação (artigo 611, 1º e 2º, da CLT). Contribuição Sindical A contribuição sindical é compulsória (obrigatória): Para os empregados: a um dia de trabalho, Para os empregadores: é calculada sobre o capital da empresa. Prescreve o artigo 8º, inciso IV, da Constituição Federal que a assembléia geral fixará a contribuição para o custeio do sistema confederativo, independentemente da contribuição prevista em lei. Há ainda, a associativa (apenas do sócio) e a assistencial, esta que consiste num pagamento pelas despesas que o sindicato teve pela participação em negociações coletivas. 13
14 Representação dos Trabalhadores nas Empresas Nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores (art. 11 da CF). Das Federações Entidades de grau superior, que têm como base territorial o Estado, formadas por grupos de atividades, devendo congregar, no mínimo, cinco sindicatos. Das Confederações Entidades de grau superior formadas por ramo de atividade, que têm como base territorial âmbito nacional, formadas com, pelo menos, 3 (três) Federações. Têm como sede a Capital da República. Greve Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Lei 7.783/89 É a suspensão temporária do trabalho com a finalidade de defender os interesses dos trabalhadores, como o de obtenção de melhores condições de trabalho ou cumprimento de obrigações assumidas pelo empregador. Natureza Jurídica A greve é um direito do trabalhador, no nosso ordenamento jurídico. Está baseado na liberdade de trabalho, posto que ninguém pode ser coagido a trabalhar contra sua vontade (Amauri Mascaro Nascimento). 14
15 O direito à greve está regulado na Lei nº 7.783/89: Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho. Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação. Principais características do direito à greve: a) a - suspensão coletiva do contrato de trabalho; b) b - a greve deve ser precedida de negociação coletiva; c) c - a lei exige o aviso prévio de 72 (setenta e duas) horas nas atividades essenciais e 48 (quarenta e oito) horas nas atividades comuns; d) d - a deflagração e a cessação da greve dependem de deliberação da assembléia; e) e - nos serviços ou atividades essenciais deve ser garantida a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento de necessidades inadiáveis: Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI compensação bancária. Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis. 15
16 Art. 13 Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação. Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. Lock Out De acordo com as explicações do Prof. Rogério Mártir: A única Constituição que tratou do lock out foi a de 1937: proibindo-o, por considerá-lo recurso anti-social, nocivo ao trabalho e ao capital. Foi tido como incompatível com os superiores interesses da produção nacional (art.139, 2ª parte). O artigo 17 da Lei nº 7.783/89 define o lock out como a paralisação realizada pelo empregador, com o objetivo de exercer pressões sobre os trabalhadores, visando frustrar negociação coletiva ou dificultar o atendimento de reivindicações: Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. Pode-se dizer que na greve a paralisação se dá pelos trabalhadores e no lock out a paralisação seria dos empregadores. Há que se ressaltar que o lock out disciplinado pela lei 7.783/89 diz respeito à interrupção do trabalho pelo empregador com objetivo de frustrar as negociações trabalhistas, mas não trata da paralisação do empregador que vai protestar em qualquer outro sentido, inclusive contra o governo. No lock out não se considera que há suspensão do contrato de trabalho, tanto que a lei proíbe expressamente essa forma de paralisação do empregador, sendo assim devidos os salários dos empregados. Considera-se, portanto, que o lock out vem a ser uma hipótese de interrupção do contrato de trabalho, podendo inclusive proporcionar a rescisão indireta do contrato de trabalho se o empregador não proporcionar serviços ao empregado. 16
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