QFL1603 Química das Águas
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1 QFL1603 Química das Águas Prof. Dr. Renato S. Freire 1
2 maior quantidade de matéria orgânica maior quantidade de oxigênio consumido matéria orgânica responsável por uma demanda de oxigênio demanda bioquímica (DBO) atividade biológica ou bioquímica concentração de O 2 dissolvido relativamente baixa (pequenas variações são muito importantes do ponto de vista ecológico) excesso ruim (propriedades oxidativas) O 2 + 4H + + 4e - 2H 2 O O 2 + 2H 2 O + 4e - 4OH - Þ inibição desenvolvimento de microorganismos anaeróbios (alguns responsáveis, por exemplo, pela fixação de nitrogênio falta processo respiratório 2
3 O 2 (g) O 2 (aq) solubilidade de gases em água pode ser descrita pela lei de Henry solubilidade de um gás em um líquido é proporcional a pressão parcial do gás em contato com o líquido (temperatura constante) Matematicamente: [O 2 (aq)] = K p O2 K = constante da Lei de Henry (específica para um dado gás, temperatura e pressão) 3
4 No caso do oxigênio, considerando-se como constituinte de 21% da atmosfera (pela lei de Dalton): Þ exerce uma pressão de 0,21 atm (considerando-se ar seco) K tabelado p/25 0 C = 1,3x10-3 mol L -1 atm -1 Ø tem-se: [O 2(aq) ] = 1,3x10-3 x 0,21 = 2,73x10-4 mol L -1 = 8,74 x10-3 g L -1 = 8,74 mg L -1 è 8,74 ppm correção devido a umidade do ar: üsubtração da pressão parcial da água da pressão total Pressão parcial da H 2 O (25 0 C) = 0,0313 atm P O2 = (1,0000 atm 0,0313 atm) x 0,21 0,203 atm [O 2(aq) ] = 8,46 ppm O 2 solubilidade concentração de O 2 dissolvido concentração máxima de OD no equilíbrio concentração fora do equilíbrio, limitada pela taxa de transferência de O 2 (também envolve parâmetros cinéticos) Atmosfera: 78% N 2, 21% O 2 e 0,035% CO 2 diferentes solubilidades Øhipótese: atmosfera 100% destes gases 1 Litro de água (25 0 C) N 2 Þ 15,9 ml O 2 Þ 31,8 ml CO 2 Þ 831,4 ml * 4
5 constantes da Lei de Henry (25 0 C) gás CO 2 O 2 CH 4 H 2 N 2 NO K, mol L -1 atm -1 3,4 x ,3 x ,3 x ,9 x ,5 x ,9 x 10-3 solubilidade de O 2 em H 2 O depende: ütemperaturaüpressão parcial üforça iônica ΔT poluição térmica peixes 5 ppm pressão altitude oceano 20% menos OD 5
6 Água não esta sempre saturada de O 2 Organismos (consomem OD rapidamente) entradas saídas difusão aumenta com qualquer tipo de turbulência (ondas, ventos, quedas, etc) fotossíntese muitos fatores (fonte de nutrientes, temperatura, luz, etc) respiração Δ temperatura óxido-redução degradação/transformação MO nitrificação oxidação abiótica [O 2(aq) ] 7-9 ppm 6
7 limite para a taxa na qual o oxigênio é transferido através da interface ar-água cinética do transporte de massa, da turbulência, tamanho de bolha, temperatura, etc Ø taxa de reaeração superficial: rio com corredeiras e/ou cascatas > rio sem corredeiras >> represa Ø maior disponibilidade de OD regiões frias, ensolarada, turbulenta > vida è > OD Ø menor disponibilidade de OD regiões quentes, escuras, estagnadas vida è respiração sem fotossíntese < OD variação entre dia e noite Demanda de oxigênio matéria orgânica de origem biológica (plantas mortas, restos de animais, etc) substância mais habitualmente oxidada pelo OD MO è carboidrato polimerizado (fórmula simplificada = CH 2O) CH 2 O (aq) + O 2 (aq) CO 2 (g) + H 2 O (aq) Þ maneira similar p/ NH 3 e outras substâncias (catálise enzimática) poluente químico, esgoto, fertilizante, etc agrava stress de OD 7
8 DBO Parâmetro mais usual de indicação da poluição por matéria orgânica; muito importante em qualquer estudo de avaliação de impacto de fonte poluentes (estimativa da força poluidora de um resíduo) Ø esgotos domésticos DBO mg/l essencialmente matéria-orgânica e H 2O: proteínas: 40-60%; carboidratos: 25-50%; gordura e óleos: 8-12% (uréia, fenóis, pesticidas, metais, etc.) Ø esgotos domésticos è DBO mg/l cada litro de esgoto lançado num rio consome de 200 a 500 mg de O 2 dissolvido deste rio [OD] 8 mg/l cálculo de quantos litros de água serão necessários para satisfazer essa demanda?? 8
9 Ø vazão do rio capacidade de amortizar evento OD Truta (salmo garidnerii) 3,7 mg L -1 Salmão (oncohynchus kisutch) 2,0 mg L -1 A matéria orgânica carbonácea presente nos esgotos afluentes a uma estação de tratamento divide-se basicamente nas seguintes frações: Classificação quanto à forma e tamanho - em suspensão (particulada); - dissolvida (solúvel) Classificação quanto à biodegradabilidade - inerte - biodegradável Na prática não se caracteriza a matéria orgânica em termos de proteínas, gorduras, carboidratos, etc. Dificuldade (custo/pertinência ) para a determinação laboratorial da multiplicidade de compostos 9
10 Métodos diretos ou indiretos para estimar a concentração de matéria orgânica üdemanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) üdemanda Química de Oxigênio (DQO) üsólidos voláteis ücarbono Orgânico Total (TOC) DBO quantidade de oxigênio molecular necessária à estabilização da matéria orgânica carbonácia decomposta aerobicamente por via biológica microorganismos se alimentam da matéria orgânica metabolização (respiração) decréscimo dos teores de oxigênio dissolvido idéia de se medir o potencial de poluição de um determinado despejo pelo consumo de oxigênio que ele traria, ou seja, uma quantificação indireta da potencialidade da geração de um impacto, e não a medição direta do impacto em si. 10
11 Oxidação da matéria orgânica batérias COHNS + O 2 CO 2 + H 2 O + NO SO 4 C 6 H 12 O 6 + 6O 2 6CO 2 + 6H 2 O Demanda Teórica de Oxigênio (DTeO) heterogeneidade è sem praticidade extrapolação Solução è medir em laboratório o consumo de oxigênio que um volume padronizado de esgoto ou outro líquido exerce em um período de tempo pré-fixado (numa temperatura de incubação específica) DBO = [O 2 ] 0 [O 2 ] t [O 2] 0 [O2]/mg L -1 DBO t = [O 2] 0 - [O 2] t [O 2] t 11
12 A estabilização completa demora na prática vários dias (> 20 dias) Para evitar demoras e permitir comparações è padronização Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20 C é freqüentemente usado e referido como DBO padrão è (expressa como: DBO 5 20 ) (DBO 20 ) DBO = [O 2 ] 0 [O 2 ] 5 OD no dia 0: 7 mg L -1 OD no dia 5: 4 mg L -1 DBO: 3 mg L -1 (Demanda Última de Oxigênio - DBO u ) Razão DBO u /DBO 5 Esgoto concentrado Þ 1,1 1,5 Esgoto de baixa concentração Þ 1,2 1,6 Efluente secundário Þ 1,5 3,0 ü adota-se DBO u /DBO 5 = 1,46 Þ DBO 5 = 300 mg/l Þ DBO u = 438 mg/l 12
13 bactérias saprófitas bactérias autotróficas 5 dias è 60 80% 20 dias è 95 99% Se a DBO é muito elevada ð diluir amostra com água pura saturada com O 2 para garantir que haja O 2 para oxidar toda matéria orgânica semente ð introdução de um inóculo contendo microorganismos para que seja dado início ao processo de degradação inibidor de nitrificação ð impedir intereferência da demanda nitrogenada associada à oxidação da amônia a nitrato azul de metilene tiouréia triclorometilpiridina temperatura 13
14 Criticas è condições ambientais de laboratórios não reproduzem aquelas dos corpos d água (temperatura, luz solar, população biológica e movimentos das águas) (mas mesmo com criticas è considerado um parâmetro significativo para avaliação da carga orgânica lançada nos recursos hídricos) Fatores químicos, físicos e biológicos que determinam a DBO: I) Oxigênio Dissolvido; II) Microrganismo: deve existir um grupo misto de microrganismo (denominado de semente), que seja capaz de oxidar a matéria orgânica em água e gás carbônico; III) Nutrientes: como nitrogênio, fósforo, enxofre, magnésio, ferro e cálcio são indispensáveis para garantia de microrganismo vivos durante todo o período de incubação; (diluição para garantir condições) IV) Temperatura: qualquer reação bioquímica, tem como fator de importância a temperatura, que aumenta ou diminui a velocidade da reação de oxidação; V) ph: as reações que ocorrem na DBO, para garantia de sobrevivência dos microrganismos, tem como faixa ideal de ph de 6,5 a 8,5; VI) Tempo; VII) Tóxicos: A presença de mercúrio, cobre, zinco, cádmio, chumbo, cianetos, formaldeídos, influenciam no sistema enzimático dos microrganismos, podendo leva-los à morte; pode-se encontrar baixos valores de DBO 5 caso microrganismos responsáveis pela decomposição não estejam adaptados ao despejo ou haja a presença de algum composto tóxico 14
15 DBO è índice muito usado para indicar a eficiência de uma ETE (estação de tratamento de esgotos), quando se compara a DBO do esgoto bruto e do efluente final ð Razões históricas (estações dimensionadas considerando-se este parâmetro); ð Legislação para lançamento de efluentes e, em decorrência, a avaliação do cumprimento aos padrões de lançamento, é normalmente baseada na DBO OD: Classe VALORES DE OD e DBO (5 dias, 20ºC) SEGUNDO CONAMA 20/86 e resolução /2005 Teor Minimo (mg/l) Especial... não estabelecido DBO 5dias: Classe Teor Máximo (mg/l) Especial... não estabelecido
16 Legislação do Estado de São Paulo, Decreto Estadual n.º 8468 padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d'água exigidos: Þou uma DBO 5,20 máxima de 60 mg/l Þou uma eficiência global mínima do processo de tratamento na remoção de DBO 5,20 igual a 80%. Este último critério favorece aos efluentes industriais concentrados, que podem ser lançados com valores de DBO 5 ainda altos, mesmo removida acima de 80%. Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO 5 de efluentes industriais Tipo de Efluente Esgoto sanitário Faixa Concentração DBO 5 (mg/l) Valor Típico Celulose branqueada - Têxtil Laticínio Abatedouro bovino Curtume (ao cromo) Cervejaria Refrigerante Açúcar e álcool Fontes: Braile e Cavalcanti ecetesb 16
17 = 90% (2014) Carga DBO (C x vazão/população) = 54g/hab.dia Carga orgânica total = hab x 54g = kg DBO/dia Pós-tratamento (90% de eficiência) = 54 ton DBO/dia (se 100% coletado e tratado è real 2/3) Vazão Tiête = 20 m 3 /s L/s x 8, kg/l x s/dia = kg O 2/dia = 14,5 ton O 2/dia Carga lançada: entre 54 ton (ideal) O 2/dia (2014) 17
18 Demanda Química de Oxigênio (DQO) DQO è quantidade de O 2 necessária para a oxidação da matéria orgânica através de um agente químico se baseia no fato de alguns compostos orgânicos, são oxidados por agentes químicos oxidantes considerados fortes, como por exemplo, o K 2 Cr 2 O 7 (dicromato de potássio) em meio ácido, sendo o resultado final desta oxidação o dióxido de carbono e água Cr 2 O H + + 6e - è 2 Cr H 2 O O 2 + 4H + + 4e - 2H 2 O Þ número de mols de O 2 requeridos para a oxidação é 1,5 vezes (6/4) o número de mols do dicromato utilizado processo è oxidação de matéria orgânica por uma mistura em ebulição de ácido crômico e ácido sulfúrico (dicromato de potássio em meio ácido); excesso de dicromato é titulado com Fe 2+ podem ser utilizados várias substâncias químicas como oxidantes proporção de matéria orgânica a ser oxidada depende do oxidante, da estrutura dos compostos orgânicos presentes na amostra e do processo de manipulação dos reagentes e dos equipamentos 18
19 Vantagem ü teste não é afetado pela nitrificação, dando indicação apenas da oxidação da matéria orgânica carbonácea e não da nitrogenada ü processo não está sujeito a tantas variáveis, como no sistema biológico, e não requer tantos equipamentos ü tempo (2 a 3 horas) Desvantagem ü no processo de avaliação da DQO são oxidadas, tanto a fração biodegradável, quanto a fração inerte do efluente, o que leva a uma superestimação do oxigênio consumido ü certos constituintes inorgânicos podem ser oxidados e interferir no resultado DQO > DBO ü o teste não fornece informação sobre a taxa de consumo da matéria orgânica ao longo do tempo relação DQO/DBO è conclusões sobre a biodegradabilidade dos despejos/mo Relação DQO/DBO baixa: a fração biodegradável é elevada, o que indica a utilização de tratamento biológico Relação DQO/DBO elevada: a fração inerte, ou seja, não biodegradável é alta, não em termos de poluição do corpo hídrico receptor üesgotos domésticos brutos è a relação DQO/DBO se enquadra na faixa de 1,7 a 2,4 üindustriais è a relação varia numa faixa mais ampla 19
20 DQO/DBO < 2,5 è facilmente biodegradável 2,5 <DQO/DBO < 5 è cuidado na escolha do processo biológico DQO/DBO > 5 è pouca chance de sucesso A relação DQO/DBO 5 varia também a medida que o esgoto passa pelas diversas unidades da estação de tratamento tendência para a relação é de aumenta devido à redução paulatina da fração biodegradável, ao passo que a fração inerte permanece aproximadamente inalterada efluente final do tratamento biológico possui valores de DQO/DBO 5 superiores a 3 quanto maior a eficiência do tratamento maior esta relação (5 7) 20
21 Alguns efeitos podem "mascarar" a avaliação do grau de poluição de uma água, quando se toma por base apenas a [OD] Jusante * de fortes lançamentos de esgotos turbidez e a cor elevadas dificultam a penetração dos raios solares e apenas poucas espécies resistentes às condições severas de poluição conseguem sobreviver água eutrofizada pode apresentar concentrações de oxigênio bem superiores a 10 mg/l, mesmo em temperaturas superiores a 20 C rio-abaixo em relação a este observador ("a jusante" : águas abaixo) se situa acima, diz-se que se situa "a montante curso d'água, dividido em duas partes: parte a montante, de onde vêm as águas parte a jusante, para onde estão indo as águas ØCarbono Orgânico Total teor de mineralização è completa oxidação da matéria orgânica em dióxido de carbono, água e ácidos inorgânicos oxidação da matéria orgânica numa câmara de reação aquecida è C na presença de um catalisador de platina adsorvido sobre óxido de alumínio (água é vaporizada e o carbono da amostra transformado em CO 2, sendo posteriormente quantificado em um analisador de infravermelho não dispersivo) ècarbono inorgânico: reação com ácido fosfórico (transformação em CO 2 que é quantificado da mesma forma) ècarbono orgânico total: diferença entre o carbono total e o inorgânico 21
22 Sólidos totais todos os contaminantes da água (com exceção dos gases dissolvidos) Classificação pelas características físicas üsólidos em suspensão üsólidos coloidais üsólidos dissolvidos Classificação pelas características químicas üsólidos orgânicos üsólidos inorgânicos Classificação pela sedimentabilidade üsólidos em suspensão sedimentáveis üsólidos em suspensão não sedimentáveis Classificação por tamanho Prática: Ø sólidos dissolvidos: partículas de dimensões menores (10-3 µm), capazes de passar por um papel de filtro de tamanho especificado (0,45 2,0 µm) Ø sólidos em suspensão: partículas de dimensões maiores (10 0 µm), retidas pelo filtro sólidos filtráveis e sólidos não filtráveis Ø sólidos coloidais: partículas com tamanho na faixa intermediária (entre 10-3 e 10 0 µm). Difícil identificação pelos métodos simplificados de filtração análises corriqueiras: maior parte dos sólidos coloidais entra como sólidos dissolvidos 22
23 Classificação por características químicas Sólidos submetidos a temperaturas ao redor de C Þ fração orgânica é volatilizada (só fração inorgânica permanece após combustão) Ø sólidos voláteis: estimativa da matéria orgânica Ø sólidos não voláteis (fixos ou inertes): estimativa da matéria inorgânica ou mineral 23
24 Ø sólidos totais (ST, mg L -1 ): pesagem do resíduo após uma etapa de evaporação ( C) sólidos fixos + sólidos voláteis = sólidos totais SF + SV = ST sólidos dissolvidos + sólidos em suspensão = sólidos totais SD + SS = ST SD e SV podem ser analisados quanto a sua parte volátil e fixa: SDV, SDF, SSF e SSV Ø sólidos sedimentáveis (SP, ml L -1 ): teor de sólidos sedimentáveis que se deposita no fundo de um cone Imhoff após um tempo determinado de repouso do líquido (SP é parte do SS) análise da quantidade de SS que pode ser retida por decantação simples material que se despejado em um rio poderia ser o principal formado de bancos de lodo Simplicidade, legislação federal (1 ml L -1 após 1 hora de decantação) Distribuição dos sólidos do esgoto bruto TOTAIS (ST) 1000 mg L -1 Suspensão (SS) 350 mg L -1 Dissolvidos (SD) 650 mg L -1 Fixos (SSF) 50 mg L -1 Voláteis (SSV) 300 mg L -1 Fixos (SDF) 400 mg L -1 Voláteis (SDV) 250 mg L -1 24
25 Demanda nitrogenada Nitrificação: transformação de amônio nitrito nitrato microrganismos envolvidos neste processo são autótrofos quimiossintetizantes (CO 2 principal fonte de carbono), sendo a energia obtida através da oxidação de um substrato inorgânico (ex.: NH 3 ) 2 NH O 2 2 NO H H 2 O 2 NO O 2 2 NO 3 - NH O 2 NO H + + H 2 O consumo de OD DN ou demanda de segundo estágio por ocorrer numa fase posterior à das reações de desoxigenação carbonácea bactérias nitrificantes têm uma taxa de crescimento mais lenta do que as bactérias heterotróficas. Demanda bentônica matéria orgânica em suspensão sedimentação lodo de fundo devido dificuldade de penetração de oxigênio condições anaeróbias 2CH 2O è CO 2 + CH 4 não implica em consumo de OD fina camada superficial acesso ao oxigênio da massa líquida sobrenadante subprodutos da decomposição anaeróbia dissolução/difusão consumo OD revolvimento de lodo aumento de vazão/ação antrópica consumo OD DBO lab > DBO real 25
26 Cinética de desoxigenação matéria orgânica DBO consumo de oxigênio Oxigênio Dissolvido ØParâmetros cinéticos DBO remanescente concentração de matéria orgânica remanescente na massa líquida em um dado instante DBO exercida oxigênio consumido para estabilizar a matéria orgânica até este instante curvas simétricas t = 0 [MO] max e OC 0 t = [MO] 0 e OC max taxa da mudança da concentração da DBO rem é proporcional a sua concentração 26
27 dc = - k dt C = C 0 - kt dc = - k C dt C = C 0 e -kt reação de segunda ordem dc = - k C 2 dt 1-1 = kt C C 0 Cinética de desoxigenação reação de primeira ordem dc = - k C dt Ø integração entre os limites: C = C 0 e C = C t ; t = t 0 e t = t t C = C 0 e -kt ln C = - k t C 0 k = constante de desoxigenação Quanto maior a C MO mais rápida a desoxigenação do meio 27
28 constante de desoxigenação: k desox depende: Ø características de matéria orgânica; Ø temperatura (k T = k 20 θ (T-20) ; θ = coef de temperatura); (θ 1,047 k > 4,7%/ 0 C) Ø presença de substâncias interferentes Valores típicos de k desox (20 0 C) ORIGEM k desox (dia -1 ) esgoto bruto esgoto tratado corpo d água (limpo) 0,35 0,45 0,12 0,24 0,08 0,20 k > não altera valor de DBO u só tempo para atingi-lo 28
29 Cinética de reaeração dd = - k D dt D = déficit de oxigênio dissolvido diferença entre a concentração de saturação (C s ) e a concentração existente em um tempo t quanto maior o déficit maior a taxa de absorção de oxigênio pela massa líquida D = D 0 e -kt ou C = C s (C s C 0 ) e -kt onde C = concentração de OD em um tempo t (mg/l) Valores típicos de k rear (20 0 C) ORIGEM k rear (dia -1 ) profundo raso pequenas lagoas rios vagarosos, grandes lagos grandes rios com baixa velocidade grandes rios com velocidade normal rios rápidos corredeiras e quedas dágua 0,12 0,23 0,37 0,46 0,69 >1,15 0,23 0,37 0,46 0,69 1,15 >1,61 profundidade e velocidade intimamente relacionada com a vazão k rear = m Q n onde Q = vazão (m 3 /s) m e n = coeficientes da equação 29
30 Ø taxa de variação do déficit de OD consumo de OD produção de OD dd = k desox C - k rear D dt k desox = k 1 k rear = k 2 D t = k 1 C 0 (e -k1.t k 2 - k 1 - e -k2.t ) + D 0 e -k2.t equação geral que expressa a variação do déficit de oxigênio em função do tempo como: [OD] t = C s - D t tem-se a concentração de [OD]: C t = C s - k 1 C 0 (e -k1.t k 2 - k 1 - e -k2.t ) + (C s - C 0 ) e -k2.t asssume-se: Ø condições estacionárias: não simula eventos que variem com o tempo Ø características uniformes no trecho simulado: declividade, velocidade, profundidade, etc constantes (se necessário realizar sub-divisão) tempo crítico concentração crítica baseado nesta concentração que se estabelece a necessidade ou não de tratamento t = d(m) v(m/s) 30
31 Ø tratamento, se necessário, deve ser implementado com uma eficiência na remoção de DBO suficiente para garantir que a concentração crítica de OD seja superior ao valor mínimo permitido pela legislação Rio 10 Oxigênio Dissolvido (mg/l) OD mínimo (rio Classe 2) Lançamento: esgoto sem tratamento Tempo (dias) Oxigênio Dissolvido (mg/l) OD mínimo (rio Classe 2) Lançamento: esgoto tratado (com remoção de 70% da DBO) Tempo (dias) 31
32 Zona de degradação Característica início logo após lançamento de águas residuárias geral alta concentração de MO (ainda em seu estado mais complexo) Aspecto geralmente turva, devido a sólidos presentes e/ou revolvidos (sedimentação pode levar a formação de bancos de lodo) Matéria Orgânica e adaptação dos microorganismos // decomposição Oxigênio dissolvido tem início lento OD suficiente para peixes // após adaptação taxa de consumo de MO e OD atinge seu máximo Microorganismos proliferação de bactérias (predominância de aeróbias) Subprodutos aumento [CO 2], queda do ph Início conversão de espécies amoniacais (hidrólise de aminas) Leito condições anaeróbias // produção de H 2S Comunidade sensível diminuição do número de espécies desaparecimento de formas menos adaptadas predominância de formas resistentes e melhor aparelhadas às novas condições (número de indivíduos de cada espécie alto) ecossistema perturbado bactérias do grupo coliformes em grande quantidade protozoários que se alimentam de bactérias fungos que se alimentam de MO presença de algas é rara evasão de hidras, esponjas, musgos, crustáceos, moluscos e peixes 32
33 Zona de decomposição ativa Característica ecossistema começa a se organizar geral microorganismo desempenhando ativamente suas funções qualidade estado è mais deteriorado Aspecto coloração // depósito de lodos MO e OD menor [OD] dependendo da [MO] 0 OD zero predominância de microorganismos anaeróbios Microorganismos menor disponibilidade de alimentos redução do número de bactérias Subprodutos condições anaeróbias CH 4, H 2S, mercaptanas 33
34 Comunidade número de bactérias entéricas diminui (não resistem as condições ambientais distintas do trato intestinal) aumento no número de protozoários (ascensão na cadeia alimentar ) presença de alguns macroorganismos e larvas de insetos 34
35 Zona de recuperação Aspecto água mais clara // não há desprendimento de gases e deposição de lodos MO e OD MO transformada em compostos inertes (estabilizada) consumo de OD reduzido introdução de O 2 atmosférico OD Microorganismos presença de nutrientes e transparência das águas algas fotossíntese OD diversificação da cadeia alimentar (desenvolvimento de microorganismos heterotróficos) Subprodutos amônia é convertida a nitritos e estes a nitrato fósforo transformados em fosfatos (fertilização do meio) Comunidade número de bactérias reduzido conseqüência: redução de protozoários algas em franca reprodução (primeiras são as algas azuis, depois flagelados e algas verdes, finalmente as diatomáceas) grande número de microcrustáceos, moluscos, vermes, esponjas, musgos, larvas) (alimento para peixes mais tolerantes) 35
36 Zona de águas limpas Característica condições normais anteriores à poluição em relação a OD e MO Aspecto similar a antes da poluição MO e OD formas completamente oxidadas e compostos minerais [OD] próximo a saturação Comunidade águas mais ricas em nutrientes algas em maior número restabelecimento da cadeia alimentar normal 36
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