O Olhar de Hercule Florence sobre os Índios Brasileiros. Os Apiaká

Transcrição

1 O Olhar de Hercule Florence sobre os Índios Brasileiros Os Apiaká

2 HERCULE FLORENCE, Indienne Apiacá au Diamantino de Matto Grosso - Fevereiro 1828 Aquarela e nanquim, 19,0 x 27,2 cm Arquivo da Academia de Ciências (São Petersburgo)

3 Os homens tatuam o rosto, tatuagem que é sempre a mesma em todos, enquanto a das mulheres é mais simples e uniforme. Além da do rosto, que parece uma distinção tribal, capricham os homens em desenhos do tipo, espalhados pelo peito e pelo ventre, em que predominam quadrados e ângulos retos, paralelos entre si. Hercule Florence, 1828

4 HERCULE FLORENCE, Indien Apiacá 28 abril 1828 Aquarela, 22,0 x 30,0 cm Arquivo da Academia de Ciências (São Petersburgo)

5 Grosseiras figuras de animais e peixes distribuem-se por seus braços e pernas, em meio a elas a de homem ou mulher. Afora a tatuagem fixa, pintam com suco do jenipapo o próprio corpo, dando as mais caprichosas conformações às negras pinturas, que duram até que a tinta se apague, obra de vinte dias ou um mês.

6 HERCULE FLORENCE, Página 373 do manuscrito L Ami des Arts..., Tinta ferrogálica e grafitesobre papel: 30,0 x 20,0 cm Coleção Instituto Hercule Florence (São Paulo)

7 Encontro da Expedição Langsdorff com os índios Apiaká

8 Histórico do contato Os Apiaká, falantes da língua Apiaká, da família Tupi-Guarani, distribuíam-se pelas margens dos Rios Arinos e Juruena. Guerreavam contra os Kayabi, os Tapayúna e os Nambikwára. Com os brancos, porém, estabeleceram uma relação pacífica. De 1850 a 1960, os Apiaká foram submetidos ao brutal regime de trabalho dos seringais e vitimados por epidemias. Em dois séculos de contato, perderam a língua e o modo de vida tradicional. Miscigenaram-se com brancos e outras etnias, formando diferentes arranjos misturados na sociedade nacional. Considerados extintos em 1957, sua população hoje é estimada em 500 a 1000 pessoas. HERCULE FLORENCE, Apiacás. Habitation des Apiacás sur l Arinos, Avril 1828 Aquarela, nanquim e grafite sobre papel Arquivo da Academia de Ciências (São Petersburgo) Ampliação na página seguinte.

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10 Apiaká no L Ami des Arts HERCULE FLORENCE, Página 372 do manuscrito L Ami des Arts, Tinta ferrogálica e grafite sobre papel 30,0 x 20,0 cm Coleção Instituto Hercule Florence (São Paulo)

11 Apiaká no L Ami des Arts HERCULE FLORENCE, Página 374 do manuscrito L Ami des Arts, Tinta ferrogálica e grafite sobre papel 30,0 x 20,0 cm Coleção Instituto Hercule Florence (São Paulo)

12 Situação Atual A população Apiaká, sem contar o grupo arredio de que a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) teve notícia, soma de 500 a 1000 pessoas distribuídas por várias aldeias nos cursos dos rios Arinos, Juruena e Teles Pires e em cidades como Juara, Porto dos Gaúchos e Cuiabá, no estado de Mato Grosso e Belém, no Pará. WENZEL, Eugênio Gervásio Apiakás na Aldeia Nova Esperança (MT) 1981 Fotografia Arquivo pessoal do autor Ampliação na página seguinte. A maior parte da população vive na Terra Indígena Apiaká-Kayabi, na margem direita do rio dos Peixes. Os Apiaká, famosos pela rica culinária, retomaram as atividades tradicionais de caça, pesca, coleta e agricultura, além de criação de animais domésticos e extração do látex da seringueira.

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14 Situação Atual Considerados extintos em meados do século XX Buscas posteriores mostraram a existência de 7 aldeias no Mato Grosso e Pará O Quadro Geral dos Povos Indígenas disponibilizado pelo Instituto Socioambiental (ISA) registrava 844 Apiakás em 2012 Sua língua não teve a mesma sorte: o último falante faleceu em 2011 no Mato Grosso HERCULE FLORENCE, Apiaká em Diamantino - 1º março 1828 Aquarela, 21,8 x 32,0 cm Arquivo da Academia de Ciências (São Petersburgo)

15 Hercule Florence e a reconstrução da memória Apiaká

16 Hercule Florence e a reconstrução da memória Apiaká Fotos de Eugênio Gervásio Wenzel

17 Hercule Florence e a reconstrução da memória Apiaká Cartilha Apiacá, 2009

18 Acervos parceiros:

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