1a) O período de revolução ou translação da Terra em torno do Sol corresponde, de forma muito próxima, a 1 ano de nosso calendário.



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Transcrição:

1a) O período de revolução ou translação da Terra em torno do Sol corresponde, de forma muito próxima, a 1 ano de nosso calendário. Como estava escrito no início da prova, este ano comemoramos 400 anos das observações de Galileu. O livro foi publicado no ano seguinte, em março ou seja, 399 anos atrás. Alternativamente, o aluno poderia simplesmente subtrair as datas: 2009 1610 = 400 1 = 399. Portanto, desde a publicação do Sidereus Nuncius, a Terra deu 399 voltas completas em torno do Sol.

1b) Como está no enunciado da questão, uma das observações de Galileu foi de quatro dos satélites de Júpiter, que eram quatro pontos brilhantes próximos do planeta, que ficavam mudando de posição, orbitando em torno deste. Resposta: letra b. Io, Europa, Ganimedes e Calixto.

1c) A figura da questão indicava que a altura da montanha poderia ser calculada a partir de um simples triângulo retângulo (figura ao lado). Tudo o que o aluno precisava conhecer era o Teorema de Pitágoras. Vamos chamar o trecho BC de h. Aplicado a este triângulo, este teorema levava à expressão: R h 2 R 2 AB 2

Hoje em dia sabemos que as imagens das lunetas como aquelas utilizadas por Galileu possuem muitos defeitos. Ao longo do tempo, com o desenvolvimento de melhores telescópios estes defeitos puderam ser corrigidos (o próprio Galileu aperfeiçoou muitas vezes seu modelo). Desde aquela época os telescópios vêm sendo aperfeiçoados e atualmente temos exemplares gigantescos e de vários tipos. 1d) Os desenhos que Galileu fez das crateras da Lua são diferentes dos mapas atuais. Por quê? 1d) Sim, são bastante diferentes. Baseado no parágrafo anterior à pergunta, o aluno poderia responder que, como os telescópios tinham muitos defeitos na produção de imagens, as imagens da Lua que Galileu desenhou deveriam também possuir muitos defeitos desse tipo, que não aparecem mais em telescópios atuais. Poderia responder ainda, que imagens também são sujeitas a interpretações, e que portanto Galileu interpretou detalhes dos desenhos da Lua que diferem em muito do que acreditamos que existe na Lua hoje. (Um exemplo é que, da mesma maneira que descrevia montanhas e vales, Galileu também descreveu a atmosfera lunar que hoje sabemos não existir). Ou, de um terceiro modo, o aluno poderia responder que os telescópios atuais ampliam mais as imagens que os antigos, mostrando mais detalhes (o que é exposto no item seguinte). Assim, as imagens lunares de hoje seriam bem mais detalhadas, mostrando mais montanhas, mais crateras, etc.

Além de aumentar a imagem, os telescópios têm a função de concentrar a luz, permitindo que observemos objetos cada vez menos brilhantes. A luz captada por um telescópio é proporcional à área da sua lente (ou do seu espelho). 1e) Sabendo isso, estabeleça a razão entre a luz captada pelos telescópios Keck (de espelho de 10 m de diâmetro) e da primeira luneta de Galileu (de lente objetiva de 50 mm de diâmetro). Explique por que esse aumento faz o Keck ser melhor que a luneta de Galileu. Como o texto diz, a luz captada pelo telescópio é proporcional à área da sua lente ou espelho. Uma das lunetas de Galileu tinha lente de 50 mm de diâmetro ( = DG), enquanto o telescópio Keck tem espelho de 10 m = 10.000 mm de diâmetro ( = DK). A razão entre a luz captada pelos dois telescópios é dada pela razão entre a área do espelho Keck ( = AK) pela área da objetiva da luneta de Galileu ( = AG): A A K G R R 2 K 2 G 10000 2 200 2 50 40000

Resposta 1: O Keck capta 40.000 vezes mais luz do que a luneta da Galileu. Resposta 2: Além disso, o aluno precisa explicar que, como capta mais luz, os telescópios maiores permitem ver objetos (estrelas, por exemplo) que tem um brilho muito baixo, que não conseguiriam ser vistos em telescópios menores. O aluno pode também afirmar que os telescópios maiores permitem separar (resolver) angularmente objetos próximos entre si, etc. Não são aceitas respostas ligadas à melhor mecânica e eletrônica do Keck, claro.

2) Sol no Centro. As observações que Galileu fez com a luneta marcam a passagem da visão geocêntrica (a Terra tida como centro do Universo), para a heliocêntrica (o Sol tido como centro do Universo). A visão geocêntrica era muito mais natural.

2a) Baseado em observações do cotidiano, cite dois motivos pelos quais o modelo geocêntrico é mais natural. Abaixo damos exemplos de respostas aceitas. - Não vemos a Terra se mover; pelo contrário, quando olhamos para cima, o que vemos é o Sol, a Lua e as estrelas se movendo por cima de nós. - Não sentimos nenhum efeito físico que pareceria razoável sentir. Por exemplo, poderíamos imaginar que, se a Terra girasse muito rápido, seríamos lançados para fora dela; não conseguiríamos nos segurar nela. Mas isso não acontece. - Se jogarmos uma pedra para o alto, com a Terra se movendo, poderíamos imaginar que ela cairia para trás de nós (como explicado no item 4a da prova). Mas isso não acontece. - Haveria fortes ventos pelo fato da Terra girar e o ar não acompanhar esse movimento.

2b) As estrelas, como o Sol, nascem no lado Leste e se põe no lado Oeste. Pensando no céu como uma esfera, em que sentido essa esfera deveria girar para explicar os movimentos das estrelas: de Leste para Oeste ou de Oeste para Leste? Mas se é a Terra que gira, em que sentido ela deve girar? Para explicar os movimentos das estrelas, a Esfera das Estrelas precisaria girar de leste para oeste, o sentido de movimento diário dos astros. Mas, considerando o céu parado e a Terra girando, ela precisa girar ao contrário para gerar o mesmo efeito, isto é, de oeste para leste.

Existiam também motivações culturais para colocar o Sol no centro do Universo, pelo seu claro destaque e importância para nós. Nicolau Copérnico (1473-1543) foi muito motivado por razões desse tipo, quando propôs seu modelo. 2c) Cite uma razão pela qual se deveria acreditar que o Sol deveria ser o centro do universo. (Não vale dar respostas envolvendo coisas que foram formuladas depois de Copérnico e por causa dele, como Leis de Kepler ou Gravitação de Newton. Argumente com motivos não tão ligados a teorias físicas). - O Sol é o astro mais brilhante do céu (ou que parece mais brilhante para nós). - O Sol é o único astro do Sistema Solar que emite luz própria. - O Sol é o maior astro do Sistema Solar. - O Sol é a fonte de luz e calor que mantém a vida e, portanto, é mais razoável acreditar que ele esteja no centro. - O modelo do Sistema Solar fica mais simples e harmonioso com o Sol no centro.

Além das motivações culturais, novas observações do céu trouxeram novas informações, fazendo a visão de mundo tender mais para o lado heliocêntrico. 2d) Vimos na prova do ano passado (se você não viu, dê uma olhada nas provas dos anos anteriores para se preparar para a prova do ano que vem) que os defensores do Geocentrismo argumentavam que, se a Terra se movimentasse ao redor do Sol, deveriam ser observadas mudanças nas posições das estrelas no céu ao longo do ano, fenômeno conhecido como paralaxe. Explique por que Galileu e os astrônomos de seu tempo não observaram estas mudanças. A resposta que esperávamos envolve dizer que as paralaxes das estrelas são muito pequenas, invisíveis portanto a olho nú. Sem um instrumento como um telescópio, só era possível medir paralaxe de objetos abaixo da órbita lunar.

Uma observação importante de Galileu com sua luneta foi a das fases de Vênus. O modelo geocêntrico de Ptolomeu e o modelo heliocêntrico de Copérnico faziam previsões diferentes dessas fases, conforme pode ser visto nas figuras abaixo, esquerda e direita. Repare que, na primeira figura, Vênus não orbita diretamente a Terra, num círculo, mas o faz num ponto que orbita a Terra. Esses círculos dentro de círculos eram usados para deixar o modelo matematicamente mais preciso. Na verdade, o modelo de Copérnico também usava esses sub-círculos (epiciclos), mas não os indicamos aqui (você pode reparar, se quiser, que isso não mudaria as fases vistas no modelo de Copérnico).

2e) Galileu observou a existência de quatro fases em Vênus. Explique como tal fato contribuía a favor do sistema heliocêntrico. Observe que, no sistema geocêntrico, alguém na Terra só vê Vênus em fase nova, ou em fases minguantes ou crescentes, mas nunca mais que metade da face iluminada. Por outro lado, no sistema heliocêntrico apresentado, alguém na Terra pode distinguir claramente quatro fases: Vênus cheio, em quarto crescente, novo e em quarto minguante.

3) Leis de Kepler. No ano anterior ao que Galileu publicou o livro com suas observações, Johannes Kepler (1571-1630) publicou o seu primeiro grande livro, Astronomia Nova, com a famosa dedução de que as órbitas não são círculos, mas elipses. Junto com outras duas, essas ficaram conhecidas como as Leis de Kepler. Trataremos aqui da 3a Lei, que foi apresentada dez anos depois, em outro livro, Harmonices Mundi. Em outros anos falaremos das outras duas. Para deduzir a Terceira Lei, Kepler observou que a distância entre um planeta e o Sol estava relacionada ao seu período de revolução em torno do Sol. Mais precisamente o período T do planeta e a distância D ao Sol obedeciam à relação T D 2 3 K onde K é uma constante, que depende somente do corpo central, em torno do qual é a órbita. Isso significa que todos os planetas que giram em torno do Sol seguem a 3a Lei com o mesmo K, mas para a Lua, que gira em torno da Terra, o K tem um valor diferente.

Galileu tinha então observado quatro pontos brilhantes que se alternavam em torno de Júpiter, como a Lua, que gira em torno da Terra. Essas quatro luas ficaram conhecidas como Luas Galileanas. Para elas também valem as três Leis de Kepler, mas a constante da 3a Lei tem um valor diferente. 3a) Io é a lua galileana mais próxima de Júpiter: ela leva um período curto para orbitar Júpiter. Chamaremos esse período de 1 mêsio. Calisto, por sua vez, é a mais distante das quatro luas e orbita Júpiter a uma distância quatro vezes maior que Io. Usando a 3a Lei de Kepler, determine quantos mêsios Calisto leva para orbitar Júpiter. Curiosidade: O mêsio é bem mais curto que o nosso mês (baseado na Lua) e dura apenas 1 dia e 18 horas.

Em 1610, Galileu apontou seu telescópio para Saturno. Mas o que ele observou não foram os anéis, mas sim o que parecia ser um astro triplo (ver as Figuras ao lado). Nas palavras dele Saturno não está sozinho, mas é composto por três [corpos], que quase se tocam e nunca se movem ou mudam entre si. Na época, muitas observações diferentes de Saturno foram feitas, com várias interpretações diferentes, como podemos ver nas figuras. 3b) Pense nas luas de Júpiter. Elas mudam suas posições no céu e para obedecer às leis de Kepler, têm que girar em torno do seu planeta. Essa interpretação de Saturno sempre do mesmo jeito no céu, contradiz as leis de Kepler? Por quê?

Os dois corpos supostos por Galileu a orbitar o Saturno Central, para que os três pudessem ser vistos sempre na mesma posição a partir da Terra, deveriam rotacionar de uma forma tal que fosse de alguma forma síncrona com a velocidade relativa entre a Terra e Saturno. Isto em nada contradiz a terceira lei de Kepler. Para que esta seja obedecida, basta que os dois corpos tenham os semi-eixos maiores de suas órbitas iguais. Para que a questão seja considerada correta, o aluno deve, de alguma forma contemplar a sincronização entre a rotação dos dois corpos ao redor do corpo central e o movimento relativo entre Terra e Saturno.

Muitas observações de Saturno foram feitas supondo vários formatos diferentes para o que estava sendo visto (a figura acima mostra alguns). Em 1655, Christiaan Huygens (1629-1695), um astrônomo holandês, propôs que Saturno era na verdade cercado por um anel. Ele propôs que o anel era um único corpo rígido, como seria hoje um CD. Mas em 1675, Giovanni Cassini (1625-1712) observou que o anel não era único, mas compostos por anéis mais finos. Em 1859, James Clerk Maxwell (1831-1875) propôs que os anéis não eram rígidos, mas constituídos de numerosas partículas menores que orbitavam Saturno em órbitas quase circulares. Isso só pôde ser esclarecido em 1895, quando observações usando espectroscopia puderam medir a velocidade de rotação de cada ponto do anel. Vamos entender melhor como podemos descobrir a estrutura do anel medindo a velocidade de cada ponto dele.

3c) Suponha o modelo proposto por Maxwell. Usando a 3a Lei de Kepler, demonstre que a velocidade (V) das partículas do anel estão relacionadas com suas distâncias (D) ao centro de Saturno pela seguinte fórmula: V 2 2 4 D K saturno Repare na relação que existe entre a velocidade e a distância, segundo este modelo. Nesse modelo, cada partícula tem uma velocidade de translação V diferente em torno de Saturno. Considerando órbitas circulares, temos que a velocidade de cada partícula depende do seu período T de revolução em torno de Saturno e da sua distância D ao centro deste, na forma: V 2 T D ou T 2 V D

Por outro lado, o período T e a distância D também estão relacionadas pela Terceira Lei de Kepler, dada no enunciado. Substituindo T da equação acima na Lei de Kepler, obtemos: saturno saturno saturno K D V K D V D V D K 2 2 2 2 3 2 3 2 4 4 1 2 D T

3d) Um dos gráficos ao lado representa a velocidade das partículas pelo modelo de Maxwell (linha cheia) e a velocidade do anel pelo modelo de Huygens (linha pontilhada). Determine o gráfico que representa corretamente os dois modelos. Justifique sua escolha. DICA: Pense no que deverá ocorrer com a velocidade em cada modelo, à medida que nos afastamos de Saturno.

Um disco rígido gira de forma inteiriça, ou seja, todas as suas partes giram com a mesma velocidade angular. Porém, a velocidade escalar de cada ponto depende de sua distância D ao centro do disco (que é o centro de Saturno), na forma V = D. Ou seja, no modelo de Huygens, a velocidade das partículas V crescia linearmente com a distância D ao centro. Já no modelo de Maxwell, V e D estão relacionadas pela expressão deduzida em 3c. Ela diz que o produto de V² por D é constante. Isso significa que, quando V² aumenta, D tem que diminuir e viceversa. Então o gráfico da linha cheia (Maxwell) tem que ser decrescente, ao contrário do gráfico da linha pontilhada (Huygens). Além disso, V não decresce proporcionalmente a D. Conforme D aumenta, é V² que diminui proporcionalmente, o que corresponde a um decréscimo mais devagar de V. Portanto, a resposta correta é a letra c.

4) Física. Outra mudança muito importante ocorrida na época de Galileu foi a forma de explicar como o mundo funciona, ou seja, a mudança da Física. Uma dificuldade de todas as inovações astronômicas é que a física tradicional não tinha como explicá-la. Algumas gerações de pensadores ficaram tentando construir novos princípios físicos, até que Isaac Newton (1643-1727) conseguiu dar uma boa forma final a isso. A Física de Newton foi tão bem sucedida que até hoje a estudamos na escola e a usamos para entender nosso mundo cotidiano.

4a) Quando jogamos uma pedra exatamente para cima (na vertical), ela cai em cima de nós, certo? Mas quando propuseram que a Terra girava, não foi o que disseram. Os críticos da rotação da Terra diziam que, enquanto a pedra estivesse no ar, a Terra giraria um pouco, de forma que, quando voltasse ao chão, a pedra ficaria para trás de quem jogou. Mas não é isso o que acontece! Que princípio da Física de Newton você usaria para explicar este paradoxo? O princípio da física newtoniana que resolve esse problema é o princípio ou lei da inércia. Corpos em movimento constante (isto é, com velocidade constante e em linha reta) permanecem em movimento se nada externo interfere, do mesmo modo que corpos parados permanecem parados se nada age sobre eles. Assim, a pedra, enquanto está na Terra, se move junto com a Terra. Os críticos supunham que, quando perde contato com a Terra, a pedra tenderia a parar, enquanto aquela continuaria se movendo. Mas, se acreditamos que os corpos se movem segundo a inércia de Newton, então a pedra, quando lançada para cima, mantémsua velocidade horizontal ao mesmo tempo em que sobe e desce. Assim, quando cai de volta, ela cai no ponto de onde saiu, pois andou tanto quanto a Terra.

4b) Supondo que isso realmente acontecesse, da pedra atingir a Terra em outro lugar, devido à rotação, em que pontos da Terra a rotação não influenciaria na queda da pedra? Resposta: Pólos Norte ou Sul Junto com suas três leis, outra grande idéia de Newton foi a sua Lei da Gravitação Universal, que dizia que os planetas se moviam em torno do Sol pelo mesmo motivo que as coisas caíam na Terra: a atração entre os corpos. Essa atração depende das massas dos corpos, mas depende também da distância entre eles. Repare que depender só da distância significa que a força é a mesma para qualquer direção. 4c) Usando o conceito de gravidade explique o porquê da Terra ser arredondada. A resposta disso já está sintetizada no texto do enunciado que vinha logo antes deste item: Repare que depender só da distância significa que a força é a mesma para qualquer direção. A Terra é redonda porque atrai tudo sobre sua superfície com uma força de igual intensidade, determinada em última instância por sua massa e pelo seu raio e estas coisas sobre sua superfície são, em geral, muito menores que a própria Terra.

5) Universo Infinito. A troca da Terra pelo Sol no centro não foi a única mudança na visão do universo na época. Uma mudança tão importante ou mais foi o Universo deixar de ter centro! Na visão clássica e também na de Copérnico, o universo era visto como uma grande esfera que envolvia os planetas e a nós, tendo a Esfera da Terra (ou a do Sol) no centro. Essa esfera seria coberta por muitos pontos luminosos, as estrelas. Ela também teria um movimento de rotação, durando 24 horas, mas alguns defenderam que era a Terra que girava em 24 horas, e a Esfera das Estrelas devia estar parada. O monge italiano Giordano Bruno (1548-1600) foi um forte defensor de uma visão de universo muito diferente, que acabou sendo adotada mais tarde. Ele dizia que o universo não poderia ser fechado nem esférico, mas deveria ser infinito, sem centro. Neste universo, cada estrela seria como um Sol, com seus próprios planetas, seus próprios mundos, seus próprios seres vivos.

5a) Num universo infinito, que tenha estrelas por todas as partes, quantas estrelas existirão? E considerando que só uma pequena percentagem dessas estrelas tenha planetas habitados, quantos serão esses planetas? Se o universo é infinito, e existem estrelas por toda a parte, então têm que existir infinitas estrelas também. Mesmo só uma pequena porcentagem tendo planeta habitado, então ainda assim deve haver infinitos planetas habitados. 5b) Newton, baseado em razões físicas e filosóficas, também acreditava que o universo era infinito e estável. Imagine um universo infinito, em que todas as estrelas têm a mesma massa e estão paradas, de uma forma tal que as vizinhas mais próximas estão sempre a iguais distâncias. O que deve acontecer com o Universo ao longo do tempo nesta situação? Por quê? Um universo com estrelas distribuídas de forma homogênea deve permanecer estático. Justificativa: Tomemos uma estrela em particular. Existem infinitas estrelas, em qualquer direção que olhemos. Todas as estrelas se atraem em todas as direções de forma igual, de forma que cada uma, devido à atração das demais, deve permanecer no seu lugar se não houver movimento algum.

5c) Agora imagine que, por um desequilíbrio cósmico, uma estrela saia do lugar e se choque com outra, formando uma nova estrela com o dobro da massa original. Essa estrela tenderá a atrair mais intensamente as estrelas que já estavam ao redor. Depois desse incidente, como deverá evoluir o Universo, como um todo? Qual a forma final que o Universo tenderá a ter? Agora em algum ponto temos uma massa com o dobro das demais. Logo, este ponto atrairá mais que todos os demais e todas as estrelas serão atraídas na direção deste ponto. Logo, a tendência é a de que este ponto adquira cada vez mais massa e atraia cada vez mais intensamente todos os demais. O Universo ganharia então um movimento de colapso generalizado em direção a este ponto. Forma final: Como o universo é infinito, este movimento de colapso será permanente. 5d) Lembre-se de que Galileu apontou a sua luneta para a Via Láctea e, com isso, viu que ela era na verdade um conjunto de milhares de estrelas. Como isso pode ser usado contra o modelo de Universo infinito e estável proposto no item b? A Via Láctea tem este nome porque aparece como uma imensa mancha esbranquiçada e continua no céu noturno. Logo, é uma região do céu. Se todas as estrelas estivessem distribuídas de maneira homogênea, todo o céu apareceria igualmente esbranquiçado. Na prova do ano que vem, teremos mais discussões sobre gravidade e universos. Não perca!

AQUI COMEÇAM AS QUESTÕES DE EN ERGIA. 6) Poluição Luminosa. Olhar para o céu, desde épocas remotas, foi uma das atividades mais significativas da humanidade. Atualmente esse patrimônio da humanidade, promulgado pela UNESCO, está seriamente ameaçado pela poluição luminosa emitida pelo mundo inteiro. Basicamente, a poluição luminosa consiste no desperdício de energia que é emitida pra cima, não iluminando o que deveria iluminar e impedindo a visualização do céu noturno. Nas grandes cidades, onde a emissão luminosa é maior, a situação se agrava, chegando a mudar a cor do céu e vedando a visualização da muitas estrelas. Além de privar o homem de apreciar o céu noturno na totalidade, a poluição luminosa também influencia o meio ambiente, alterando até mesmo o hábito de animais, como os morcegos e o de aves noturnas dos locais afetados. Dessa forma, o Ano Internacional da Astronomia tem como uma das suas propostas preservar o céu noturno da poluição luminosa, cujo principal causador é a iluminação pública ineficiente.

Sobre o tema, responda: Como poderíamos diminuir o problema da poluição luminosa causada pela iluminação pública de forma a aumentar a eficiência da mesma e reduzir a luminosidade projetada para o céu? A iluminação pública deve consistir em iluminar ruas, prédios e monumentos de cima para baixo apenas e nunca jogar luz diretamente para cima.

7) Continuando a combater o desperdício de energia. Vivemos num país que tem boa parte de seu território entre os trópicos, possuindo assim muitas regiões nas quais faz calor o ano inteiro. As geladeiras foram inventadas como forma de conservar melhor os alimentos (mais eficiente que salgar, secar ou cobrir os alimentos com especiarias). No Brasil outras utilidades da geladeira são muito apreciadas, como a produção de alimentos gelados e refrescantes, como sucos e sorvetes. Apesar de possuir uma potência elétrica (= energia/tempo) relativamente baixa, a geladeira é um dos aparelhos que mais consome energia em nossa residência. Isto acontece porque o tempo de funcionamento do motor é, em média, de 12 a 16 horas por dia.

7a) Que atitudes podemos tomar para diminuir o consumo de energia pela geladeira? (cite ao menos três atitudes) Várias atitudes podem ser tomadas, tais como: a) abrir o mínimo possível a geladeira b) não colocar alimentos quentes c) afastar a geladeira da parede d) colocar a geladeira longe do sol e) colocar a geladeira longe do fogão f) verificar a vedação da borracha na porta g) etc, são exemplos de respostas admitidas. 7b) Você imagina lugares ou regiões na Terra onde não é necessário o uso de geladeiras? Cite um deles. Regiões muito frias como as próximas ao Pólo Norte, o Extremo Sul do continente sul-americano, a Antártida, regiões montanhosas muito elevadas como o Himalaia, Andes, etc.

AQUI COMEÇAM AS QUESTÕES DE ASTRONÁUTICA. No Brasil existem cientistas que trabalham na construção de foguetes e satélites. Eles constroem satélites no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e foguetes no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA). Para coordenar as atividades espaciais brasileiras existe a Agência Espacial Brasileira (AEB) que, por meio do Programa AEB Escola, promove atividades educacionais em escolas do Brasil. ATENÇÃO: Você precisa registrar no Caderno de Respostas todos os cálculos que o levaram à resposta. Resultados provenientes de cálculo, mas sem evidência de que foram realizados, não serão validados.

8) Viagem à Lua. Em 2009 estamos celebrando também os 40 anos da chegada do Homem à Lua! Os 384 mil quilômetros que separam a Terra da Lua foram percorridos em três dias e meio. Para escapar da gravidade terrestre foi preciso atingir a velocidade de 40.000 km/h. Para isso, foram consumidos quase 2.700.000 kg (dois milhões e setecentos mil quilogramas) de combustível! No lançamento, o foguete Saturno 5 (figura ao lado) possuía 111 metros de altura e uma massa de 3.000.000 kg. Na sua parte superior era transportada a espaçonave Apolo 11, onde viajavam os astronautas.

8a) Sabendo-se que o primeiro estágio do Saturno 5 consome 13.000 kg de combustível a cada segundo, qual será a massa do foguete, em kg, após o primeiro minuto de vôo? Se a cada segundo são consumidos 13.000 kg de combustível, em 60 segundos serão gastos 13.000 60 = 780.000 kg de combustível. O enunciado informa que no lançamento, o Saturno 5 possuía massa de 3.000.000 kg. Portanto, após o primeiro minuto de vôo a massa do Saturno 5 será de 3.000.00-780.000 = 2.220.000 kg. Resposta: 2.220.000 kg

8b) Eram 2h 56 da manhã (horário de Greenwich) do dia 21 de julho de 1969 quando Neil Armstrong disse a sua famosa frase: Este é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a Humanidade. Considerando-se que Brasília possui as coordenadas (15 47 S, 47 55 O), em que dia e horário, de Brasília, os brasileiros assistiram à chegada de Armstrong em solo lunar? O enunciado informa que eram 02h56 da madrugada (horário de Greenwich) do dia 21 de julho quando Neil Armstrong colocou seus pés na Lua e proferiu sua famosa frase. Como Brasília está a 47 55 Oeste de Greenwich, o horário de Brasília está atrasado 3 horas (1 hora para cada 15 graus na longitude). Dessa forma, os brasileiros assistiram à chegada do Homem à Lua às 23h56min do dia 20 de julho. Resposta: 23h56 do dia 20 de julho

8c) Considerando-se a tabela de fases lunares abaixo, pinte nas figuras abaixo como a Lua era vista em Brasília nas noites das datas de lançamento (16 de julho), pouso (20 de julho) e retorno à Terra (24 de julho). As partes visíveis iluminadas devem ser deixadas em branco. De tal modo que a Lua nova seria totalmente pintada, conforme ilustrado abaixo:

9) Leis de Kepler e a Lua. Já falamos na Questão 3 sobre as Leis de Kepler e sua importância para a descrição dos movimentos dos planetas. Falamos também de como a situação exigiu uma nova Física, que foi desenvolvida por Newton. O grande sucesso da Física de Newton foi justamente porque as leis de Kepler podiam ser deduzidas a partir da sua Lei da Gravitação Universal. A partir disso, passou a se considerar que as leis de Kepler (numa forma generalizada) não descreviam só o movimento dos planetas, mas de quaisquer dois corpos que interajam gravitacionalmente. Em particular, as Leis de Kepler são muito úteis para a Astronáutica, para prever órbitas de satélites, foguetes e veículos espaciais em geral. Elas foram muito importantes também para a viagem do homem até a Lua. Conforme proposto a seguir, você mesmo pode realizar muitos cálculos com elas.

A trajetória da primeira viagem até a Lua passava por um ponto de equilíbrio entre Terra e Lua, que é o ponto em que as forças gravitacionais dos dois astros sobre uma nave qualquer têm a mesma intensidade. Esse ponto está a 50.000 km da superfície lunar. Passando deste ponto, com algumas manobras, a Apolo 11 entrou em órbita lunar. 9a) Na viagem da Apolo 11 o Módulo de Serviço e o Módulo de Comando permaneceram em órbita da Lua com um astronauta a bordo, enquanto o Módulo Lunar pousou na Lua, com os outros dois astronautas. Considerando que o raio da Lua é de 1.738 km e assumindo que a espaçonave Apolo 11 orbitou a Lua a 112 km de altitude numa órbita circular, calcule o raio dessa órbita. O enunciado da questão informa que a Apolo 11 ficou a 112 km da superfície lunar, em uma órbita circular. Uma vez que o raio da Lua é de 1.738 km (também informado no enunciado da questão), o raio da órbita é a soma do raio da Lua com a altitude da órbita, ou seja, Rórbita = 1.738 + 112 = 1.850 km. Resposta: 1.850 km

Sabendo o raio da órbita da Apolo 11 em torno da Lua, podemos usar a Terceira Lei de Kepler (ver questão 3) para saber o seu período orbital, ou seja, o tempo que ela levava para dar uma volta na Lua. Melhor ainda: podemos já ter esses valores tabelados. Ao lado temos uma tabela com diferentes valores para raio orbital em torno da Lua, com seus períodos correspondentes. Lembre-se que esses valores só valem para órbitas em torno da Lua! 9b) Determine o período necessário para a Apolo 11 completar uma volta em torno da Lua. Dê o resultado em horas. Como o raio da órbita obtida da questão anterior é de 1.850 km, a tabela fornece o período da órbita como sendo de 1,98 horas. Resposta: 1,98 horas 9c) Considerando-se que o astronauta que não desceu à superfície lunar orbitou a Lua por 59 horas e 30 minutos, quantas voltas completas ele deu na Lua? Se o terceiro astronauta (aquele que ficou em órbita da Lua) levava 1,98 horas para completar uma volta em torno da Lua, o número de voltas realizadas nas 59 horas e 30 minutos foi de 59,5/1,98 = 30,05, isto é, 30 órbitas. Resposta: 30 órbitas

10) Monitoramento Florestal. Escala é a proporção entre o tamanho representado de um objeto e o tamanho real do mesmo. Conhecendo a escala é possível medir distâncias e calcular áreas como, por exemplo, áreas desflorestadas (desmatadas). Desde 1989, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) calcula as áreas desflorestadas anualmente na Amazônia Legal, por meio de um projeto de monitoramento por satélite da floresta. Para isto, são analisadas imagens dos satélites Landsat (americano) e CBERS (brasileiro e chinês, em parceria). O território do Pará tem cerca de 1.250.000 km² de área, dos quais 880.000 km2 de florestas. Em 2008, 5.041 km2 dessas florestas foram destruídas.

10a) A medida oficial máxima de um campo de futebol é de 120 m de comprimento por 90 m de largura. Quantos campos de futebol caberiam na área desmatada em 2008 no Pará? Se a medida oficial máxima de um campo de futebol é de 120 m de comprimento por 90 m de largura, a sua área será de 120 m x 90 m = 10.800 m². A área desflorestada no Pará em 2008 foi de 5.041 km², ou 5.041.000.000 m². O número aproximado de campos de futebol, que cabem na área desflorestada em 2008 no estado do Pará, é de 466.759. Este valor foi obtido dividindo a área desflorestada naquele ano pela área do campo de futebol (5.041.000.000 / 10.800 = 466.759). Resposta: 466.759 campos de futebol 10b) Se não forem adotadas medidas para proteger as florestas, a taxa de desmatamento anual (km²/ano) continuará alta na região. Supondo que em 2009 a taxa de desmatamento no Pará atinja 10.000 km²/ano, em quantos anos o Estado perderia toda a sua área de florestas (880.000 km²)? Para obter a resposta basta dividir a área remanescente de floresta (880.000 km²) pela taxa de 10.000 km²/ano (880.000/10.000 = 88). Resposta: 88 anos. Observação: se o aluno subtraiu dos 880.000 km2 o que já foi perdido em 2008, encontrará 87,5 anos, o que também é válido.

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