CARACTERIZAÇÃO ENERGÉTICA DE EPICARPO RESIDUAL DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) E BRIQUETE PRODUZIDO

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Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO ENERGÉTICA DE EPICARPO RESIDUAL DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) E BRIQUETE PRODUZIDO João Otávio Poletto TOMELERI 1 ; Larissa Benassi VALENTIN 2 ; Juliette Pereira da SILVA 3 ; Fábio Minoru YAMAJI 4 ; Franciane Andrade de PÁDUA 5 1 Graduando em Engenharia Florestal, Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba-SP, Brasil (tomelerijp@gmail.com); 2 Engenheira Florestal, Mestranda em Plaejamento e Uso dos Recursos Renováveis (larissa_ufscar@hotmail.com) ; 3 - Engenheira Florestal, Mestranda em Plaejamento e Uso dos Recursos Renováveis (juliette_rp@hotmail.com) ; 4 Engenheiro Florestal, Professor Doutor na Universidade Federal de São Carlos (fmyamaji@ufscar.br); 5 - Engenheira Florestal, Professora Doutora na Universidade Federal de São Carlos (franciane@ufscar.br). Resumo: O pinhão manso (Jatropha curcas L.) é uma planta oleaginosa com reconhecido potencial energético para a produção de biocombustível líquido. O descarte de partes do fruto, como o seu epicarpo e torta, no processo de extração do óleo da semente, pode se configurar como uma perda energética. Este trabalho tem como objetivo avaliar o potencial energético do epicarpo residual do pinhão manso e caracterizar o briquete produzido com esta biomassa. Para isso, foi utilizado o epicarpo residual de pinhão manso proveniente de plantios teste no município de Ribas do Rio Pardo MS. Foram realizadas análise química imediata da biomassa, além do seu poder calorífico e distribuição granulométrica. A biomassa foi compactada na forma de briquetes e suas variações volumétricas determinadas de acordo com o tempo de estocagem. Os valores resultantes das análises químicas e poder calorífico obtido indicam que o epicarpo do pinhão apresenta valores semelhantes aos encontrados para outros materiais energéticos utilizados para queima, citados pela literatura. Desta forma, sugere-se o uso do material compactado na forma de blendas com outros resíduos. Para a melhoria das propriedades dos briquetes de pinhão manso, é necessário um novo processamento do material particulado, para que a distribuição granulométrica seja ajustada e concentrada em torno de 60 mesh, aumentando a qualidade de compactação dos briquetes. Adicionalmente, pesquisas envolvendo análise de resistência mecânica devem ser realizadas para a conclusão sobre seu comportamento no manuseio, transporte e queima. Palavras chave: biomassa, bioenergia, residues Abstract: The (Jatropha curcas L. is an oilseed plant with recognized energy potential for the production of liquid biofuels. However, the disposal of parts of the fruit, as its epicarp and seedcake, in the seed oil extraction process, can be configured as an energy loss. In this context, this study aims to assess the energy potential of residual epicarp of jatropha and characterize the briquette produced from this biomass. For this, we used the residual epicarp of Jatropha from test plantations in the city of Ribas do Rio Pardo - MS. Chemical analysis of biomass were performed, in addition to its calorific value and particle size distribution. The biomass was in the form of briquettes compressed and its volume variation determined in accordance with the storage time. The resulting values of chemical analysis and calorific value obtained indicate that the epicarp has similar values to those found for other energy

materials used for burning, cited by the literature. Thus, it is suggested the use of compressed material in the form of blends with other waste. To improve the properties of jatropha briquettes, a new processing of the particulate material is required so that the particle size distribution is adjusted and concentrated around 60 mesh, increasing the quality of compression of briquettes. Additionally, research involving mechanical resistance analysis should be conducted to conclusion about their behavior in handling, transporting and burning. Key words: biomass, bioenergy, waste. 1. INTRODUÇÃO Jatropha curcas (Linnaeus), conhecida como pinhão manso, é uma planta oleaginosa pertencente à família das Euphorbiaceae. Sua potencialidade econômica está atrelada ao fato de ser uma planta com muitos atributos, podendo ser utilizada para controle erosivo, para recobrimento do solo, como cerca viva, ou como cultura comercial. Além disso, sua facilidade de estabelecimento e a capacidade de exploração de seus múltiplos produtos, entre estes o óleo, credenciam a espécie como uma fonte potencial de combustíveis renováveis. (OPENSHAW, 2000). Estima-se que o Brasil possua mais de 200 espécies oleaginosas com potencial para uso como combustíveis, e entre elas, o pinhão manso se destaca na produção de biodiesel por possuir características favoráveis de cultivo, como pouca exigência na qualidade do solo e aclimatação em localidades com pouca disponibilidade hídrica, mantendo uma boa produtividade em relação a outras oleaginosas, como a palma. (VALE, 2011, MURATA, 2011). Além disso, o seu cultivo requer tecnologia simples, com capital de investimento relativamente modesto (PANDEY et al., 2012). Segundo os autores, é possível obter rendimentos de até 12 ton. Anoˉ¹ háˉ¹ de sementes, dependendo das condições edafoclimáticas da região. A produção tem início ao segundo ano de cultivo, em quantidades limitadas, que pode se estender até o quinto ano e, a partir desse período, se gerida de maneira adequada, a cultura tem capacidade de produzir até 5 kg de sementes por planta, mantendo a produtividade até os 40 anos. (VYAS et al., 2007). Os seus frutos secos, recém-colhidos contêm de 35 a 40% de casca e de 60 a 65% de semente em relação ao seu peso. Um quilograma contém de 400 a 425 frutos e de 1580 a 1600 sementes, sendo que o peso de 100 sementes é de aproximadamente 63g (SINGH et al., 2008). Enquanto muita ênfase é dada para a utilização dos frutos na produção de biodiesel, que corresponde a valores de 17 a 18% da fruta seca, pouca atenção é dado aos outros componentes potenciais para fins energéticos, os chamados subprodutos. Segundo Sigh et al., (2007), o valor energético da parcela remanescente descartada pelo processo de extração de óleo representa o dobro do valor energético do biodiesel e, segundo Murata et al., (2011), os frutos são ricos em carboidratos potenciais a produção do bio-etanol por meio de fermentação e a sua casca é rica em lignina, útil na geração de energia. Dentre as variadas formas de aplicação dos componentes do fruto do pinhão manso, existe a possibilidade de utilização da casca ou epicarpo como combustível sólido para a combustão direta in natura ou ainda como carvão, briquetes e pellets. Vale et al. (2011) utilizaram o epicarpo do fruto para a produção de carvão e sugerem a briquetagem do material para contornar os problemas da sua baixa densidade energética, além de facilitar a sua homogeneização e melhorar suas características de transporte e alimentação em caldeiras. No entanto, para a utilização do epicarpo residual do pinhão manso como fonte energética são

necessárias mais pesquisas no sentido de qualifica-lo quanto as suas características físicoquímicas e estudos de sua associação com outros materiais energéticos como os resíduos madeireiros, a fim de apontar o melhor uso da casca, até então pouco estudada, conforme destacado por Wever et al., (2011). Dentro deste contexto, o objetivo geral do trabalho foi à caracterização energética do epicarpo remanescente do processamento do fruto do pinhão manso, Jatropha curcas L. e, do briquete produzido. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Materiais Biológicos Os frutos foram colhidos de um teste de híbridos de Jatropha curcas no município de Ribas do Rio Pardo MS, Brasil. A área está situada a 20 13 16,7 de latitude sul e a 53 42`31,3 de longitude oeste. O plantio consiste em uma área de 2,43 há com 199 híbridos de duas variedades, cultivados em dezembro de 2011. Após extração dos frutos, o material contendo o epicarpo residual foi transportado para o Laboratório de Bioenergia e Materiais Lignocelulósicos da UFSCar, para preparação e análise. O epicarpo do pinhão manso foi manualmente limpo, a fim de retirar impurezas e eventuais frutos inteiros contendo a noz e retos de endocarpo. Posteriormente, o epicarpo foi triturado em um moinho tipo Willey, para a obtenção de um material particulado. O material particulado gerado foi utilizado para as análises físicas e químicas imediata, sem qualquer outro processo de beneficiamento. 2.2 Análise química Para a análise química do resíduo e determinação do teor de umidade, porções do material particulado, retidos na peneira de 60 mesh foram utilizadas no processo. Foi determinado o teor de umidade base seca, de materiais voláteis, cinzas e, teor de carbono fixo, utilizando os procedimentos descritos na norma NBR 8112(ABNT, 1986), adaptada. 2.3 Teor de umidade e densidade a granel A determinação do teor de umidade foi realizada com as amostras nas condições em que saíram do moinho, onde após o peneiramento, 5g de cada material particulado foi levado a balança determinadora de umidade. Foi determinada a densidade a granel do material particulado e sua distribuição granulométrica. Amostras de 100g do material particulado passaram pelo processo de peneiramento utilizando um conjunto de quatro peneiras com as aberturas de 10 mesh, 20 mesh, 40 mesh, 60 mesh e fundo. As amostras foram despejadas sobre o conjunto de peneiras que passaram pelo processo de peneiramento vibratório, durante um período de 5 minutos. Passado esse período, as porções retidas em cada estrato foram pesadas. 2.4 Poder calorífico Para a determinação do poder calorífico superior do epicarpo do pinhão manso, as amostras foram classificadas em peneiras com malhas de 40 e 60 mesh. A fração retida com granulometria de 60 mesh foi utilizada para a determinação, com base na norma ASTM D2015, usando a bomba calorimétrica IKA C200 e com unidade calorimétrica em J/g.

2.5 Produção de Briquetes O processo de briquetagem foi realizado por meio da aplicação, ao material particulado, de uma pressão de 12 toneladas por 30 segundos em uma prensa hidráulica. Foram produzidas 5 amostras para cada material, as quais foram compactadas em formato cilíndrico e submetidas a medições sucessivas de suas dimensões. Foram realizadas 8 medições a partir do momento de sua fabricação, com auxílio do paquímetro digital. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os valores médios de umidade e densidade do granel dos materiais particulados de epicarpo do pinhão manso. Tabela 1. Valores médios de densidade do granel e umidade dos materiais particulados de pinhão manso Variáveis Epicarpo Pinus Densidade à granel (kg/m³) 536,70 373,50 Umidade (%) 15,70 8,00 O valor da densidade a granel do material particulado foi inferior ao encontrado por Vale et al., (2011), de 100kg/m³ para o epicarpo in natura. Isso se deve à sua menor granulometria, já que quanto menor o tamanho das partículas, maior é sua compactação no recipiente de determinação. Por este motivo, Vale et al., (2011), sugerem a compactação do resíduo objetivando a redução dos custos de transporte e melhoria das características de manuseio do material. De acordo com Vale et al., (2011), a umidade varia com a geometria das partículas, com o tempo e condições de armazenamento, principalmente a temperatura e umidade do ar, tendendo a um equilíbrio com o meio. Ainda segundo o mesmo autor, a umidade é uma característica de grande importância para o uso da biomassa como combustível, pois apresenta uma relação inversa com o poder calorífico, prejudica o armazenamento e eleva os custos de transporte. Como base para as discussões a Tabela 2 fornece os valores de referência para as análises químicas e poder calorífico de outras biomassas estudadas para fins energéticos.

Tabela 2. Valores de referência de outros materiais utilizados na queima para energia Casca de arroz Biomassa TMV (%) TCF (%) TCz (%) PCS (kcal/kg) Referencia Bagaço de cana de açúcar 66,36 17,30 16,43 3812,30 Paula et al., (2011) 64,30 11,90 - - Souza et al., (2005) 65,47 16,67-3852,00 Jenkins et al., (1990) 82,31 17,16 0,80 4274,48 Paula et al., (2011) 73,78 14,95-4139,00 Jenkins et al., (1990) Caule de feijão 77,53 18,75 4,61 4488,74 Paula et al., (2011) Vagem de feijão 76,65 18,10 6,65 4218,53 Paula et al., (2011) Palha de milho 72,60 13,00 14,4 3641,00 Vale et al., (2011) Pó de serra de madeira 71,04 24,99 3,97 4044,00 Vyas et al., (2007) Epicarpo de pinhão manso 77,84 14,21 7,95 5122,00 Vale et al., (2011) Torta de pinhão manso 70,98 19,72 5,99 - Jourabchi et al., (2013) Carvão de epicarpo de pinhão manso 29,00 45,00 25,00 3954,00 Vale et al., (2011) Carvão de torta de pinhão manso 18,27 71,29 10,43 6234,00 Vale et al., (2011) Madeira de pinus 82,00 9,93 0,29 - Jenkins et al., (1990) 88,00 15,20 0,10 - Vissoto et al., (2012) - - - 4979,00 Furtado et al., (2012) - - - 5039,00 Furtado et al., (2012) Acícula de pinus - 19,90 2,32 4848,57 Mũniz et al., (2014) Carvão de acícula de pinus - 66,36 6,36 6611,25 Mũniz et al., (2014) TMV: teor de materiais voláteis; TCz; teor de cinzas; TCF: teor de carbono fixo; PCS: poder calorífico superior. A Tabela 3 apresenta o valor médio do teor de matérias voláteis das amostras de epicarpo de pinhão manso. Tabela 3. Valor médio do teor de materiais voláteis do epicarpo de pinhão manso e da madeira de pinus Amostra TMV (%) epicarpo TMV (%) Pinus 1 63,87 76,79 2 65,95 77,68 3 66,87 78,86 Média 65,56 77,78 TMV: Teor de materiais voláteis (%). Observa-se na Tabela 3 que o teor médio de materiais voláteis para as amostras de epicarpo de pinhão manso foi de 65,56%, que vai de acordo com os valores verificados por Cortez e Lora, (1997) e, abaixo dos valores verificados por Vale et al., (2011) de 65% e 83%, respectivamente, para o epicarpo de pinhão. Comparando com valores de materiais voláteis verificados para outras biomassas residuais comumente estudadas para uso energético, percebe-se que este valor é inferior aos valores de 79,1 a 84,0% para a casca de eucalipto (BRITO E BARRICHELO, 1978); inferior ao valore de 88,16 verificado para o epicarpo do babaçu, onde Teixeira encontrou um valor de materiais voláteis de 88,16%; e o trabalho de

Cortez e Lora (1997) que apresenta teores de voláteis de 73,78%, 67,95% e 65,47% respectivamente para o bagaço de cana, casca de coco e casca de arroz. Verifica-se que o teor médio de materiais voláteis para as amostras de madeira de pinus foi de 77,78%, inferior ao valor de 88% determinado por Miller e Tillman, (2008 apud Vissoto et al., 2012) e ao valor de 82% encontrado por Jenkins, (1990), citado por Vissoto et al., (2012) para a madeira de Pinus sp. Altos teores de materiais voláteis são indesejáveis uma vez que indicam uma maior reatividade do combustível e, conseqüentemente uma queima mais rápida. Os valores médios dos teores de cinzas para o epicarpo do pinhão manso e madeira de pinus estão apresentados na Tabela 4. Tabela 4. Valor médio do teor de cinzas do epicarpo do pinhão manso TCz: Teor de cinzas. Amostra 1 7,66 2 7,84 3 7,63 Média 7,71 TCz(%) epicarpo O teor de cinzas de um material representa a sua fração mineral residual, portanto, não combustível. Observa-se que o teor médio de cinzas para as amostras de epicarpo de pinhão manso foi de 7,71%; inferior ao valor de 14,43 % determinado por Vale et al., (2011), e superior aos valores de 4,9% verificados por Hidayat et al., (2013), aos 5% verificados por Openshaw, (2000), e aos 3,97% encontrado por Vyas et al., (2007). Com relação aos teores obtidos para a torta de pinhão manso, o epicarpo apresenta valores próximos aos 7,95% verificado por Vale et al., (2011), e aos 5,99% por Jourabchi et al., (2013). Comparando o valor de cinzas encontrado no presente estudo com os verificados em outras biomassas utilizadas para queima, o epicarpo particulado apresentou valores inferiores ao da casca de arroz (16, 43%), e superiores ao bagaço de cana (0,8%), à palha de cana (4,32%), à folha de milho (3,53%), ao caule de feijão (4,61%), à vagem de feijão (6,65%), e ao pó de serra (0,18%) observados por Paula et al., (2011). A literatura tem mostrado que os valores do teor de cinzas em materiais residuais são mais altos e muito variáveis em função da presença constante de contaminantes. Os valores médios dos teores de carbono fixo para as amostras de pinhão manso estão apresentados na Tabela 5. Tabela 5. Valor médio do teor de carbono fixo (TCF) do epicarpo do pinhão manso Amostra TCF(%) 1 28,47 2 26,21 3 25,50 Média 26,73 TCF: teor de carbono fixo O teor médio de carbono fixo do epicarpo do pinhão foi de 26,73%, superior aos 24,99% encontrados por Vyas et al., (2007) e aos 13% encontrado por Vale et al., (2011) para

o mesmo material e aos 14,21% para a torta do pinhão. É inferior aos 45% e aos 71,29% verificados para o carvão de epicarpo e de torta, respectivamente, pelo mesmo autor. Em comparação com os teores de carbono fixo encontrados para outras biomassas por Paula et al., (2011), o epicarpo é superior à casca de arroz (17,30%), ao bagaço de cana (17,16%), ao caule do feijão (18,75%), à vagem de feijão (18,10%), à folha de milho (18,43%) e ao pó de serra (21,03%). Os valores são superiores quando comparados aos determinados por Souza et al., (2005) para casca de arroz (11,90%), e Jenkins et al., (1990) para casca de arroz (16,67%) e bagaço de cana (14,95%). Na Tabela 6 encontram-se os valores obtidos do poder calorífico superior para o material particulado do epicarpo do pinhão manso. Tabela 6. Valores médios do poder calorífico do pinhão manso Amostra Epicarpo (kcal/kg) 1 4143,25 2 4015,23 Média 4079,24 O epicarpo do pinhão apresentou valores superiores quando comparado aos 3641 kcal/kg obtidos por Vale et al., (2011) para o mesmo material e aos 3954 kcal/kg obtidos do carvão de epicarpo. Os resultados foram próximos aos 4044 kcal/kg verificados por Vyas et al., (2007). Comparado com outros materiais utilizados na queima para geração de energia, o epicarpo foi superior à casca de arroz (3812,30 kcal/kg), obtido por Paula et al., (2011) e no obtido por Jenkins (1990), (3852 kcal/kg). Apresentou valores inferiores ao bagaço de cana (4274,48 kcal/kg), ao caule de feijão (4488,74 kcal/kg), à vagem de feijão (4218,53 kcal/kg), à folha de milho (4464,52 kcal/kg) e ao pó de serra (4435,04 kcal/kg), verificados por Paula et al., (2011), e a madeira de pinus (4979,00 kcal/kg) obtido por Furtado et al., (2012) e acícula de pinus (4848,57 kcal/kg) encontrado por Mũniz et al., (2014). O peso das partículas retidas nas peneiras de diferentes aberturas de malha está representado na Tabela 7. A distribuição granulométrica obtida por meio do peneiramento do material particulado e posterior pesagem são apresentadas na Figura 1. A Figura1 apresenta, para fins de comparação, a distribuição granulométrica de material particulado de madeira de Pinus sp. Tabela 7. Distribuição granulométrica do epicarpo do pinhão manso Mesh Pinhão Manso (g) 10 0,2 20 42,1 40 37,7 60 7,3 Fundo 12,6

Figura 1. Distribuição granulométrica dos materiais particulados A maior distribuição ao redor dos 20 mesh justifica a baixa adesão verificada nos briquetes produzidos. É esperado que após um novo processo de trituração, a distribuição seja mais uniforme e a qualidade dos briquetes seja superior, uma vez que a diminuição das partículas proporciona a melhor compactação do briquete e o aumento da superfície de contato para a interação entre elas. As variações do volume dos briquetes obtidas por meio das sucessivas medições, até dois dias após a sua fabricação é representada na Figura 2. Figura 2. Variação volumétrica de briquete de Pinhão Manso em até 48hrs a sua fabricação. A variação volumétrica obtida vai de encontro ao esperado, pois o briquete aumenta em uma taxa mais rápida o seu volume nos primeiros momentos após a sua retirada da prensa. Isso ocorre porque nesse momento, as partículas estão mais próximas entre si, e a entrada de água provoca a maior variação nas dimensões dos briquetes. A partir do momento em que o equilíbrio higroscópico é alcançado, as partículas se estabilizam e a variação volumétrica é menor. Em partículas maiores, o processo de prensagem não resulta em um material bem compactado, facilitando a entrada e saída de água da estrutura do briquete, e resultando em

uma maior reorganização das partículas após a retirada do material da pressão ao qual foi submetido na prensa. CONCLUSÃO Os valores resultantes das análises químicas e poder calorífico qualificam o epicarpo do pinhão manso para uso energético. Os valores do teor de cinzas foram relativamente baixos quando comparados a outros materiais residuais, no entanto ainda são altos para o seu uso energético. Desta forma, sugere-se o uso do material compactado na forma de blendas com outros resíduos. Para a melhoria das propriedades dos briquetes de pinhão manso, é necessário um novo processamento do material particulado, para que a distribuição granulométrica seja ajustada e concentrada em torno de 60 mesh, aumentando a qualidade de compactação dos briquetes. Adicionalmente, pesquisas envolvendo análise de resistência mecânica devem ser realizadas para a conclusão sobre seu comportamento no manuseio, transporte e queima. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRITO, O.J.; FERREIRA, M.; BARRICHELO, L.E.G. Correlações entre características físicas e químicas da madeira e a produção de carvão vegetal. II. Densidade Básica da madeira x Densidade Aparente do carvão - Perspectivas de melhoramento. BOLETIM INFORMATIVO, IPEF, 6(16): p.1-9, jul. 1978. CORTEZ, L.A.; LORA, E.S. Tecnologia de conversão energética da biomassa. EDUA/EFEI. Manaus, 1997. 527p. FURTADO, T.S.; FERREIRA, J.C.; BRAND, M.A.; NEVES, M.D. Correlação entre teor de umidade e eficiência energética de resíduos de pinus taeda em diferentes idades. REVISTA ÁRVORE, v.36, n.3, 2012. HIDAYAT, H.; KEIJSERS, E.R.P.; PRIJANTO, U. VAN DAM, J.E.G.; HEERES, H.J. Preparation and properties of binderless boards from Jatropha curcas seed cake. INDUSTRIAL CROPS, 52. Elsevier, 2014. JENKINS,B. M. Fuel properties for biomass materials, In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON APPLICATION OF ENERGY IN AGRICULTURE: THE ROLE OF BIOMASS FUELS, Delhi, Índia, 1990. JOURABCHI, S.A.; GAN, S.; NG, H. K. Pyrolysis of Jatropha curcas pressed cake for biooil production in a fized-bed system. ENERGY CONVERSION AND MANAGEMENT, 78. Elsevier 2014. MILLER, B. G.; TILLMAN, D. A. Combustion Engineering Issues for Solid Fuels Elsevier, San Diego, USA, 502 p. 2008. In: VISSOTO, J. P.; MAZZONETTO, A. W.; NEVES, R. C.; SANCHEZ, E. M. S.; SANCHEZ, C. G.; Caracterização de Pinus, Eucaliptus, Casca de Eucaliptus e Resíduos Florestais e de Destoca para fins energéticos. In: CONEM,VII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, São Luis, Maranhão, 2012.

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