VÍRUS: ENTIDADE BIOLÓGICA DEPENDENTE DE CÉLULAS. Profa. Dra Priscila Elisa Silveira

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Transcrição:

VÍRUS: ENTIDADE BIOLÓGICA DEPENDENTE DE CÉLULAS Profa. Dra Priscila Elisa Silveira

Situação problema 2 Imagine que em uma escola infantil, na sala de crianças de 5 anos, Carlinhos aparece com lesões nos lábios, com aparência de bolhas cheias de líquido claro. A professora desconfia que pode ser herpes e, portanto, se atenta para que outras crianças não usem a mesma canequinha de beber água que Carlinhos usou. Mas o que essa doença está causando nas células de Carlinhos? Além disso, pense na atitude da professora, evitando o contato direto de outras crianças com objetos pessoais do Carlinhos: essa atitude foi correta?

Célula 3 Unidade fundamental da vida

Vírus 4 Palavra de origem latina. Veneno ou Toxina. Microscopia eletrônica. Genoma: DNA ou RNA. Quando não se reproduzem não possuem atividade viral, não crescem, não degeneram, não produzem substâncias e não reagem a estímulos. Necessitam invadir uma célula hospedeira para se replicarem.

Vírus 5 Os vírus são entidades infecciosas não celulares, cujo genoma pode ser DNA ou RNA. Replicam-se somente em células vivas, utilizando toda a maquinaria de biossíntese e de produção de energia da célula para a síntese e transferência de cópias do seu próprio genoma para outras células.

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Estrutura 7 Capsídeo: envoltório protéico simétrico que alberga o genoma de ácido nucleico. Nucleocapsídeo: capsídeo + ácido nucleico. Capsômero: aglomerados de polipeptídeos que, quando agrupados, formam o capsídeo.

Estrutura 8 Capsídeo Capsídeo icosaédrico icosaédrico Capsídeo helicoidal Icosaedro: poliedro convexo de 20 faces

Estrutura geral de um vírion Estrutura 9 Vírion: partícula viral infectante completa. Vírus defectivo: partícula viral funcionalmente deficiente em algum aspecto da reduplicação. Pseudovírus: contêm o ácido nucleico errado (do hospedeiro).

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Replicação viral 12 Etapas: I. Adsorção (fixação). II. Penetração. Ciclo lítico Vírus permanece adormecido como se não tivesse invadido a célula. III. Multiplicação do material genético Produção de ácido nucleico do vírus e proteínas. V. Montagem das partículas do vírus. VI. Eclipse e Liberação dos vírus.

Replicação viral 13 Etapas: Ciclo lisogênico I. Entrada no genoma do vírus na célula. II. Síntese da proteína precoce. III. Integração do DNA viral. A presença do parasita não interfere no mecanismo celular. Utilização do ciclo celular do hospedeiro.

Replicação viral 14 Partículas virais sendo replicadas Integração do material genético

15 Replicação viral - vídeo

Parasitas de procariontes e eucariontes 16 Parasitas de procariontes Bacteriófagos ou fagos Parasitas de eucariontes Vírus animais

Bacteriófagos 17 DNA ou RNA. Núcleo capsídeo. Não envelopados. Cabeça poligonal sem cauda. Cabeça poligonal com cauda. Filamentosa e protéica.

18 Bacteriófagos

Vírus animais 19 Penetração do ácido nucleico e da cápsula. Etapas da replicação I. Fixação (adsorção). II. Penetração. III. Biossíntese dos componentes virais. IV. Maturação e montagem. V. Liberação.

Vírus animais 20 Penetração do ácido nucleico e da cápsula.

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Príons 22 Proteinaceous infectious particles. Proteínas infecciosas desprovidas de material genético. Estrutura estável, resistentes a enzimas digestivas, calor e radiação UV. Doenças neurológicas em animais. Doença da vaca louca. Ausência de mecanismo de defesa imunológica.

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Ebola 24 Ebola vírus. Sintomas após 2 a 3 semanas de contato com o vírus. Contato com sangue e fluidos biológicos de um humano ou mamífero infectado. Tratamento paliativo: Medicamentos para enjoo, febre e ansiedade. Derivados de sangue, plaquetas, hemácias e plasma. Pessoa infectada pode morrer por volta do 9º dia.

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27 Vírus x Bactérias - vídeo

Herpes simples 28 Herpes. Doença viral. Vírus da herpes simples. Tipo 1: VHS-1. Infecções orais. Tipo 2: VHS-2. Infecções genitais. Tratamento: antivirais (Aciclovir).

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Situação problema 1 30 Na escola infantil, temos um aluno com suspeita de herpes. A professora agiu corretamente em separar os objetos de uso pessoal, como a caneca, dos outros alunos, pois esse vírus pode ser transmitido pela saliva. É uma infecção contagiosa nos lábios, na boca, gengivas e genitais, causada pelo vírus do herpes simples HSV-1, que é da família dos Herpes vírus com genoma de DNA com dupla hélice, que se multiplicam no núcleo da célula, produzindo muitas proteínas virais. Têm nucleocapsídeo de simetria icosaédrica e envelope lipídico.

Situação problema 1 31 Esse vírus tem a propriedade de infectar alguns tipos de células de forma destrutiva (lítica) e outras de forma hibernante (latente). Ao acessar as nossas células, causam muitos danos, pois agem de uma forma muito especial, evitando os anticorpos, promovendo a fusão das membranas plasmáticas, formando células gigantes multinucleadas, no entanto, essas células reconstituem suas membranas, se separam e voltam à forma inicial.

Situação problema 1 32 Assim, os vírions passam de uma célula para outra sem passar pelo fluido extracelular, onde se encontram os anticorpos, por isso a doença permanece no organismo, com períodos de melhora e de recaída.

Situação problema 2 33 Estudos recentes demonstram que bacteriófagos podem ser usados para eliminar bactérias de águas poluídas. É apontada como uma alternativa inovadora aos métodos habitualmente utilizados, capaz de reduzir mil vezes mais o número de bactérias presentes na água, e faz decrescer substancialmente o impacto ambiental e os riscos para a saúde pública, derivados da utilização massiva de outros produtos para descontaminar. No entanto, como podemos utilizar vírus para despoluir a água, que depois poderá ser usada por pessoas? Como tais vírus iriam se comportar nas células eucariontes animais?

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