JARDS Poesias Rimas Satíricas & Eróticas 1 Volume Rosano Tarcindo 2
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Prefácio Não será por mera pretensão, evocar aqui o grande poeta do século XVIII, que nasceu em Setubal no dia 15.09.1765 às 15h. e que faleceu em Lisboa na manhã do 21.12.1805. Manuel Maria Barbosa l Hedois du Bocage, como exemplo. Todos os lusofones o conhecem mais ou menos sem duvidas Para os eruditos: seu nome de pluma, era Elmano Sadino, e foi sem duvida, o maior representante do arcadismo lusitano. Mais que poeta foi versajador. Sua grande tia materna, a grande e celebre poetisa francesa, Anne-Marie le Page du Bocage, e seu avô materno o almirante francês Gil Hedois du Bocage, que se estalou em Lisboa em 1704. Mas sim, para poder confirmar, estes versos, algo obscenos, tal como fez o Bocage na sua época, claro com maior talento e inspiração. Agora são lidos por todos, são um erótico clássico! Quanto a mim, não passam dum exercício intelectual, por pura distracção do espírito e regalo da alma. Aqui, não há intenção, de elogiar o vil vicio, nem a 2 3
desprezavem depravação, nem tão pouco faltar ao respeito do clero, e ainda menos da gente feminina. Nada d isso, tudo é por piada, em estilo Bocagiano, mas falta o talento do imenso vate. Peço, desde já desculpa, se posso ofuscar a sensibilidade de alguns. Mas tal não é a minha intenção. Ouso pensar contudo que o leitor que compra tais rimas, com um nome já deveras evocador, pode obviamente se esperar, a algo de semelhante Felizmente, ou infelizmente, esta linguagem já é comum, mesmo nos médias na hora actual, onde os palavões são banais! Agora, espero ter sido claro, e preciso que não é esta a forma de expressão que utilizo, na vida quotidiana. 24
Da arte de bem foder, Por doces noites veladas, Maior é, que vão prazer, Que tomo e dou; ás minhas amadas! JARDS 2011 2 5
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* * * Aqui, canto de Afrodite as leis! Também sublimo, o lúbrico prazer, Conas e caralhos, aqui vereis; Sem respeito, e sem desfazer! Agora, que já o sabeis Se não vos convém, vão-se foder! * * * 30 Março de 2011 Thueyts 2 7
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Desgarradas Tenho tomates na horta, e espiga no celeiro. Tenho pouco que te dar; pois tenho pouco dinheiro. Se queres boa recolta, vêm catar meu pinteilheiro, apesar de ser pobre, encherás o mealheiro! 9.12.09 Ó! Vira que vira! E que volta à virar. Finge que não mira, Para melhor catar! Tenho tomates na horta, e boa espiga no celeiro; se tu não acreditas; podes, chupar o pinteilho Ó! Vira que vira, E que volta a virar! Não diga mentira; Não volte a chorar 11.12.09 2 9
O Caralho Engraçado I O caralho fodilhão; De cabeça rubra e fendida; Tão longo, que roçava o chão, Tinha mais que medida! Era um objecto de atracção, Por quem por ele era metida! Monumento, de encantação, Pela cona por ele fodida! II O caralho era cortado, Ao arregaçar o pescoço; Pelo pinteilho afiado, Que lhe causava desgosto! III Eu sei de fonte limpa, Que o animal esganado, Nem sempre fica por cima, Pela cona é enganado, Então, passa por pelintra, Pela cona é maltratado, E cospe o espesso ódio, Pelo buraco do oratório 30.XII.10 210
Pinteilho O pinteilho dos tomates, Que é o mais espesso e rijo, Não tem medo que o mates, Nem que o afogues, no mijo! I II Pinteilho de forte cheiro, Que na cona embebido, Mesmo pobre e sem dinheiro, Pelos que fodem é temido! III Pinteilho, que antes andavas, Pelas conas lá de fora, Pinteilho, que descaravas, Onde o caralho sempre mora! IV Pinteilho tu és o fio derradeiro, Que liga caralho e colhões, Tu és o senhor verdadeiro, Da cona e das tesões! 30.XII.10 2 11
Cona Uma cona bem pimpona, Que o sorriso me abriu, Nos largos beiços da cona, O teso caralho, me fugiu! I II Uma cona bem babosa, Com caridade me acolheu, Uma cona tão espantosa, No meu caralho mordeu. III Uma cona tenra e doce, Que a porta me abriu, Seja lá pelo que fosse, Depressa me engoliu! IV Uma cona palpitante, Que caralho, com ânsia devora; É mais que bastante, Para o caralho não ficar fora! 4.01.11 212
PAI DA Humanidade Tu és o senhor supremo, de tudo que tenha pinteilho; Tu lambes as bordas dos conos mal cheirosos, Ora, teso e arrogante agora, ora, mais tarde meio inteiro, De tanto foder, os fracassos não são vergonhosos! Com a idade, pouco a pouco abrandas no ardor; Já passas por vezes de cabeça baixa e indiferente, Falta-te a tesão, vives na solidão e na dor; Pobre caralho! Tu que outrora fostes imponente! I II III Eu sei, que tudo tem certo, um fim; Alguns dizem mesmo, com filosofia: Tudo vem só da cabeça, enfim Contudo, sem convicção nem alegria! Vem com certeza da cabeça; mas da cabeça do caralho! Pois as coisas ontem novas, hoje já são usadas! Agora olha para o chão à procura de beatas, espantado, Dantes, espreitava as meninas nas águas furtadas! IV Como dizem os franceses: Antes olhava para ver se o nó da gravata estava bem feito, Agora, olha para ver se os sapatos estão bem engraçados! 2 13