AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE PROGÊNIES DE COFFEA ARABICA E C. CANEPHORA A MELOIDOGYNE PARANAENSIS 1

Documentos relacionados
REAÇÃO DA CULTIVAR DE CAFÉ TUPI IAC EM DIFERENTES NÍVEIS DE INÓCULO DO NEMATÓIDE Meloidogyne paranaensis

PROGÊNIES DE COFFEA ARABICA CV IPR-100 RESISTENTES AO NEMATÓIDE MELOIDOGYNE PARANAENSIS ( 1 )

SELEÇÃO DE CAFEEIROS HÍBRIDOS F 1 COM TOLERÂNCIA À SECA E RESISTÊNCIA À FERRUGEM 1

REAÇÃO DAS CULTIVARES IPR 100, IPR 106 E TUPI IAC À DIVERSAS CONCENTRAÇÕES DE INÓCULO DE Meloidogyne paranaensis

IDENTIFICAÇÃO DE PORTA ENXERTOS DE CAFÉ ROBUSTA RESISTENTES AOS NEMATÓIDES MELOIDOGYNE PARANAENSIS E M. INCOGNITA RAÇAS 2 E 1 (1)

Boletim de Pesquisa 200 e Desenvolvimento ISSN Dezembro,2007. RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE Capsicum annum A Meloidogyne spp.

IDENTIFICAÇÃO DE NOVAS PROGÊNIES DA CULTIVAR IPR 100 RESISTENTES AO NEMATÓIDE MELOIDOGYNE PARANAENSIS ( 1 )

IDENTIFICAÇÃO DE PROGÊNIES DE Coffea arabica COM RESISTÊNCIA SIMULTÂNEA À Meloidogyne paranaensis E M. incognita 1

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE GENÓTIPOS DE CAFÉ ARÁBICA CULTIVADOS EM ELEVADA ALTITUDE NO ESTADO DE SÃO PAULO 1

LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES DE Meloidogyne EM CAFEEIROS NO ESTADO DE SÃO PAULO 1

EVALUATION OF PROGENIES RESULTING PROGÊNIES OF CROSSINGS OF CATUAI WITH HYBRID OF TIMOR, IN THE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO, SOUTH OF MINAS GERAIS

AVALIAÇÃO DO GERMOPLASMA DE BOURBON NO ESTADO DE SÃO PAULO ORIUNDAS DE DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL 1

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE CAFÉ EM PATROCÍNIO, ALTO PARANAÍBA, MINAS GERAIS 1

RESISTÊNCIA AO NEMATOIDE Meloidogyne paranaensis DAS CULTIVARES DE CAFÉ IPR 100 E APOATÃ IAC 2258 EM DIFERENTES NÍVEIS DE INÓCULO 1

Manejo de cafeeiro em áreas infestadas pelos nematoides-das-galhas com uso de cultivar resistente

PROGÊNIES DE CAFÉ COM RESISTÊNCIA AOS NEMATÓIDES Meloidogyne ITO, D. S. et al. paranaensis E RAÇA 2 DE Meloidogyne incognita 1

IPR 100 e IPR 106 cultivares de café arábica com resistência simultânea aos nematoides Meloidogyne paranaensis e M. incognita

SELEÇÃO DE ACESSOS DE Coffea arabica COM RESISTÊNCIA A Meloidogyne paranaensis EM CONDIÇÕES DE CASA DE VEGETAÇÃO E A CAMPO 1

Original Article. PALAVRAS-CHAVE: Passiflora edulis. Progênies. Nematóide. Meloidogyne incognita.

Identificação e controle de nematóides formadores de galhas em soja ( )

Controle de Meloidogyne incognita em tomateiro com formulado de alecrim em hidrogel

EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO COM ABAMECTINA NA PENETRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE Meloidogyne incógnita 1

TECNOLOGIA KIT DE RESISTENCIA AOS NEMATÓIDES PARA VIABILIZAÇÃO DE ÁREAS INFESTADAS PARA O CULTIVO DE CAFÉ

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE MILHO, SORGO E MILHETO A Meloidogyne javanica E M. incognita RAÇA 3

REAÇÃO DE GENÓTIPOS SELECIONADOS DE MELOEIRO A NEMATOIDES DE GALHAS SELECTED MELON GENOTYPES REACTION TO ROOT-KNOT NEMATODES

COMPORTAMENTO DE CLONES DE CAFÉ CONILON DIANTE DE DOENÇAS NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

CULTIVARES DE CAFÉ SELECIONADAS PELO INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS 1

Boletim de Pesquisa 149. e Desenvolvimento ISSN Dezembro, RESISTÊNCIA DE ACESSOS DE Pfaffia glomerata A Meloidogyne incognita.

Sintomas provocados pelo nematoide-das-galhas em algodoeiro (Foto: Rafael Galbieri)

OBTENÇÃO DE CULTIVARES DE Coffea arabica RESISTENTES a Meloidogyne paranaensis 1: EMN2000/LINHAGENS DE SONOHARA 1

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFÉ COM RESISTÊNCIA À FERRUGEM-DO- CAFEEIRO NO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento

REAÇÃO DE CAFEEIROS CONILON A DIFERENTES POPULAÇÕES DE Meloidogyne spp.

Origem. Características

DESEMPENHO DE CLONES DE CAFEEIROS RESISTENTES AO BICHO-MINEIRO PERFORMANCE OF COFFEE CLONES RESISTANT TO LEAF MINER

Reação de Milho, Sorgo e Milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. paranaensis*

USO DE RESÍDUOS DE MAMONA EM MUDAS DE ACEROLEIRA INFESTADAS POR MELOIDOGYNE JAVANICA*

RESISTÊNCIA DA VARIEDADE VITÓRIA INCAPER 8142 DE CAFÉ CONILON A Meloidogyne exigua

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFÉ EM ÁREAS INFESTADAS COM Meloidogyne exigua

Comportamento de Genótipos de Feijão à Meloidogyne incognita raça 3

Luiz Carlos Fazuoli. CENTRO DE CAFÉ ALCIDES CARVALHO 38 Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras

Bragantia ISSN: Instituto Agronômico de Campinas Brasil

REAÇÃO A MELOIDOGYNE JAVANICA DE ALGUMAS CULTIVARES DE SOJA RECOMENDADAS PARA O ESTADO DE MATO GROSSO

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO AOS NEMATÓIDES DE GALHAS (Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica)

Boletim de Pesquisa 123 e Desenvolvimento

Resistência genética no controle de nematoides. Dr. Rafael Galbieri Pesquisador Fitopatologista do IMA

Avaliação de Porta-Enxertos de Pimentão Para o Controle de Nematóides em Cultivos Sob Ambiente Protegido.

AVALIAÇÃO DE CLONES DE CAFÉ ARABUSTA (COFFEA ARABICA X C. CANEPHORA DP), EM CAMPINAS, SP 1

CARVALHO FILHO JLS; GOMES LAA; MALUF WR; COSTA-CARVALHO RR Herança digênica para a resistência ao nematóide das galhas em alface.

Acta Scientiarum. Agronomy, vol. 33, núm. 2, abril-junio, 2011, pp Universidade Estadual de Maringá Maringá, Brasil

AGRESSIVIDADE DE POPULAÇÕES DE Meloidogyne paranaensis EM CAFEEIRO MUNDO NOVO

RESISTENCIA GENÉTICA DE GENÓTIPOS DE CAPSICUM ANNUUM A NEMATOIDES DE GALHAS

Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas

Robusta coffee rootstocks resistants to Meloidogyne paranaensis and M. incognita races 1 and 2

NOVA SELEÇÃO DA CULTIVAR DE CAFÉ IAPAR 59 COM GRÃOS MAIS GRAÚDOS 1 NEW SELECTION OF LARGER GRAINS OF IAPAR 59 COFFEE CULTIVAR

MULTIRESISTANT REACTION AND HYPERSENSITIVE RESPONSE OF CONILON 14 COFFEE TO MELOIDOGYNE SPP.

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DE CAFEEIROS ENXERTADOS, EM CONDIÇÕES DE CAMPO (1)

Lígia Alves Pereira Bolsista do Consórcio Pesquisa Café

Reação ao estresse hídrico em mudas de cafeeiros arábicos portadores de genes de Coffea racemosa, C. canephora e C. liberica

Situação atual do controle de nematóides. André Luíz A. Garcia Eng Agr. Fundação Procafé

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE PORTA-ENXERTOS DE CAFÉ À POPULAÇÃO K 5. DE Pratylenchus coffeae

Luiz Carlos Fazuoli. CENTRO DE CAFÉ ALCIDES CARVALHO

RESISTÊNCIA DO CAFEEIRO A NEMATÓIDES I TESTES EM PROGENIES E HÍBRIDOS, PARA MELOIDOGYNE EXÍGUA ( 1 )

Efeito da temperatura na interação nematoide- planta em genótipos de batata-doce

RESISTÊNCIA DE CAFEEIROS IAPAR-59 A Meloidogyne exigua GOELDI, 1887

RESÍDUOS ORGÂNICOS NO MANEJO DE Meloidogyne incognita EM MAMOEIRO

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUTIVIDADE DE CAFEEIROS ENXERTADOS E DE PÉS FRANCOS EM ÁREAS ISENTA E INFESTADA POR MELOIDOGYNE EXIGUA

CARACTERIZAÇÃO DE RESISTÊNCIA VERTICAL E HORIZONTAL A Hemileia vastatrix BERK. et Br. EM PROGÊNIES DE HÍBRIDO DE TIMOR CIFC 2570 e CIFC

ESTUDO DE CONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE CAFÉ ARÁBICA E ROBUSTA 1

LEVANTAMENTO DA OCORRÊNCIA DE POPULAÇÕES DO NEMATÓIDE DAS GALHAS DO CAFEEIRO (Meloidogyne sp.) EM RONDÔNIA

Correlação entre a avaliação de genótipos de cenoura para reação aos nematóidesdas-galhas

ESTADO NUTRICIONAL DE CAFEZAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE EM FUNÇÃO DO ANO DE AMOSTRAGEM. II. MICRONUTRIENTES

PARTIAL RESULTS ON INTEGRATED MANAGEMENT OF Meloidogyne paranaensis ON COFFEE USING CROP ROTATION, BIOLOGICAL CONTROL AND GENETIC RESISTANCE.

1. Introdução Doenças e nematoides no algodoeiro são um dos principais problemas técnicos enfrentados

8º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 14 de agosto de 2014 Campinas, São Paulo

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE QUIABO AO NEMATOIDE DE GALHA

CARNEIRO, R.M.D.G. 1 e JORGE, C.L. 1

PALAVRAS-CHAVE: Nematicida, Meloidogyne exigua, Cafeeiro, Fluensulfone.

AVALIAÇÃO DE CLONES DE CAFÉ CONILON DE MATURAÇÃO INTERMÉDIÁRIA NO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DE MUDAS DE CAFÉ (Coffea arabica) INFECTADAS OU NÃO POR UMA POPULAÇÃO FLUMINENSE DE Meloidogyne exigua

GERMINAÇÃO in vitro DE Coffea canephora cv. Tropical EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA E AMBIENTES DE CULTIVO

QUALIDADE DA BEBIDA DO CAFÉ ICATU ( 1 )

TÍTULO: EFICÁCIA DO BIOLÓGICO BACILLUS SUBTILIS QST-713 NO CONTROLE DE NEMATÓIDE- DE- GALHAS NA CULTURA DO ALFACE

PESQUISA EM ANDAMENTO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO RESISTENTE A FERRUGEM SOB USO DE IRRIGAÇÃO EM MUZAMBINHO-MG

AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE PREVISÃO PARA O MÍLDIO DA CEBOLA

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DAS ESPÉCIES DE FITONEMATÓIDES ASSOCIADAS À CULTURA DO ALGODÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO.

AVALIAÇÕES DE SELEÇÕES DE GRÃOS GRAÚDOS ORIGINADOS DA CULTIVAR IAPAR-59

Eficiência de Gramíneas na Recuperação de Áreas Infestadas pelo Nematóidedas-Galhas

Resistência de cultivares de algodoeiro ao nematóide das galhas

Cultivo de coffea canephora conduzido com arqueamento de Plantas jovens em Condição de sequeiro e irrigado

Efeito do raleio de frutos na produtividade de tomate

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E BIOQUÍMICA DE POPULAÇÕES DE Meloidogyne spp. EM CAFEEIROS NA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS

BROCA DOS RAMOS, Xylosandrus compactus, EM CAFÉS ROBUSTA NO ESPÍRITO SANTO.

HETEROSE EM HÍBRIDOS DE CAFÉ ARÁBICA COM RESISTÊNCIA À FERRUGEM, MANCHA AUREOLADA E BICHO MINEIRO Eng. Agr. TUMORU SERA -

SEVERIDADE DA FERRUGEM NO CONILON VITÓRIA, NOS MUNICÍPIOS DE CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM E SÃO GABRIEL DA PALHA, ES 1

RESPOSTA A ESTRESSE HÍDRICO E COMPORTAMENTO EM CONDIÇÕES DE CAMPO DE CAFEEIROS PROPAGADOS POR EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA

INFLUÊNCIA DA IDADE DA FOLHA NA SUSCETIBILIDADE DE PLANTAS DE SOJA À INFECÇÃO POR PHAKOPSORA PACHYRHIZI

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE AMENDOIM PARA CARACTERES RELACIONADOS À PRODUÇÃO E TEOR DE ÓLEO

Seleção de cultivares Bourbon visando à produção de cafés especiais

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE PROGÊNIES DE COFFEA ARABICA E C. CANEPHORA A MELOIDOGYNE PARANAENSIS 1 Daniel de Menezes Darbello 2 ; Luiz Carlos Fazuoli 3 ; Masako Toma Braghini 4 ; João Paulo Hypólito de Souza 5 ; Wallace Gonçalves 6 1 Trabalho parcialmente financiado pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café CBP&D/Café 2 BolsistaCBP&D/Café, Bs, Centro de Café Alcides Carvalho, Campinas - SP, ddarbello@yahoo.com.br 3 Pesquisador, Bolsista CBP&D/Café, D.Sc, Centro de Café Alcides Carvalho, Campinas - SP, fazuoli@iac.sp.gov.br 4 Bolsista CBP&D/Café, Bs, Centro de Café Alcides Carvalho, Campinas - SP, mako@iac.sp.gov.br 5 Bolsista CBP&D/Café, Téc. Agrícola, Centro de Café Alcides Carvalho, Campinas - SP, jphypolito@yahoo.com.br 6 Pesquisador, D. Sc, Centro de Café Alcides Carvalho, Campinas - SP, wallace@iac.sp.gov.br RESUMO: A ocorrência de nematoides do gênero Meloidogyne tem causado elevados prejuízos à cafeicultura brasileira. A melhor alternativa para o plantio de café em áreas infestadas por estes nematoides é a utilização de cultivares resistentes, por ser um método ecologicamente correto e econômico. Os objetivos desse trabalho referem-se à identificação de fontes de resistência a Meloidogyne paranaensis em Coffea arabica e C. canephora. Para isto, dezessete materiais foram conduzidos em estufas de vidro e inoculados por solução concentrada de nematoides, onde ficaram mantidos por 180 dias até o momento da avaliação. Para avaliação, utilizou-se uma escala com notas de 0 a 5, onde nota 0 equivale a planta imune e nota 5 a plantas que apresentam mais de 100 massas de ovos. Nenhum tratamento apresentou-se imune (nota 0) ao ataque dos nematoides, porém, pode-se selecionar 39 plantas com resistência ou moderada resistência (notas 1 e 2) para seguirem em processo de seleção. PALAVRAS-CHAVE: café, resistência, nematoide, Meloidogyne paranaensis EVALUATION OF RESISTANCE PROGENIES OF COFFEA ARABICA AND C. CANEPHORA TO MELOIDOGYNE PARANAENSIS ABSTRACT: The occurrence of nematodes of the genus Meloidogyne has caused high losses to the Brazilian coffee. The best alternative for planting coffee in areas infested with these nematodes is the use of resistant cultivars, being an economical method. The aim of this work refers to the identification of sources of resistance to Meloidogyne paranaensis in Coffea arabica and C. canephora. For this, seventeen materials were conducted in glasshouses and inoculated concentrated solution of nematodes, which were held for 180 days until the time of evaluation. For evaluation, used a scale with scores from 0 to 5, where 0 equals notes plant immunity and notes the plants 5 presents more than 100 egg masses. No treatment presented immune (grade 0) to nematode attack, however, you can select 39 plants with resistance or moderate resistance (notes 1 and 2) to follow in the selection process. KEY WORDS: coffee, resistance, nematode, Meloidogyne paranaensis INTRODUÇÃO O Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor da bebida (Abic, 2013). Dada à relevância econômica da cultura, é cada vez mais importante o desenvolvimento de técnicas que permitam a maior percepção de lucros, seja por meio da redução de custos ou pela agregação de valor ao café produzido. Neste sentido, grande esforço tem sido empreendido para melhorar a eficiência da produção cafeeira, especialmente no que diz respeito aos problemas fitossanitários da cultura (Guerreiro-Filho, 2006). Dentre os problemas que ocorrem na cafeicultura, à ação de fitonematoides do gênero Meloidogyne pode promover uma redução de aproximadamente 15% da produção mundial (Sasser, 1979). Sob a produção brasileira, a redução pode chegar a 20%; de modo que desse total, 75% são provocados pelas espécies de Meloidogyne (Lordello, 1976). Existem várias espécies de Meloidogyne que parasitam os cafeeiros, onde a espécie M. paranaensis encontra-se entre as principais espécies identificadas no Brasil (Carneiro e Almeida, 2000). Muitas vezes, o controle de áreas infestadas por fitonematoides é ineficiente de difícil eliminação completa deles (Gonçalves & Silvarolla, 2001). Por este motivo, a seleção de cultivares resistentes é o método mais eficiente de controle, com baixo custo financeiro, conferindo conseqüentemente, melhores produções e lucros para o produtor. Portanto, o objetivo deste trabalho foi de efetuar avaliação e identificação de fontes de resistência a M. paranaensis para posteriores cruzamentos em programas de melhoramento genético.

MATERIAL E MÉTODOS Mudas de dezessete materiais (Tabela 1) previamente selecionados por conta de suas características agronômicas e tecnológicas foram conduzidas em casa de vegetação (figura 1A) para teste de resistência ao nematoide da espécie M. paranaensis. Tabela 1. Relação dos materiais genéticos avaliados quanto à resistência a M. paranaensis O experimento foi instalado com 17 tratamentos, 12 repetições, sendo arranjado de maneira inteiramente casualizado (figura 1C), utilizando o tratamento 15 (Cultivar Mundo Novo) como controle para comparação. Foi mantida uma população de M. paranaensis IAC 36 (isolado de Cássia dos Coqueiros) em mudas de café cv. Mundo Novo e tomateiro, até o aumento populacional necessário para produção do inóculo (figura 1B). Figura 1. Experimento montado para avaliação de resistência ao nematoide M. paranaensis. A) Casa de Vegetação; B) População de M. paranaensis (IAC 36 isolado de Cássia dos Coqueiros) conduzida em tomateiros e em cv. Mundo Novo; C) Materiais transplantados e mantidos em casa de vegetação para condução do experimento. Os ovos de M. paranaensis foram extraídos segundo o método de Hartman e Sasser (1985), calibrando a concentração da suspensão para 3.600 ovos/ml, determinada em câmara de contagem de Peters. Para inoculação, foi injetado, em um

orifício com 3 cm de profundidade posicionado ao lado da planta 4 ml de inoculo, totalizando 14.000 ovos/planta aproximadamente. Após 180 dias, cada material foi classificado quanto à resistência ao nematoide, considerando uma escala de notas estabelecida por Taylor e Sasser (1978) que varia de 0 a 5 em relação à agressividade do nematoide nas raízes, sendo 0 (sem massas de ovos) considerado imune, 1 (de 1 a 2 massas de ovos) resistente, 2 (de 3 a 10 massas de ovos) moderadamente resistente, 3 (de 11 a 30 massas de ovos) moderadamente suscetível, 4 (de 31 a 100 massas de ovos) suscetível e 5 (de acima de 100 massas de ovos) altamente suscetível. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a classificação das plantas, pode-se verificar uma expressão variada de resistência a M. paranaensis, pois, com exceção da classe de nota 0, todas as demais classes da escala de notas (1 a 4), apresentaram plantas classificadas conforme mostrado na tabela 2. Tabela 2. Nível de resistência a M. paranaensis por meio do índice de galhas (IG) nas raízes, de acordo com a escala estabelecida por Taylor e Sasser (1978). *Notas de 0 a 5 em relação à agressividade do nematoide nas raízes, sendo 0 (sem massas de ovos) considerado imune (I), 1 (de 1 a 2 massas de ovos) resistente (R), 2 (de 3 a 10 massas de ovos) moderadamente resistente (MR), 3 (de 11 a 30 massas de ovos) moderadamente suscetível (MS), 4 (de 31 a 100 massas de ovos) suscetível (S) e 5 (de acima de 100 massas de ovos) altamente suscetível (AS). Dentre os cafeeiros de C. canephora (tratamentos 1, 6 e 10), foram selecionadas uma planta como resistente e 13 plantas como moderadamente resistentes; e dentre C. arabica, 25 plantas como moderadamente resistentes. De todos os tratamentos analisados, os tratamentos 3, 10 e 12 se destacaram, uma vez que 50% das plantas avaliadas foram classificadas como resistentes ou moderadamente resistentes (notas 1e 2 respectivamente). O tratamento 6 apresentou uma planta com nota 1 e três plantas com nota 2, totalizando 4 plantas resistentes ou moderadamente resistentes, e os tratamentos 1 e 2 apresentaram 4 e 5 plantas moderadamente resistentes, respectivamente. O tratamento 8 (cultivar IAC 125 RN), que é resistente a duas raças de M. exígua (Fazuoli et. al., 2012), apresentou-se como moderadamente suscetível ou suscetível a M. paranaensis. Considerando o teste de médias, os tratamentos 1, 2, 3, 6, 10, 12 e 16, se apresentaram correlacionados e obtiveram as médias mais baixas encontradas (tabela 3) e, portanto com maior nível de resistência (Figura 2).

Tabela 3. Médias das notas obtidas pelos 17 tratamentos analisados relativos ao nível de resistência a M. paranaensis *Para o teste de médias, utilizou- o teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Figura 2. Comparação entre as raízes dos tratamentos que apresentaram maior resistência a M. paranaensis e o controle suscetível.

CONCLUSÃO Ao final das análises concluiu-se que nenhum dos tratamentos apresenta imunidade a M. paranaensis, porém, pode-se selecionar dentre as plantas analisadas, 1 planta resistente e 38 plantas com resistência moderada, que foram clonadas por meio de estaquia, para seguirem no processo de seleção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIC. Associação Brasileira da Indústria de Café. http://www.abic.com.br/.html Acessado em março de 2013; CARNEIRO, R. M. D. G.; ALMEIDA, M. R. A. Distribution of Meloidogyne spp. on Coffee in Brazil: identification, characterization and intraspecific variability. In: Mejoramiento sostenible del café arabica por los recursos genéticos, asistido por los marcadores moleculares, com énfasis en la resistencia a los nemátodos, 2000, Turrialba. Publicación Especial. CATIE / IRD, Turrialba, 2000. p. 43-48. FAZUOLI, L.C.; BRAGHINI, N.T.; SILVAROLLA, M.B; GONÇALVES, W.; MISTRO, J.C.; GUERREIRO FILHO, O.; GALLO, P.B.; ALMEIDA, S.R. IAC 125 RN, CULTIVAR of Coffea arabica resistant to rust and to nematode Meloidogyne exígua. In: ASIC 2012 International Conference on Coffee Science; ASIC San José Costa Rica, 2012 p. 857-861 CD ROM. GUERREIRO-FILHO, O. Coffee Leaf Miner Resistance. Brazilian Journal of Plant Physiology, v.18, n.1, p.109-117, 2006. GONÇALVES, W.; SILVAROLLA, M. B. Nematoides parasitos do cafeeiro. In: ZAMBOLIM, L. (Ed.). Tecnologias de produção de café com qualidade. Viçosa: UFV, Departamento de Fitopatologia, 2001. p. 199-268. HARTMANN, K. M.; SASSER, J. N. Identification of Meloidogyne species on the basis of differential host test and perineal patterns morfphology. In: BARKER, K. R.; CC. CARTER; SASSER, J. N. (Eds). An advanced treatise on Meloidogyne, v.2. Methodology. North Carolina State University Graphics, Raleigh, p.69-77, 1985. LORDELLO, L. G. E. Perdas causadas por nematoides. Revista de Agricultura, Piracicaba, v. 51, n. 2, p. 222, 1976. TAYLOR, A. L.; SASSER, J. N. Biology, identification and control of root knot nematodes (Meloidogyne spp.). Raleight, North Caroline State University, USAID, 1978. 111p.