O ESPAÇO AFRICANO AS PAISAGENS NATURAIS DO CONTINENTE AFRICANO ABERTURA



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Transcrição:

AS PAISAGENS NATURAIS DO CONTINENTE AFRICANO ABERTURA O continente africano tem seu território distribuído pelos quatro hemisférios do planeta, pois é cortado pelo Meridiano de Greenwich e pela Linha do Equador. Incluindo as ilhas, ocupa cerca de 30 milhões de km², dos quais, aproximadamente, 8.600.000 km² são constituídos por desertos. Esse imenso continente abriga uma população de 783 milhões de habitantes. Limita-se ao norte com o Mar Mediterrâneo, que separa a África da Europa, a nordeste com o Canal de Suez, a oeste com o Oceano Atlântico, a leste com o Oceano Índico e ao sul com a confluência desses dois oceanos. RELEVO O território africano data, geologicamente, do início da formação da crosta terrestre. As áreas estruturais constituídas de terrenos do Pré- Cambriano formam as porções mais estáveis e antigas do continente. Entretanto, na Era Cenozóica, ocorreram, nessa estrutura, intensas atividades vulcânicas, dobramentos e grandes falhamentos. Desses, o mais notável é o Rift Valley, que se estende por mais de 3.600 km. A atividade vulcânica recente ocorre ao longo do Rift, e os vulcões mais conhecidos são o Kilimandjaro e o Quênia. Nessa região concentram-se os maiores lagos, de origem tectônica, do continente, entre os quais se destacam o Niassa, o Vitória eotanganica. Na Era Cenozóica, os movimentos tectônicos provocaram Dobramentos ao norte do continente, formando montanhas elevadas, como a Cadeia do Atlas, na região do Magreb. No restante do continente, aparecem antigos maciços montanhosos, muito desgastados por um longo processo erosivo, os quais formam planaltos. HIDROGRAFIA Embora o território africano contenha grandes rios, cerca de 40% do continente é desprovido de cursos de água. Esse fato ocorre em razão das condições climáticas que provocam escassez de chuvas tanto ao norte quanto ao sul. RIO NILO Com seus 6.700 km, banha um décimo do continente africano. Seu sistema fluvial é composto de dois afluentes: o Nilo Branco, cujas nascentes se localizam no Lago Vitória e corre em direção norte, e o Nilo Azul, que nasce no Lago Tana. Este rio corta 2.000 km do Deserto do Saara sem receber nenhum outro afluente e deságua no Mar Mediterrâneo, formando um grande delta, intensamente utilizado para a Agricultura. -1-

RIO CONGO OU ZAIRE Atravessa todo o Zaire e deságua no Atlântico, percorrendo 4.348 km. Parte dele é navegável, porém apresenta inúmeras corredeiras em seu curso, o que dificulta sua utilização como meio de transporte de pessoas e mercadorias. RIO NÍGER Terceiro rio da África em extensão, percorre 4.200 km. Nasce nos Montes Fouta-Djalon, na República da Guiné, atravessa o Mali e o Níger, servindo de fronteira natural entre este e Benin, e deságua, formando um delta, no Golfo da Guiné, na Nigéria. Navegável em grande parte de seu curso, possui também diversas barragens para irrigação e geração de energia. CLIMA E VEGETAÇÃO Prestando atenção nos mapas de climas e vegetação da África, você percebe que de modo geral, tanto o clima quanto a vegetação repetem-se ao norte e ao sul. Isso ocorre porque a África é cortada pela Linha do Equador. Vejamos algumas características do clima e dos tipos de vegetação a ele associados, presentes no continente africano. Àfrica - Clima CLIMA EQUATORIAL - FLORESTA EQUATORIAL: Esse clima apresenta temperaturas médias anuais elevadas, variando de 25º C a 30º C, e intensa pluviosidade. A vegetação que se desenvolve associada a esse clima é a floresta equatorial formada de uma enorme gama de espécies. Suas árvores atingem até 60 m de altura. Em razão da existência de madeiras nobres, essa vegetação é intensamente explorada pelas indústrias madeireiras, processo que tem causado grande devastação ambiental na região. -2-

Àfrica - Clima CLIMA TROPICAL - SAVANA E ESTEPE: Esse clima apresenta temperaturas médias entre 20º C e 25º C e duas estações bem definidas: uma chuvosa no verão e outra seca no inverno, ambas com elevadas temperaturas. O fato de existir uma estação seca impede o surgimento de formação florestal. As savanas compõem-se de árvores de pequeno porte intermeadas por herbáceas e gramíneas e são o hábitat dos animais de grande porte. Elas abrangem uma área de aproximadamente 40% do território africano. As estepes são constituídas de ervas rasteiras e descontínuas. Nas áreas mais secas, o solo apresenta-se sem nenhuma cobertura vegetal. Àfrica - Clima CLIMA DESÉRTICO - VEGETAÇÃO DESÉRTICA: O clima desértico caracteriza - se por apresentar pluviosidade insignificante e irregular ou inexistente. As regiões desérticas apresentam elevada amplitude térmica: durante o dia, as temperaturas superam os 50º C e, à noite, caem até índices negativos. A vegetação desértica aparece na forma de tufos ralos e descontínuos que recebem água do orvalho resultante da grande variação de temperatura entre o dia e a noite. Àfrica - Clima CLIMA MEDITERRÂNEO E VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA: É encontrado no extremo norte e no extremo sul do continente africano. Esse clima apresenta verão quente e seco e invernos chuvosos de temperaturas médias. As temperaturas médias anuais variam entre 15º C e 20ºC. A vegetação associada a esse tipo climático é formada de espinheiros, arbustos e gramíneas. Nas regiões de clima mediterrâneo, cultivam-se oliveiras, uvas e frutas cítricas. -3-

ÁFRICA: COLONIZAÇÃO, DESCOLONIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS O início do processo de ocupação do continente africano pelos europeus ocorreu de duas formas: a primeira, de caráter comercial, entre os séculos XV e XIX, caracterizou-se pelo povoamento de algumas áreas litorâneas utilizadas para o comércio de mercadorias e escravos; a segunda, de cunho imperialista, surgiu na segunda metade do século XIX e distinguiu-se pela ocupação e domínio do território africano. Esse processo teve muita influência na formação dos estados africanos bem como na distribuição de sua população. COLONIZAÇÃO, DESCOLONIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS Na segunda metade do século XIX, os países europeus industrializados disputavam entre si áreas no mundo inteiro, principalmente na África e na Ásia, que lhe garantissem o fornecimento de matérias-primas, o consumo de seus produtos e onde pudessem investir o excedente de seus capitais. Assim iniciaram-se, no continente africano, grandes explorações geográficas com o objetivo de descobrir riquezas, dominar povos e territórios. Dessas ações, instituiu-se a colonização efetiva da África. Esse processo não ocorreu de forma pacífica, pois as potências européias jogavam seus domínios africanos uns contras os outros, com a finalidade de ampliar suas conquistas territoriais. A partir de 1880, a disputa pelo domínio do território africano intensificou-se, fazendo com que alguns países europeus se organizassem para evitar confrontos desgastantes para todos. Em 1884, as principais potências européias reuniram-se na Conferência de Berlim, a fim de normatizar a ocupação da África. Dividiram o continente entre si sem respeitar as características étnicas, culturais, linguísticas e histíricas de cada povo. Das quarenta unidades Políticas divididas até 1913, trinta e seis passaram diretamente ao controle europeu. Apenas a Etiópia, que expulsou os italianos de seu território, e a Libéria, ligada aos EUA, mantiveram-se independentes. Em 1939, sete potências européias ainda mantinham domínios na África e, algumas delas passaram a estimular o autogoverno, mas sem a concessão de independência política. A Partir do final da Segunda Guerra Mundial, uma Europa destruída e politicamente enfraquecida assistiu a uma série de movimentos separatistas por toda a África. Contudo, a independência da maior parte dos países africanos concretizou-se nas décadas de 60 e 70 do século XX. Muitos desses movimentos separatistas contaram com o apoio militar e bélico da então URSS, que tinha como objetivo expandir os seus domínios e via, nos novos países, um terreno fértil. Isso foi o estopim para que os Eua passassem a a apoiar as facções contrárias aos soviéticos e a pressionar os países europeus a realizar uma independência negociada com os africanos, para mantê-los sob o regime capitalista. Assim, mas a África deixou de ser explorada pelos europeus, passou a ser palco de conflitos gerados pela Guerra Fria entre as novas superpotências mundiais: EUA e a então URSS. Com o fim da Guerra Fria, os países africanos deixaram de ser interessantes para as superpotêcias e passaram a enfrentar as consequências de sua história. Sua independência foi acompanhada de violência e da imposição de regimes políticos repressores. As fronteiras artificialmente criadas colocaram, num mesmo território, povos diferentes e tribos milenarmente inimigas. O Processo de colonização gerou conflitos. Entre estes destacam-se: a guerra entre a Somália e a Etiópia, de 1977 a 1988; a guerra civil da Nigéria, conhecida como Guerra de Biafra, de 1966 a 1970; e a guerra pela independência da Namíbia, de 1966 até o final da década de 80, com guerrilhas contra a África do Sul, que tinha o domínio sobre a região. Esses combates, entre outros, levaram milhões de africanos à morte diretamente ou pela fome. -4-

ASPECTOS POPULACIONAIS A África possui 770 milhões de habitantes e a maior taxa de crescimento demográfico do mundo. A distribuição da população pelo território ocorre de forma desigual. As áreas desérticas, montanhosas e de florestas são praticamente despovoadas, enquanto os vales fluviais do Nilo e do Níger e áreas litorâneas do Magreb apresentam elevadas densidades demográficas. Os limites do Deserto do Saara funcionam como elemento de separação da África do Norte ou África Branca, da África Subsaariana ou África Negra. Essa divisão da população africana remonta à Antigüidade: a população branca é predominantemente de origem árabe e a negra compreende vários grupos étnicos, como sudaneses, bantos, pigmeus, bosquímanos e hotentotes. Além desses grupos históricos, a população africana é composta de minorias brancas de origem européia, chineses e indianos. A diversidade étnica implica uma variedade lingüística e religiosa. Ao lado de cultos animistas e primitivos, praticam-se o islamismo, o cristianismo e o hinduísmo. Clique nos mapas acima e observe a distribuição das religiões pela África, bem como as principais cidades do Continente. ÁFRICA - RELIGIÕES Islamismo Cristianismo Religiões primitivas África Branca África Negra -5-

ÁFRICA - POPULAÇÃO Cidades com mais de 2 milhões de habitantes -6-

ABERTURA A economia dos países africanos é dependente de exportações primárias, exceto a da África do Sul. Sendo assim, essas nações caracterizam-se por uma situação de subprodução para o mercado interno, em virtude do baixo poder de compra de sua população. Dos 31 países classificados pela ONU como extremamente pobres, 21 localizam-se na África Subsaariana. Por se enquadrarem no grupo de países subdesenvolvidos, apresentam como características econômicas gerais: AGROPECUÁRIA Embora a África seja um continente exportador de produtos agrícolas, é grande importador de alimentos. Essa aparente contradição tem uma explicação: os produtos agrícolas que exportam são comerciais e, para produzilos, utilizam os melhores solos. Já os alimentos são produzidos em lavouras de subsistência, em solos pobres, resultando em baixa produtividade. ÁFRICA - AGROPECUÁRIA Uva Cereais Café Tabaco Bovino Frutas cítricas Mandioca Sorgo Algodão Chá Amendoim Dendê Cacau Cana-de-açúcar Ovino ÌNDICO -7-

AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA A agricultura de subsistência é realizada em pequenas propriedades, com técnicas primitivas de cultivo e com ferramentas obsoletas, além da falta de conhecimentos técnicos do pequeno agricultor. As etapas utilizadas nesse sistema são a retirada da vegetação original, a capina, a queimada, o plantio e a rotação de terras, isto é, quando o solo se esgota, os agricultores procuram outras terras e reiniciam o processo. Essas características conferem a este tipo de agricultura uma baixa produtividade. AGRICULTURA NOS VALES FLUVIAIS Os vales fluviais são áreas férteis em virtude das inundações periódicas que sofrem na época das cheias. Com a construção de barragens no curso dos rios, as cheias foram controladas, por isso, a fertilização natural diminuiu consideravelmente ou até mesmo terminou. Os pequenos agricultores que não possuíam condições de adquirir adubos e implantar sistemas de irrigação artificiais abandonaram suas terras. Com isso, a produção de alimentos e cereais sofreu uma queda significativa, pois os grandes produtores passaram a cultivar produtos comerciais de maior aceitação no mercado externo. PLANTATION Trata-se de um sistema agrícola comercial de produtos tropicais para exportação e tem as seguintes características: é uma atividade especulativa, pois visa lucro no mercado internacional, que tem maior poder de compra; é uma monoexportação, pois privilegia um único produto; é socialmente excludente e concentradora de renda, pois utiliza técnicas inacessíveis aos pequenos agricultores e os lucros concentram-se nas mãos de grandes proprietários. AGRICULTURA MEDITERRÂNEA Ocorre na área de domínio do clima mediterrâneo, nos extremos norte e sul do continente: Região do Magreb - é uma região de cultivo milenar com pouca disponibilidade de água. Em conseqüência disso, os agricultores desenvolveram métodos de armazenamento da água proveniente da chuva, no inverno, e do derretimento da neve do Atlas, no verão. África do Sul - cultivam-se oliveiras e videiras em razão do clima. Nessa região, foram construídos canais de irrigação para o plantio de algodão e cana-de-açúcar. PECUÁRIA Nas áreas sob o domínio do clima semi-árido,pratica-se a criação de gado ovino e gado caprino, assim como camelos. Essas criações são feitas no Magreb, de duas maneiras: nômade, em que tribos se deslocam constantemente à procura de novas pastagens, e sazonal, em que os animais são levados para as regiões montanhosas na primavera, por causa da disponibilidade de água proveniente do derretimento das neves. -8-

MINERAÇÃO E INDÚSTRIA MINERAÇÃO Graças à predominância de escudos cristalinos, a África possui um subsolo rico em minerais metálicos e pedras preciosas. O extrativismo mineral é de fundamental importância para a economia do continente, pois gera divisas para vários países. Essa atividade econômica é controlada por grandes empresas multinacionais, que financiaram a implantação da infra-estrutura necessária à exploração, a compra de máquinas e equipamentos, a extração do minério e seu beneficiamento. Elas também controlam o transporte e a exportação, e ficam com o maior lucro. INDÚSTRIA As atividades industriais africanas são esparsas e representam pouco na economia do continente. Nos países exportadores de petróleo, o capital acumulado com as exportações desse minério favoreceu o desenvolvimento das indústrias têxtil, alimentícia, siderúrgica, petroquímica e de refinarias. Nos demais países, com exceção da África do Sul e Egito, as indústrias são tradicionalmente dos ramos têxtil e alimentício. MINERAÇÃO E INDÚSTRIA Refinaria Petróleo Carvão ÌNDICO Diamante Gás natural Recursos minerais Indústrias diversas Textil Papel Extrativismo Vegetal (madeira) Extração de látex -9-

TRANSPORTE Para entendermos a organização do espaço econômico da Àfrica e sua situação perante a economia mundial, precisamos analisar sua rede de transporte, traçada no Período Colonial. Essa rede de transporte visava ecoar os produtos de extrativismo para as colônias localizadas na Europa. -10-