Caso prático o contrato - promessa Em 1 Setembro de 2009, A casado no regime de separação de bens com B, celebrou com C, casado no regime de comunhão geral de bens com D, ambos residentes em Lisboa, um contrato promessa pelo qual se comprometia a comprar, e C a vender, um apartamento, com 3 assoalhadas, sito em Leiria, pelo preço de 100.000. O contrato foi feito por escrito particular, nele constado uma cláusula segundo a qual qualquer litigio emergente desse contrato seria exclusivamente submetidos aos Juízos Cíveis de Lisboa. Aquando da assinatura do contrato-promessa de compra e venda A entregou a C, a quantia de 25.000, tendo ficado acordado entre ambos que a 31 de Dezembro de 2009, A entregaria um reforço de 40.000, data em que lhe seriam entregue as chaves do apartamento, o que de facto aconteceu. Os restantes 35.000, seriam pagos na data da outorga da escritura pública de compra e venda, a celebrar no instituto Casa Pronta a funcionar na CRP Leiria, pelas 9 horas do dia 03 de Janeiro de 2011. A mudou-se, de imediato, no início do ano de 2010, para o referido apartamento, passando aí a residir habitualmente com o seu cônjuge B e filhos até à presente data. No dia 03 de Janeiro de 2011, o C e o D, não comparecerem no identificado instituto Casa Pronta a funcionar na CRP Leiria, para outorgarem a escritura pública de compra e venda. Em final de Fevereiro de 2011, A tem conhecimento que C se prepara para alienar o imóvel objecto do mencionado contrato promessa de compra e venda, pelo preço de 150.000, a E, tendo já Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 1
escritura de compra e venda marcada no 1º Cartório Notarial de Lisboa, para o dia 28 de Abril de 2011. A decide procurá-lo a si, solicitando-lhe que o patrocine nesta acção, peticionando tudo aquilo a que tem direito, para que defenda os seus interesses. Antes de propor a respectiva acção judicial, como técnico de direito, aconselha o seu constituinte A, a interpelar o(s) promitente(s) vendedor(es), por meio de notificação judicial avulsa para fixação do dia para cumprimento definitivo do contrato. 1- Que documentos/elementos deve solicitar ao seu constituinte para instruir a respectiva notificação judicial avulsa. 2- Elabore a respectiva notificação judicial avulsa para fixação do dia de cumprimento do contrato definitivo, a escritura pública de compra e venda. Proposta de resolução 1- Para instruir a notificação judicial avulsa para fixação do dia de celebração do contrato de compra venda são necessários os seguintes documentos/elementos: Contrato de compra e venda Procuração com poderes especiais de alienação da fracção Certidão negativa da Casa Pronta Procuração forense Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 2
Para o Advogado verificar os elementos do imóvel e dos Requerentes e Requeridos deve solicitar os seguintes elementos: BI/Cartão de cidadão dos Requerentes (A e B) e dos Requeridos (C e D ) Residência completa e actualizada dos Requerentes e dos Requeridos Certidão de teor Certidão matricial 2 Minuta da Notificação Judicial Avulsa de fixação de prazo para cumprimento do contrato-promessa de compra e venda; Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito dos Juízos Cíveis de Lisboa ( art. 84º do CPC) Requerentes: ( identificados nos termos do art. 467º nº 1 do CPC ) - Afonso Soares Guerreiro, contabilista, portador do BI nº 10776203, emitido em 03.06.1994, pelos SIC de Lisboa, contribuinte fiscal nº 111227430, e mulher Benedita Duarte Costa Guerreiro, professora, portadora do BI nº 10543022, emitido em 15.09.1996, pelos SIC de Lisboa, contribuinte nº 198479021, ambos residentes na Av. Marquês de Pombal, lote 2, 3º dto, 2400-535 Leiria, Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 3
Vêm requerer a Notificação Judicial Avulsa de Requeridos: - Casimiro Boa Sorte, construtor civil, portador do BI nº 1037529, emitido em 10.01.1994, pelos SIC de Lisboa, contribuinte nº 231137295, e mulher Deolinda Silva Boa Sorte, doméstica, portadora do BI nº 1065320, emitido em 14.10.1996, pelos SIC de Lisboa, contribuinte nº 198472021, ambos residentes na Rua dos Estados da América, nº 153 3º esq., 1700-122 Lisboa, Nos termos e com os seguintes fundamentos: 1º No dia 01.09.2009, foi outorgado entre o Requerente Afonso e o Requerido Casimiro, um contrato promessa de compra e venda da fracção autónoma destinada a habitação correspondente ao 3º andar direito, constituído com dois quartos, uma sala, uma cozinha e uma casa de banho, uma varanda e um lugar para parqueamento automóvel na cave, do prédio urbano sito na Av. Marquês de Pombal, lote 2, em Leiria, inscrito na matriz sob o artigo 2786 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Leiria, sob o nº 00213/611431 da freguesia de Leiria, pelo preço de 100.000 euros, conforme cópia que se junta e se dá por reproduzido para todos os efeitos legais ( doc. nº 1). 2º Para o efeito, o Requerente Afonso e o Requerido Casimiro deslocaram-se 1º Cartório Notarial de Lisboa, para reconhecerem Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 4
presencialmente as suas assinaturas, fazendo-se, este último, acompanhar de uma procuração da sua mulher Deolinda, com poderes especiais para o acto onde dá o seu consentimento aquele marido, para a celebração dos actos necessários à alienação da fracção, conforme cópia que se junta e se dá por reproduzido para todos os efeitos legais ( doc. nº 2). 3º No acto de outorga do contrato promessa o Requerente Afonso entregou ao Requerido Casimiro um cheque da CGD, no valor de 25.000,00, a título de sinal e antecipação parcial do preço. 4º No referido contrato ficou estipulado que a escritura de compra e venda seria outorgada no dia 03.01.2011, pelas 9 horas, no instituto Casa Pronta a funcionar na CRP de Leiria, conforme teor da cláusula 4ª daquele contrato, documento já supra junto como doc. nº 1. 5º No dia 31 de Dezembro de 2009, o Requerido marido entregou ao Requerente Afonso, as chaves do supra identificado apartamento, mediante a entrega deste do valor de 40.000,00. 6º No dia 03.01.2011, pelas 9 horas, os Requerentes dirigiram-se ao instituto Casa Pronta a funcionar na CRP Leiria, onde permaneceram cerca de 3 horas, sem que os Requeridos aparecessem para outorgar a escritura, conforme certidão negativa emitida pelo instituto Casa Pronta a 03.01.2011 ( doc. nº 2 ). 7º Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 5
Desde então, e até à presente data, Requerentes e Requeridos não celebraram a escritura de compra e venda do supra identificado apartamento. 8º No inicio de Fevereiro de 2011, os Requerentes tiveram conhecimento que os Requeridos se preparavam para vender a supra identificada fracção autónoma, pelo preço de 150.000, a Ernesto Branquinho tendo a escritura de compra e venda marcada para o 1º Cartório Notarial de Lisboa, para o dia 28.04.2011. 9º Os Requeridos apesar de estarem na posse do apartamento supra identificado desde início do ano de 2011, carecem de escritura pública, pois querem registar a fracção em seu nome no registo predial e dar entrada no Departamento de Obras Particulares da CML de um processo de obras e alterações da fracção. 10º Com a presente notificação judicial, pretendem os Requerentes notificar os requeridos para no dia 10 de Março de 2011, pelas 9 horas, estarem presentes no Cartório Notarial a cargo do Dr. Pedro Tavares, sito na Nova Leiria, nº 20, em Leiria, para outorgarem a escritura pública de compra e venda da fracção autónoma identificada supra no art. 1º deste requerimento. Termos em que, requerem a notificação dos Requeridos Casimiro e Deolinda, para cumprirem o contrato promessa de compra e venda, comparecendo no dia 10.03.2011, pelas 9 horas, no Cartório Notarial a cargo do Dr. Pedro Tavares, sito na Nova Leiria, nº 20, em Leiria, para outorgarem a escritura Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 6
pública de compra e venda da fracção autónoma identificada supra no art. 1º deste requerimento. De acordo com o disposto no art. 261º nº 1 do CPC, os Requerentes designam com Agente de Execução para efectuar a notificação judicial avulsa dos Requeridos, o Exmo Sr. Pedro Guarda, Agente de Execução nº 3418, com residência profissional na Avenida da Liberdade, lote 30, 2º Esq., em Lisboa. Junta: Três documentos, procuração forense. Nota: Juntar documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça ( art. 453º nº 4 do CPC ) se não for indicado agente de execução Se for indicado AE é pago o valor a este. ( CPC, art. 13º, nº 2 e 14º nº 2 do RCP DL 34/2008 de 26.02) O/A Advogado/a Céd. e residência profissional Ana Alves Pires Formadora PPC CDC OA Página 7