Leis de Newton e Forças Gravitacionais



Documentos relacionados
Forças Gravitacionais Diferenciais e Sistema Solar

Forças Gravitacionais Diferenciais e Sistema Solar

Unidade IX: Gravitação Universal

Unidade IX: Gravitação Universal

Estações do Ano e Fases da Lua

Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe

Movimento Anual do Sol, Fases da Lua e Eclipses

Movimentos da Terra e suas consequências

Podemos considerar a elipse como uma circunferência achatada. Para indicar o maior ou menor achatamento, definimos a excentricidade:

Apostila de Física 28 Gravitação Universal

Introdução À Astronomia e Astrofísica 2010

Lista Gravitação. Lista de Física

Aula 04: Leis de Newton e Gravitação Tópico 05: Gravitação

GRAVITAÇÃO. 1. (Ufmg 2012) Nesta figura, está representada, de forma esquemática, a órbita de um cometa em torno do Sol:

Lista 1_Gravitação - F 228 2S2012

Movimento Annual do Sol, Fases da Lua e Eclipses

ENSINO MÉDIO 01 - PLANETA TERRA FORMA E MOVIMENTO

Introdução À Astronomia e Astrofísica 2010

UNIDADE 2: ASTRONOMIA

Boa tarde a todos!! Sejam bem vindos a aula de Física!! Professor Luiz Fernando

Introdução à Astrofísica. As Leis de Kepler. eclipse.txt. Rogemar A. Riffel

Exercícios de Física Gravitação Universal

GABARITO DA PROVA OLÍMPICA DO NÍVEL II DA II OBA

Autor: (C) Ángel Franco García. Ptolomeu e Copérnico. Os planetas do Sistema Solar. Os satélites. Atividades

Sistema Sol-Terra-Lua

PAUTA DO DIA. Acolhida Revisão Interatividades Intervalo Avaliação

Exercícios de Física Gravitação Universal


SISTEMA SOLAR TERRA, SOL E LUA

Figura 1 - O movimento da Lua em torno da Terra e as diferentes fases da Lua

15 O sistema solar e seus planetas

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS

Insígnia de Competência de Astrónomo Alguns apontamentos para Exploradores

Física. Física Módulo 1 Leis de Newton

Leis de Newton. Física Professora Cristiane

1- Durante o dia conseguimos ver apenas o brilho do Sol e não conseguimos ver o brilho de outras estrelas. Explique por que isso acontece.


UNIDADE 2 MOVIMENTOS NO SISTEMA SOLAR Texto 1 Notas de aula (M. F. Barroso)

MÓDULO DE FÍSICA OLIMPÍADA Professor: Daniel Paixão. Movimentos de Rotação, Translação e Estações do ano. AULAS 1 e 2. Fases da Lua. Eclipses.

ÓRBITA ILUMINADA HU F 152/ NT4091

O Sistema Solar, a Galáxia e o Universo. Prof Miriani G. Pastoriza Dep de Astronomia, IF

PROF: LUCAS A. XAVIER

1 a QUESTÃO: (2,0 pontos) Avaliador Revisor

Universidade Federal Fluminense

Introdução À Astronomia e Astrofísica 2010

SISTEMA PLANETÁRIO COMO OS PLANETAS SE MOVEM

Introdução À Astronomia e Astrofísica 2010

ASTRONOMIA NO DIA-A-DIA Dr. André Milone

As Fases da Lua iluminado pela luz do Sol A fase da lua representa o quanto dessa face iluminada pelo Sol está voltada também para a Terra

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de?

CIÊNCIAS PROVA 2º BIMESTRE 6º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA

O Sistema Solar 11/12/2014. Unidade 2 O SISTEMA SOLAR. 1. Astros do Sistema Solar 2. Os planetas do Sistema Solar

Escola Estadual Jerônimo Gueiros Professor (a) Supervisor (a): Ary Pereira Bolsistas: Ana Moser e Débora Leyse

APOSTILA DE GRAVITAÇÃO. Johannes Kepler ( )

Movimento real e aparente das estrelas e dos planetas

Leis de Newton. Dinâmica das partículas Física Aplicada

Prof. Franco Augusto

Leis de Isaac Newton

Avaliação da unidade II Pontuação: 7,5 pontos

Considera-se que o Sistema Solar teve origem há cerca de 5 mil milhões de anos.

Astronomia/Kepler. As hipóteses de Kepler [editar] Colaborações com Tycho Brahe [editar]

(QRV3LFD]]LR NÃO HÁ PERMISSÃO DE USO PARCIAL OU TOTAL DESTE MATERIAL PARA OUTRAS FINALIDADES. NASA

Para ajudá-los nos estudos, após resolver o exercício de revisão faça a correção a partir deste documento. Bons Estudos!

As leis de Newton e suas aplicações

Lista 13: Gravitação. Lista 13: Gravitação

e) Primeira Lei de Kepler. c) Lei de Ampére;

GRAVITAÇÃO UNIVERSAL. a) 1/2. b) 2. c) 1/4. d) 4. e) 3/4.

Escola E. B. 2º e 3º ciclos do Paul. Trabalho elaborado por: Diana Vicente nº 9-7ºB No âmbito da disciplina de Ciências Naturais

I Olimpíada Brasileira de Astronomia Brasil, 22 de agosto de Nível 1 GABARITO OFICIAL

Planetário de pobre. Introdução. Materiais Necessários. Vamos simular e entender o movimento da abóbada celeste com uma montagem simples e barata.

a) O tempo total que o paraquedista permaneceu no ar, desde o salto até atingir o solo.

Introdução à Astrofísica. Rogemar A. Riffel

4ºano Turma Mista. Autora: Beatriz Rodrigues

Gabarito dos exercícios do livro Ciências cap. 5 e 6

Leis da Gravitação Universal de Newton

XI OLIMPÍADA REGIONAL DE CIÊNCIAS-2009 O Sistema Solar

As Influências da Lua na Terra e o Fenômeno das Marés

Bacharelado Engenharia Civil

OBA Conteúdos das Avaliações Data: 15/5/2015 (6ª feira)

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br

Professor : Vinicius Jacques Data: 03/08/2010 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES / LEIS DE NEWTON

OS MODELOS PARA A DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO DOS CORPOS NO SISTEMA SOLAR Notas para estudo (M. F. Barroso)

Fundamentos da física - Ramalho, Nicolau e Toledo Edição Histórica - vestibular ITA. SUA BUSCA Assunto: Gravitação

FORÇA DE ATRITO PLANO INCLINADO

SOCIEDADE ASTRONÔMICA BRASILEIRA SAB VII Olimpíada Brasileira de Astronomia VII OBA Gabarito do nível 2 (para alunos da 3ª à 4ª série)

Estudo para OBA Olimpíada Brasileira de Astronomia. Nível 1. 2º ano Água

APRENDER A APRENDER CONTEÚDO E HABILIDADES APRENDER A APRENDER DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CIÊNCIAS. Conteúdo: Sistema Solar

No ano de 1687 foi publicado -com o imprimatur de S. Pepys- a Philosophiae naturalis principia mathematica de Isaac Newton ( ).

FÍSICA GABARITO LISTA DE EXERCÍCIOS 2 APOSTILA 13

Oficina de CNII/EF Material do Aluno. Tema: Sistema Solar. Prezado Aluno,

Cap. 4 - Princípios da Dinâmica

Docente: Prof. Doutor Ricardo Cunha Teixeira Discentes: Carlos Silva Sara Teixeira Vera Pimentel

ASTRONOMIA NO DIA A DIA

Conteúdo: Aula 1: Movimentos da Terra: movimento de Translação e as estações do ano. Aula 2: Solstícios e Equinócios FORTALECENDO SABERES

Física Geral I F -128

Apostila de Atividades

DINÂMICA. Força Resultante: É a força que produz o mesmo efeito que todas as outras aplicadas a um corpo.

TC DE FÍSICA 2 a SÉRIE ENSINO MÉDIO

Na análise das condições de equilíbrio de um corpo extenso verificamos que:

Transcrição:

Introdução à Astronomia Leis de Newton e Forças Gravitacionais Rogério Riffel

Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Newton era adepto das ideias de Galileo. Galileo: Um corpo que se move, continuará em movimento a menos que uma força seja aplicada e que o force a parar Foi uma comprovação experimental de Galileo. Galileo, que descobriu os satélites de Júpiter, comunicou seus dados a Kepler, que verificou que eles obedeciam às Três Leis de Kepler, porém com um valor da constante K diferente na terceira Lei. 60 anos mais tarde Newton deu uma explicação completa ao movimento e como as forças atuam (1665).

Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Primeira Lei de Newton: Lei da Inércia Na ausência de forças externas, um objeto em repouso permanece em repouso, e um objeto em movimento permanece em movimento, ficando em movimento retilíneo e com velocidade constante. Esta propriedade do corpo que resiste à mudança, chama-se inércia. A medida da inércia de um corpo é seu momentum. Referencial Inercial.

Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Segunda Lei de Newton: Lei da Força A força líquida aplicada a um objeto é igual à massa do objeto vezes a aceleração causada ao corpo por esta força. A aceleração é na mesma direção da força.

Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Segunda Lei de Newton: Lei da Força. A força líquida aplicada a um objeto é igual à massa do objeto vezes a aceleração causada ao corpo por esta força. A aceleração é na mesma direção da força. Taxa de Variação da Velocidade com o tempo Taxa de Variação do momentum com o tempo

Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Terceira Lei de Newton: Ação e Reação Para cada ação existe uma reação igual e oposta.

Lei da Gravitação Universal Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Como foi que Newton descobriu a Lei da Gravitação Universal? Considerando o movimento da Lua em torno da Terra e as leis de Kepler. Aceleração em Orbitas Circulares No Quadro

Lei da Gravitação Universal Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm A força centrípeta que o Sol exerce sobre um planeta de massa m, que se move com velocidade v à uma distância r do Sol, é dada por: Para uma órbita circular o período P do planeta é dado por:

Lei da Gravitação Universal Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Lembrando da terceira lei de Kepler: Onde a constante K depende apenas das unidades de P e r: Constante

Lei da Gravitação Universal Leis de Newton http://www.astro.ufrgs.br/bib/newton.htm Seja m a massa do planeta e M a massa do Sol. Substituindo-se esta velocidade na expressão da força centrípeta exercida pelo Sol no planeta, a força pode então ser escrita como: Pela terceira lei de Newton: Assim Newton deduziu que: G = Constante Gravitacional

Derivação da Constante K Suponha dois corpos de massa m1 e m2 orbitando em torno do centro de massa. Atração Gravitacional entre eles: Força centrípeta em cada um: A velocidade média da partícula m1 é: O Mesmo é válido para m2

Derivação da Constante K Pela terceira lei de Newton Para partícula 1: Para partícula 2:

Derivação da Constante K Pela terceira lei de Newton Para partícula 1: Para partícula 2:

Derivação da Constante K A expressão anterior pode ser escrita como: Como: Logo: A constante de kepler não é uma constante, pois depende das massas.

Parte II

Derivação da força diferencial A força gravitacional diferencial é a diferença entre as forcas exercidas em duas partículas vizinhas por um terceiro corpo, mais distante; Responsáveis por fenômenos como a precessão e as marés; A força diferencial tende a separar as duas partículas, pois em relação ao centro de massa elas se afastam.

Derivação da força diferencial r R Ver livro texto ou hipertexto

Marés Atração gravitacional exercida pelo Sol e Lua na Terra; A atração gravitacional sentida por cada ponto da Terra devido à Lua (Sol) depende da distância do ponto a Lua; Em relação ao centro da Terra, um lado está sendo puxado na direção da Lua e o outro sendo puxado na direção contrária.

Marés As marés acontecem duas vezes a cada 24h 48min, que é a duração do dia lunar

Marés Como r é muito maior do que R, θ é muito pequeno e F P é quase paralela a direção de F C.

Marés na Terra pela Lua e pelo Sol A força de maré aplicada pela Lua na Terra é mais de 2 vezes maior do que a aplicada pelo Sol.

Marés e a rotação sincronizada da Lua Força de maré causada pela Terra em uma partícula na Lua Força de maré causada pela Lua em uma partícula na Terra A força de maré causada pela Terra na Lua é aproximadamente 20 vezes maior do que a força de maré causada pela Lua na Terra.

Marés e a rotação sincronizada da Lua Acredita-se, que no passado o período de rotação da Lua era menor do que o seu período de translação em torno da Terra; Ao girar, ela tentava arrastar consigo os bojos de maré, que sempre ficavam alinhados na direção da Terra; Movimento relativo entre diferentes partes da Lua, que gerava atrito, que por sua vez tendia a frear a rotação. Rotação sincronizada com a translação: Marte, Phobos e Deimos; cinco luas de Júpiter; 9 luas de Urano; a lua Tritão de Netuno; Plutão-Caronte.

Limite de Roche É a distância mínima do centro do planeta que um satélite fluido pode chegar sem se tornar instável frente a rompimento por maré.

Precessão A Terra não é perfeitamente esférica, mas achatada nos pólos e bojuda no equador (d E é 40 km > d P ); O plano de equador terrestre, e portanto o plano do bojo equatorial, está inclinado ~23 0 em relação a eclíptica, que por sua vez está ~5 0 em relação ao plano da órbita da Lua; As forças diferencias (mais importantes nos bojos) tentem não apenas achatála mais ainda, mas também tendem a endireitar o seu eixo, alinhando-o com o eixo da eclíptica.

Precessão Como a Terra está girando, o eixo da Terra não se alinha com o eixo da eclíptica, mas precessiona em torno dele, da mesma forma que um pião posto a girar precessiona em torno do eixo vertical ao solo Torque Variação do momentum angular Como L e N são perpendiculares o torque não altera o módulo de L, mas apenas sua direção, fazendo-o precessionar em torno do eixo perpendicular ao solo.

Precessão No caso da Terra, as forças diferenciais gravitacionais da Lua e do Sol produzem um torque que tende a alinhar o eixo de rotação da Terra com o eixo da eclíptica, mas como esse torque é perpendicular ao momentum angular de rotação da Terra, seu efeito é mudar a direção do eixo de rotação, sem alterar sua inclinação. Cada pólo celeste se move lentamente em torno do respectivo pólo da eclíptica, descrevendo uma circunferência em torno dele com raio de 23,5 0. O tempo necessário para descrever uma volta completa é 25 770 anos. Variação do pólo Norte celeste em relação ao pólo da eclíptica Atualmente o Pólo Celeste Norte está nas proximidades da estrela Polar, na constelação da Ursa Menor, mas isso não será sempre assim. Daqui a cerca de 13000 anos ele estará nas proximidades da estrela Vega, na constelação de Lira.

Precessão A precessão não tem nenhum efeito importante sobre as estações, uma vez que o eixo da Terra mantém sua inclinação de 23,5 0 em relação ao eixo da eclíptica enquanto precessiona em torno dele. Como o ano do nosso calendário é baseado nos equinócios, a primavera continua iniciando em setembro no hemisfério sul, e em março no hemisfério norte. A única coisa que muda são as estrelas visíveis no céu durante a noite em diferentes épocas do ano. A intensidade das estações pode ser alterada. Atualmente é verão no hemisfério Sul quando o Sol está no periélio e inverno no hemisfério Sul quando o Sol está no afélio. Em ~13000 anos a situação se reverterá. Nutação: Componente não circular (bamboleio) do movimento do pólo da terra em torno do pólo da eclíptica, causada principalmente por pequenas variações na inclinação da órbita da lua e pelo deslocamento da linha dos nodos da órbita. Principal componente: 9,5 de amplitude e período 18,613 anos.

O Sistema Solar Sol Planetas com suas luas e anéis Asteróides Cometas

Composição Química da Atmosfera do Sol

O Sistema Solar Órbitas dos planetas externos em torno do Sol e do cometa Halley A órbita de Plutão é inclinada 17 em relação ao plano médio dos outros planetas