Análise geoestatística da condutividade elétrica aparente do solo em sistemas de integração lavoura-pecuária em Mato Grosso do Sul

Documentos relacionados
Condutividade elétrica e atributos físicos e químicos de um Latossolo após 15 anos sob sistemas de manejo em Mato Grosso do Sul

VARIABILIDADE ESPACIAL DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NO SOLO EM UM TALHÃO DE LARANJA: AMOSTRAS EM GRIDES REGULARES. Lucas Santana da Cunha 1 RESUMO

Ajuste de grades amostrais para o mapeamento da resistência à penetração de um Latossolo Bruno

ANÁLISE DA VARIABILIDADE ESPACIAL DA MATÉRIA ORGÂNICA EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO 1

Capacitância elétrica e sua correlação com atributos do solo visando aplicação na agricultura de precisão

A oportunidade de manejo por sítioespecífico indicada na variação espacial da condutividade elétrica aparente do solo

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Variabilidade espacial e temporal de carbono e fósforo em sistemas de integração lavoura-pecuária em Mato Grosso **

Álvaro V. Resende Embrapa Milho e Sorgo

RESENHA 1. Aluno: Rodrigo de Almeida Muniz Doutorando: Engenharia de Sistemas Agrícolas

Nivelamento: conceitos básicos sobre geoestatística. Dr. Diego Silva Siqueira Colaborador no Grupo de Pesquisa CSME

VARIABILIDADE ESPACIAL APLICADA A PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEIS.

Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão- ConBAP 2014 São Pedro - SP, 14 a 17 de setembro de 2014

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Zootecnia, Pesquisador A da Embrapa CPPSUL 2

Artigo 2 Rafaelly Suzanye da Silva Santos

VARIABILIDADE ESPACIAL DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DO SOLO EM ÁREA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA FLORESTA

VARIABILIDADE ESPACIAL DA DENSIDADE DE UM LATOSSOLO SOB CAFEICULTURA NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

VARIABILIDADE ESPACIAL DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DO SOLO CORRELACIONADOS COM A MATÉRIA ORGÂNICA E ARGILA

Sensor de medidas elétricas e sua correlação com a textura do solo

IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DA FERTILIDADE QUÍMICA DO SOLO INTERFERINDO NA PRODUTIVIDADE EM AGRICULTURA DE PRECISÃO

Sistema Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária em Mato Grosso do Sul

Variabilidade espacial de propriedades do solo em pastagem manejada intensivamente em São Carlos, SP

Distribuição espacial dos atributos físicos do solo no Horto Florestal São Benedito

Quem Somos. Diferencial. O que fazemos. Cases. Como fazemos. Clientes e Parceiros. Entregáveis e Benefícios. Contato

Análise de Componentes Principais para Definição de Zonas de Manejo em Agricultuta de Precisão

Variabilidade espacial da resistência mecânica do solo à penetração sobre a produtividade do milho 2ª safra

Perfil geoestatístico de taxas de infiltração do solo

CARACTERIZAÇÃO DO BANCO DE SEMENTES DE ÁREAS SOB SISTEMAS DE PREPARO DE SOLOS EM DOURADOS, MS 1

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

GERAÇÃO DE UM ÍNDICE DE FERTILIDADE PARA DEFINIÇÃO DE ZONAS DE MANEJO EM AGRICULTURA DE PRECISÃO

Geoestatística aplicada à agricultura de precisão

3 Simpósio Internacional de Agricultura de Precisão

SUPRESSÃO QUÍMICA DO CRESCIMENTO DE Panicum maximum CV. ARUANA CULTIVADO EM CONSÓRCIO COM A SOJA

Laboratório Nº 5. A geoestatística permite descrever a continuidade espacial, a qual é uma característica

Comunicado Técnico. Variabilidade Espacial de Teores de Nutrientes em Folhas de Soja como Ferramenta para Agricultura de Precisão.

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

Agricultura de Precisão. EAD CR Campeiro7 Edição 2015

VARIABILIDADE ESPACIAL DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM LATOSSOLO VERMELHO EUTRÓFICO EM MARACAJU - MS

Variabilidade espacial da produtividade de milho cultivado em um LATOSSOLO VERMELHO

RELATÓRIO DO LABORATÓRIO 5 GEO-ESTATÍSTICA

Como oferecer serviços com as melhores técnicas para lucratividade aos produtores rurais e às empresas

UTILIZAÇÃO DE GEOESTATÍSTICA PARA O ESTUDO DO ATRIBUTO COBRE NO SOLO. Gabriel Tambarussi Avancini 1 RESUMO

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

AGRICULTURA DE PRECISÃO: ESTADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS

DEMANDA HÍDRICA DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA EM MATO GROSSO DO SUL

DENSIDADE AMOSTRAL DO SOLO NA RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM PARA CANA-DE AÇUCAR

ANÁLISE GEOESTATÍSTICA: UMA INTRODUÇÃO. Célia Regina Grego

VARIABILIDADE ESPACIAL DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DE UM SOLO COESO RELACIONADA COM ARGILA

Como fazer a Agricultura de Precisão avançar no Brasil

VARIABILIDADE PRODUTIVA DE PASTAGEM COM Brachiaria brizantha EM FUNÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO SOB TOPOSSEQUÊNCIA.

Atributos do solo em um módulo de cultivo intensivo de hortaliças orgânicas. Soil attributes in an intensive cultivation module of organic vegetables.

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Um estudo da variabilidade espacial de condutividade elétrica do solo

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Aplicação da análise descritiva e espacial em dados de capacidade de troca de cátions

O uso de técnicas geoestatísticas na espacialização da argila do solo

Variabilidade do solo como indicador da oportunidade da agricultura de precisão em sistema de plantio direto **

NÍVEIS DE FERTILIDADE DO SOLO EM AREA COMERCIAL CULTIVADA COM O ALGODOEIRO EM IPAMERI, GO (*)

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

CÉLIA REGINA GREGO (1), SIDNEY ROSA VIEIRA (2) & OSVALDO GUEDES FILHO (3) Material e Métodos. Introdução

MAPEAMENTO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E DA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO MILHO EM SISTEMA DE AGRICULTURA DE PRECISÃO E CONVENCIONAL

Henrique Pereira dos Santos 1 ; Renato Serena Fontaneli 2 ; Silvio Tulio Spera 3 & Jane Rodrigues de Assis Machado 4

Ocorrência de artrópodes em área recuperada com o Sistema de Integração Lavoura- Pecuária 1. Paulo A. Viana 2 e Maria C. M.

Atributos físicos e condutividade elétrica aparente de um Latossolo Vermelho

Estoque de carbono no solo e produtividade da cana-de-açúcar analisados quanto a variabilidade espacial

II SIMPAGRO da UNIPAMPA

IV Simpósio de Geoestatística Aplicada em Ciências Agrárias 14 e 15 de Maio de 2015 Botucatu, São Paulo

Variabilidade espacial da condutividade elétrica em pomares de laranja

Laboratório 5 Analise Espacial de Dados Geográficos Geoestatística Linear

ÍNDICE S EM ÁREA DE MONOCULTIVO DE MILHO SOB DIFERENTES MÉTODOS DE PREPARO DO SOLO

IV Simpósio de Geoestatística Aplicada em Ciências Agrárias 14 e 15 de Maio de 2015 Botucatu, São Paulo

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SOLO DO CERRADO SOB DIFERENTES USOS AGRÍCOLAS, NO MUNICÍPIO DE IPAMERI - GO

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO ANTES E APÓS A COLHEITA DO MILHO (Zea mays L.) CULTIVADO EM SOLO HIDROMÓRFICO 1

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

CALAGEM NA SUPERFÍCIE DO SOLO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO EM CAMPO NATIVO. CIRO PETRERE Eng. Agr. (UEPG)

Palavra-chave: densidade de árvores, Eucalyptus urophylla, sistemas agroflorestais

PRODUTIVIDADES DE MILHO EM SUCESSIVOS ANOS E DIFERENTES SISTEMAS DE PREPARO DE SOLO (1).

PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO EM DIFERENTES SISTEMAS DE ROTAÇÃO E SUCESSÃO DE CULTURAS EM GOIÂNIA, GO

Consolidação das Pesquisas em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no Brasil

Atributos químicos do solo sob diferentes tipos de vegetação na Unidade Universitária de Aquidauana, MS

CORRELAÇÃO ESPACIAL E LINEAR DE ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA 1

VARIABILIDADE ESPACIAL DA ALTURA DE PASTAGEM DE CAPIM MASSAI SOB DOIS MÉTODOS DE PASTEJO

Avaliação de cobertura de solo em sistemas intensivos de cultivo 1

EVAPOTRANSPIRAÇÃO E COEFICIENTES DE CULTIVO DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE MATO GROSSO DO SUL

Variabilidade espacial da disponibilidade de forragem em sistemas de pastejo nas estações chuvosa e seca

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

Tecnologias da Geoinformação aplicadas a Agricultura de Precisão. EAD CR Campeiro7 Edição 2015

Perda de produtividade da soja em área infestada por nematoide das lesões radiculares na região médio norte do Mato Grosso **

Densidade do solo de um Nitossolo sob cultivo de cana-de-açúcar utilizando analises geoestatística e bayesiana

SUPRESSÃO DE PLANTAS DANINHAS EM SISTEMAS INTEGRADOS DE CULTIVO COM MILHO SAFRINHA

Cases of Study. Cerrado region large farmers Company System. P.Grossa/PR Medium farmers Coop. System

Acadêmicos Carla Regina Pinotti (UNESP/Ilha Solteira) Maria Elisa Vicentini (UNESP/Jaboticabal)

INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA ESPACIAL. Prof. Anderson Rodrigo da Silva

Comparação entre sensores de condutividade e resistividade elétrica do solo

ANÁLISE DE SUPERFÍCIES: VARIÁVEIS DO SOLO VS. PRODUTIVIDADE DE CULTURAS AGRÍCOLAS

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

Fundação de Apoio e Pesquisa e Desenvolvimento Integrado Rio Verde

Transcrição:

56 Análise geoestatística da condutividade elétrica aparente do solo em sistemas de integração lavoura-pecuária em Mato Grosso do Sul Éder Comunello* 1, Julio Cesar Salton 1, Michely Tomazi 1, Simone Silmara Werner Gurgel Do Amaral 2 1 Pesquisador, Embrapa Agropecuária Oeste, CEP 79804-970, Dourados, MS, Brasil 2 Pós-Graduanda, Doutorado em Estatística e Experimentação Agronômica, USP/Esalq, Piracicaba, SP, Brasil * E-mail: eder.comunello@embrapa.br Resumo: O presente artigo descreve os procedimento adotados para a análise geoestatística de dados de condutividade elétrica aparente do solo (CEa) obtidos de um sistema de integração lavoura-pecuária (SILP) localizado em Dourados, Mato Grosso do Sul. A área refere-se a um experimento de longa duração, com diferentes sistemas de manejo (tratamentos), implantado desde 1996 em um Latossolo típico da região. Dados de CEa em duas profundidades, coordenadas planas e altitudes, foram coletados utilizando o equipamento VERIS Soil EC 3100. Para a análise dos dados utilizou-se o programa R for Windows, destacando-se o pacote geor. A análise exploratória dos dados mostrou-se fundamental para a adequada modelagem dos variogramas. Diversos modelos foram avaliados e ajustados, considerando diferentes funções e fontes de tendência. Identificou-se tendência apenas na camada superior avaliada (CEa 30cm), sendo decorrente do efeito dos tratamentos (sistemas de manejo). A função com melhor ajuste nessa camada foi a exponencial. A camada inferior (CEa 90cm) não demonstrou tendência e os dados foram melhor ajustados pela função esférica. A variável CEa 30cm mostrou-se mais adequada à definição de zonas homogêneas, uma vez que permite considerar o efeito dos diferentes sistemas de manejo na análise geoestatística. Palavras-chave: agricultura de precisão, sistemas integrados de produção, manejo localizado, zonas homogêneas, zonas de manejo Geostatistical analysis of apparent soil electrical conductivity in an integrated crop-livestock system in Mato Grosso do Sul State, Brazil PERENES Abstract: This paper describes the procedures adopted for the geostatistical analysis of apparent soil electrical conductivity (EC) data obtained in an integrated crop-livestock system located in Dourados, Mato Grosso do Sul State, Brazil. The study area is a long-term experiment with different crop management systems (treatments), implanted since 1996 in a typical oxissol of that region. The EC data at two depths and coordinates were collected using equipment VERIS Soil EC 3100. The statistical program R for Windows was used for data analysis, especially the package geor. Exploratory analysis of data was essential for the proper modeling of variograms. Some models were evaluated and adjusted, considering different functions and trend sources. Trend effect was identified only in the upper layer (EC 30cm) due to the effect of treatments. In that layer the exponential function had a better fit. The bottom layer (EC 90cm) showed no trend and the data were best fitted by the spherical function. The variable EC 30cm was more adequate for the definition of homogeneous zones, since it allows considering the effect of different crop management systems on the geostatistical analysis. Keywords: precision farming, integrated production systems, site-specific management, homogeneous zones, management zones 530 AGRICULTURA DE PRECISÃO: RESULTADOS DE UM NOVO OLHAR

1. Introdução A atual demanda mundial por alimentos, fibras e energia exerce grande pressão sobre a atividade agropecuária, exigindo que a produção seja dada em níveis cada vez maiores. Ao mesmo tempo, a comunidade mundial tem evidenciado sua preocupação com a sustentabilidade dos processos produtivos, passando a exigir práticas e processos produtivos cada vez mais racionais e eficazes. O atendimento dessas demandas só é possível pelo contínuo processo de aprimoramento científico e tecnológico, no qual surgem novas tecnologias, tal como a Agricultura de Precisão (AP), um conjunto de ferramentas e de conceitos para gerenciar a variabilidade espacial de atributos do solo, da planta e do ambiente, visando a obtenção de elevadas produtividades e maior eficiência de uso de práticas e insumos. Ou seja, na AP busca-se um balanço entre a máxima produtividade das culturas e a manutenção da estabilidade econômica, possibilitando a utilização dos recursos naturais renováveis com minimização dos impactos ambientais (CORWIN; LESCH, 2003). A chave para o sucesso da AP está na identificação e delimitação de regiões homogêneas dentro da área produtiva, as quais receberiam tratamento diferenciado visando compensar as diferenças existentes em relação às demais glebas. E ao permitir avaliar a variabilidade espacial do solo, a AP se torna uma ferramenta de grande valia na tomada de decisões gerenciais para os diferentes sistemas de cultivo (KOCH; KHOSLA, 2003). A principal vantagem da AP é a possibilidade de aplicar os insumos na quantidade e local corretos. Por outro lado, sua grande limitação é que, para avaliar adequadamente a variabilidade espacial do solo, muitas vezes são necessárias amostragens intensivas e caras. Ferramentas e métodos rápidos, confiáveis e de baixo custo são de grande importância tanto para a pesquisa como para o setor produtivo, sendo cruciais para o sucesso da AP em escala comercial (McBRATNEY et al., 2005; LUCHIARI JUNIOR et al., 2011). Deste modo, buscam-se alternativas para a redução da amostragem, sem ônus para a confiabilidade do método. E uma das alternativas para redução da amostragem é utilizar o método de definição de zonas de manejo (LUCHIARI JUNIOR et al., 2011). Nesse método, critérios tais como: histórico da área, topografia, atributos do solo, produtividade e condutividade elétrica, podem ser empregados para orientar a delimitação de áreas homogêneas (zonas de manejo) e locais para as amostragens de interesse. O uso de dados de condutividade elétrica aparente (CEa) do solo como ferramenta para reduzir a amostragem tem sido preconizado pela pesquisa brasileira em AP. Essa variável tem estreita relação com vários atributos do solo (textura, umidade, presença de sais, teor de matéria orgânica) que afetam a produtividade, e podem auxiliar na interpretação das variações espaciais de rendimento das culturas (MACHADO et al., 2006; SIRI-PRIETO et al., 2006). A CEa pode ser medida com equipamentos relativamente simples e com grande eficiência operacional. Vários sensores de campo podem ser utilizados, tendo sido escolhido, especificamente para os projetos de pesquisa da Rede AP, o sensor móvel VERIS Soil EC 3100, da empresa norte-americana Veris Technologies (RABELLO et al., 2008). Nas pesquisas desenvolvidas na Rede AP têm-se buscado avaliar o uso da CEa para a definição de zonas de manejo em uma grande diversidade de cultivos e sistemas de manejo (INAMASU et a., 2011). Embora a prática da AP seja bastante desenvolvida em cultivos tradicionais (anuais ou perenes), ainda há demandas de pesquisa para sua aplicação em sistemas complexos, tais como os sistemas de produção integrados que combinam diferentes atividades agrícolas, incluindo a pecuária e florestas. Nesse contexto estão os sistemas de integração lavoura-pecuária (SILP), sistemas de produção caracterizados pelo cultivo de culturas anuais em rotação com pastagens. Assim como a própria AP, os SILP constituem-se hoje em uma das principais alternativas para a sustentabilidade econômica e ecológica da agricultura e pecuária. A despeito da importância dos SILP, conciliálos à tecnologia da AP não se revela uma tarefa fácil. A constante rotação de cultivos e diversidade de usos observados nesses sistemas tende a imprimir grande variabilidade espacial na área. Em áreas experimentais a situação torna-se ainda mais complicada, uma vez que vários tratamentos são avaliados concomitantemente. Embora seja AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA CULTURAS PERENES E SEMI-PERENES 531

possível compartimentar a análise em função dos sistemas de manejo observados, a teoria geoestatística prevê a possibilidade de descrever áreas complexas por meio de modelos únicos, considerando inclusive tendências estabelecidas. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar a análise variográfica dos dados de condutividade elétrica aparente do solo (CEa), avaliando a possibilidade de utilizá-los na análise da variabilidade espacial de um sistema de integração lavoura-pecuária experimental, nas condições ambientais de Mato Grosso do Sul. 2. Material e métodos O estudo foi conduzido em um experimento de longa duração, implantando em 1996, em uma área de 20 hectares localizada no campo experimental da Embrapa Agropecuária Oeste, Figura 1. Modelo tridimensional de elevações e disposição do experimento no terreno. 532 AGRICULTURA DE PRECISÃO: RESULTADOS DE UM NOVO OLHAR

em Dourados, Mato Grosso do Sul (22 16 55 S e 54 48 20 W). O experimento encontra-se cultivado sob os seguintes sistemas de manejo do solo: a) Sistema de Plantio Convencional (PC) - monocultivo de soja no verão e aveia no inverno - preparo do solo utilizando grades de discos; b) Sistema Plantio Direto (SPD) - rotação de culturas tendo soja e milho no verão, e trigo e aveia ou nabo nas demais épocas - sem revolvimento do solo; c) Sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP) - alternância de lavoura (soja/aveia) com pastagem B. decumbens conduzida em SPD, com ciclos de dois anos e d) Pastagem permanente (PP) - pastagem (B. decumbens) manejada em pastoreio intermitente com lotação ajustada. Considerando três variações do sistema SPD (1,2 e 3) e duas variações do sistema ILP (1 e 2), considerou-se, em conjunto com PC e PP, os sistemas de manejo como sete (7) tratamentos para efeitos da análise geoestatística empregada. O solo do local é Latossolo Vermelho distroférrico caulinítico, com teor médio de argila de 640 g kg 1. A área de estudo encontra-se em uma faixa de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, apresentando clima Cwa - mesotérmico úmido, verões quentes e invernos secos. Informações detalhadas do experimento podem ser encontradas em Salton (2005). Com o intuito de avaliar o uso da CEa no estudo da variabilidade espacial da área, em outubro de 2010 foi realizado o mapeamento dessa variável utilizando o equipamento VERIS Soil EC 3100 produzido pela Veris Tecnologies, EUA (LUND et al., 1999; RABELLO et al., 2008). Este equipamento realiza simultaneamente medições nas profundidades de 0-30 e 0-90 cm, armazenando os dados em ms m 1, conjuntamente com as coordenadas geográficas do ponto amostral obtidas por GPS integrado. Realizado o mapeamento da área, as informações geográficas e de condutividade elétrica aparente foram analisadas por meio do programa R for Windows, versão 3.0.0, destacando-se o uso do pacote geor. Inicialmente procedeu-se a análise exploratória dos dados, buscando avaliar a qualidade do conjunto de dados, bem como a necessidade de remoção de outliers e de transformação dos dados. O grau de relação linear entre variáveis foi avaliado por meio do coeficiente de correlação de Pearson. Após essa etapa inicial, passou-se à análise de tendências e modelagem variográfica dos dados, utilizando o ajustamento pelo método de mínimos quadrados (variofit). Foram definidos oito modelos de tendência a serem ajustados por funções exponenciais, gaussianas e esféricas nas duas profundidades avaliadas. Avaliou-se o desempenho dos modelos por meio da avaliação visual dos ajustes obtidos e considerando os valores obtidos na soma de quadrados dos erros e grau de dependência espacial (GDE). 3. Resultados e discussão Os parâmetros estatísticos das variáveis originais são apresentados na Tabela 1. Além da média e mediana, apresentam-se ainda os valores extremos, quartis, número de dados, desvio padrão, coeficiente de variação, assimetria e curtose da CEa em duas profundidades e da altitude obtida na amostragem. Foram identificados problemas de variabilidade e assimetria que ficam mais nítidos com a análise visual por meio dos histogramas e gráficos Box Tabela 1. Parâmetros estatísticos dos dados originais. Variável Mín. Mediana Média Máx. n Desv. Pad. CV% Assim. Curt. CEa 30cm 0,40 9,90 10,43 89,60 6966 4,21 40,32 1,71 20,95 CEa 90cm -5,00 4,50 4,68 27,60 6966 1,85 39,56 1,60 10,37 Altitude 370,28 381,92 381,55 388,79 6966 2,99 0,78-0,70 0,56 AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA CULTURAS PERENES E SEMI-PERENES 533

plots apresentados na Figura 2. Observou-se grande número de dados destoantes, possivelmente outliers. A análise espacial dos dados destoantes culminou na remoção de 242 amostras, localizadas em sua maioria nas proximidades das bordas do conjunto de dados. Considerou-se que estes pontos eram referentes a erros de leituras, tomados na operação de manobra do equipamento durante o mapeamento da área. Com a remoção dos outliers os parâmetros estatísticos foram recalculados, conforme consta na Tabela 2, e utilizados para construção dos gráficos apresentados na Figura 3. Foi possível verificar que, com a remoção dos dados destoantes, a CEa se aproximou da distribuição normal, uma vez que os valores dos coeficientes de assimetria e curtose aproximam-se de zero (VIEIRA et al., 2000). Sendo assim, inferiu-se que não havia necessidade de transformação dos dados, o que foi posteriormente comprovado com a análise dos dados transformados pela função logarítmica e fazendo uso do parâmetro lambda da função Box-Cox. A análise da presença de tendência no conjunto de dados considerou oito modelos possíveis, a saber: M0) efeito constante/sem tendência observada; M1) efeito polinomial de primeira ordem das coordenadas; M2) efeito polinomial de segunda ordem das coordenadas; M3) efeito das altitudes; M4) efeito dos tratamentos; M5) efeito combinado da altitude + tratamentos; M6) efeito combinado de M1 + altitude e, M7) efeito combinado de M1 + tratamentos. Os modelos foram avaliados utilizando três equações de Figura 2. Histogramas e gráficos Box plots relativos aos dados originais. Tabela 2. Parâmetros estatísticos recalculados após remoção de outliers. Variável Mín. Mediana Média Máx. n Desv. Pad. CV% Assim. Curt. CEa 30cm 1,20 9,80 10,17 19,50 6724 3,61 35,44 0,18-0,25 CEa 90cm 1,00 4,50 4,55 8,90 6724 1,54 33,82 0,30-0,32 Altitude 370,71 381,92 381,56 388,79 6724 2,96 0,77-0,65 0,46 534 AGRICULTURA DE PRECISÃO: RESULTADOS DE UM NOVO OLHAR

Figura 3. Histogramas e gráficos Box plots relativos aos dados com remoção de outliers. ajuste do variogramas (exponencial, gaussiana e esférica), nas duas profundidades em que a CEa foi obtida. Os parâmetros dos semivariogramas obtidos pelo método de mínimos quadrados (função variofit do pacote geor) são apresentados nas Tabelas 3 e 4. Houve ajustamento de todos os modelos e funções utilizadas, revelando que o esquema de amostragem e estrutura dos dados é consistente. Conforme os dados da Tabela 3, pode-se obser var que para a variável CEa 30cm, independentemente da função utilizada, houve melhor desempenho dos modelos M4 e M5. Ou seja, o melhor ajuste foi dado quando se considerou a tendência por conta do efeito de tratamento (M4) ou quando esse efeito combinou-se com o efeito de altitudes (M5). Uma vez que os desempenhos foram similares, indica-se o uso do modelo mais simples, M4. Entre as funções ajustadas, a análise visual revelou melhor desempenho do modelo exponencial. O efeito dos tratamentos e da altitude era esperado, uma vez que a área experimental se dispõe no sentido da vertente e os tratamentos, por sua vez, se dispõem transversalmente à vertente, formando faixas homogêneas em termos de altitude (Figura 2). Isso equivale a dizer que, de certo modo, o efeito de altitude está confundido com os efeitos agronômicos proporcionados pelos sistemas de manejo. Sendo assim, é possível inferir porque o modelo M4 se equivale ao modelo M5. Ao considerar o desempenho dos modelos para a variável CEa 90cm, temos bom desempenho em 3 modelos de tendência. Além daqueles com melhor resposta em CEa 30cm, tem-se desempenho superior quando nenhuma tendência é considerada (M0). A medida de condutividade elétrica tomada para variável CEa 90cm, incluindo os 30cm avaliados na variável anterior. Sendo assim, seria esperada certa consonância com a variável anterior, com alta correlação entre elas, o que de fato ocorre (r = 0.77). Todavia, efeitos que proporcionam tendência são mais intensos nas camadas superiores do solo e, à medida que a profundidade aumenta, é esperado que os efeitos sejam atenuados. Sendo assim, embora os modelos M4 e M5 sejam válidos para a variável CEa 90cm, eles não melhoram o desempenho em comparação ao modelo M0. Sendo assim, recomenda-se o uso do modelo M0. Adicionalmente, entre as funções utilizadas, diferentemente da primeira camada, não houve bom desempenho visual do modelo exponencial (exp), recomendando-se o AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA CULTURAS PERENES E SEMI-PERENES 535

Tabela 3. Parâmetros obtidos no ajuste do variogramas para a variável CEa 30cm. Modelo Tendência Modelo Ajustado C0 C1 a1 a2 d SQE GDE M0 exp 0,07 0,13 52,9 159 320 1071 65 M1 exp 0,06 0,11 39,0 117 320 2132 64 M2 exp 0,06 0,11 39,0 117 320 2132 64 M3 exp 0,06 0,13 49,5 148 320 1551 67 M4* exp 0,09 0,08 93,1 279 320 570 48 M5* exp 0,09 0,08 98,8 296 320 529 47 M6 exp 0,07 0,10 36,1 108 320 1027 56 M7 exp 0,09 0,06 64,4 193 320 719 41 M0 gau 0,11 0,08 82,0 142 320 629 43 M1 gau 0,11 0,07 68,3 118 320 1773 39 M2 gau 0,11 0,07 68,3 118 320 1773 39 M3 gau 0,11 0,08 79,1 137 320 1044 43 M4* gau 0,11 0,05 116,1 201 320 315 33 M5* gau 0,11 0,05 119,4 207 320 281 33 M6 gau 0,11 0,06 63,2 109 320 856 34 M7 gau 0,11 0,04 98,2 170 320 546 27 M0 esf 0,10 0,10 166,6 167 320 566 50 M1 esf 0,10 0,08 140,3 140 320 1714 46 M2 esf 0,10 0,08 140,3 140 320 1714 46 M3 esf 0,09 0,10 162,1 162 320 971 51 M4* esf 0,10 0,06 228,2 228 320 283 40 M5* esf 0,10 0,06 234,2 234 320 255 40 M6 esf 0,10 0,07 130,9 131 320 830 40 M7 esf 0,10 0,05 196,8 197 320 505 32 *Modelos com melhor desempenho, C0: efeito pepita, C1: variância estrutural, a1: alcance teórico, a2: alcance prático, d: distância (m), SQE: soma de quadrados dos erros, GDE: grau de dependência espacial. uso da função esférica (esf), que de fato é um dos modelos que melhor se ajusta para descrever o comportamento de semivariogramas de atributos do solo. Embora a análise visual e dos parâmetros obtidos nos ajustamentos permitam uma análise prévia do desempenho dos modelos, para uma decisão mais segura deverá seguir a interpolação dos dados por krigagem, avaliando-se os resultados obtidos na validação cruzada. 4. Conclusões A análise exploratória dos dados, com identificação e supressão de outliers é uma etapa fundamental para a adequada modelagem dos 536 AGRICULTURA DE PRECISÃO: RESULTADOS DE UM NOVO OLHAR

Tabela 4. Parâmetros obtidos no ajuste do variogramas para a variável CEa 90cm. Modelo Tendência Modelo Ajustado C0 C1 a1 a2 d SQE GDE M0* exp 0,02 0,13 65,4 196 320 257 90 M1 exp 0,01 0,11 37,7 113 320 1375 95 M2 exp 0,01 0,11 37,7 113 320 1375 95 M3 exp 0 0,14 49,2 147 320 1137 98 M4* exp 0,03 0,07 122,2 366 320 182 68 M5* exp 0,04 0,07 142,1 426 320 166 67 M6 exp 0,02 0,09 35,2 106 320 543 85 M7 exp 0,03 0,05 80,5 241 320 217 61 M0* gau 0,05 0,09 88,8 154 320 13 62 M1 gau 0,05 0,07 64,5 112 320 1032 60 M2 gau 0,05 0,07 64,5 112 320 1032 60 M3 gau 0,05 0,09 76,6 133 320 617 64 M4* gau 0,05 0,05 129,2 224 320 54 49 M5* gau 0,05 0,05 137,4 238 320 47 49 M6 gau 0,05 0,06 59,7 103 320 368 54 M7 gau 0,05 0,04 107,3 186 320 115 42 M0* esf 0,04 0,11 179,3 179 320 21 73 M1 esf 0,04 0,08 132,2 132 320 993 70 M2 esf 0,04 0,08 132,2 132 320 993 70 M3 esf 0,04 0,11 156,3 156 320 579 75 M4* esf 0,04 0,06 251,2 251 320 54 59 M5* esf 0,04 0,06 264,8 265 320 55 59 M6 esf 0,04 0,07 121,2 121 320 346 63 M7 esf 0,04 0,04 214,0 214 320 98 50 *Modelos com melhor desempenho, C0: efeito pepita, C1: variância estrutural, a1: alcance teórico, a2: alcance prático, d: distância (m), SQE: soma de quadrados dos erros, GDE: grau de dependência espacial. variogramas. A variável CEa 30cm é influenciada pelos tratamentos considerados, contudo a modelagem geoestatística permite identificar e considerar o efeito da tendência na análise dos dados. Na variável CEa 90 cm não foi possível identificar o efeito dos manejos na tendência. A variável CEa 30cm mostrou-se mais adequada à definição de zonas homogêneas, uma vez que permite considerar o efeito dos diferentes sistemas de manejo na análise estatística. Referências CORWIN, D. L.; LESCH, S. M. Application of soil electrical conductivity to precision agriculture: theory, principles, and guidelines. Agronomy Journal, v. 95, n. 3, p. 455-471, 2003. http://dx.doi.org/10.2134/agronj2003.0455 INAMASU, R. Y.; NAIME, J. M.; RESENDE, A. V.; BASSOI, L. H.; BERNARDI, A. C. C. (Ed.). Agricultura de precisão: um novo olhar. São Carlos: Embrapa Instrumentação, 2011. 334 p. KOCH, B.; KHOSLA, R. The role of precision agriculture in cropping systems. Journal of Crop Production, v. 8, p. 361-381, 2003. http://dx.doi.org/10.1300/j144v09n01_02 AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA CULTURAS PERENES E SEMI-PERENES 537

LUCHIARI JUNIOR, A.; BORGHI, E.; AVANZI, J. C.; FREITAS, A. A.; BORTOLON, L.; BORTOLON, E. S. O.; INAMASU, R. Y. Zonas de manejo: teoria e prática. In: INAMASU, R. Y.; NAIME, J. M.; RESENDE, A. V.; BASSOI, L. H.; BERNARDI, A. C. (Ed.). Agricultura de precisão: um novo olhar. São Carlos: Embrapa, 2011. LUND, E. D.; COLIN, P. E.; CHRISTY, D.; DRUMOND, P. E. Applying soil conductivity techonology to Precision Agriculture. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON PRECISION AGRICULTURE, 4., 1999, Madison. Proceedings Madison: ASA: CSSA-SSSA, 1999. p. 1089-1100. MACHADO, P. L. O. A.; BERNARDI, A. C. C.; VALENCIA, L. I. O.; MOLIN, J. P.; GIMENEZ, L. M.; SILVA, C. A.; ANDRADE, A. G. A.; MADARI, B. E.; MEIRELLES, M. S. P. M. Mapeamento da condutividade elétrica e relação com a argila de Latossolo sob plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41, p. 1023-1031, 2006. http://dx.doi.org/10.1590/ S0100-204X2006000600019 MCBRATNEY, A. B.; WHELAN, B. M.; ANCEV, T.; BOUMA, J. Future directions of Precision Agriculture. Precision Agriculture, v. 6, p. 1-17, 2005. http://dx.doi.org/10.1007/ s11119-005-0681-8 RABELLO, L. M.; INAMASSU, R. Y.; TORRE NETO, A.; LUCHIARI JÚNIOR, A.; MOLIN, J. P. Sistema de medida de condutividade elétrica do solo adaptado a um implemento agrícola (subsolador). Embrapa Instrumentação Agropecuária, 2008. p. 4. (Circular Técnica, 46). SALTON, J. C. Matéria orgânica e agregação do solo na rotação lavoura-pastagem em ambiente tropical. 2005. 158 f. Tese (Doutorado em Ciência do solo)-universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. SIRI-PRIETO, G.; REEVES, D. W.; SHAW, J.; MITCHELL,C. The world s oldest cotton experiment: relationships between soil chemical and physical properties and apparent electrical conductivity. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 37, p. 1-20, 2006. http://dx.doi. org/10.1080/00103620600564018 VIEIRA, S. R. Geoestatística em estudos de variabilidade espacial do solo. In: NOVAIS, R. F.; ALVARES V. V. H.; SCHAEFFER, C. E. G. R. (Ed.). Tópicos em ciência do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. p. 1-54. 538 AGRICULTURA DE PRECISÃO: RESULTADOS DE UM NOVO OLHAR