Mineralogia, Petrografia e Microscopia Eletrônica de Varredura do Material Pétreo que Recobre o Monumento ao Cristo Redentor



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Transcrição:

Mineralogia, Petrografia e Microscopia Eletrônica de Varredura do Material Pétreo que Recobre o Monumento ao Cristo Redentor Joedy Patrícia Cruz Queiroz olsista do Programa de Capacitação Institucional, Geóloga, D. Sc. driano Caranassios Orientador, Engº de Minas, D. Sc Resumo presente pesquisa teve como objetivo de subsidiar o trabalho dos restauradores da empresa Cone Engenharia, com informações tecnológicas sobre o material pétreo, esteatito, que recobre a estátua do Cristo Redentor, para isso foi realizada uma extensa pesquisa que envolveu estudo petrográficos, microscópia de varredura eletrônica e análises mineralógicas, além de ensaios de alterabilidade, que porém, não foram contemplados no presente trabalho. Os resultados permitiram um melhor entendimento sobre a influencia dos agentes intempéricos e a reações decorrentes dos seus mecanismos, de forma a facilitar a tomada de decisões adequadas quanto à condução dos trabalhos de conservação, que estavam em andamento. 1. Introdução s rochas são materiais muito duráveis e, por isso, muito usados em monumentos e edificações. No entanto, suas propriedades estéticas e mecânicas sofrem um decaimento ao longo do tempo, devido a diversos processos de alteração que serão mais ou menos acelerados dependendo da intensidade dos mesmos e do estado inicial do material. Dentre os fatores endógenos de alteração das rochas os mais importantes são: a natureza da rocha quanto à sua estrutura e composição mineralógica, as solicitações mecânicas a que estão submetidas na obra, bem como as técnicas de lavra e beneficiamento utilizadas para a obtenção do produto final. O esteatito ou pedra sabão possui alta resistência e durabilidade, apresenta superfície de brilho acetinado, é pouco porosa, séctil, e untuosa ao tato (Yardley, 2004). Devido a estas características a pedra-sabão foi escolhida para recobrir o Monumento ao Cristo Redentor (Figura 1a), no qual cada peça que compõe o recobrimento é designada como tessela (Figura 1b). Para este trabalho foram analisadas tesselas retiradas do monumento descritas como originais, tesselas de reposição utilizada na restauração de 2000 e tesselas de reposição utilizada na restauração de 2010. Figura 1. () Mosaico de tesselas no monumento; () Tessela de esteatito. II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 1

2. Materiais e Métodos 2.1. nálise Petrográfica análise petrográfica foi feita a partir da interpretação de lâminas delgadas representativas das feições macroscópicas de 1 tessela original extraída do revestimento do Cristo Redentor, de 1 tessela de 2000 e de 1 rocha de reposição de 2010. Cada lâmina foi examinada ao microscópio a fim de se observar a textura, a composição mineralógica, a natureza da rocha, o estado microfissural e as alterações dos minerais. Tal ensaio foi realizado segundo a norma NT 12.768/92. C Figura 2. () Tesselas Originais; () Tessela da restauração de 2000; (C) Tessela da restauração de 2010. 2.2. Microscopia Eletrônica de Varredura s amostras das tessela original, 2000 e de 2010 para análise ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) foram embutidas em resina epóxi, desbastadas e polidas. Em seguida, secções polidas foram recobertas com carbono, com o metalizador al-tec SCD 005, para tornarem-se condutores, adequados à análise ao MEV. Para a tessela original foram embutidos pedaços da mesma amostra (fachada sul), que foram seccionados paralelamente e perpendicularmente a superfície de exposição. s amostras foram analisadas no MEV através de imagens formadas pelo detector de elétrons retro-espalhados ou elétrons secundários. Eventualmente foram realizadas microanálises por EDS. resolução da microanálise por EDS é da ordem de 1µm de raio em superfície e uma profundidade da ordem de 5 µm, para a densidade do material analisado. 2.3. nálise Mineralógica Os difratogramas de raios-x (DRX) das amostras foram obtidos pelo método do pó, utilizando um equipamento da marca ruker-d4 Endeavor. s interpretações qualitativas das fases minerais presentes nas amostras foram efetuadas por comparação com padrões contidos no banco de dados PDF02 em software ruker DiffracPlus. 3- Resultados e Discussão 3.1. nálise Petrográfica a) Tesselas originais II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 2

Macroscopicamente, a rocha apresenta coloração cinza-esverdeada, granulação fina e aspecto maciço, com elevado grau de degradação, caracterizado pela presença de manchas, descoloração, pontos negros, perda de material rochoso, causando o arredondamento dos cantos das tesselas, desintegração evidenciada pelo desprendimento paralelamente à superfície da rocha e fissuras. Microscopicamente, a rocha apresenta textura nematoblástica a granolepidoblástica,. De modo geral, a rocha apresenta uma quantidade pequena de microfissuras e o nível de alteração é intermediário. alteração é caracterizada por zonas manchadas levemente amarronzadas que ocorrem próximo as microfissuras (Figura 2a). Outra evidência de alteração é notada nos anfibólios (tremolita), com partes destes minerais arrancadas ou sem apresentar suas características óticas preservadas (Figura 2b). composição mineralógica é predominantemente formada por, em menor quantidade ocorrem clorita, carbonato e anfibólios disseminados, mas por vezes ocorre aglomerado na lâmina, são raros os minerais opacos. Os cristais de apresentam-se incolores em luz natural, de tamanhos variados, hábito lamelar e cor de interferência verde-rosa, localmente formando aglomerados. clorita ocorre em forma de palhetas de cor verde-claro em luz natural. Os carbonatos ocorrem agregados por toda a lâmina com cristais inequigranulares. O anfibólio (tremolita-actinolita) ocorre com hábito acicular e cor verde-claro em luz natural e birrefrigência moderada. Tremolita alterada Figura 3. () Fotomicrografias da textura geral do esteatitom e mostrando uma zona de alteração da rocha feitas a partir das tesselas originais ( luz natural); () Fotomicrografias de esteatito, feitas a partir das tesselas originais detalhe de aglomerado de cristais de tremolita e zona alterada (nicóis cruzados). b) Tesselas da Restauração de 2000 Macroscopicamente a rocha apresenta coloração acinzentada, granulação fina e aspecto maciço, sem alterações visíveis a olho nu. Microscopicamente, apresenta textura diaclástica em que os minerais não apresentam uma orientação e não são equidimensionais (Figuras 3a). Não ocorrem microfissuras e a alteração é fraca. composição mineralógica da rocha é formada predominantemente por. Subordinadamente ocorre e carbonatos disseminados por toda a lâmina, raras cloritas e minerais opacos são observados. Os grãos de são lamelares, apresentam-se incolores em luz natural, de tamanho variado e cor de interferência verde-rosa, localmente formando aglomerados (Figura 3b). Os carbonatos ocorrem com cristais inequigranulares, formando agregados por toda a lâmina. ocorre associada ao em cristais anédricos fribrolamelares de cor incolor a levemente esverdeada. Os minerais opacos estão disseminados na lâmina com cristais subédricos a anédricos. II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 3

Figura 4. () Fotomicrografia da textura geral do esteatito, feita a partir das tesselas de reposição de 2000 (luz natural); () Detalhe de aglomerado de cristais de (nicóis cruzados). c) Tesselas da Restauração de 2010 Macroscopicamente, a rocha apresenta coloração verde acinzentado, granulação fina e aspecto maciço, sem alterações visíveis a olho nu. Microscopicamente a rocha que forma as tesselas de 2010 são muito semelhante com a rocha de reposição de 2000, tanto na textura diaclástica (Figuras 4a e 4b), como no seu estado microfissural e composicional. O nível de alteração da rocha é muito fraco, pontualmente nota-se a alteração nos minerais opacos. rocha é formada por, subordinadamente ocorrem e minerais opacos disseminados por toda a lâmina. Os grãos de são lamelares subédrico a anédricos, apresentam-se incolores em luz natural, de tamanho variado e cor de interferência verde-rosa, localmente formando aglomerados. Como na rocha de 2000 a também ocorre associada ao, apresenta-se em cristais fibrolamelares anédricos. Os minerais opacos que são formados principalmente por ferro, na maioria das vezes forma aglomerados e apresentam-se alterados, com sinais de desferrificação o que causa manchamento levemente avermelhado ao seu redor. Os carbonatos ocorrem formando agregados muitas vezes se confundindo com o. Minerais opacos Figura 5. () Fotomicrografia da textura geral do esteatito, feita a partir das tesselas de reposição de 2010 (luz natural); (). Fotomicrografia da textura geral do esteatito e detalhe do arranjo do na rocha das tesselas de reposição de 2010 (nicóis cruzados). 2.4. Microscopia Eletrônica de Varredura Figura 5a demonstra a disposição dos minerais de hábito lamelar e poros representando perda de material para as amostras originais, além do nível de alteração da rocha, que apresenta uma superfície bastante desgastada e vários espaços vazios (poros). II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 4

Figura 5b nos dá uma idéia da ação do intemperismo, que possivelmente começa com a percolação de fluidos através de pequenas fraturas presente nas tesselas. Estes fluidos, por sua vez, reagem degradando principalmente minerais silicáticos como a tremolita e actinolita nas suas bordas, para depois os alterando quase completamente. análise do MEV veio confirmar as feições e o mecanismo do intemperismo para as tesselas de 2000 e 2010, só foi possível gerar imagem de superfície, mas que demonstram a similaridade da textura e da mineralogia dessas duas rochas (Figura 5c e b). Os espectros de dispersão de energia (EDS) demonstraram que nas amostras de 2000 e 2010 possuem composições semelhantes, com a presença de ferro, cálcio e potássio e predominância de silício, alumínio e magnésio. Na amostra original, observa-se de maneira geral, a presença dos mesmos elementos encontrados nas amostras de 2000 e 2010. maior diferença é a quantidade menor de cálcio, ferro e alumínio. C D Figura 6. Imagens obtidas no MEV. ) Hábito e disposição dos minerais e detalhe dos poros na superfície da tessela. ) Fissura que facilita a percolação de fluidos com detalhe do desgaste na borda da tremolita; C) Textura da rocha de 2000 e disposição dos minerais. D) Detalhe de disposição dos cristais de da rocha de 2010. 2.5. nálise mineralógica análise mineralógica mostrou as fases minerais presentes nas rochas que compõem as tesselas originais, as de reposição de 2000 e as de reposição de 2010. No difratograma da tessela original, os picos com maior intensidade foram atribuídos à presença, principalmente, da fase mineral. Os picos de menor intensidade marcam à presença das fases minerais clorita, calcita, tremolita, actinolita e (Figura 6a). O II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 5

difratograma da tessela de 2000 confirma a presença predominante de nos picos de maior intensidade, e nos picos de menor intensidade, a presença de (Figura 6b). O mesmo é observado no difratograma da tessela de 2010, com a predominância de e picos de menor intensidade representativos de (Figura 6c). tremolita actinolita clorita calcita tremolita talc o C talc o Figura 7. Difratogramas de raios-x: () da tessela original (1931); () da tessela de 2000; (C) da tessela de 2010. talc serpe o ntina II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 6

3. Conclusão s análises comparativas utilizando métodos tradicionais (petrografia) e técnicas sofisticadas, como a microscopia de varredura e difração de raios X, demonstraram que a composição das rochas que constituem as tesselas de 2000 e as tesselas de 2010, são semelhantes. Já as tesselas originais (1931) possuem uma composição diferenciada das anteriormente citadas. similaridade mineralógica das tesselas de 2000 e de 2010 confirma o que foi visto na análise petrográfica e na microscopia eletrônica de varredura, pois apresentam os mesmos elementos e aspectos texturais e pode indicar que os materiais são da mesma região. Comparando-se a mineralogia observada nas amostras analisadas da tessela original e das tesselas de 2000 e 2010, nota-se que as originais têm uma variedade mineralógica maior na sua composição, mas com menor quantidade de cálcio, ferro e alumínio, indicando mais uma vez a perda destes elementos através da ação do intemperismo em minerais como a tremolita e calcita. perda ou desagregação destes minerais contribuem para a aceleração do intemperismo das tesselas, já que aumenta a porosidade facilitando por sua vez a percolação de fluidos nestas tesselas, além de contrinuir para a proliferação de microorganismos e acelerar a degradação das tesselas. 4. gradecimentos gradeço ao CNPQ pela bolsa e ao CETEM pela oportunidade, a equipe que faz parte da CTE/CCI principalmente à Núria Castro, Roberto Ribeiro, Julio Guedes e Francisco Hollanda, que contribuíram para a realização deste trabalho. 5. Referências ibliográficas SSOCIÇÃO RSILEIR DE NORMS TÉCNICS. NR 12.768/92: rochas para revestimento, análise petrográfica. Rio de Janeiro. 1992. GONZÁLEZ-MESONES, F. L. La alterabilidad y durabilidad de la piedra natural. Curso de Especialização em Tecnologia e Valorização de Rochas Ornamentais, UFRJ-CETEM-CETEMG, 2003. Notas de aula. YRDLEY, D. W.. Introdução à petrologia metamórfica. 2ed. Editora UN. 2004 II Jornada do Programa de Capacitação Interna CETEM 7