O PAPEL DAS EXPRESSÕES FACIAIS E MOVIMENTOS CORPORAIS NA PRODUÇÃO DE INTERROGATIVAS

Documentos relacionados
O PAPEL DOS MOVIMENTOS DA CABEÇA NA MARCAÇÃO DE INTERROGATIVAS

A PERSUASÃO NO TELEJORNALISMO: UM ESTUDO FONÉTICO

VOGAL [A] PRETÔNICA X TÔNICA: O PAPEL DA FREQUÊNCIA FUNDAMENTAL E DA INTENSIDADE 86

RELAÇÃO ENTRE SINAL ACÚSTICO E INFORMAÇÃO VISUAL NA PERCEPÇÃO DE ASPECTOS PROSÓDICOS

MOVIMENTOS FACIAIS E CORPORAIS E PERCEPÇÃO DE ÊNFASE E ATENUAÇÃO 1

AVALIAÇÃO INSTRUMENTAL DOS CORRELATOS ACÚSTICOS DE TONICIDADE DAS VOGAIS MÉDIAS BAIXAS EM POSIÇÃO PRETÔNICA E TÔNICA *

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DE PITCH NA FALA DE MARCELO REZENDE: UM REPÓRTER SENSACIONALISTA

INFLUÊNCIAS PROSÓDICAS, ACÚSTICAS E GRAMATICAIS SOBRE A PONTUAÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS

REALIZAÇÕES DAS VOGAIS MÉDIAS ABERTAS NO DIALETO DE VITÓRIA DA CONQUISTA BA

ESTUDO FONÉTICO-EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA PAUSA NA DURAÇÃO DE VOGAIS ACOMPANHADAS DE OCLUSIVAS SURDAS E SONORAS *

ESTUDO DAS SÍLABAS TÔNICAS NO PB: O PAPEL DA INFORMAÇÃO VISUAL NA PERCEPÇÃO DA TONICIDADE 183

A RELAÇÃO ENTRE ATOS DE FALA E PROSÓDIA

ESCRITA E LEITURA: O PAPEL DOS MARCADORES PROSÓDICOS NA PRODUÇÃO DE SENTIDO

RELAÇÃO ENTRE DURAÇÃO SEGMENTAL E PERCEPÇÃO DE FRICATIVAS SURDAS E SONORAS

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE TONICIDADE E DISTINÇÃO DE OCLUSIVAS SURDAS E SONORAS NO PB

PERCEPÇÃO AUDITIVA E VISUAL DAS FRICATIVAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

PADRÃO FORMÂNTICA DA VOGAL [A] REALIZADA POR CONQUISTENSES: UM ESTUDO COMPARATIVO

A percepção de variação em semitons ascendentes em palavras isoladas no Português Brasileiro 1

Análise Perceptual das Frases Exclamativas e Interrogativas Realizadas por Falantes de Vitória da Conquista/BA

TONICIDADE E COARTICULAÇÃO: UMA ANÁLISE INSTRUMENTAL

VI SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS. Luiz Carlos da Silva Souza** (UESB) Priscila de Jesus Ribeiro*** (UESB) Vera Pacheco**** (UESB)

O Tom na fala: estratégias prosódicas

O papel dos gestos faciais e corporais na produção da fala em duas situações comunicativas

O PAPEL DOS CONTEXTOS FONÉTICOS NA DELIMITAÇÃO DA TONICIDADE DE FALA ATÍPICA

MARCADORES PROSÓDICOS NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS DO TEXTO: DA VISTA DE UM PONTO A UM PONTO DE VISTA

AULA: MARCADORES CONVERSACIONAIS INTERACIONAIS

CARACTERIZAÇÃO DE ITENS LEXICAIS EM LIBRAS

Carolina Gomes da Silva CNPq/PIBIC/UFRJ Rio de Janeiro, Brasil

VOGAIS NASAIS EM AMBIENTES NÃO NASAIS EM ALGUNS DIALETOS BAIANOS: DADOS PRELIMINARES 1

Sinal acústico x informação escrita na percepção de variações melódicas

A RELAÇÃO ENTRE POSIÇÃO DE ÊNFASE SENTENCIAL/PROXIMIDADE DE PAUSA E DURAÇÃO SEGMENTAL NO PB: O CASO DAS FRICATIVAS

Unidade 5: Práticas linguísticas

REFLEXÕES ACERCA DA REALIZAÇÃO DAS VOGAIS MÉDIAS ABERTAS EM POSIÇÃO PRETÔNICA EM CONTEXTO DE DERIVAÇÕES

O LUGAR DA PROSÓDIA NO CONCEITO FLUÊNCIA DE LEITURA

A LINGUAGEM DISÁRTRICA DO SUJEITO RA E AS SUAS PARTICULARIDADES 119

Variação prosódica no Português Europeu: um falar, uma identidade

Prosódia de declarativas e interrogativas totais no falar marianense e belorizontino no âmbito do Projeto AMPER

VOGAIS NASAIS E NASALIZADAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: PRELIMINARES DE UMA ANÁLISE DE CONFIGURAÇÃO FORMÂNTICA

ASPECTOS TRIDIMENSIONAIS DA SENTENÇA EM LIBRAS

PADRÕES ENTOACIONAIS NA AQUISIÇÃO DO INGLÊS COM LÍNGUA ESTRANGEIRA E A INFLUÊNCIA DO PORTUGUÊS DO BRASIL

A Prosódia em um professor de Ensino Superior e as interações com outros modos de comunicação. Ana Luiza de Quadros

INVESTIGAÇÃO ACERCA DOS PROCESSOS DE REESTRUTURAÇÃO SILÁBICA CVC NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E NO INGLÊS: UMA ANÁLISE FONÉTICO-ACÚSTICA

Revisão para o simulado

INFORMAÇÕES VISUAIS E PERCEPÇÃO PROSÓDICA: A CONTRIBUIÇÃO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

PROCESSOS FONOLÓGICOS NA PRODUÇÃO ORAL DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN: UMA ANÁLISE DESCRITIVA

A HIPOSSEGMENTAÇÃO E HIPERSEGMENTAÇÃO NOS DOCUMENTOS INÁBEIS PORTUGUESES E BRASILEIROS 30

ELEMENTOS DÊITICOS EM NARRATIVAS EM LIBRAS 43

RELAÇÃO ENTRE INVENTÁRIO SEGMENTAL E TEMPLATES: ESTUDO DE CASO DE UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN

Recuero (2012) Atualizando...

I Congresso Internacional de Estudos do Discurso (I CIED) A gestualidade como espaço de projetabilidade de enunciados (des)preferidos

21467)7 5 $4#5+.'+41 &+#.'6#. 6'/#5)4#/#6+%#+5

MEMÓRIA E DISCURSO POLÍTICO: ANÁLISE DE BLOGS 124

AULA 8: A PROSÓDIA DO PORTUGUÊS: ELEMENTOS CONSTITUTIVOS, ORGANIZAÇÃO RÍTMICA E DOMÍNIOS PROSÓDICOS

UM ESTUDO PROSÓDICO-SEMÂNTICO DA NÃO EXAUSTIVIDADE NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

ESTUDO PILOTO DA DURAÇÃO RELATIVA DE FRICATIVAS DE UM SUJEITO COM SÍNDROME DE DOWN. Carolina Lacorte Gruba 1 Marian Oliveira 2 Vera Pacheco 3

INTERAÇÃO/INTEGRAÇÃO LIBRAS E LÍNGUA PORTUGUESA

PALAVRAS CHAVE: Entonação. Pragmática. Aquisição da linguagem. Atos de fala.

AULA 9: HESITAÇÃO. 1. Introdução

HIPERLEXIA: UM DESAFIO DE INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR. Sueli Rocha Oliveira 1 Maria Aparecida Pacheco Gusmão 2 INTRODUÇÃO

XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA

Alterações prosódicas na fala disártrica

O FUNCIONAMENTO DA LINGUAGEM DE UM SUJEITO QUE APRESENTA PARAFASIA

A COMUNICAÇÃO HUMANA

Fonética acústica: Propriedades suprassegmentais APOIO PEDAGÓGICO. KENT, Ray, READ, Charles. Análise acústica da Fala São Paulo : Cortez, 2015

PRIMEIRAS IMPRESSÕES SOBRE O EMPREGO DO ACENTO GRÁFICO POR ALUNOS DO NONO ANO. Adriana da Cruz Silva (CNPq/UESB) Marian Oliveira (Profletras/UESB)

Acento secundário, atribuição tonal e redução segmental em português brasileiro (PB)

Unidade I LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS. Profa. Ma. Andréa Rosa

A CATEGORIA VERBAL DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS- LIBRAS

A AQUISIÇÃO DAS FRICATIVAS DENTAIS DO INGLÊS: UMA PERSPECTIVA DINÂMICA

A CATEGORIA TEMPO NA INTERLÍNGUA PORTUGUÊS- LIBRAS

IMPLICAÇÕES DA AMPLIAÇÃO E REDUÇÃO DO VOT NA PERCEPÇÃO DE CONSOANTES OCLUSIVAS 1

Análise fonológica da entoação: estudo constrastivo entre o português e. o espanhol

DO ANTIGO AO NOVO: DA MUDANÇA DA TEORIA LINGUÍSTICA À MUDANÇA DA LÍNGUA

ANÁLISE ENTOACIONAL DAS INTERROGATIVAS NO ESPÍRITO SANTO Priscilla Gevigi de Andrade Majoni (UFRJ)

Marisa Cruz & Sónia Frota. XXVII Encontro Nacional da APL

Em busca da melodia nordestina: as vogais médias pretônicas de um dialeto baiano

Thalita Evaristo Couto Dias

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCRITA INICIAL DE SUJEITOS ATÍPICOS

Nosso foco foi observar se os descendentes de italianos, desse local, apresentam uma entonação semelhante a seus ancestrais, provenien-

PTC3452 Exercícios sobre Codificação perceptual de Áudio e Vídeo 11/2017 G. S.

Radialista: análise acústica da variação entoacional durante fala profissional e fala coloquial


ESCOLA SECUNDÁRIA DE SAMPAIO Ano Lectivo 2008/ Planificação a Longo Prazo ESPANHOL L/E (Iniciação nível I) 10ºAno Formação Específica

LINGUAGEM, EMOÇÃO E MOTIVAÇÃO: RECONSTITUIÇÃO DA LINGUAGEM A PARTIR DAS PRÁTICAS SOCIAIS NO ECOA

A produção e a percepção prosódica dos sinais de pontuação na leitura de alunos concluintes do Ensino médio: Experimento piloto

Raquel Meister Ko. Freitag Luciana Lucente. organizadoras PROSÓDIA DA FALA: pesquisa e ensino

Características da duração do ruído das fricativas de uma amostra do Português Brasileiro

A Variação Prosódica Dialetal do Português falado em São Luís (MA) e Belém (PA): uma análise comparativa

I SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

AVALIAÇÃO DE OUTIVA DA QUALIDADE VOCÁLICA EM PALAVRAS DERIVADAS POR SUFIXAÇÃO

Descrição Entoacional da Questão Total nos Falares das Capitais Brasileiras

RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E APRENDIZAGEM

29/05/14. Psicoacústica. Conceito. Psicoacústica. Psicoacústica. Lei de Weber-Fechner. Lei de Weber-Fechner

2. Corpus e metodologia

A CARACTERIZAÇÃO DEAPRAXIA EM UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN. Laíse Araújo Gonçalves 1 Carla Salati Almeida Ghirello-Pires 2 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO ESPECTRAL DE FRICATIVAS ALVEOLARES PRODUZIDAS POR SUJEITO COM DOWN

Uma análise interpretativa dos valores acústicos e auditivos dos padrões entoacionais de alguns dados do Português Brasileiro.

A CONCORDÂNCIA VERBAL DE TERCEIRA PESSOA DO PLURAL NO PORTUGUÊS POPULAR DA COMUNIDADE RURAL DE RIO DAS RÃS - BA

Transcrição:

565 de 663 O PAPEL DAS EXPRESSÕES FACIAIS E MOVIMENTOS CORPORAIS NA PRODUÇÃO DE INTERROGATIVAS Karina Dias 180,Vera Pacheco 181 (UESB) Marian Oliveira 182 (UESB) RESUMO Durante a nossa fala realizamos expressões faciais e movimentos corporais que não são feitos de forma aleatória. Estudos vêm mostrando que muitos desses movimentos encerram informações prosódicas importantes como sílaba tônica, ênfase, atenuação, etc. Diante disso, objetivamos investigar se há um padrão desses movimentos, bem como observar a relação entre o sinal acústico e informações visuais, os movimentos facial e corporal. Para tanto, analisamos vídeos disponíveis na internet para fazer essa investigação. Nossos resultados mostraram que as expressões faciais aconteciam de forma padrão, mostrando a importância desses movimentos na realização de interrogativas. PALAVRAS-CHAVE: Expressões faciais; movimentos corporais; prosódia. 180 Bolsista Fapesb, Graduanda do Curso de Letras Vernáculas, UESB, Vitória da Conquista. karina.csdd@hotmail.com 181 Orientadora, Professora Titular do Departamento de Letras e Linguística, UESB, Vitória da Conquista. 182 Co-orientadora, Professora Adjunto do Departamento de Letras e Linguística, UESB, Vitória da Conquista.

566 de 663 INTRODUÇÃO Sabe-se que enquanto falamos, movimentos faciais e corporais não são realizados de forma aleatória. Eles são coadjuvantes importantes no processo de transmissão da mensagem. Durante a percepção da fala, um ouvinte se vale não somente de pistas auditivas, mas também de pistas visuais. De acordo com a teoria Motora, o ouvinte será capaz de utilizar a informação visual juntamente à informação auditiva para determinar o que foi dito. (PACHECO, 2006). Buscando compreender que pistas visuais são importantes na transmissão e percepção da fala, o nosso objetivo foi investigar em que medida esses movimentos podem, ou não, cooperar no processo de produção das interrogativas. Sabendo que essa é uma característica suprassegmental, a nossa pergunta é: existe um padrão de movimentos na realização dessa variação? A nossa hipótese é de que esses movimentos acontecem de forma padrão, além de complementarem as pistas auditivas que, muitas vezes, não são suficientes na determinação de interrogativas.

567 de 663 MATERIAL E MÉTODOS Como o foco da nossa pesquisa foi analisar o papel das expressões faciais e movimentos corporais na percepção das interrogativas, selecionamos alguns vídeos que estavam disponíveis na internet. Após essa seleção, a investigação foi feita com base na descrição dos movimentos faciais e corporais no momento em que uma interrogativa foi encontrada. Após a coleta desses dados, extraímos o áudio dos vídeos analisados e medimos a intensidade e a curva de F0 dessa variação encontrada por meio do software Praat. Ademais, o contexto também foi investigado a partir de uma montagem com imagens antes, durante e depois da interrogativa, que foi feita por meio do Editor de fotos PhotoScape, para uma maior robustez dos dados. Logo depois desse processo, buscamos analisar se havia alguma relação dos movimentos faciais e corporais com as interrogativas e se aqueles aconteciam de forma padrão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na percepção de variações melódicas, nem sempre um ouvinte se detém somente às pistas

568 de 663 auditivas, mas também às expressões faciais e dos movimentos corporais. Essas variações melódicas, como a interrogativa, se destacam numa oração através dos gestos que o falante faz e não apenas através da sua entonação. Na transmissão de mensagens em que há interrogativas, por exemplo, os falantes tendem a levantar a sobrancelha e a estender as mãos ou, até mesmo, a semicerrar os olhos e franzir a sobrancelha a depender do tipo de pergunta que se faz (retórica, irônica, capciosa etc). Os ouvintes, por sua vez, associam esses movimentos à variação melódica, no caso a interrogativa, que está ocorrendo nessa mensagem, fazendo jus ao que os estudos vêm dizendo: esses movimentos encerram informações prosódicas importantes, como a interrogativa (aqui investigada por nós). Em nossos resultados, observamos que os falantes tendem a levantar a sobrancelha nas interrogativas e a fazer movimentos com as mãos. Vejamos as figuras 1 e 2 abaixo:

569 de 663 Figura 2 Figura 1 Como podemos observar, os falantes fazem movimento com as mãos, um deles levanta a sobrancelha também, no momento em que realiza uma interrogação. Uma interrogativa apresenta um ataque alto, queda na sílaba que precede a última sílaba acentuada e uma elevação melódica na última sílaba

570 de 663 acentuada do enunciado. (OLIVEIRA, 2014, p. 13). Sendo assim, através da curva de Pitch logo abaixo das imagens, podemos observar que a entonação desses sujeitos de fato caracteriza uma interrogativa. Os resultados obtidos nessa pesquisa trazem forte evidência de que os movimentos faciais e corporais são muito importantes na produção de variações melódicas, como a interrogação. Ademais, como foi observado, há certo padrão nessa variação no ato de fazer movimentos com as mãos e/ou levantar a sobrancelha. De fato, a interação entre a visão e a audição na produção de interrogativas oferece informações linguísticas que são captadas pelo receptor da mensagem. CONCLUSÕES A hipótese levantada nessa pesquisa é confirmada a partir dos resultados obtidos: os movimentos corporais e faciais seguem um padrão nas interrogativas e são coadjuvantemente importantes na percepção dessas variações.

571 de 663 REFERÊNCIAS OLIVEIRA, Juscelia S. N. Análise acústico-perceptual das frases exclamativas e interrogativas realizadas por falantes de Vitória da Conquista/BA Vitória da Conquista, BA: 2014. PACHECO, Vera. O efeito dos estímulos auditivo e visual na percepção de marcadores prosódicos lexicais e gráficos usados na escrita do Português do Brasil / Vera Pacheco. -- Campinas, SP : [s.n.], 2006.