FENOLOGIA DAS CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL, ANO 2012

Documentos relacionados
FENOLOGIA DE CULTIVARES DE TRIGO PARA FINS DE REFINAMENTO DO ZONEAMENTO AGRÍCOLA DA CULTURA NA REGIÃO HOMOGÊNEA DE ADAPTAÇÃO DE CULTIVARES 4

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA

GERMINAÇÃO PRÉ-COLHEITA NAS CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL, ANO 2014

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA

Ensaio de Cultivares em Rede - Trigo

Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo no Rio Grande Sul, safra 2012

Resultados do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo no Rio Grande do Sul, em 2010

RESULTADOS DO ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL, EM 2011

RESULTADOS DE 2009 CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O RIO GRANDE DO SUL. Fevereiro, 2010

3 Biotrigo Genética, Rua João Battisti, 71,

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

RESULTADOS DE 2009 CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O PARANÁ E SÃO PAULO. Fevereiro, 2010

CONCENTRAÇÃO DE FERRO E ZINCO EM GRÃOS DE TRIGO SOB COLHEITA E DEBULHA MANUAL

Dano de geada nos estádios vegetativos do trigo em Guarapuava, invernos 2010 e 2011

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

BRS REPONTE EXTENSÃO DE INDICAÇÃO DE TRIGO PARA A RHA1 DO RS, SC E PR

Documentos 94. Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo do Rio Grande do Sul, 2009

PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL

RENDIMENTO DE GRÃOS DE CULTIVARES DO TRIGO INDICADAS PARA O CULTIVO NO ESTADO DO RS

Desempenho de cultivares de milho indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul na safra

Classificação comercial regionalizada das cultivares de trigo da Embrapa indicadas para semeadura no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, em 2012

ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO 2015

PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O CULTIVO NO ESTADO DO RS. 1. Roberto Carbonera 2, Tiago Mai 3.

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

MOMENTO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO EM COBERTURA EM TRIGO: QUALIDADE TECNOLÓGICA E RENDIMENTO DE GRÃOS

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE TRIGO DO ENSAIO ESTADUAL QUANTO À GIBERELA EM 2014

AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE SUCESSÃO TRIGO-SOJA EM PASSO FUNDO/RS

CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL INDICATIVA DAS CULTIVARES DE TRIGO DA EMBRAPA - PARANÁ, MATO GROSSO DO SUL E SÃO PAULO, SAFRA

ISSN Julho,

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Estimativa do número ideal de amostras para classificação comercial do trigo

REAÇÃO CULTIVARES DE TRIGO AO MOSAICO COMUM - EECT/RS-2015

SISTEMAS DE CULTIVO DE TRIGO NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL, PARANÁ E MATO GROSSO DO SUL

ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE RENDIMENTO DE GRÃOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO EM DIVERSAS REGIÕES TRITÍCOLAS DO BRASIL

BRS REPONTE: CULTIVAR DE TRIGO DE ALTA PRODUTIVIDADE E AMPLA ADAPTAÇÃO

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO DE BAIXO CUSTO DE SEMENTES NA SAFRINHA 2016

l«x Seminário Nacional

Ensaio de Cultivares em Rede de Trigo Safra 2017/2017

Comportamento de genótipos de canola em Maringá em 2003

Estratégias de sucessão trigo/cevada/aveia preta-soja para sistemas de produção de grãos no sul do Brasil

DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE SUCESSÃO TRIGO-SOJA PARA MANUTENÇÃO DA VIABILIDADE DAS CULTURAS NO SUL DO BRASIL

Resultados de Experimentação e Campos Demonstrativos de Trigo 2012

APLICAÇÃO DE REDUTOR DE CRESCIMENTO NO PERFILHAMENTO DE CULTIVARES DE TRIGO, EM DOIS NÍVEIS DE NITROGÊNIO

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

Aptidão Tecnológica de Cultivares do Ensaio de Qualidade de Trigo do Paraná (EQT-PR) Safra 2011

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

Ensaio de Cultivares em Rede de Trigo Safra 2016/2016

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

ATIVIDADES DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DA EMBRAPA TRIGO PARA TRIGO E TRITICALE, SAFRA 2011

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS PARA CULTIVO NO RIO GRANDE DO SUL, NA SAFRA DE 1998/99

BRS PASTOREIO: NOVA CULTIVAR DE TRIGO DUPLO PROPÓSITO DA EMBRAPA

ANÁLISE CONJUNTA DOS ENSAIOS REGIONAL E BRASILEIRO DE LINHAGENS DE AVEIA BRANCA CONDUZIDOS ENTRE 2008 E 2011

BROTAÇÃO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR NAS CONDIÇÕES DE CERRADO DO BRASIL-CENTRAL

CORRELAÇÃO DE FORÇA DE GLÚTEN E ÍNDICE DE ELASTICIDADE COM ESTABILIDADE, PARA GENÓTIPOS DE TRIGO DA EMBRAPA, POR REGIÃO TRITÍCOLA DO PARANÁ

Avaliação de giberela em genótipos de trigo do ensaio estadual de cultivares, na região de Passo Fundo, em 2004

BRS MARCANTE - CULTIVAR DE TRIGO DA EMBRAPA DA CLASSE PÃO

A VALIA CÃO DE LINHAGENS DE SOJA PARA INDICA çãó DE CUL TIVARES NO RIO GRANDE DO SUL

Fenologia de cultivares de soja em seis épocas de semeadura em Passo Fundo/RS, na safra 2012/2013

ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL REAÇÃO AO BYDV

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

Reação à ferrugem da folha de genótipos de trigo indicados para cultivo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná em 2004

TBIO SELETO - Rusticidade, precocidade e bom potencial de rendimento

li!x Seminário Nacional

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

APLICAÇÃO TARDIA DE NITROGÊNIO EM GENÓTIPOS DE TRIGO DA EMBRAPA

Reação de cultivares brasileiras de trigo ao Wheat streak mosaic virus

ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS PARA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS, CICLO 2005/2006 1

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

PERFORMANCE DE NOVE GENÓTIPOS DE SOJA CULTIVADOS EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NA EMBRAPA CERRADOS

BRS GRAÚNA - NOVA CULTIVAR DE TRIGO DA EMBRAPA

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

RESULTADOS DO ENSAIO NACIONAL DE MILHO EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA, EM MATO GROSSO DO SUL, 2008

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

BRS Sabiá - Nova Cultivar de Trigo da Embrapa

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

Comportamento de genótipos de trigo para macarrão, em dois locais de Minas Gerais, no ano de 2009

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO 2014

Produção de semente genética de trigo na Embrapa Trigo em 2009

ANÁLISE CONJUNTA DO ENSAIO BRASILEIRO DE LINHAGENS DE AVEIA BRANCA CONDUZIDO EM 2011

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

Produção e Composição Bromatológica de Cultivares de Milho para Silagem

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Recomendação de Variedades de Polinização Aberta de Milho para a região de Viçosa- MG

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

PARÂMETROS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA DE TRIGO 1. INTRODUÇÃO

COMPORTAMENTO DAS CULTIVARES DE SOJA RECOMENDADAS PARA O RIO GRANDE DO SUL, NA SAFRA DE 1989/90, EM PASSO FUNDO

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

RENDIMENTO DE GRÃOS E EFICIÊNCIA DE USO DE NITROGÊNIO NA CULTURA DO TRIGO EM DUAS REGIÕES DO RIO GRANDE DO SUL

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

Transcrição:

FENOLOGIA DAS CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL, ANO 2012 Ricardo Lima de Castro 1, João Leonardo Fernandes Pires 1, Marcos Garrafa 2, Gilberto Rocca da Cunha 1, Pedro Luiz Scheeren 1, Eduardo Caierão 1 e Márcio Só e Silva 1 1 Pesquisador, Embrapa Trigo, Rod. BR 285, km 294, Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo Fundo RS. Email: ricardo.castro@embrapa.br. 2 Professor, Sociedade Educacional Três de Maio, Av. Santa Rosa, 2405, CEP 98910-000, Três de Maio RS. O período indicado para semeadura do trigo, em cada município apto ao cultivo no Rio Grande do Sul, foi determinado com base nos seguintes fatores de risco: deficiência hídrica ao longo do ciclo, excesso de chuva no período de colheita e ocorrência de geada no período de espigamento. De acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, ainda para efeito de indicação dos períodos de semeadura, as cultivares de trigo indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul são classificadas em três grupos: Grupo I (n < 130 dias); Grupo II (130 dias n 140 dias); e Grupo III (n > 140 dias), onde n expressa o número de dias da semeadura à maturação de colheita (Brasil, 2013). Esta classificação, contudo, pode necessitar de ajustes para readequação aos novos padrões de comportamento das cultivares no campo, especialmente devido à elevada taxa de renovação de cultivares de trigo e ao lançamento de cultivares cada vez mais precoces. O objetivo deste trabalho foi estudar a fenologia das cultivares de trigo indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul, visando à análise da necessidade de uma nova classificação com base no ciclo das cultivares e, conforme o caso, à revisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Os experimentos foram realizados na Embrapa Trigo, em Passo Fundo/RS, e na Sociedade Educacional Três de Maio Setrem, em Três de Maio/RS. Sessenta e três cultivares de trigo indicadas para cultivo no Rio

Grande do Sul foram semeadas no campo experimental da Embrapa Trigo, em três épocas: 02/06, 21/06 e 04/07/2012, com emergência em 13/06, 01/07 e 16/07/2012, respectivamente. No campo experimental da Setrem, as cultivares foram semeadas em 07/06/2012, com emergência em 16/06/2012. Em cada local e época, a semeadura foi realizada em parcelas únicas constituídas por cinco linhas de 3 m de comprimento e 0,2 m de espaçamento entre linhas, na densidade de 66 sementes aptas por metro (330 sementes m - ²), em sistema de plantio direto. A adubação e os tratos culturais empregados foram de acordo com as indicações técnicas para a cultura do trigo (Reunião..., 2012). As variáveis estudadas foram: número de dias da emergência ao afilhamento (DEA), número de dias da emergência ao espigamento (DEE), número de dias da emergência ao florescimento (DEF), número de dias da emergência à maturação fisiológica (DEMF), número de dias da emergência à maturação de colheita (DEMC) e altura média de plantas; esta última determinada a partir da medição do colmo principal de três plantas ao acaso na área útil da parcela (três linhas centrais). Para cada variável, as cultivares de trigo foram classificadas em quatro categorias por meio da comparação da média da cultivar, considerando os quatro ambientes de avaliação (três épocas de semeadura em Passo Fundo e uma época em Três de Maio), com a média geral da variável: Grupo 1 valor abaixo da média menos um desvio padrão (< m 1s); Grupo 2 valor entre a média menos um desvio padrão e a média (> m 1s e < m); Grupo 3 valor entre a média e a média mais um desvio padrão (> m e < m + 1s); e Grupo 4 valor acima da média mais um desvio padrão (> m + 1s). Os dados também foram submetidos à análise de variância, complementada pelo teste de agrupamento de médias de Scott & Knott, a 5%. A análise de variância foi realizada considerando o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, em que cada bloco correspondeu a um ambiente de avaliação. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do programa computacional GENES (Cruz, 2006). Os efeitos de tratamentos (cultivares) e de blocos (ambientes de avaliação) foram altamente significativos pelo teste F da análise de variância para todas as variáveis, evidenciando as diferenças de fenologia entre as

cultivares e a influência do local e da época de semeadura no comportamento das mesmas. Os coeficientes de variação experimental para todas as variáveis de fenologia foram muito baixos, variando de 2,1% a 2,5%, exceto para DEA que foi 11,9% (considerado médio). A média da variável DEA foi igual a 21 dias, variando de 17 dias (cv. BRS Guamirim) a 27 dias (cv.cd 121). A cultivar BRS Tarumã, com ciclo total mais longo entre todas as cultivares avaliadas, foi uma das mais precoces a afilhar (18 dias, em média). A média de DEE foi igual a 70 dias, variando de 61 dias (cv. CD 123) a 92 dias (cv. BRS Tarumã). Todavia, é importante observar que 97% das cultivares avaliadas (61 de 63) espigaram até 78 dias após a emergência. As cultivares mais precoces a espigar, classificadas no Grupo 1 (< m 1s) foram CD 123, Supera, BRS Guamirim, CD 154, TBIO Seleto, CD 114 e CD 113 (média do Grupo 1 igual a 63 dias); as quatro primeiras pertencentes ao grupo a de Scott & Knott (Tabela 1). As médias de DEF e de DEMF foram 72 dias (de 64 a 95 dias) e 111 dias (de 104 a 129 dias), respectivamente. O ciclo total (DEMC) variou de 113 dias (cv. CD 154) a 139 dias (cv. BRS Tarumã), com média de 119 dias (Tabela 1). As cultivares com ciclo total mais precoce foram CD 154, CD 114, CD 123, Supera, BRS 331 e TBIO Seleto, classificadas no Grupo 1 (com média igual a 113 dias). Por outro lado, as cultivares mais tardias foram BRS Tarumã, BRS 277, Fundacep Nova Era, BRS Umbu, Fundacep 300, Fundacep Bravo, Fundacep Campo Real e TBIO Sinuelo, classificadas no Grupo 4 (com média igual a 129 dias). Observou-se que 97% das cultivares tiveram ciclo total inferior a 130 dias (até 17 dias a menos Tabela 1). A média da altura de planta foi 77 cm, variando de 61 cm (cv. BRS Tarumã) a 90 cm (cv. Pampeano). De modo geral, o desenvolvimento das cultivares foi mais rápido em épocas de semeadura mais tardia, bem como em Três de Maio, quando comparado à Passo Fundo na mesma época de semeadura (Tabela 1). O estudo da fenologia das cultivares de trigo atualmente indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul indica a necessidade de uma nova classificação com base no ciclo das cultivares e consequente revisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático.

Referências bibliográficas CRUZ, C.D. Programa Genes: estatística experimental e matrizes. Viçosa: UFV, 2006. 285 p. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 3, de 27 de fevereiro de 2013. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 fev. 2013. Seção 1, p. 21. REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE, 6., 2012, Londrina. Informações técnicas para trigo e triticale safra 2013. Londrina: Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale; Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), 2013. 220p. Tabela 1. Número de dias da emergência ao espigamento e à maturação de colheita de cultivares de trigo indicadas para cultivo no Estado do Rio Grande do Sul, em Passo Fundo e em Três de Maio/RS. Coleção de Cultivares de Trigo RS, 2012. Cultivar Emergência espigamento (dias) Emergência - maturação (dias) PF1 PF2 PF3 XPF TM XRS 1 PF1 PF2 PF3 XPF TM XRS 2 CD 154 66 64 55 62 67 63 a 116 113 106 112 116 113 a CD 114 67 65 57 63 67 64 b 116 114 107 112 115 113 a CD 123 67 62 55 61 59 61 a 118 113 106 112 115 113 a Supera 66 62 56 61 65 62 a 116 113 108 112 115 113 a BRS 331 72 65 58 65 65 65 b 118 114 109 114 113 114 a TBIO Seleto 68 64 58 63 64 64 b 118 113 108 113 117 114 a CD 121 71 66 60 66 67 66 c 118 116 109 114 115 115 a Marfim 72 69 62 68 69 68 c 118 114 109 114 118 115 a Berilo 72 67 63 67 70 68 c 118 114 110 114 117 115 a BRS 328 71 66 61 66 66 66 c 118 116 110 115 117 115 a TEC Vigore 71 68 61 67 71 68 c 118 116 108 114 119 115 a Campeiro 72 68 61 67 70 68 c 118 116 110 115 118 116 a CD 113 71 65 59 65 62 64 b 122 116 110 116 114 116 a CD 120 72 67 60 66 71 68 c 120 116 107 114 121 116 a CD 151 75 67 63 68 69 69 d 122 114 110 115 118 116 a BRS Buriti 74 68 63 68 69 69 d 121 117 110 116 117 116 a BRS Louro 75 67 62 68 68 68 c 125 116 108 116 116 116 a CD 122 71 66 57 65 70 66 c 121 116 108 115 120 116 a BRS Guamirim 69 64 59 64 58 63 a 121 116 113 117 117 117 b BRS Timbaúva 73 67 61 67 69 68 c 125 116 110 117 116 117 b Vaqueano 75 68 61 68 73 69 d 122 116 110 116 119 117 b BRS 374 73 68 63 68 72 69 d 121 116 111 116 120 117 b TBIO Pioneiro 73 69 62 68 73 69 d 122 116 110 116 120 117 b CD 105 69 65 59 64 66 65 b 125 116 108 116 120 117 b Fundacep Cristalino 72 65 60 66 69 67 c 125 116 110 117 118 117 b TBIO Alvorada 75 68 63 69 72 70 d 126 116 111 118 116 117 b Fundacep 52 74 66 60 67 69 67 c 125 116 108 116 121 118 b BRS 208 75 67 60 67 67 67 c 126 116 113 118 116 118 b Pampeano 72 68 60 67 71 68 c 123 116 111 117 121 118 b Continua...

Tabela 1. Continuação. Cultivar Emergência espigamento (dias) Emergência - maturação (dias) PF1 PF2 PF3 XPF TM XRS 1 PF1 PF2 PF3 XPF TM XRS 2 Quartzo 74 67 63 68 71 69 d 126 118 109 118 118 118 b TBIO Itaipu 75 67 61 68 69 68 c 127 116 110 118 118 118 b TBIO Mestre 77 69 63 70 73 71 e 126 116 110 117 119 118 b CD 124 74 68 63 68 71 69 d 122 117 110 116 123 118 b Fundacep Raízes 72 68 61 67 69 68 c 126 116 112 118 120 119 b BRS Guabiju 72 67 61 67 68 67 c 126 116 113 118 121 119 b Ônix 75 68 63 69 71 69 d 126 118 112 119 120 119 b TBIO Iguaçu 78 71 64 71 73 72 e 127 116 114 119 122 120 b CD 119 76 69 64 70 70 70 d 129 116 113 119 123 120 b Topázio 75 68 64 69 74 70 e 122 116 120 119 123 120 b Abalone 78 71 65 71 75 72 e 126 117 115 119 124 121 b TEC Veloce 72 67 61 67 70 68 c 126 118 120 121 118 121 b BRS 276 80 70 66 72 74 73 e 130 117 114 120 123 121 c Ametista 77 70 62 70 71 70 d 131 116 119 122 120 122 c Fundacep Horizonte 77 67 63 69 70 69 d 130 117 120 122 120 122 c Turquesa 78 68 63 70 78 72 e 126 117 120 121 124 122 c BR 23 76 69 63 69 70 70 d 130 117 120 122 121 122 c BRS 327 78 68 64 70 69 70 d 130 117 120 122 121 122 c BRS Camboatá 75 68 63 69 70 69 d 130 118 118 122 122 122 c Safira 78 74 67 73 79 75 f 130 121 113 121 125 122 c BRS 179 79 70 67 72 73 72 e 130 117 120 122 124 123 c BRS 296 79 71 66 72 74 73 e 130 117 120 122 124 123 c CD 115 78 68 63 70 72 70 e 131 118 120 123 124 123 c TEC Triunfo 77 70 64 70 74 71 e 127 121 120 123 125 123 c Fundacep 51 80 70 67 72 72 72 e 131 119 120 123 124 124 c BRS 177 82 74 68 75 79 76 f 131 120 120 124 125 124 c TBIO Sinuelo 80 74 67 74 78 75 f 133 121 120 125 124 125 d Fundacep Campo Real 79 70 67 72 75 73 e 133 121 122 125 125 125 d Fundacep Bravo 80 73 67 73 78 75 f 132 119 120 124 132 126 d Fundacep 300 77 70 68 72 76 73 e 132 121 122 125 132 127 d BRS Umbu 83 75 70 76 82 78 f 139 123 120 127 126 127 d Fundacep Nova Era 82 75 69 75 79 76 f 134 123 120 126 132 127 d BRS 277 92 85 85 87 99 90 g 141 136 122 133 147 137 e BRS Tarumã 94 86 87 89 100 92 g 143 138 126 136 149 139 e Média 75 69 63 69 72 70 126 117 114 119 121 119 Desvio padrão 5.1 4.1 5.2 4.7 6.7 5.1 6.0 4.2 5.3 4.7 6.3 5.0 CV (%) 6.7 6.0 8.3 6.8 9.3 7.4 4.8 3.5 4.7 4.0 5.2 4.2 PF1 = Passo Fundo Época 1; PF2 = Passo Fundo Época 2; PF3 = Passo Fundo Época 3; XPF = Média das três épocas em Passo Fundo; TM = Três de Maio; XRS = Média do Estado RS. Agrupamento das médias XRS por Scott & Knott, a 5% de significância. Grupo 1 valor abaixo da média menos um desvio padrão (< m 1s); Grupo 2 Valor entre a média menos um desvio padrão e a média (> m 1s e < m); Grupo 3 Valor entre a média e a média mais um desvio padrão (> m e < m + 1s); Grupo 4 Valor acima da média mais um desvio padrão (> m + 1s).