MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO

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Transcrição:

MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO DESCRIÇÃO DO MODELO E RESULTADOS Local: Concelho de Celorico de Basto Referência do Relatório: O3-574-MPRD01 Data do Relatório: 06-12-2004 N.º total de páginas: (excluindo anexos) 32

ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVO...5 2 CONTEXTO LEGISLATIVO...6 2.1 DEFINIÇÕES...6 2.2 ENQUADRAMENTO LEGAL DOS MAPAS DE RUÍDO...7 3 METODOLOGIA...9 3.1 LIMITAÇÕES DAS AVALIAÇÕES DE AMBIENTE SONORO TRADICIONAIS...9 3.2 MAPAS DE RUÍDO DESCRIÇÃO BREVE...9 3.3 MAPAS DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO...10 4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO...12 4.1 SOFTWARE UTILIZADO...12 4.2 INSTRUMENTAÇÃO UTILIZADA...13 4.3 NORMAS E PARÂMETROS UTILIZADOS...13 4.3.1 Tráfego rodoviário...13 4.3.2 Indústrias...14 4.4 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO...15 4.4.1 Identificação do local em estudo...15 4.4.2 Área do mapa...16 4.4.3 Caracterização climática...17 4.4.4 Topografia...18 4.4.5 Edifícios e barreiras...19 4.4.6 Fontes de ruído...20 4.4.6.1 Tráfego rodoviário...20 4.4.6.2 Indústrias...24 4.5 VALIDAÇÃO DO MODELO...25 4.5.1 Validação junto às fontes sonoras...25 4.6 RESULTADOS DO MODELO MAPAS DE RUÍDO...28 4.6.1 Análise dos mapas de ruído...29 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...31 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...32 ANEXOS Mapas de Ruído e de Conflitos à escala 1/25.000 CD com o presente relatório, Mapas de Ruído e Conflitos em formato digital (.shp) e animações 3D geradas pelo software CadnaA 03-574-MPRD01 2004-12-06 2

MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO DESCRIÇÃO DO MODELO E RESULTADOS Ficha Técnica Designação do Projecto Cliente Morada Mapa de Ruído do Concelho de Celorico de Basto Câmara Municipal de Celorico de Basto Praça da Cardeal D. António Ribeiro, 4890-220 Celorico de Basto Local de realização dos ensaios Fonte(s) do Ruído Particular Área abrangida pelo Concelho de Celorico de Basto Tráfego rodoviário Data(s) dos ensaios Medições rodoviárias 18-03-2004, 19-03-2004, 01-04-2004, 06-04-2004, 07-04-2004, 20-04-2004, 21-04-2004, 13-05-2004. Data de Emissão 6 de Dezembro de 2004 03-574-MPRD01 2004-12-06 3

Equipa Técnica O presente trabalho foi elaborado pela seguinte equipa técnica: Miguel Lopes, Eng. Mecânico (FEUP), MSc. Sound and Vibration Studies (Un. Southampton) Director Técnico do Laboratório; Fátima Valado, Eng. Ambiente (Un. Aveiro), MSc. In Urban Environmental Management (Un. Delft) Responsável Técnica da Divisão Mapas de Ruído Norte; Eduardo Cunha, Eng. Ambiental e dos Recursos Naturais (U.T.A.D.) Técnico do Laboratório. 03-574-MPRD01 2004-12-06 4

1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVO O Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro, determina que na execução da política de ordenamento do território e urbanismo deve ser assegurada a qualidade do ambiente sonoro, na habitação, trabalho e lazer.. O objectivo deste trabalho consiste na elaboração do Mapa de Ruído do Concelho de Celorico de Basto, de forma a dispor de uma ferramenta evoluída para a gestão e controlo da poluição sonora existente nessa área. Um mapa de ruído constitui, essencialmente, uma ferramenta de apoio a decisões sobre planeamento e ordenamento do território devendo, portanto, ser adoptado na preparação dos instrumentos de ordenamento do território e na sua aplicação. Assim, um mapa de ruído fornecerá informação para atingir os seguintes objectivos: preservar zonas com níveis sonoros regulamentares; corrigir zonas com níveis sonoros não regulamentares; criar novas zonas sensíveis ou mistas com níveis sonoros compatíveis. Neste trabalho foi desenvolvido um modelo acústico tridimensional de toda a área em estudo e analisados os respectivos resultados, nas seguintes perspectivas: níveis de ruído previstos pelo modelo num dado conjunto de pontos receptores, em particular junto das zonas mais críticas devido à sua sensibilidade ao ruído; mapas de ruído diurno e nocturno, considerando as principais fontes de ruído (vias rodoviárias e as indústrias). O modelo criado apresenta um potencial que não se esgota nos resultados apresentados e a escala a que foi realizado adapta-se melhor à tomada de decisões sobre estratégias de zonamento e de identificação de áreas prioritárias para redução de ruído. Constitui, assim, uma ferramenta que deverá ser utilizada em conjunto com o planeamento urbano de forma a permitir analisar qualquer cenário de alteração da situação actual, assim como evidenciar perante terceiros os impactes sonoros gerados, as reduções ou aumentos provocados por alterações nas vias rodoviárias (p.e. alteração do fluxo de viaturas, mudança de piso, etc.). A escala utilizada em todo o trabalho foi a escala do PDM do concelho 1:10.000. A precisão dos cálculos realizados para os mapas de ruído, dependente de vários parâmetros, foi ajustada para a sua apresentação a esta escala, ou inferior (por exemplo, 1:25.000, mínimo estabelecido pelo Instituto do Ambiente para articulação com PDM). A visualização ou impressão a escalas superiores a 1:10.000 não deverá ser utilizada. No presente relatório é descrito o modelo computacional, utilizado e desenvolvido, e são apresentados os seus resultados, quer em forma de tabelas, quer em forma de mapas de ruído. Com os dados apresentados é possível obter resultados claros do ruído proveniente das diversas fontes sonoras. Em anexo a este Relatório, inclui-se um CD em que para além do presente relatório se inclui os referidos Mapas de Ruído e de Conflitos e animações 3D geradas pelo software utilizado (CadnaA Versão 3.4.109). 03-574-MPRD01 2004-12-06 5

2 CONTEXTO LEGISLATIVO A legislação portuguesa em que se baseiam os dispostos legais elaborados e apresentados neste trabalho é descrita no Regime Legal sobre a Poluição Sonora Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Novembro, na Directiva Comunitária 2002/49/CE e nas Notas Técnicas elaboradas pela DGA/DGOTDU Princípios orientadores para a Elaboração de Mapas de Ruído e Recomendações para Selecção de Métodos de Cálculo a Utilizar na Previsão de Níveis Sonoros. 2.1 DEFINIÇÕES De seguida apresentam-se algumas definições importantes relativas à elaboração de Mapas de Ruído: Intervalos de Tempo de Referência segundo Decreto-Lei 292/2000 São tomados como períodos de referência os seguintes: nocturno (22 às 7 h) e diurno (7 às 22 h); Ruído Ambiente Ruído global observado numa dada circunstância num determinado instante, devido ao conjunto das fontes sonoras que fazem parte da vizinhança próxima ou longínqua do local considerado; Ruído Residual (ou Ruído de Fundo) Ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídos particulares, para uma determinada situação; Ruído Particular (ou Ruído Perturbador) Componente do ruído ambiente que pode ser especificamente identificada por meios acústicos e atribuída a uma determinada fonte sonora; Área do Mapa - A área do mapa é a área onde se pretende conhecer os níveis sonoros; Área de Estudo - A área de estudo, é uma área que geralmente é superior à área do mapa, onde poderão existir fontes de ruído que, apesar de se localizarem fora da área do mapa, poderão ter influência nos níveis sonoros aí existentes; Mapa de Ruído Apresentação de dados sobre uma situação de ruído existente ou prevista em termos de um indicador de ruído, onde se representam as áreas e os contornos das zonas de ruído às quais corresponde uma determinada classe de valores expressos em db(a); Mapa de Conflitos Mapas diferenciais em que os níveis de ruído são comparados com determinados limites definidos para essa zona; Valor Limite Valor que conforme determinado pelo Estado-membro (em Portugal correspondente aos valores impostos para zonas sensíveis ou mistas), que, caso seja excedido, é ou poderá ser objecto de medidas de atenuação por parte das autoridades competentes; Zonas Sensíveis áreas definidas em instrumentos de planeamento territorial como vocacionadas para usos habitacionais, existentes ou previstos, bem como para escolas, hospitais, espaços de recreio e lazer e outros equipamentos colectivos prioritariamente utilizados pelas populações como locais de recolhimento, existentes ou a instalar; Zonas Mistas as zonas existentes ou previstas em instrumentos de planeamento territorial eficazes, cuja ocupação seja afecta a outras utilizações, para além das referidas na definição de zonas sensíveis, nomeadamente a comércio e serviços; 03-574-MPRD01 2004-12-06 6

Planeamento Acústico O controlo de ruído futuro através de medidas programadas; inclui o ordenamento de território, engenharia de sistemas para o tráfego, planeamento do tráfego, atenuação por medidas adequadas de isolamento sonoro e de controlo de ruído na fonte; Nível Sonoro Contínuo Equivalente, Ponderado A, L Aeq, de um Ruído e num Intervalo de Tempo Nível sonoro, em db (A), de um ruído uniforme que contém a mesma energia acústica que o ruído referido naquele intervalo de tempo, L Aeq L( t ) 1 T 10 = 10log10 10 dt T 0 sendo: L (t) T o valor instantâneo do nível sonoro em db (A); o período de tempo considerado. 2.2 ENQUADRAMENTO LEGAL DOS MAPAS DE RUÍDO O Decreto-Lei 292/00 de 14 de Novembro Regime Legal Sobre Poluição Sonora, veio introduzir na Legislação Portuguesa uma série de obrigações para as Autarquias, numa perspectiva de melhorar a qualidade de vida das populações. De acordo com o artigo 4º Instrumentos de Planeamento Territorial do Capítulo II: As Câmaras Municipais devem promover a elaboração de mapas de ruído, de forma a enquadrar a preparação dos respectivos instrumentos de ordenamento do território. O mesmo artigo também refere que a classificação das zonas sensíveis e mistas é também da competência das Câmaras Municipais, devendo estas zonas estar delimitadas e disciplinadas no respectivo plano de ordenamento do território. Os níveis sonoros limites nestas zonas são caracterizados pelos parâmetro L Aeq do ruído ambiente exterior, e são definidos no quadro seguinte onde segundo este Decreto-Lei, de acordo com a Tabela 2-1. Tabela 2-1 Níveis máximos de exposição ao ruído ambiente exterior, L Aeq. Zona Período Diurno (07h00-22h00) Período Nocturno (22h00-07h00) Sensível 55 db(a) 45 db(a) Mista 65 db(a) 55 db(a) A Directiva Comunitária 2002/49/CE de 25.06.2002, que entrou em vigor em 18.07.2002 faz várias referências à elaboração de Mapas de Ruído. Entre estas referências constam a definição de Mapa Estratégico de Ruído, e o estabelecimento e datas para a elaboração destes mapas que de acordo com o Art.º 7º: até 30 de Junho de 2007, os Estados Membros assegurarão a elaboração e aprovação pelas autoridades competentes de mapas de ruído para todas os aglomerados 03-574-MPRD01 2004-12-06 7

populacionais com mais de 250.000 habitantes e a todos os grandes eixos rodoviários, ferroviários e aeroportos situados no seu território. Em Outubro de 2001, a DGA (Direcção Geral do Ambiente) em conjunto com a DGOTDU (Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano) emitiram um documento com princípios orientadores para a Elaboração de Mapas de Ruído, sendo referido que estes instrumentos de Gestão Ambiental deverão ser integrados nos Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), a saber: Planos Directores Municipais (PDM); Planos de Urbanização(PU); Planos de Pormenor (PP). Neste documento refere-se que, os estudos de ordenamento se devem apoiar na informação disponível nos Mapas de Ruído, sendo este um elemento fundamental para a informação acústica das zonas, objecto de estudo de âmbito municipal. Nestes princípios referem-se aspectos técnicos no que diz respeito à elaboração de Mapas de Ruído, dos quais alguns se descrevem a seguir: indicador de ruído ambiente a utilizar é o nível sonoro médio de longa duração, LAeq, LT, expresso em db(a), definido na NP-1730; é desejável que o Mapa de Ruído seja realizado por modelação na perspectiva de harmonização a médio/longo prazo com as regras adoptadas na Directiva; os Mapas de Ruído devem ser realizados para cada um dos períodos de referência descritos na legislação; devem ser considerados pelo menos as seguintes fontes sonoras: grandes eixos de circulação rodoviária cujo tráfego médio diário anual (TMDA) ultrapasse os 8000 veículos, grandes eixos de circulação ferroviária com 30000 ou mais passagens de comboio ano, aeroportos e aeródromos e as actividades ruidosas abrangidas pela avaliação de impacte ambiental. Existem ainda vários requisitos mínimos a respeitar na Elaboração de Mapas de Ruído, tais como: a representação gráfica e medições de ruído ambiente deverão ser realizadas de acordo com a NP 1730; a escala não deve ser inferior a: - 1/25000, para articulação com PDM; - 1/5000, para articulação com PU e PP. da informação mínima a incluir deve constar a denominação da área abrangida, o período de referência, a identificação das fontes consideradas, os métodos de cálculo, legenda com escala de cores, escala e data de avaliação. 03-574-MPRD01 2004-12-06 8

3 METODOLOGIA 3.1 LIMITAÇÕES DAS AVALIAÇÕES DE AMBIENTE SONORO TRADICIONAIS As avaliações de ambiente sonoro "tradicionais" recorrem a amostragens de ruído de curta duração, num número limitado de pontos no espaço. A utilização generalizada deste tipo de avaliações em áreas urbanas tem, sem dúvida, contribuído para o conhecimento global dos níveis de ruído existentes, em determinados locais de medição. No entanto, a experiência tem demonstrado que, frequentemente, esta abordagem não permite obter resultados muito fiáveis nem uma visão clara do real ambiente sonoro da área em estudo. Além disso não fornece geralmente informação suficiente para a tomada de decisão quanto às medidas minimizadoras a implementar pois não permite identificar e classificar fontes de ruído nem possibilita uma previsão dos resultados espectáveis de uma determinada intervenção correctiva. Outro aspecto a ter em conta consiste na dificuldade que as avaliações "tradicionais" têm em apresentar resultados de fácil leitura por não especialistas. Tal facto dificulta a comunicação efectiva dos resultados de medidas minimizadoras do ruído aos potenciais interessados, como a comunidade envolvente, organismos oficiais, indústrias, organizações ambientalistas, e outros, não potenciando devidamente os efeitos dessas medidas na imagem da autarquia. 3.2 MAPAS DE RUÍDO DESCRIÇÃO BREVE O desenvolvimento de técnicas de modelação da emissão e propagação sonora, a par do aumento enorme das capacidades de memória e cálculo dos sistemas informáticos, permitiram o aparecimento nos últimos anos de programas informáticos capazes de modelar, com boa precisão e relativa rapidez, as mais complexas situações de geração e propagação de ruído. Os resultados são normalmente apresentados sob a forma de linhas isofónicas e/ou manchas coloridas, representando as áreas cujo nível de ruído se situa numa dada gama de valores, ou seja: Mapas de Ruído. Figura 3-1 Mapa de Ruído em planta. Figura 3-2 Mapa de Ruído em 3D. 03-574-MPRD01 2004-12-06 9

Figura 3-3 Mapa de Ruído em corte transversal às vias de tráfego. Estes mapas de ruído não resultam directamente de medições de ruído realizadas pois, para que tal fosse possível com um mínimo de representatividade, seriam necessárias centenas, ou mesmo milhares, de medições, com durações de vários dias por cada ponto de medida. Eles resultam sim de cálculos realizados de acordo com modelos matemáticos baseados em Normas, englobando uma série de fases que a seguir se descrevem. Desde a publicação do Livro Verde (1996) da "Future Noise Policy for EU" que ficou claramente definido que, a nível comunitário, toda a política do ruído ambiental se passará a basear na cartografia do ruído, inserida em sistemas de informação geográfica e considerada como ferramenta essencial de planeamento urbano, municipal e regional. 3.3 MAPAS DE RUÍDO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO A metodologia utilizada neste trabalho englobou as seguintes fases: definição da área do mapa e da área de estudo ; recolha de dados climáticos e geográficos; recolha de cartografia digital base, altimetria do terreno (curvas de nível e pontos cotados), edifícios, fontes de ruído (infra-estruturas de transporte e fontes fixas) e obstáculos permanentes à propagação de ruído (muros, barreiras acústicas); identificação e levantamento das principais fontes de ruído existentes no Concelho tráfego rodoviário e indústrias; importação da altimetria para o Software CadnaA e criação do modelo digital do terreno (tridimensional); importação para o Software CadnaA dos edifícios e obstáculos permanentes à propagação do ruído e colocação destes em 3D a partir da informação fornecida pela Câmara local; caracterização das fontes de ruído com base nas Normas francesas NMPB96 e XPS 31-133 (tráfego rodoviário), no documento Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the production of associated data on noise exposure (indústrias) e no procedimento interno do dblab PT60 Elaboração de Mapas de Ruído; análise e tratamento de dados relativamente às fontes sonoras, obstáculos, efeito do solo e padrões de ocupação do solo; 03-574-MPRD01 2004-12-06 10

simulação dos níveis de ruído para o Concelho de Celorico de Basto em computador através do software CadnaA e com base nas Normas francesas NMPB96, XP S 31-133, na Norma NP4361-2, para realizar o referido mapa de ruído; validação do modelo: selecção de pontos de medição em locais determinados para validação do modelo na sua globalidade. Medição de níveis de pressão sonora em conformidade com a Norma NP 1730 nesses pontos e respectiva comparação com os valores calculados através do modelo introduzido no software nas mesmas condições de funcionamento e condições climatéricas; impressão final do mapa de ruído e análise final por inspecção visual, para eventuais detecções de erros de processamento. Em relação ao mapa de ruído (MR) elaborado para a referida área, relembram-se as seguintes observações: o MR deve ser considerado uma ferramenta para preparar e monitorizar o plano de redução de ruído e não como um fim em si; o MR deve ser usado não apenas para avaliar/analisar mas também para influenciar programas de desenvolvimento; o MR é parte de um programa de redução de ruído, para identificar áreas para acção e avaliar alternativas; são necessárias a manutenção e actualização do MR de modo a visualizar-se a evolução do panorama acústico, provocada pela alteração das variáveis utilizadas como base do modelo; embora o MR possa ser útil como uma "fotografia", o maior benefício obtém-se se for actualizado periodicamente ou continuamente; MR deve ser um processo e não um evento, e um passo na caminhada do plano de redução de ruído; é possível realizar mapas a diferentes cotas no presente estudo a pedido da autarquia foram calculados mapas de ruído a 4 metros acima do solo; medições de ruído só para locais específicos; o essencial é a previsão com base em informação das fontes de ruído e topografia do local, incluindo edifícios. 03-574-MPRD01 2004-12-06 11

4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 4.1 SOFTWARE UTILIZADO O programa utilizado para a elaboração dos Mapas de Ruído foi o CadnaA. De origem alemã, está no mercado desde a década de 80, tendo sido utilizado desde então quer pela equipa que o desenvolve (www.datakustik.de), quer generalizadamente por todo o mundo incluindo Portugal, onde foi inicialmente utilizado na elaboração do Mapa de Ruído de Lisboa, e que se generalizou entretanto na elaboração de Mapas de Ruído de outros municípios para grandes indústrias cimenteiras, fundições e centrais termoeléctricas. É, manifestamente, um título de referência na área da modelação acústica. O CadnaA cumpre integralmente com os requisitos apresentados na Directiva Comunitária (2002/49/CE), no que toca aos métodos de cálculo a utilizar para elaboração do mapa de ruído. Deste modo, o CadnaA permite elaborar um mapa de ruído que inclui a contribuição de todos os tipos de fontes relevantes, sendo cada uma modelada de acordo com esses métodos. 03-574-MPRD01 2004-12-06 12

4.2 INSTRUMENTAÇÃO UTILIZADA Os equipamentos utilizados na realização do presente estudo, encontram-se homologados pelo IPQ, e as suas características técnicas e n.º de certificados de calibração, podem ser visualizadas na tabela seguinte. Tabela 4-1 Instrumentação utilizada. Tipo Características Rastreabilidade Ref. Marca Modelo Nº Série Entidade Calibradora N.º Certificado Data de Calibração Sonómetro LAB-04 RION NA-27 1070529 I.S.Q. 22265/03 11/09/03 Sonómetro LAB-01 RION NL-18 380599 I.S.Q. 17109/04 15/06/04 Calibrador LAB-11 RION NC-74 50441106 I.S.Q. - - Calibrador LAB-10 Norsonic 1251 22849 I.S.Q. - - 4.3 NORMAS E PARÂMETROS UTILIZADOS Todos os mapas aqui apresentados foram gerados a partir de uma malha com 10 m por 10 m e 4 m acima do solo correspondendo à altura recomendada pela Directiva Comunitária para áreas urbanas, na perspectiva de indicar aproximadamente os níveis incidentes em fachadas de edifícios sensíveis, tipicamente à altura do primeiro andar. 4.3.1 TRÁFEGO RODOVIÁRIO A modelação do ruído de tráfego rodoviário, para obtenção do seu nível sonoro associado, passa primeiro de tudo, pela caracterização da emissão sonora dos veículos rodoviários e respectiva modelação em cada via de trânsito, e em seguida, na caracterização da associada propagação sonora na atmosfera. Não existindo em Portugal, um método nacional para o cálculo de níveis de ruído de tráfego rodoviário, neste estudo recorreu-se ao método francês NMPB-96 e XPS 31-133, recomendadas pela Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente. A modelação de vias de tráfego rodoviário, baseada nas Normas Francesas NMPB-96 e XPS 31-133, necessita da seguinte informação: Eixo da via, devidamente cotada na cartografia; Largura e inclinação da via; Contagens de tráfego com distinção ligeiros/pesados e por período de referência (diurno/nocturno) 03-574-MPRD01 2004-12-06 13

Características do piso; Classificação da rodovia; Limites de velocidade ligeiros/pesados. 4.3.2 INDÚSTRIAS A avaliação do impacte sonoro da unidade industrial considerada foi efectuada através da sua modelação como fonte em área horizontal. A potência sonora da unidade industrial foi definida, após a identificação no terreno das suas características, segundo o documento Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the production of associated data on noise exposure. A atenuação do som na sua propagação ao ar livre foi calculada pelo software recorrendo à norma NP 4361-2 (2001). Esta norma especifica um método de engenharia para o cálculo da atenuação do som durante a sua propagação em campo livre, a fim de prever os níveis de ruído ambiente a uma dada distância proveniente de diversas fontes. O método permite prever o nível sonoro equivalente, ponderado A em condições meteorológicas favoráveis à propagação a partir de fontes de emissão conhecidas. Especificamente, esta norma providência métodos de cálculo para os seguintes efeitos físicos que influenciam os níveis de ruído ambiental: Divergência geométrica; Atenuação através do solo; Atenuação por barreiras acústicas; Atenuação por zonas industriais ou verdes; Reflexões em superfícies. A equação básica definida na Norma NP 4361-2 para o cálculo do nível de pressão sonora (L p ), para um dado receptor, é: L p = L w + D c A Onde, Em que, L w, é o nível de potência sonora produzida por uma fonte sonora, db, D c, é a correcção de directividade, db, A, é o termo de atenuação do nível de potência sonora que ocorre durante a propagação do som desde a fonte emissora até ao receptor, db. A = A atm + A solo + A div + A bar + A var A atm, é a atenuação resultante da absorção atmosférica, 03-574-MPRD01 2004-12-06 14

A solo, é a atenuação resultante da absorção por parte do solo, A div, é a atenuação resultante da divergência geométrica, A bar, é a atenuação resultante de barreiras, A var, é a atenuação resultante de efeitos diversos, como zonas industriais e zonas verdes. 4.4 CARACTERIZAÇÃO DO MODELO Para a realização de um mapa de ruído é necessário modelar todas as variáveis intervenientes na complexa problemática ambiental que é o ruído, para que a aplicação computacional de previsão do modelo físico de propagação sonora possa fazer o seu papel com o maior rigor possível. Nos próximos pontos é descrito com maior detalhe a informação introduzida no modelo, distinguida em três classes fundamentais: caracterização da área em estudo, fontes de ruído e pontos receptores de ruído. 4.4.1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO O Concelho de Celorico de Basto situa-se no Norte de Portugal, no Distrito de Braga (Figura 4.1). A sua área é de 181 km 2, sendo delimitado a Norte pelo Concelho de Cabeceiras de Basto, a Nascente pelo Concelho de Mondim de Basto, a Poente pelo Concelho de Fafe, e a Sul pelos concelhos de Amarante e Felgueiras. Celorico de Basto é constituído por 22 freguesias e é caracterizado por um povoamento disperso. Tem cerca de 20229 habitantes e uma densidade populacional aproximada de 112 hab./km 2 (dados de 2001). 03-574-MPRD01 2004-12-06 15

Figura 4-1 Localização da área em estudo: Concelho de Celorico de Basto e respectivos concelhos vizinhos. Copyright 2002 DGA http://atlas.isegi.unl.pt/website/atlas/din/viewer.htm) 4.4.2 ÁREA DO MAPA A área do mapa, Figura 4.2, é a área onde se pretende conhecer os níveis sonoros, geralmente, é inferior à área de estudo, dado que poderão existir fontes de ruído que, apesar de se localizarem fora da área do mapa, poderão ter influência nos níveis sonoros aí existentes. A área do mapa corresponde à área contida no limite do concelho. A distância considerada para além da área do mapa foi em função do tipo e intensidade de fontes em causa, bem como das características de ocupação do solo no limite da área do mapa que determinam a capacidade de influência dessas fontes. Na área do mapa foi efectuado um levantamento detalhado das condições existentes no terreno, e em seguida realizados cálculos e simulações. 03-574-MPRD01 2004-12-06 16

Figura 4-2 Representação da área do mapa. 4.4.3 CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA Os principais parâmetros que caracterizam o clima em Celorico de Basto e que se revelam essenciais para o cálculo da atenuação atmosférica na propagação do som ao ar livre são a temperatura, a humidade relativa do ar e o regime de ventos. No Concelho, a temperatura média anual é cerca de 13ºC e a humidade relativa média anual do ar é de 78%, segundo o Atlas do Ambiente. A caracterização do regime de ventos em Celorico de Basto foi efectuada com base nos dados referentes à Estação Meteorológica de Paços de Ferreira, pertencente à rede do INMG, e a mais próxima geograficamente. Os valores destas variáveis são resultados de tratamento estatístico de dados referentes a 29 anos (de 1958 a 1987). 03-574-MPRD01 2004-12-06 17

Os ventos foram predominantemente do quadrante Norte sendo a principal direcção NE SW, com velocidade média de 3.14 m/s. Relativamente às direcções predominantes dos ventos, pelo facto de as velocidades não ultrapassarem o valor de 5.0 m/s, segundo as especificações na Norma ISO 9613, não haverá necessidade de se introduzirem os dados relativos a direcção dos ventos, já que obedecem os requisitos das condições de propagação favoráveis ( downwind conditions ). 4.4.4 TOPOGRAFIA Para a elaboração do mapa de ruído foram utilizados os dados altimétricos, curvas de nível cotadas de 10 em 10 m e pontos cotados (Figura 4-3), fornecidos pela Câmara Municipal de Celorico de Basto. Os dados altimétricos referentes às vias rodoviárias em construção foram igualmente fornecidos pela Câmara Municipal de Celorico de Basto. Figura 4-3 Curvas de nível em planta. 03-574-MPRD01 2004-12-06 18

4.4.5 EDIFÍCIOS E BARREIRAS A informação referente a edifícios e outros elementos de construção (planimetria) foi fornecida pela Câmara Municipal de Celorico de Basto. De forma a poder construir o modelo da área em estudo a 3D, e uma vez que não existia informação sobre sobre a cércea dos edifícios, considerou-se a generalidade dos edifícios como tendo 6 m de altura, conforme indicação do cliente, o que corresponde à altura média de uma habitação de dois pisos. No núcleo urbano de Celorico de Basto, dada a variabilidade da altura dos edifícios, foi efectuado um levantamento do número de pisos dos edifícios que confrontam as vias modeladas. Da mesma forma, foram considerados 3 m de altura por cada piso. Na Figura 4-4, pode-se observar o aspecto do modelo tridimensional criado. Aos edifícios foi também atribuído um valor médio de absorção sonora. Figura 4-4 Vista tridimensional de uma zona urbana em Celorico de Basto. Será também de realçar que, durante o trabalho de campo realizado foram também identificados e introduzidos no modelo alguns objectos de interesse, como por exemplo muros e taludes, que funcionam como barreiras acústicas na propagação do som ao ar livre. A Figura 4-5 ilustra uma dessas situações. 03-574-MPRD01 2004-12-06 19

Figura 4-5 Pormenor de taludes na Variante E.N. 210. 4.4.6 FONTES DE RUÍDO O presente estudo tem definido como fontes de ruído, as principais vias de tráfego rodoviárias e uma área de ruído industrial existentes na área em estudo. As fontes de ruído foram modeladas de acordo com a sua geometria real e de forma a reproduzir no modelo a realidade acústica existente. Foram objecto de modelação vias rodoviárias A7 e Variante E.N.210 (Celorico de Basto Arco de Baúlhe) que ainda não se encontram em funcionamento pelo que o modelo resultante corresponde a uma situação futura. 4.4.6.1 Tráfego rodoviário A localização desta informação foi obtida através da cartografia e documentação fornecida pela Câmara Municipal de Celorico de Basto. As cotas das estradas foram obtidas através da modelação do terreno gerada pelas curvas de nível tendo sido necessários alguns ajustes de modo a obter uma melhor correspondência com a realidade. Na Figura 4-6 pode ser visualizado o resultado final dos ajustes realizados a duas vias rodoviárias e a toda a sua envolvente. 03-574-MPRD01 2004-12-06 20

Figura 4-6 Visualização tridimensional de um cruzamento entre duas vias rodoviárias. As estradas consideradas neste estudo foram as seguintes: E.M. 615; C.M. 1733; E.M. 616; E.M. 616-1 - troço 1; E.M. 616-1 - troço 2; E.N. 101-4 - troço 1; E.N. 101-4 - troço 2; E.N. 206 - troço 1; E.N. 206 - troço 2; E.N. 206 - troço 3; E.N. 210 - troço 1; E.N. 210 - troço 2 (Av. João Pinto Ribeiro); E.N. 210 - troço 3 (Av. Républica); E.N. 210 - troço 3 (Rua José Falcão); 03-574-MPRD01 2004-12-06 21

E.N. 210 - troço 4; E.N. 210 - troço 5; E.N. 210 - troço 6; E.N. 210 - troço 7; E.N. 210 - troço 8; E.N. 304 - troço 1; E.N. 304 - troço 2; E.N. 304 - troço 3; Variante E.N. 210 - troço 1; Variante E.N. 210 - troço 2; Variante E.N. 210 - troço 3; Acesso à Variante E.N. 210; Variante E.N. 210 (futura) - troço4; Variante E.N. 210 (futura) - troço 5; Variante E.N. 210 (futura) - troço 6; Variante E.N. 210 (futura) - troço 7; A7 (futura). Os dados de tráfego, utilizados na modelação foram fornecidos pelo cliente (Câmara Municipal de Celorico de Basto). Atendendo aos principais cruzamentos existentes nas vias rodoviárias em estudo, estas foram divididas em diferentes troços, como pode ser visualizado nas Cartas 4.1.1 e 4.1.2, de forma a caracterizar os diferentes fluxos de tráfego. Dentro destes troços houve ainda uma subdivisão por velocidade máxima de circulação e por tipo de piso, originando um troço por cada valor diferente de uma destas variáveis. Nas tabelas 4-2 e 4-3 apresenta-se o resultado síntese das contagens fornecidas pela Câmara Municipal para o período diurno e nocturno, assim como algumas das características das vias rodoviárias consideradas. De salientar que, relativamente aos troços das vias E.N. 210 e E.N. 206 paralelos às futuras vias Variante E.N. 210 e A7, respectivamente, o tráfego para elas assumido resulta da previsão do que serão as alterações de tráfego resultantes da entrada em funcionamento das novas vias. 03-574-MPRD01 2004-12-06 22

Tabela 4-2 Listagem das características das vias rodoviárias consideradas e contagens de tráfego para o período diurno Rodovia Lw TMH vel. máxima tipo de piso % de pesados db(a) (veículos/h) (km/h) E.M. 615 76.3 136 4 50 Betuminoso C.M. 1733 71.3 43 4 50 Betuminoso E.M. 616 70.5 36 4 50 Betuminoso E.M. 616-1 - troço 1 74.0 79 4 50 Betuminoso E.M. 616-1 - troço 2 79.7 295 4 50 Betuminoso E.N. 101-4 - troço 1 69.8 30 4 50 Betuminoso E.N. 101-4 - troço 2 74.0 80 4 50 Betuminoso E.N. 206 - troço 1 80.8 196 10 50 Betuminoso E.N. 206 - troço 2 81.5 231 10 50 Betuminoso E.N. 206 - troço 3 79.9 162 10 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 1 75.6 115 4 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 2 (Av.João Pinto Ribeiro) 83.9 390 4 50 Cubos E.N. 210 - troço 3 (Av. Républica) 83.1 322 4 50 Cubos E.N. 210 - troço 3 (Rua José Falcão) 83.1 322 4 50 Cubos E.N. 210 - troço 4 79.4 140 4 50 Cubos E.N. 210 - troço 5 76.4 140 4 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 6 70.5 36 4 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 7 72.4 55 4 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 8 68.0 20 4 50 Betuminoso E.N. 304 - troço 1 81.4 225 10 50 Betuminoso E.N. 304 - troço 2 80.4 180 10 50 Betuminoso E.N. 304 - troço 3 81.4 225 10 50 Betuminoso Variante E.N. 210 - troço 1 82.7 226 12 100 Betuminoso Variante E.N. 210 - troço 2 84.6 346 12 100 Betuminoso Variante E.N. 210 - troço 3 84.9 371 12 100 Betuminoso Acesso à Variante E.N. 210 79.1 104 10 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 4 85.1 384 12 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 5 85.3 403 12 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 6 85.4 419 12 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 7 85.6 431 12 100 Betuminoso A7 (futura) 87.7 973 16 120 Drenante 03-574-MPRD01 2004-12-06 23

Tabela 4-3 Listagem das características das vias rodoviárias consideradas e contagens de tráfego para o período nocturno. Rodovia Lw TMH vel. máxima tipo de piso % de pesados db(a) (veículos/h) (km/h) E.M. 615 65.1 15 2 50 Betuminoso C.M. 1733 60.4 5 2 50 Betuminoso E.M. 616 59.4 4 2 50 Betuminoso E.M. 616-1 - troço 1 65.4 16 2 50 Betuminoso E.M. 616-1 - troço 2 66.4 20 2 50 Betuminoso E.N. 101-4 - troço 1 64.2 12 2 50 Betuminoso E.N. 101-4 - troço 2 62.4 8 2 50 Betuminoso E.N. 206 - troço 1 68.8 21 5 50 Betuminoso E.N. 206 - troço 2 70.1 28 5 50 Betuminoso E.N. 206 - troço 3 67.7 16 5 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 1 67.2 24 2 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 2 (Av.João Pinto Ribeiro) 70.7 27 2 50 Cubos E.N. 210 - troço 3 (Av. Républica) 71.8 35 2 50 Cubos E.N. 210 - troço 3 (Rua José Falcão) 71.8 35 2 50 Cubos E.N. 210 - troço 4 69.4 20 2 50 Cubos E.N. 210 - troço 5 66.4 20 2 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 6 59.4 4 2 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 7 61.1 6 2 50 Betuminoso E.N. 210 - troço 8 53.4 1 2 50 Betuminoso E.N. 304 - troço 1 69.9 27 5 50 Betuminoso E.N. 304 - troço 2 68.4 19 5 50 Betuminoso E.N. 304 - troço 3 69.6 25 5 50 Betuminoso Variante E.N. 210 - troço 1 74.5 32 14 100 Betuminoso Variante E.N. 210 - troço 2 76.3 48 14 100 Betuminoso Variante E.N. 210 - troço 3 76.6 52 14 100 Betuminoso Acesso à Variante E.N. 210 70.2 16 5 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 4 76.8 54 14 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 5 77.0 56 14 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 6 77.2 59 14 100 Betuminoso Variante E.N. 210 (futura) - troço 7 77.3 60 14 100 Betuminoso A7 (futura) 79.5 149 16 120 Drenante Por decisão da Câmara Municipal de Celorico de Basto, os nós rodoviários a criar ao longo dos novos troços da Variante E.N. 210, assim como os traçados futuros das vias já existentes resultantes da execução dessa mesma variante, não foram objecto de modelação pelo facto de não estar disponível a informação altimétrica correspondente. Devido ao facto de a validação só ser possível para condições factuais, apenas os Mapas de Ruído para situações existentes estão dentro do âmbito da acreditação do dblab. A modelação das vias A7 e Variante E.N. 210 que ainda não encontram activas, está dessa forma, fora do âmbito da acreditação do laboratório. 4.4.6.2 Indústrias A fim de identificar as principais fontes de ruído industriais existentes no Concelho de Celorico de Basto, foi realizada na CCDR Norte uma pesquisa das indústrias abrangidas pela Avaliação de Impacte ambiental (AIA) e das sujeitas a Licenciamento de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP). Na base de dados da CCDR Norte constava apenas o EIA de um Parque Eólico. Em 03-574-MPRD01 2004-12-06 24

virtude de os actuais equipamentos instalados num Parque Eólico não provocarem alteração significativa das características acústicas que caracterizam a envolvente à área total de implantação, o Parque Eólico não foi objecto de modelação. Foi ainda indicada pela Câmara Municipal de Celorico de Basto uma pedreira, cuja actividade se encontrava temporariamente suspensa, pelo que se decidiu juntamente com a Câmara Municipal atribuir-se uma potência sonora à área de exploração correspondente, com a perspectiva de uma melhor interligação com o Plano Director Municipal. De acordo com a Tabela 4.4, baseada no documento Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the production of associated data on noise exposure atribui-se a potência sonora por metro quadrado, a essa área industrial. Tabela 4.4 Equivalência entre o tipo de industria e a potência sonora por metro quadrado. Tipo de industrias LW'' (/m 2 ) Diurno Nocturno Área c/ industrias pesadas 65 db(a) 65 db(a) Área c/ industrias ligeiras 60 db(a) 60 db(a) Áreas com usos comerciais 60 db(a) 45 db(a) A unidade industrial foi representada como uma fonte em área na Carta 4.2. A potência sonora atríbuida foi de 60 db(a)/m 2 e considerada a actividade durante 8 horas no período diurno. Devido ao facto de a validação só ser possível para condições factuais, apenas os Mapas de Ruído para situações existentes estão dentro do âmbito da acreditação do dblab. A modelação desta indústria que se encontrava temporariamente inactividade, está dessa forma, fora do âmbito da acreditação do laboratório. 4.5 VALIDAÇÃO DO MODELO Para se proceder à validação do modelo acústico e das respectivas fontes foi efectuada uma comparação dos níveis de pressão sonora medidos in situ com os valores simulados pelo modelo, com este parametrizado de modo a reproduzir as condições observadas no local durante as medições realizadas. As campanhas de medições realizadas, abrangeram 13 pontos de medição com uma amostragem de duração representativa tendo em conta a variabilidade dos níveis de ruído existente. 4.5.1 VALIDAÇÃO JUNTO ÀS FONTES SONORAS Os locais de medição foram previamente definidos, de acordo com alguns critérios: influência predominante de uma só fonte de ruído, na proximidade de habitações (sempre que possível), 03-574-MPRD01 2004-12-06 25

ausência de obstáculos entre a fonte e o receptor, locais onde o efeito de superfícies reflectoras seja mínimo. A fim de proceder à validação junto a cada fonte sonora introduzida no modelo, foram realizadas medições de ruído em 13 pontos receptores no período diurno e 10 no nocturno. Estas amostragens tiveram uma duração representativa tendo em conta a variabilidade dos níveis de ruído existentes. As medições foram realizadas de acordo com a metodologia descrita no Procedimento Técnico interno PT11 do dblab, baseado na Norma Portuguesa 1730 (1996). Durante as amostragens de ruído realizadas, foram efectuadas contagens de tráfego com discriminação de veículos pesados e da sua velocidade média de circulação, a fim de poder simular no modelo a realidade medida. Nas Cartas 4.3.1 e 4.3.2, encontram-se identificados os pontos receptores introduzidos no modelo que representam os locais onde foram realizadas medições. Estes pontos receptores foram cotados a 1,5 metros acima do solo, de modo idêntico à posição do microfone do sonómetro. Na figura seguinte pode-se visualizar em 3D um ponto receptor de ruído introduzido no modelo. Figura 4-7 Visualização em 3D de um ponto receptor de ruído. Os valores obtidos pelo modelo nos pontos receptores de ruído são apresentados na Tabela 4-5. Nas tabelas utilizaram-se as seguintes designações: LAeq calc nível sonoro contínuo equivalente calculado pelo modelo para o período de referência em questão LAeq med médio nível sonoro contínuo equivalente medido pelo dblab para o período de referência em questão, ou média logaritmica de várias amostragens no mesmo ponto quando aplicável LAeq calc LAeq med médio diferença linear entre o LAeq calc e o LAeq med médio 03-574-MPRD01 2004-12-06 26

Tabela 4-5 Resultados das campanhas de medições e correspondentes valores calculados pelo modelo. Pontos Receptores Coordenadas absolutas Laeq calc Níveis medidos X Y diurno db(a) nocturno db(a) diurno db(a) nocturno db(a) P01 - Variante E.N. 210 - troço 1 7624.85 184107.28 68,2 55,0 67,4 56,9 P02 - Variante E.N. 210 - troço 2 11633.60 190892.92 66,3 55,0 64,4 57,1 P03 - E.N. 101-4 - troço 2 3219.41 188970.25 57,8 53,2 57,3 51,7 P04 - E.N. 206 - troço 2 8489.89 198783.03 68,9 60,1 66,7 59,1 P05 - E.N. 206 - troço 3 9302.57 199573.52 67,8 51,5 66,2 50,6 P06 - E.N. 210 - troço 7 11782.96 194352.66 66,5 53,6 66,0 51,4 P07 - E.N. 210 - troço 8 11851.85 195506.55 61,2 50,2 63,5 52,5 P08 - E.N. 304 - troço 2 12013.80 194896.91 67,9 57,5 68,0 59,4 P09 - E.M. 615 4531.93 196556.81 65,2 57,5 62,9 59,0 P10 - E.M. 616 8437.99 197811.53 59,1 49,9 59,1 50,9 P11 - E.M. 616-1 - troço 1 9723.45 193387.45 56,6 55,0 P12 - E.M. 616-1 - troço 2 11389.93 191553.97 67,0 50,1 66,7 52,2 P13 - C.M. 1733 6109.89 195217.54 55,6 54,4 Apresentam-se de seguida tabelas em que se comparam os valores calculados pelo modelo com os valores das amostragens obtidas nos trabalhos de campo. Tabela 4-6 Comparação entre valores medidos e calculados para o Período Diurno. 03-574-MPRD01 2004-12-06 27

Tabela 4-7 Comparação entre valores medidos e calculados para o Período Nocturno. Após análise das tabelas anteriores, verifica-se que os níveis sonoros calculados do ruído ambiente se apresentam, em geral, muito próximos dos valores experimentais. Todos os valores apresentam um desvio inferior a 3 db(a). Na globalidade, consideramos estes valores aceitáveis e previsíveis, tendo em conta a complexidade da modelação de vias rodoviárias. Tendo em conta os resultados do processo de validação, considera-se o modelo apresentado para a elaboração do mapa de ruído como validado, dado verificar-se o cumprimento da condição estipulada no procedimento interno do dblab para mapas de ruído (PT60 Elaboração de Mapas de Ruído): LAeq calc. LAeq médio 5 db(a) Devido ao facto de a validação só ser possível para condições factuais, apenas os Mapas de Ruído para situações existentes estão dentro do âmbito da acreditação do dblab. A modelação das vias Variante E.N. 210 e A7, que ainda não se encontram activas, estão assim fora do âmbito da acreditação do Laboratório. 4.6 RESULTADOS DO MODELO MAPAS DE RUÍDO O cálculo dos mapas de ruído foi realizado a partir da criação de uma malha equidistante de pontos de cálculo. Para cada um dos pontos da malha o modelo calcula os níveis de ruído adicionando as contribuições de todas as fontes de ruído, tendo também em consideração os trajectos de propagação e as atenuações, de acordo com o estipulado na Norma ISO 9613, na Norma XPS 31-133 e no Método de Cálculo Francês NMPB Routes 1996. Os Mapas de Ruído do Concelho de Celorico de Basto, podem ser visualizados nas Cartas 4.4 e 4.5 para o período diurno e nocturno, respectivamente, e são relativos a uma situação futura em virtude da modelação das novas vias rodoviárias A7 e Variante E.N.210 (Celorico de Basto Arco de Baúlhe). 03-574-MPRD01 2004-12-06 28

Todos os mapas aqui apresentados foram gerados a partir de uma malha regular de pontos receptores, com 10 m por 10 m, e a 4 m de altura do solo. Foi utilizado um valor de 1 reflexão para cada raio sonoro. 4.6.1 ANÁLISE DOS MAPAS DE RUÍDO Os mapas de ruído de concelho permitem identificar situações prioritárias a integrar em planos de redução de ruído. Esta identificação resulta da análise de conformidade com o RLPS realizada a partir dos mapas de ruído. Como seria de esperar, verifica-se um decréscimo dos valores do período diurno para o nocturno. No entanto, estes decréscimos são, na generalidade das zonas, inferiores a 10 db, o que faz prever que, quando houver classificação de zonas, o período nocturno seja o mais problemático em termos de situações não regulamentares. Actualmente, a principal fonte de ruído em termos de extensão da área sob a sua influência sonora é a Variante E.N. 210. Para esta via de tráfego, a faixa de ruído L Aeq,LT dia > 65 db(a) ascende aos 30 m para cada lado da estrada no período diurno. No período nocturno a faixa de ruído L Aeq,LT noite > 55 db(a), atinge os 45 m de cada lado do eixo da via. A largura das faixas de ruído é bastante variável devido à altimetria do terreno e à presença de obstáculos à propagação do som. Nas vias rodoviárias em execução, A7 e Variante E.N.210 (Celorico de Basto Arco de Baúlhe), a faixa de ruído L Aeq,LT dia > 65 db(a) ascende aos 45 m e 35 m, para cada lado do eixo da vias, no período diurno, respectivamente. No período nocturno a faixa de ruído L Aeq,LT noite > 55 db(a), atinge os 55 m e 50 m, para cada lado do eixo das vias A7 e Variante E.N.210, respectivamente. No que diz respeito à área industrial modelada, em termos de extensão da área sob a sua influência sonora o seu efeito na envolvente é bastante limitado em virtude de não apresentar níveis de L Aeq,LTdia > 65 db(a). A actividade das áreas industriais modeladas foi considerada apenas para o período diurno. Relativamente a uma situação particular dos mapas de ruído, a descontinuidade abrupta das linhas isofónicas ao longo de uma via rodoviária (Figura 4.8) resulta do facto de existirem viadutos ou pontes desnivelados a mais de 4 metros do nível do solo e do cálculo do modelo ser efectuado a 4 metros acima do nível do solo. 03-574-MPRD01 2004-12-06 29

Figura 4-8 Exemplo de uma descontinuidade das linhas isofónicas num viaduto da Variante E.N. 210 (futura). O Mapa de Ruído do Concelho de Celorico de Basto é um mapa à escala municipal, e como tal comporta todas as fontes que têm interesse a essa escala. Ao analisar áreas distantes das fontes modeladas poderá não se estar a visualizar a realidade acústica existente, uma vez que estarão provavelmente sob influência de outras fontes de ruído locais, como por exemplo estradas ou caminhos municipais com pouco tráfego, as quais não têm relevância à escala municipal. Este tipo de fontes de ruído serão de incluir em mapas de ruído de Planos de Pormenor e Planos de Urbanização que são efectuados a uma escala local e não concelhia. 03-574-MPRD01 2004-12-06 30

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Foi desenvolvido um modelo computacional, utilizando o programa CadnaA, para calcular a emissão e propagação sonora das principais vias rodoviárias e das principais actividades industriais do Concelho de Celorico de Basto. O modelo inclui o modelo digital do terreno, a implantação geográfica de edifícios e fontes sonoras, as características de emissão acústica destas fontes, bem como os algoritmos de cálculo de propagação sonora em conformidade com a Normas Francesas NMPB 96, XP S 31-133 e ISO 9613. O modelo foi validado através de um vasto número de medições de ruído realizadas in situ para as quais foram contabilizadas várias amostragens, de duração adequada à variabilidade dos níveis de ruído existente. Os cálculos realizados com o modelo permitiram obter mapas de ruído e níveis de ruído em pontos receptores discretos que espelham a situação acústica média do local em estudo. Através da análise dos mapas de conflito (onde é excedido o valor imposto para as zonas sensíveis e mistas), é importante verificar as habitações que se encontrem em zonas que excedam em mais de 5 db(a) o permitido para zonas mistas/sensíveis. Tendo em conta estas indicações será aconselhável prever a implantação de utilizações do tipo comércio ou serviços, e evitar utilizações do tipo escolar, hospitalar ou locais de culto, nas áreas mais ruidosas, facilmente identificáveis nos mapas de conflitos apresentados. Deste modo se poderá compatibilizar o tipo de uso do solo com os níveis de ruído existentes e previstos que, na grande maioria da área abrangida pelo Mapa de Ruído, são compatíveis com a classificação definida pela Câmara Municipal. Elaborado por: Verificado e aprovado por: Eduardo Cunha Fátima Valado Miguel Lopes Técnico do Laboratório Responsável Técnica da Divisão de Mapas de Ruído - Norte Director do Laboratório 03-574-MPRD01 2004-12-06 31

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Regime Legal sobre a Poluição Sonora Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Novembro. 2. Norma Portuguesa - 1730/1 (1996) Acústica Parte 1: Grandezas fundamentais e procedimentos. 3. Norma Portuguesa - 1730/2 (1996) Acústica Parte 2: Recolha de dados relevantes para o uso do solo. 4. Norma Portuguesa 1730/3 (1996) Acústica Parte 3: "Aplicação aos limites do Ruído. 5. Directiva Comunitária 2002/49/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente, de 25 de Junho de 2002. 6. Princípios orientadores para a Elaboração de Mapas de Ruído, DGA/DGOTDU, 2001. 7. Recomendações para Selecção de Métodos de Cálculo a Utilizar na Previsão de Níveis Sonoros, DGA / DGOTDU, 2001. 8. Procedimentos específicos de medição de ruído ambiente, Instituto do Ambiente, Abril 2003. 9. Directrizes para a Elaboração de Planos de Monitorização de Ruído de Infra-Estruturas Rodoviárias e Ferroviárias, DGA / DGOTDU, 2001. 10. NMPB-Routes-96 (SETRA-CERTU-LCPC-CSTB), publicado no "Arrêté du 5 mai 1995 relatif au bruit des infrastructures routières, Journal Officiel du 10 MAI 1995, article 6". 11. Norme XP S31-133(2001) Bruit des infrastructures de transports terrestre. Calcul de l atténuation du son lors de as propagation en milieu extérieur incluant les effets météorologiques. 12. Guide du Bruit des Transports Terrestres - Prévision des niveaux sonores, CETUR, 1980. 13. Recomendação da Comissão Europeia 2003/613/EC, relativa às orientações sobre os métodos de cálculo provisórios revistos para o ruído industrial, o ruído das aeronaves e o ruído do tráfego rodoviário e ferroviário, bem como dados de emissões relacionados, de 6 de Agosto de 2003. 14. Wolfgang Probst, Implementation of the EU-directive on environmental noise Requirements for calculation software and handling with CadnaA, 2003. 15. Wolfgang Probst, Bernd Huber, A Comparison of Different Techniques for the Calculation of Noise Maps of Cities, International Congress and Exhibition on Noise Control Engineering, 2001. 16. Wolfgang Probst, Bernd Huber, Integration of area noise control into programmes into a citywide noise control strategy, Institute of Acoustics Proceedings Volume 23 Pt 5, 2001. 17. ISO 8297:1994 Determination of sound power levels of multisource industrial plants for evaluation of sound pressure levels in the environment engineering method. 18. Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the production of associated data on noise exposure, European Commission Working Group Assessment of Exposure to Noise, Dez. 2003. 19. Via do Tâmega Variante à E.N. 210, Estudo de Tráfego Projecto de execução, Projectope - IEP, 2001. 20. A7, FABA.E:210.M, AGRI-PRO AMBIENTE Consultores S.A., Abril 2002. 03-574-MPRD01 2004-12-06 32