UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ASPECTOS MORFOLÓGICOS, MORFOMÉTRICOS E ECOLÓGICOS DE UMA POPULAÇÃO DE PROCERATOPHRYS ARIDUS CRUZ ET AL. 2012. COM NOVO REGISTRO GEOGRÁFICO PARA A ESPÉCIE, EM ÁREAS DE SERTÃO PARAIBANO Monasses Marques da Nóbrega PATOS - PB 2016

II MONASSES MARQUES DA NÓBREGA ASPECTOS MORFOLÓGICOS, MORFOMÉTRICOS E ECOLÓGICOS DE UMA POPULAÇÃO DE PROCERATOPHRYS ARIDUS CRUZ ET AL. 2012. COM NOVO REGISTRO GEOGRÁFICO PARA A ESPÉCIE, EM ÁREAS DE SERTÃO PARAIBANO Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum PATOS - PB 2016

III

IV AGRADECIMENTOS A Deus, pela oportunidade da vida! A minha família, que sempre esteve ao meu lado, norteando-me as boas escolhas. A minha mãe Ivanil, ao meu pai Rubens, e a minha sobrinha, Yasmin. Vocês me tornam uma pessoa melhor. Minha namorada Alline, o melhor presente que a vida poderia ter me dado. Obrigado meu amor por tudo o que você transformou na minha vida. Obrigado pelo teu carinho, tua alegria, tua atenção, tua vibração com as minhas conquistas e teu ombro em cada momento difícil que você ajudou a atravessar. Sem você, essa conquista não teria o mesmo gosto. Obrigado meu amor. Ao meu orientador, Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum, obrigado por toda paciência, pelos ensinamentos e por ser um grande exemplo de profissional e ser humano. A Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas (UACB), por dispor do Laboratório de Herpetologia (LHUFCG) e de botânica (Herbário-CSTR), ambos fundamentais para algumas análises deste estudo. Aos meus grandes amigos de graduação que muito me ensinaram e me proporcionaram grandes alegrias durante esse curso: Ítalo Társis (O gladiador), Rodopho Rubens, João Paulo Rodrigues, Hyldetan Ruan, Lucas Silva (Maradona), Robson Victor, Yamarashy Gomes, Diego Alves, Everton Torres, Anderson Brenner, Eulina Lacerda, Humarah Danielle, Kevison França, Verbenia Marcolino. E a todos da turma 2010.2 de Ciências Biológicas (UFCG-CSTR). A Direção e colegas de profissão da Eescola Estadual de Ensino Médio Monsenhor Vicente Freitas, por me apoiar durante todo o tempo que trabalho na instituição. trabalho. Aos membros da banca de avaliação, pelas críticas que contribuirão para a melhora deste

V SUMÁRIO Introdução...10 Material e métodos...11 Áreas de estudo...11 Metodologia de estudo...12 Análises morfológicas...12 Aspectos ecológicos...13 Análises bioacústicas...13 Resultados...14 Dimorfismo sexual...16 Aspectos reprodutivos...18 Bioacústica...20 Distribuição geográfica...22 Discussão...23 Agradecimentos...25 Referências...25

VI LISTA DE FIGURAS FIGURA 1, Vista dorsal, ventral e cabeça lateral de três exemplares machos de Proceratophrys aridus. A (LHUFCG 0411, CRC = 38,57mm), B (LHUFCG 0413, CRC = 40,06mm), C (LHUFCG 0799, CRC = 41,89mm), coletados na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil...15 FIGURA 2, Vista dorsal, ventral e cabeça lateral de três exemplares fêmeas de Proceratophrys aridus. A (LHUFCG 0357, CRC = 47,66mm), B (LHUFCG 0412, CRC = 44,88mm), C (LHUFCG 0449, CRC = 43,49mm), coletados na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil...15 Figura 3, Casal de Proceratophrys aridus. Macho = 38.57 mm; fêmea = 44.88 mm de CRC...16 FIGURA 4: Vista dorsal (A) e ventral (B) de um exemplar macho de Proceratophrys aridus (LHUFCG 0413, CRC = 40,06mm) coletado na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil...17 FIGURA 5: Vista dorsal (A) e ventral (B) de um exemplar fêmea de Proceratophrys aridus (LHUFCG 0412, CRC = 44,88) coletado na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil...18 Figura 6: Casal de Proceratophrys aridus em amplexo. Macho = 38.57 mm; fêmea = 44.88 mm de CRC...18 Figura 7: Aspecto do riacho onde foram observados os machos em atividade de vocalização e o casal capturado de Proceratophrys aridus em amplexo...19

VII Figura 8, Canto de anúncio de Proceratophrys aridus (exemplar 1): (A) oscilograma de um canto de anúncio, (B) sonograma (frequência x tempo) e (C) espectro de potência (amplitude em Hertz x frequência) do mesmo canto (temperatura do ar = 25 C)...21 Figura 9, Canto de anúncio de Proceratophrys aridus (exemplar 2): (A) oscilograma de um canto de anúncio, (B) sonograma (frequência x tempo) e (C) espectro de potência (amplitude em Volts x frequência) do mesmo canto (temperatura do ar = 25 C)...21 Figura 10, Mapa do Nordeste do Brasil, com o novo registro (triângulo com círculo vermelho) de Proceratophrys aridus para o estado da Paraíba...22

VIII LISTA DE TABELAS TABELA 1, Medidas (mm) de alguns exemplares da série-tipo de Proceratophrys cristiceps e P. aridus. Valores são apresentados como: valores máximos e mínimos, média e desvio padrão ±...14 Tabela 2, Cantos de anúncio descritos para o gênero Proceratophrys. Tabela modificada de Feio et al., (2013) e incluídos dados do presente estudo. Valores são apresentados como Média ± Desvio Padrão (amplitude)...20

IX ANEXOS Anexo 1. Licença permanente para a coleta de material zoológico...29 Anexo 2. Normas para a elaboração de trabalhos a serem submetidos à revista South American Journal of Herpetology...31 Anexo 3. Protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande...42

ASPECTOS MORFOLÓGICOS, MORFOMÉTRICOS E ECOLÓGICOS DE UMA POPULAÇÃO DE PROCERATOPHRYS ARIDUS CRUZ ET AL. 2012. COM NOVO REGISTRO GEOGRÁFICO PARA A ESPÉCIE, EM ÁREAS DE SERTÃO PARAIBANO Monasses Marques da Nóbrega¹, *, Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum² ¹ Acadêmico de Ciências Biológicas, Laboratório de Herpetologia, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Av. dos Universitários, s/n, Santa Cecília, CEP58700-970, Patos, PB. ² Professor da Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, Laboratório de Herpetologia e Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Av. dos Universitários, s/n, Santa Cecília, CEP58700-970, Patos, PB. * Autor correspondente. E-mail: monassesmc@hotmail.com Abstract In this study, morphometric and morphologic aspects of specimens of Proceratophrys aridus found in the Serra de Santa Catarina, São José da Lagoa Tapada, Paraíba, was analyzed and compared. There was no significant difference in the morphometric parameters, however morphological characters showed significant results. There is sexual dimorphism between males and females of the species. We present data on reproductive aspects such as average number of oocytes per female was correlated the number of oocytes, and the CRC and volume of the ova and the CRC, the average egg diameter is 1.4 mm. Males are on average 12% smaller than females. Was described the advertisements call of P. aridus, based on the recording of two males of the species. Was recorded the second location known for the species, and provided an updated map of the distribution. However, the gradual degradation of habitat puts the species at risk extinction. Thus, new faunal surveys are needed in others locations for better understanding of the various aspects of the biology of these amphibians. KeyWords: dimorphism; Distribution; Northeast.

11 INTRODUÇÃO No Brasil, o grupo anura apresenta o maior número de espécies entre os anfíbios, contando atualmente com 988 representantes, divididos em 19 famílias e 87 gêneros (SBH, 2014). O gênero Proceratophrys foi descrito por Miranda-Ribeiro, (1920), atualmente é composto por 40 espécies que são distribuídos em todo o Brasil, nordeste da Argentina e Paraguai (Frost, 2014). Geralmente, essas espécies são reunidas em grupos ou complexos de espécies, baseado nas similaridades morfológicas (Lynch, 1971; Izecksohn et al., 1998; Giaretta et al., 2000; Kwet e Faivovich, 2001) dos indivíduos adultos. O grupo de espécies de Proceratophrys cristiceps, é caracterizado pela falta de apêndices palpebrais e inchaços postocular, tem sua distribuição em ambientes abertos, principalmente sazonalmente secos, como o Cerrado e Caatinga do Brasil (Giaretta et al., 2000). Segundo Brandão et al. (2013), atualmente são incluídas neste grupo taxonômico: Proceratophrys aridus Cruz, Nunes & Juncá, P. bagnoi Brandão, Caramaschi, Vaz-Silva & Campos, P. branti Brandão, Caramaschi, Vaz-Silva & Campos, P. caramaschii Cruz, Nunes & Juncá, P. carranca Godinho, Moura, Lacerda & Feio, P. concavitympanum Giaretta, Bernarde & Kokubum, P. cristiceps (Müller), P. cururu Eterovick & Sazima, P. dibernardoi Brandão, Caramaschi, Vaz-Silva & Campos, P. goyana (Miranda-Ribeiro), P. huntingtoni Ávila, Pansonato & Strüssmann, P. moratoi (Jim & Caramaschi), P. rotundipalpebra Martins & Giaretta, P. strussmannae Ávila, Kawashita-Ribeiro & Morais, e P. vielliardi Martins & Giaretta. A espécie Proceratophrys aridus foi descrita com exemplares coletados na fazenda Mirador, município de Milagres, estado do Ceará, Brasil. Quanto a sua distribuição, se resume a localidade tipo (Cruz et al., 2012). As vocalizações dos machos de P. aridus são, até então, desconhecidas. No geral, o canto de anúncio em anuros é espécie-específico (Gerhardt, 1988) e, segundo Duellman e Trueb (1994), isto torna o canto de anúncio um importante caráter taxonômico, útil na distinção

12 entre as espécies. Não existe até o momento nenhum trabalho com aspectos de história natural desta espécie. Segundo Martins e Giaretta (2008), boa parte de todas as informações sobre comportamento reprodutivo de Proceratophrys são notas em trabalhos taxonômicos. Segundo Dias (2013), o aumento significativo do conhecimento em taxonomia e dos relacionamentos filogenéticos das espécies de Proceratophrys em contraposto tem, ocasionado um fenômeno preocupante do ponto de vista conservacionista: espécies que anteriormente pensavam-se ter uma ampla distribuição geográfica passam a apresentar distribuições restritas. Neste sentido o estudo aqui desenvolvido, objetivou a utilização de dados morfométricos, morfológicos e ecológicos para tentar contribuir com uma análise taxonômica e fornecer alguns dados ecológicos de Proceratophrys aridus no semiárido nordestino brasileiro. MATERIAL E MÉTODOS Áreas de estudo Neste estudo foram utilizados os exemplares da coleção pertencente ao LHUFCG (Laboratório de Herpetologia da Universidade Federal de Campina Grande), localizado no Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), (S 07 02.342 W 037º17.068 ), Patos, no Estado da Paraíba. Os exemplares foram coletados na Serra de Santa Catarina, (7º00 20 S / 38º13 15 W), localizada na região dos municípios de Sousa e Cajazeiras, altitude de 700 m aproximadamente, que apresenta áreas com diferentes fitofisionomias com Caatinga, floresta arbustivo-arbórea, área aberta, área de mata ciliar, entre outras (Sousa, 2011, Silva, 2014). Todos os espécimes utilizados, foram sacrificados de acordo com as técnicas internacionais recomendadas para anfíbios e répteis (Hacc, 2004). Todo o material coletado possui sob a licença

13 de coleta do SISBIO - RAN/IBAMA, MMA, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio (RAN/IBAMA, licença número 25267-1). Metodologia de estudo A terminologia utilizada para descrever a morfologia externa segue os padrões de Prado & Pombal (2008) e Giaretta et al., (2000). Foram aplicadas 14 medidas morfométricas: Comprimento rostro-cloacal (CRC), Largura da cabeça (LC), Comprimento da cabeça (CC), Distância internasal (DIN), Distância olho até focinho (DOF), Diâmetro do olho (DO), Distância do olho até a narina (DON), Diâmetro do olho (DO), Distância interorbital (DIO), Comprimento da coxa (CCX), Comprimento da tíbia (CTB), Comprimento do pé (CP), Comprimento do braço (CB), Comprimento do antebraço (CAB), comprimento da mão (CM). Os 14 caracteres morfométricos foram submetidos à análise de Componentes Principais para identificar aqueles com maior correlação entre si e determinar medidas independentes que refletem a mesma informação dos caracteres originais. Foi executada a seguinte análise estatística, para verificar a existência de diferenças significativas nos dados morfométricos entre as populações, sendo realizada uma Análise de Kruskal-Wallis test. Análises morfológicas Padrões morfológicos foram adotados para o estudo, sendo estes: Padrão ventral (PV), Padrão dorsal (PD), Padrão cabeça-dorsal (PCD), Padrão cabeça-lateral (PCL), Padrão da mão (PM) e Padrão do pé (PP), estes padrões foram analisados para tentar separar os exemplares em grupos que compartilham significativa semelhança morfológica. Aspectos ecológicos

14 Foram analisados dados de uma desova de P. aridus. A desova utilizada e os espécimestestemunho estão depositadas na coleção de anfíbios do LHUFCG. Quando não foi possível obter a desova, fêmeas ovadas foram dissecadas para medição e contagem dos ovócitos ovarianos maduros. Os diâmetros dos ovos e óvulos foram medidos em microscópio estereoscópico, com o auxílio de uma ocular micrométrica; para cada desova foram medidos dez ovos. Com a medida do ovo foi possível estimar seu volume. Através da multiplicação do volume médio dos ovos pelo número total de ovos por desova (não foram consideradas as dimensões das cápsulas gelatinosas) foi estimado o volume da desova. Foi executado o teste de Regressão Linear para parâmetros relativos à fecundidade (os dados de volume da desova foram transformados em seus logaritmos naturais, e sua correlação com o CRC comprimento rostro-cloacal) das fêmeas. Análises bioacústicas Os exemplares foram identificados a partir da diagnose presente na descrição da espécie. A gravação da vocalização dos indivíduos da Serra de Santa Catarina, foi realizada com gravador Digital Tascam DR-100 acoplado a um microfone direcional Senheiser ME-66 e digitalizadas com frequência de amostragem a 11.025 Hz e 16 bits de resolução. Para realização das análises foi utilizado o programa SoundRuler Versão 0.9.4.1. Sonogramas foram produzidos utilizando-se os seguintes parâmetros: FFT = 256; Frame = 100; Overlap = 75; filtro flap top e contraste char 5. O sonograma, oscilograma e o espectro de potência foram confeccionados no programa SoundRuler Versão 0.9.4.1.

15 RESULTADOS A análise da amostra, revelou dois grupos morfometricamente semelhantes, mas com parâmetros morfológicos distintos, sendo os dois pertencentes ao agrupamento P. cristiceps. Para as análises foram utilizados apenas os exemplares adultos, (N = 20). As análises morfométricas foram realizadas nas amostras e, dos 14 parâmetros analisados, nenhum apresentou variações significativas entre os dois grupos (tabela 1). TABELA 1, Medidas (mm) de alguns exemplares de Proceratophrys cristiceps e P. aridus. Valores são apresentados com o: valo res máx imo s e míni mos, méd ia e desv io padr ão ±. Q uanto à morfologia, os exemplares de P. aridus analisados (Fig. 1 e 2) N = 9, apresentaram as combinações de características estabelecida em sua descrição. (1) tamanho médio dos machos adultos CRC = 32,5 42,8 mm; (2) focinho triangular de cima e obtuso no perfil; (3) CC/LC 86 96%; (4) tímpano escondido; (5) uma crista transversal interocular de tubérculos; (6) cristas no canto do olho mal marcadas; (7) crista frontoparietal não desenvolvida; (8) tubérculo exterior do metacarpo dividido em duas partes ovais, sendo a parte interna menor do que a externa; (09) tubérculo interno do metacarpo alongado; (10) grandes manchas no ventre. Quanto ao comprimento dos dedos da mão temos: IV = II <I <III; e comprimentos dos dedos do pé I <II <V <III <IV.

FIGURA 1, Vista dorsal, ventral e cabeça lateral de três exemplares macho de Proceratophrys aridus. A (LHUFCG 0411, CRC = 38,57 mm), B (LHUFCG 0413, CRC = 40,06 mm), C (LHUFCG 0799, CRC = 41,89 mm), coletados na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. Fonte: Nóbrega, M. M. 16

17 FIGURA 2, Vista dorsal, ventral e cabeça lateral de três exemplares fêmeas de Proceratophrys aridus. A (LHUFCG 0357, CRC = 47,66 mm), B (LHUFCG 0412, CRC = 44,88 mm), C (LHUFCG 0449, CRC = 43,49 mm), coletados na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. Fonte: Nóbrega, M. M. Dimorfismo sexual Figura 3, Casal de B A Proceratophrys aridus. Macho (A) = 38.57 mm; fêmea (B) = 44.88 mm de CRC. Fonte: Kokubum, M. N.C. Machos (Fig. 5) e Fêmeas (Fig. 4) de P. aridus são semelhantes entre si, porém, apresentam dimorfismo sexual em 11 dos 14 parâmetros morfométricos (Tabela 1). Os machos (CRC = 38,57 41,89, X= 40,4 ± 1,45; n = 4) foram em média 12% menores que as fêmeas (CRC = 43,49 47,66, X= 45,9 ± 1,77; n = 5) (Kruskal-Wallis, Mann-Whitney U test statistic = 20; p = 0,014), assim como o CC é menor (U = 20; p = 0,014) nos machos (X = 12,7 ± 0,29) que nas fêmeas (X = 15,2 9 ± 1,27). A cabeça dos machos (X = 14,3 ± 0,59) é mais estreita que nas fêmeas (X = 16,3 ± 0,83) (U = 20; p = 0,014). O DO nos machos (X = 6,05 ± 0,59) é menor que nas fêmeas (X = 7 ± 0,47) (U =

18 18; p = 0,05). Nos machos o DOF (X = 5,35 ± 0,32) é menor que nas fêmeas (X = 6,41 ± 0,56) (U = 19,5; p = 0,019). O DIN é menor nos machos (X = 3,09 ± 0,37) do que nas fêmeas (X = 4,42 ± 1,86) (U = 18; p = 0,05). O DON nos machos (X = 3,09 ± 0,37) é menor que nas fêmeas (X = 3,89 ± 0,30) (U = 20; p = 0,014). O comprimento da tíbia em machos (X = 15,7 ± 0,78) é menos que nas fêmeas (X = 17,9 ± 1,49) (U = 18,5; p = 0,037). Nos machos, o CB (X = 11,86 ± 1,25), CAB (X = 8,24 ± 0,76) e CM (X = 10,7 ± 0,52) são menores (CB U = 19; p = 0,027; CAB U = 19; p = 0,027; CM U = 20; p = 0,014) que o CB (X = 15,2 ± 1,22), CAB (X = 9,46 ± 0,44) e CM (X = 12,9 ± 0,96) das fêmeas. Os machos possuem manchas reticuladas dispostas na região ventral, entretanto estas se adensam na região do saco vocal, tornando a região gular mais escura que nas fêmeas. Outros caracteres sexualmente dimórficos, como a presença de calos nupciais nos machos, não foram observados nesse estudo. FIGURA 4: Vista dorsal (A) e ventral (B) de um exemplar macho de Proceratophrys aridus (LHUFCG 0413, CRC = 40,06mm) coletado na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. Fonte: Nóbrega, M. M.

19 FIGURA 5: Vista dorsal (A) e ventral (B) de um exemplar fêmea de Proceratophrys aridus (LHUFCG 0412, CRC = 44,88) coletado na Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. Fonte: Nóbrega, M. M. Aspectos reprodutivos Figura 6: Casal de Proceratophrys aridus em amplexo. Macho = 38.57 mm; fêmea = 44.88 mm de CRC. Fonte: Sousa, I. T. F.

20 Um casal de P. aridus (Fig. 6), foi encontrado às margens de um riacho temporário (3 m largura x 30 cm profundidade) as margens possuem uma vegetação com árvores de grande e pequeno porte, arbustos, gramíneas e herbáceas. Houve a liberação de ovos deste casal em um saco plástico contendo água na manhã do dia seguinte, aproximadamente às 8:00h.Os ovos são enegrecidos no polo animal e creme no vegetal. A desova que foi obtida em saco plástico apresentou 1221 ovos com diâmetro médio de 1,4 mm (±0,094, n = 10); considerando-se a porção da cápsula gelatinosa que mediram em média 3,11 mm (±0.32, n = 10). Ovócitos ovarianos maduros (n = 5 fêmeas, 10 ovócitos de cada) mediram em média 1,09 mm (± 0,21; 0,6 1,5) de diâmetro. O número médio de ovos por fêmea foi 1307 (± 453,9; 644 1.667). O comprimento rostrocloacal das fêmeas não teve correlação significativa com o número de ovócitos (F = 0,3412; p > 0,6015; n = 5), não houve correlação positiva com o volume (log) total de ovócitos e o CRC (F = 1,01; p = 0,38; n = 5).

21 Figura 7: Aspecto do riacho onde foram observados os machos em atividade de vocalização e o casal capturado de Proceratophrys aridus em amplexo. Fonte: Kokubum, M. N.C. Bioacústica Dois machos foram gravados (Tabela 2), aproximadamente entre às 20-21 horas, enquanto vocalizavam no leito do riacho, a uma temperatura ambiente de 25 C e umidade Relativa do ar entre 60-75 %. O canto de anúncio do exemplar 1 (Fig. 8A C) é composto por uma nota multipulsionada emitida esporadicamente, com duração entre 276,78 e 348,25 ms, (X = 301,25 ± 33,09 ms, n = 2), apresentando de 26 a 32 pulsos (X = 29,25 ± 2,5; n = 2). A frequência dominante ocupa uma faixa entre 947,460 1119,72 Hz (X = 990,52 ± 86,13 Hz, n = 2). Tabela 2, Cantos de anúncio descritos para o gênero Proceratophrys. Tabela modificada de Feio et al. 2013 e incluídos dados do presente estudo. Valores são apresentados como Média ± Desvio Padrão (amplitude). Taxa Duração Canto (ms) Pulsos/s Pulsos por nota Frequência Dominante (Hz) Referência P. concavitympanum 367 ± 58 (230-500) 106,3 ± 3,1 38,7 ±7,4 948,17 ± 66,66 100-112,27 (23-51) (850,99-1.186,35) Santana et al., (2010) P. moratoi 206,8 ± 17,6 (146-238) 17,5 ± 1,5 (12-20) 1.348,7 ± 86,6 (1.153-1.420 Heyer et al., (1990) P. carranca 107,4 ± 36.1 (45.0 191.0) 12.2 ± 3.9 (5.0 21.0) 1.178.0 ± 65.5 (1033.6 1378.1) Godinho et al., (2013) P. cururu 1200 40 900 (600.0 1000.0) Eterovick e Sazima (1998) P. huntingtoni 270.0 ± 10.0 (200.0 300.0) 21.3 ± 1.2 (19.0 25.0) 1.250.2 ± 49.9 (1095.0 1344.5) Ávila et.al. (2012) P. vielliardi 59.0 ± 8.3 (40.0 84.0) 6.4 ± 0.9 (4.0 9.0) 1.133.8 ± 93.3 (1022.0 1291.0) Martins e Giaretta (2011) P. cristiceps 660 ± 50 (520-790) 89,54 ± 1,20 (87,43-91,85) 57,46 ±6,02 (46-69) 940 ± 20 (900-990) Nunes e Juncá, (2006) P. aridus (1) P. aridus (2) 301, 25 ± 33,09 (276,78 348,25) 667,729 ±35,76 (602.06-709.59) 29,25 ± 2,5 (26-32) 41±3 (35 46) 990,52 ± 86,13 (947.460 1119,72) Este trabalho 1.119.7±0.00 (1,119.7-1,119.7) Este trabalho P. caramaschii 570±11 (410 740) (78.56-81.82) 45±9.19 (33 59) 860 1030 Nunes et al. 2015

22 Figura 8, Canto de anúncio de Proceratophrys aridus (exemplar 1): (A) oscilograma de um canto de anúncio, (B) sonograma (frequência x tempo) e (C) espectro de potência (amplitude em Hertz x frequência) do mesmo canto (temperatura do ar = 25 C).

23 Figura 9, Canto de anúncio de Proceratophrys aridus (exemplar 2): (A) oscilograma de um canto de anúncio, (B) sonograma (frequência x tempo) e (C) espectro de potência (amplitude em Hertzs x frequência) do mesmo canto (temperatura do ar = 25 C). Canto de anúncio do exemplar 2 (Fig. 9A B) é composto por uma nota multipulsionada emitida esporadicamente, com duração entre 602.06 e 709.59 ms, (X = 667,729 ± 35,76 ms, n = 2), apresentando de 35 a 46 pulsos (X = 41 ± 3; n = 2). A frequência dominante ocupa uma faixa de 1, 119.7 Hz. Distribuição geográfica Com a comparação dos dados, foi possível verificar a ampliação da distribuição geográfica desta espécie para a Serra de Santa Catarina, localizada no município de São José da Lagoa Tapada, Paraíba, Brasil. A nova localidade fica aproximadamente a 100 km de distância da localidade tipo, consistindo na segunda localidade conhecida para essa espécie. Também corresponde à mais elevada localização onde a espécie foi encontrado, a cerca de 700 m de altitude.

24 Figura 10, Mapa do Nordeste do Brasil, com o novo registro (triângulo com círculo vermelho) de Proceratophrys aridus para o estado da Paraíba. Fonte: Nóbrega, M. M. DISCUSSÃO As análises dos parâmetros morfométricos dos exemplares de P. aridus e P. cristiceps neste estudo, mostraram que não há diferença significativa entres os grupos da amostra (Tabela 1), discordando nesta parte do trabalho de descrição da espécie, realizado por Cruz et al., (2012). Entretanto, níveis de variação entre populações são de difícil classificação, principalmente porque, em certos casos, as diferenças são sutis e a percepção do processo denota tempo e experiência do observador (Costa, 2012). Quanto às análises morfológicas, estas foram satisfatórias. Foram encontradas características que corroboram os aspectos morfológicos da descrição da espécie. Das 11 combinações de características que diagnosticam P. aridus, 10 foram encontradas nos 9 exemplares (4 machos e 5 fêmeas). Os exemplares também apresentaram o tamanho dos dedos da mão e do pé correspondente a descrição do holótipo de P. aridus. O dimorfismo sexual encontrado em P. aridus (fêmeas maiores que machos) é comum dentre os anuros (Shine, 1979), e já foi demonstrado para outras espécies de Proceratophrys (Martins e Giaretta, 2008; Santana et al., 2010;). A seleção de fêmeas maiores, pode, por sua vez, aumentar a fecundidade, os machos menores podem estar relacionados com a maior pressão de predação decorrente das atividades reprodutivas (Ryan, 1985), ou ao custo energético associado à reprodução, como defesa de território e vocalização (Woolbright, 1983). Entretandt, dados detalhados de comportamento e da biologia relacionada à reprodução de P. aridus são desconhecidos até este momento. O número de ovos de P. aridus (1221 ovos), mostra uma diferença em relação a P. appendiculata (656 ovos), P. tupinamba (729 a 946 ovos) e P. melanopogon (664 ovos)

25 (Boquimpani-Freitas et al., 2002, Almeida-Gomes et al., 2007, Dias et al., 2013), embora as fêmeas dessas espécies possuam CRC maior (Proceratophrys sp. CRC = 38 mm; P. appendiculata CRC = 67 mm; P. boiei CRC = 65 mm). Contrariando Haddad e Prado (2005), em que o tamanho das fêmeas tem significância com o número de ovos. O tamanho médio dos ovócitos ovarianos de P. aridus é menor em relação ao do Proceratophrys sp. 1,65 mm (± 0,12; 1,3 2,0), P. appendiculata 3.4 mm (± 0.4; 2,7 4,3), P. boiei (1,68 mm) (Martins e Giaretta, 2008, Dias et al., 2013; Pombal e Haddad, 2005). Não houve correlação significativa entre o volume dos ovócitos e o CRC de P. aridus, discordando de Martins e Giaretta (2008), que verificaram significância para Proceratophrys sp. Em relação à vocalização, P. aridus apresentou duração do canto mais curto (x =301, 25ms), com menor número de pulsos por nota (x = 29,25) e frequência dominante mais alta (990,52 119,72 khz) do que P. cristiceps e P. caramaschii. O canto de anúncio de P. aridus é bastante semelhante aos das chamadas de congêneres, com diferença mínima em alguns parâmetros. O local onde foram encontrados, vocalizando os dois indivíduos de Proceratophrys aridus é bem semelhante aos encontrados para outros congêneres (Eterovick e Sazima, 1998, Nunes e Juncá, 2006, Santana et al. 2010). P. aridus foi encontrada na Serra de Santa Catarina, vocalizando simpatricamente com P. cristiceps. Neste estudo, foi ampliada a distribuição geográfica de P. aridus, além de realizar o primeiro registro para o Estado da Paraíba, Brasil. A descoberta de P. aridus em outra localidade se torna um aspecto muito importante, já que a espécie era conhecida unicamente por sua localidade tipo, município de Milagres, estado do Ceará, Nordeste do Brasil. A espécie ainda não é citada na lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Entretanto, a restrita distribuição, junto com o aumento gradual da degradação do habitat poderá colocar esta espécie em uma categoria preocupante em relação ao seu risco de extinção. Novos levantamentos

26 faunísticos se fazem urgentes em outras localidades, preservadas ou já degradadas, para podermos melhor conhecer a distribuição contribuindo para a preservação. Ainda que, as informações complementares sobre a identidade e aspectos ecológicos de P. aridus apresentadas neste trabalho tragam uma melhor compreensãso sobre a espécie, novos estudos básicos são de fundamental importância. A descobertas de novas populações desta espécie, serão importantes para revelar a variabilidade morfológica, e sobretudo sua real distribuição geográfica e estado de conservação. Esse trabalhou mostrou a importância de estudos bioacústicos para elucidar questões taxonômicas das espécies. AGRADECIMENTOS A Universidade Federal de Campina Grande. Ao Professor Dr. Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum. Aos meus familiares e amigos por toda a força. REFERÊNCIAS A Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas. Versão 2015-4. <www.iucnredlist.org>. Dados de 13 de maio de 2016. Brandão, R.A., Caramaschi U., Vaz-Silva W. e Campos L.A. 2013: Three new species of Proceratophrys Miranda-Ribeiro 1920 from Brazilian Cerrado (Anura, Odontophrynidae). Zootaxa, 3750: 321 347.

27 Costa, W.P.D. 2012. Variação populacional de Proceratophrys moratoi (Jim e Caramashi, 1980) (Amphibia: Anura). Dissertação. Estado de São Paulo. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Instituto de Biociências, Campus de Botucatu, Brasil. Cruz, C.A.G., Nunes, I., Juncá, F.A. 2012. Redescrição de Proceratophrys cristiceps (Muller, 1883) (Amphibia, Odontophrynidae), com descrição de duas novas espécies sem apêndices palpebrais do nordeste do Brasil. Sul-americana Journal of Herpetology, 7 (2), 110-122. Dias, P.; 2013. O gênero Proceratophrys Miranda-Ribeiro 1920 (Anura; Odontophrynidae) Sistemática e Conservação, XI Encontro de Pesquisadores do Parque Nacional da Serra dos Órgãos Teresópolis/RJ. Duellman, W.E. & Trueb, L. 1994. Biology of amphibians, Johns Hopkins University Press. Baltimore and London. Eterovick, P.C. & Sazima, I. 1998. New species of Proceratophrys (Anura: Leptodactylidae) from southeastern Brazil. Copeia, 1998(1):159 164. Frost, D.R. 2014. Amphibian Species of the World: An Online Reference. Version 6.0. Electronic Database accessible at: http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html. American Museum of Natural History, New York, USA. Acesso em 28 de fevereiro de 2016. Gerhardt, H.C. 1988. Acoustic properties used in call recognition by frogs and toads. In: Fritzsch, B.M.; Ryan, M.J.; Wilczynski, W.; Hetherington, T.E. & Walkowiak, W. (Eds.), The evolution of the amphibian auditory system. JohnWiley & Sons, New York, p. 455 483.

28 Giaretta, A.A., Bernarde, P.S., Kokubum, M.N.C. 2000. Uma nova espécie de Proceratophrys (Anura: Leptodactylidae) da floresta amazônica. Journal of Herpetology, 173-178. Kwet, A., Faivovich, J., 2001. Proceratophrys Bigibbosa Species Group (Anura, Leptodactylidae), with Description of a New Species. Copeia, v. 2001, n.1, pp. 203 215. Lynch, J.D., 1971, Evolutionary Relationships, Osteology, And Zoogeography of Leptodactyloid Frogs. Miscellaneous Publication of Museum of Natural History (University Of Kansas), v. 53: 1 218. Martins, L.B., & Giaretta, A.A. 2008. História Natural de uma espécie de Proceratophrys (Anura, Alsodinae) do bioma Cerrado. VII Encontro Interno e XII Seminário de Iniciação Científica da Universidade Federal de Uberlândia, 2008, 1-10. Miranda-Ribeiro, A. 1920. Algumas considerações sobre o gênero Ceratophrys e suas espécies. Revista do Museu Paulista. 12: 291-304. Müller, F. 1883. Dritter Nachtrag. Katalog der herpetologischen Sammlung des Basler Museums. Basel: J. G. Bauer. Nunes, I.; Juncá, F.A. 2006. Advertisement calls of three Leptodactylid frogs in the state of Bahia, northeastern Brazil (Amphibia, Anura, Leptodactylidae), with considerations on their taxonomic status. Arquivos do Museu Nacional, 64(2):151-157.

29 Pombal Jr., J.P.; Haddad, C.F.B., 2005. Estratégias e Modos Reprodutivos de Anuros (Amphibia) em uma Poça Permanente na Serra de Paranapiacaba, Sudeste do Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia, 45(15): 201 213. Prado, G.M., Pombal Jr, J.P. 2008. Espécies de Proceratophrys Miranda-Ribeiro, 1920 com apêndices palpebrais (Anura; Cycloramphidae). Arquivos de Zoologia, 39 (1): 1-85. Ryan, M.J. 1985. The Tungara frog: a study in sexual selection and communication. The University of Chicago Press, Chicago. Santana, D.J., São-Pedro, V.D.A., Bernarde, P.S., Feio, R.N. 2010. Descrição do canto de anúncio e dimorfismo sexual em Proceratophrys concavitympanum Giaretta, Bernarde & Kokubum, 2000. Papéis Avulsos de Zoologia (São Paulo), 50 (11), 167-174. Shine, R. 1979. Sexual selection and sexual dimorphism in the Amphibia. Copeia, 2:297:306. Silva, E.T. 2014. Diversidade de Lagartos (Squamata) em uma floresta estacional semidecidual da Serra de Santa Catarina, Sertão Paraibano. Dissertação. Universidade Federal de Campina Grande, Brasil. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH), 2014. Lista de espécies de anfíbios do Brasil. Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br/checklist/anfibios.htm> Acesso em 14 fevereiro de 2016.

30 Sousa, P.V.P. 2011. A Serra de Santa Catarina: Um enclave subúmido no sertão paraibano e a proposta de criação de uma unidade de conservação. Dissertação. Universidade Federal do Ceará, Brasil. Woolbright, L.L. 1983. Sexual selection and size dimorphism in anuran amphibia. The American Naturalist, 121 (1):110-119.

Anexo 1. Licença permanente para a coleta de material zoológico. 31

32

33 Anexo 2. Normas para a elaboração de trabalhos a serem submetidos à revista South American Journal of Herpetology Normas para sumissão na revista South American Journal of Herpetology INSTRUCTIONS TO AUTHORS (Updated: September 2014) General information The South American Journal of Herpetology (SAJH) is an international journal published by the Brazilian Society of Herpetology that aims to provide an effective medium of communication for the international herpetological community. SAJH publishes peer-reviewed original contributions on all subjects related to the biology of amphibians and reptiles, including descriptive, comparative, inferential, and experimental studies and taxa from anywhere in the world, as well as theoretical studies that explore principles and methods. All manuscripts must follow the International Code of Zoological Nomenclature and relevant specimens should be properly curated and deposited in a recognized natural history collection. Tissue samples should be referred to their voucher specimens. Voucher collection data should be provided in an appendix or occasionally in the text. Genbank or EMBL accession numbers for all DNA sequence data are required for publication. Manuscript submission and evaluation All manuscripts must be submitted through the SAJH Peer Track System. Detailed instructions regarding the submission of manuscripts through the SAJH Peer Track System are found in its webpage (http://www.editorialmanager.com/sajh/). Manuscripts are considered on the understanding that authors have complied with the SAJH Ethics Policy

34 (http://www.sbherpetologia.org.br/index.php/ethics-policy). The criteria for acceptance of articles are research excellence, text clarity, figure quality, and compliance with the guidelines for manuscript preparation. Manuscripts that do not comply with these guidelines will be returned to authors without peer review. Submissions are assigned to Associate Editors who obtain at least two peer reviews. Associate Editors then submit reviews and recommendations to the Senior Editors for final decision. All communication regarding manuscripts is made through electronic correspondence with the corresponding author only. Special issues Recognizing the high demand to publish longer, monographic studies, SAJH will consider manuscripts of approximately 125 350 pages (body of text and references, A4 format paper, double-spaced typescript, with 2.5 cm margins) to be published individually as Special Issues. Only a limited number of Special Issues will be published, so authors must contact the Senior Editors for approval prior to submission. Special Issue manuscripts are subjected to the same standards of peer review as regular manuscripts. Due to the additional expenses of printing and mailing Special Issues, authors are required to contribute page charges of R$40 per published page to help offset expenses. Proofs Page-proofs will be sent electronically to the corresponding author. Pageproofs must be returned to the editor within 48 hours. Authors that are unable to meet this deadline must immediately request an extension, which will 2 be granted at the Senior Editors discretion depending on production schedule; failure to return the proof within the allotted time will be interpreted as approval with no changes. Only necessary corrections will be permitted. Once page proof is sent to the author, further alterations and/or significant additions of text are permitted only at the author s expense or in the form of a brief appendix ( Note added in proof ).

35 Manuscript preparation Authors are required to pay close attention to the instructions for manuscript preparation. Manuscripts that do not follow these instructions will be returned without review. Figures must be uploaded separately and not imbedded in the text file, although authors are encouraged to include call-outs in the text to identify preferred locations for figures and tables. All manuscripts must be written in English using US spelling and grammar conventions. These conventions often differ greatly from Spanish and Portuguese conventions, so we strongly encourage authors to consult appropriate references (e.g., The Chicago Manual of Style, 16th Edition) to ensure proper use and placement of punctuation (especially hyphens, En dashes, Em dashes, commas, semicolons, colons, and periods) and capitalization. Measurements must use the International System of Units. Dates must be reported as numeric day, full month name, full numeric year (e.g., 18 March 2011) and time of day must use the 24-hour system (e.g., 14:01 h instead of 2:01 p.m.). Although all accepted manuscripts are subjected to thorough English revision prior to publication, submissions that do not meet minimal language requirements to allow evaluation of their scientific content will be returned without peer review. As such, non-native speakers are encouraged to have their manuscripts checked by a native speaker (or equivalent) prior to submission, as this will facilitate review and prevent delays. Manuscripts must be submitted in Word document format (i.e. doc, docx). All pages must be numbered consecutively. All text must be double-spaced and include consecutive line numbers. Text must be left-adjusted; headings must follow specific instructions (see below). Scientific names must appear in italics. Article should be arranged in the following order: Title page Abstract Body of text Acknowledgments

36 References Online supporting information Tables Figure captions The body of text and references should not exceed 30 pages of A4 format paper, double-spaced typescript, with 2.5 cm margins. Authors of longer manuscripts must follow the instructions for Special Issues, above. Title page This should include the article title and author names and addresses (including email addresses). Article titles should use headline-style capitalization, be concise and, where appropriate, include names of higher taxa, but they should not include names of new taxa. Names of institutions should be written in full (e.g., Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas, not CONICET). Multi-author manuscripts must identify a corresponding author and address. An email address must be provided for the corresponding author but can also be included for all authors. Strengthening Population Inference in Herpetofaunal Studies by Addressing Detection Probability Murilo Guimarães1,*, Paul F. Doherty Jr.2, Roberto Munguía-Steyer3 1 Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Departamento de Biologia Animal, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas. Caixa Postal 6.109, CEP 13083970, Campinas, SP, Brazil. 2 Department of Fish, Wildlife, and Conservation Biology, Colorado State University. Fort Collins, Colorado 80523, USA. 3 Facultad de Estudios Superiores Iztacala, Universidad Nacional Autónoma de México, Tlalnepantla, Estado de México, México. * Corresponding author. Email: mu.guima@gmail.com Abstract page All papers must include an abstract in English of at most 350 words. It should provide a concise summary of the study s objectives, methods, main results, and conclusions. Bibliographic references and new taxon names should not appear in the abstract and abbreviations should be avoided. Following the abstract, 3 8 keywords must be provided for indexing. Keywords must be

37 arranged in alphabetical order, separated by a semicolon and must not include new taxon names or words already in the title; the first word of every set of keywords must be capitalized. We encourage authors also to provide a Spanish (Resumen) or Portuguese (Resumo) translation, which, if provided, should follow the keywords. Body of text The main body of the text should normally include the following sections: Introduction, Materials and Methods, Results, and Discussion. Primary headings should be in all capital letters, centered, and bold face; the following text should begin on the next line, indented. Secondary headings should use sentence case capitalization and be centered and bold face; the following text should begin on the next line, indented. Tertiary headings should use sentence case capitalization and be flush left and bold face; the following text should begin on the next line, indented. Quaternary headings should use sentence case capitalization, be indented, use bold face italics, and be followed by a period; the following text should be on the same line. Standard geographic coordinates must be written without spaces between numbers and symbols (e.g., 38 57'56.4"N, 95 13'35.9"W). Standard 4 statistics should be reported as follows: n (sample size), t (t-test statistic), X (sample mean; this will be replaced with the x-bar symbol in production), SD (standard deviation), SE (standard error), r, r2 (Pearson product-moment correlation), R2 (coefficient of determination from regression analysis), P (probability), df (degrees of freedom). Mathematical operators must be separated by a space (e.g., n = 20; 45 ± 1.2). Standard Latin abbreviations, such as ca., cf., e.g., i.e., et al., sp. nov., gen. nov., vs., etc., should not be italicized. All other acronyms and abbreviations must be defined on first mention or in the Materials and Methods section. Authors must be consistent when using anatomical and other technical terms for which usage is not entirely standardized (e.g. use middorsal" or middorsal, but not both). Literature citations in the text must be arranged in

38 chronological order first and alphabetical order second. Citations in the text should be given as: Silva (1998), Silva (1998:14 20), Silva (1998: figs. 1, 2), Silva (1998a, b), Silva and Oliveira (1998), (Silva, 1998), (Rangel, 1890; Silva and Oliveira, 1998a, b; Adams, 2000), (see Silva, 1998, and references therein), (H. R. Silva, pers. comm.), and (Silva et al., 1998) for more than two authors. Adjacent parentheses should be avoided: absence of postmalars (present; Fig. 3), not absence of postmalars (present) (Fig. 3). Exceptions are permissible in special situations, such as when parentheses required by the ICZN: Tropidurus hispidus (Spix, 1825) (Tropiduridae). All literature cited in the text must be included in the References section (below). Field codes generated by citation software (e.g., EndNote) must be stripped prior to submission. Authorship and year of publication must be included with all taxon names mentioned in the text (e.g., Colostethus Cope, 1866), and the respective publication must be included in the References section. Unless warranted by special taxonomic considerations, authorship and year should be provided only once in the text, preferably the first time each taxon is mentioned. Alternatively, in articles that address many species and authorship and year would decrease readability, the complete taxonomic references may be provided in an associated table. Acknowledgments Individuals and institutions (other than the authors home institutions) that provided funding, access to work space, equipment, specimens and tissues, and assistance in carrying out the study or preparing the manuscript must be listed, together with a statement detailing their contribution or involvement. Relevant permits and authorizations must be also listed in the acknowledgments. References All literature cited in both the text and online supplementary information must be included in the References section. Authors are discouraged from citing dissertations and theses because they usually constitute unfinished works that were either completed and published elsewhere (in which

39 case the published version should be cited) or were not completed and published (in which case the work should not be considered part of the permanent scientific record). However, to allow for the rare, special situations in which dissertations and 5 theses must be cited, the format is included below. Articles that are submitted or in press can be cited as such at the time of submission but must be published or at least publicly available (e.g., via DOI, see below) prior to publication. The References section is the main source of formatting errors. To help remedy this, we have simplified and streamlined our format. As such, we strongly recommend that authors pay close attention to the following. Important changes include: (1) Author names are given as last name followed immediately (i.e., no comma) by initials, each separated by a period and no spaces; suffixes should follow initials, separated by a space (e.g., Brodie E.D. Jr.); authors are separated by a comma without and or & preceding the last author. (2) Single- and two-author references must be listed in alphabetical order first, chronological order second. References with three or more authors must always be listed in chronological order. If an article has more than seven authors, list the names of the first six authors followed by " " and then the last author's name in the reference entry. (3) Multiple references of same authorship (e.g., Silva, 1998a, b) should be listed in the same order as they are cited in the text (i.e., Silva, 1998a, must precede Silva, 1998b), with the corresponding identifying letter following year of publication. (4) To facilitate indexing and cross-referencing, articles available from permanent online repositories must include their respective handle. To ensure that handles are truly permanent, SAJH accepts Digital Object Identifiers (DOIs) exclusively. Stable URLs are no longer accepted. Article. Authors. Year. Article title. Journal Name volume:page page. doi:doi.number Abdala C.S., Quinteros A.S. 2014. Los últimos 30 años de la familia de lagartijas más diversa de Argentina. Actualización taxonómica y sistemática de Liolaemidae. Cuadernos de Herpetología. In press. Campbell J.A., Brodie E.D. Jr., Blancas- Hernández J.C., Smith E.N. 2013. Another new salamander of the genus Pseudoeurycea from the

40 state of Guerrero, Mexico. South American Journal of Herpetology 8:198 202. doi:10.2994/sajh- D-13-00026.1 Frost D.R., Grant T., Faivovich J., Bain R.H., Haas A., Haddad C.F.B., Wheeler, W.C. 2006. The amphibian tree of life. Bulletin of the American Museum of Natural History 297:1 370. doi:10.1206/0003-0090(2006)297[0001:tatol]2.0.co;2 Martins M., Arnaud G., Ávila- Villegas H. 2012. Juvenile recruitment, early growth, and morphological variation in the endangered Santa Catalina Island rattlesnake, Crotalus catalinensis. Herpetological Conservation and Biology 7:376 382. 6 Book. Authors. Year. Book Title. Publisher, City. Martins M., Sano P.T. 2009. Biodiversidade Tropical. Editora UNESP, São Paulo. Book chapter. Authors. Year. Chapter title. Pp. chapter pages, in Editor Names (Eds.), Book Title. Publisher, City. Martins M., Marques O.A.V., Sazima I. 2002. Ecological and phylogenetic correlates of feeding habits in Neotropical pitvipers (genus Bothrops). Pp. 307 328, in Schuett G.W., Höggren M., Douglas M.E., Greene H.W. (Eds.), Biology of the Vipers. Eagle Mountain Publishing, Eagle Mountain. Dissertation or thesis. Author. Year. Title. Degree Requirement, Institution, Country. Angulo A. 2004. The Evolution of the Acoustic Communication System in Members of the Genus Adenomera (Anura: Leptodactylidae): A Comparative Approach. Ph.D. Dissertation, University of Toronto, Canada. Website content. Authors. Year. Title. Version. Accessible at website. Accessed: access date [if version is not available]. Frost D.R. 2013. Amphibian species of the world: an online reference. Version 5.6 (9 January 2013). Accessible at http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html Uetz P. (Ed.). 2012. The reptile database. Accessible at http://www.reptiledatabase.org/. Accessed: 07 February 2013. We also encourage (but do not require) authors to use WebCite (http://www.webcitation.org) to archive the website. In this case, provide the regular citation followed by the archival site URL provided by the service. Uetz P. (Ed.). 2012. The reptile database. Accessible at http://www.reptiledatabase.org/. Accessed: 07 February 2013. Archived by WebCite at http://www.webcitation.org/6egljnih0

41 Software. Authors. Year. Software name, Version. Available from: website or company name and address. Maddison W.P., Maddison D.R. 2009. Mesquite: a modular system for evolutionary analysis, Version 2.7.1. Available from: http://mesquiteproject.org 7 Software packages. Authors. Year. Package title, Software name. Available from: website or company name. Harmon L.J., Weir J., Brock C., Glor R., Challenger W., Hunt G. 2009. Geiger: analysis of evolutionary diversification, R package. Available from: http://cran.r-project.org/package=geiger Online supporting information All online supporting information must be cited in the text as Fig. S1, Appendix S1, Table S1, Audio S1, Video S1 etc. and be listed in the Online Supporting Information section. This section must begin with the opening statement: The following Supporting Information is available for this article online: followed by the list of supplementary information, as cited in the text, and a brief caption for each file. Appendix Information that is not essential to the text (e.g., specimens examined, GenBank accession numbers) may be provided in an appendix following the References section. Specimens examined should, preferably, be reported in the following format: Species name (n = number of specimens): COUNTRY: State: County: Municipality: Specific locality, COLLECTION ACRONYM number(s);... Amphisbaena anaemariae (n = 8): BRAZIL: São Paulo: Teodoro Sampaio: Parque Estadual do Morro do Diabo, MZUSP 96810; Goiás: Campinaçu: MZUSP 103743; Luiziania: MTR 11453, 115454; São Salvador do Tocantins: UHE São Salvador, MZUSP 99394; UHE Cana Brava, MZUSP 97217; UHE Serra da Mesa, MZUSP 97047, 97171. Tables Tables should be on separate pages and be accompanied by a legend at the top. Tables must be numbered in the same sequence in which they appear in the text. Authors are encouraged to indicate where the tables should be placed in the text. Tables should be comprehensible without reference to

42 the text and not report the same data presented in figures or listed in the text. Tables should be formatted exclusively with horizontal lines. In the text, tables should be referred to as Table 1, Tables 2 and 3, Tables 2 6. Tables provided as supporting information must not be included here (see below). Figure captions A brief caption must be provided for each figure cited in the text, including enough information for the figure to be understood without reference to the text. Figures provided as supplementary information must not be included here. Figure preparation Figures must visually compress information in order to complement, not repeat, the information provided in the text. Important but non-essential figures should be submitted as Supporting Information (see below). SAJH publishes a limited number of color figures at no cost to authors. When color reproduction is not essential, authors should submit gray scale graphics. Previously published figures will not be accepted. All figures must be cited in text as (Fig(s).) and Figure(s). Use lower case fig(s). when referring to figures in other papers. Authors are encouraged to indicate where figures should be placed in the text. Each part of a composite figure should be identified by capital letters and referred in the text as Fig. 1A, Fig. 1B, Fig. 2C D, etc. Where possible, letters should be placed in the upper left corner of each illustration of a composite figure. A scale bar should be marked on each figure so that absolute sizes are clearly apparent; the length of the scale bar should be stated in the caption. On no account should magnification factors (e.g. x7000; x80000) be stated in the captions. High quality graphics files should be submitted through PeerTrack in common electronic formats (e.g., JPEG, TIFF, PNG, SVG), at least 8 cm wide and 350 dpi. Figures should be mounted in order to minimize blank areas between separate illustrations. We recommend that authors use Allen Press s Allen verifig service

43 (http://verifig.allenpress.com) to check figure quality and format prior to submission, as this can prevent production delays. To log in, authors must provide a valid email and enter the password figcheck. We encourage authors to submit through PeerTrack a high quality, original photograph that has not been published or submitted elsewhere as a candidate cover image. We ask that this image be mentioned in the cover letter and that a legend be provided following other figure captions. Online supporting information preparation SAJH permits online supporting information to accompany articles, including appendices, figures, and supplementary text preferably as PDF files as well as audio and video files. Supplementary files are associated with a given article on the BioOne website and given a supplementary DOI, and a special link is included in the online Table of Contents to highlight that the article has supplemental information available. All online supporting information must be cited in the text as Fig. S1, Appendix S1, Table S1, Audio S1, Video S1 etc. and also be listed in the Online Supporting Information section (see above). Literature cited in online supporting information must be included in the References section of the main article; this ensures proper tracking for indexing. Although online supporting information will be included in peer reviews, supplementary files will not be sent for English revision. All Supporting Information must be submitted online as part of the main manuscript. Please name your online supporting files as Supporting Files and upload them with the main document. This allows the submission web site to combine all the relevant files together but keep them separate when it comes to publication stage.

44 Anexo 3. Protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL Comitê de Ética em Pesquisa Declaro a quem possa interessar que Sr. Monasses Marques da Nóbrega, deu entrada via eletrônica em processo para apreciação de projeto de pesquisa, como coordenador deste, visando parecer consubstanciado, junto ao CEP/CSTR/UFCG. O projeto Aspectos morfológicos, morfométricos e ecológicos de populações de Proceratophrys cristiceps (Müller, 1883) em áreas de Sertão e brejo Paraibano. O referido projeto tem Nº de protocolo CEP 049/2016. Patos, 11 de maio de 2016. Atenciosamente Thiago Oliveira Secretário do CEP cep@cstr.ufcg.edu.br