Efeitos de na interpretação de pronomes sujeito Morga 1 Maria Lobo 1 2 1 CLUNL/FCSH Universidade NOVA de Lisboa 2 Universidade de Lisboa CLUL XXXIII ENAPL, Évora, 27-29 setembro 2017
Índice 1 2 3 4 5
Teorias processamento Teoria da Acessibilidade (Ariel, 1990) Entidades mais acessíveis no discurso são retomadas por expressões anafóricas menos explícitas Relação inversa entre acessibilidade e forma referencial
Teoria da Acessibilidade Acessibilidade i ii + acessível - acessível Forma referencial i ii - explícita (pronome nulo) + explícita (pronome pleno)
Teorias processamento Hipótese da Posição Antecedente (Carminati, 2002) A saliência de um é ditada por questões estruturais Em línguas de sujeito nulo, o pronome nulo retoma preferencialmente um em posição de sujeito (em Spec de IP), enquanto o pronome pleno retoma preferencialmente um noutra posição sintática
Hipótese da Posição Antecedente i ii Quan a Leonor viu a Inês no jardim, estava a comer um gela. Quan a Leonor viu a Inês no jardim, ela estava a comer um gela.
Teorias processamento Hipótese multifatorial (Kaiser & Trueswell, 2008) A saliência de um não é um conceito monolítico: Diferentes formas pronominais são sensíveis a diferentes fatores Difererentes fatores têm um peso diferente no processamento referencial (ex. contraste, posição estrutural, entre outros)
O fator A relevância da função sintática no processamento referencial tem si amplamente estudada, mas, na maoria s casos, os s escolhis são humanos ou animas: O Pedro O arquiteto O cavalo
O fator Considera-se que a : está organizada numa escala ou hierarquia (Yamamoto, 1999): (+ humanos) > (+ animas) > (- animas) que esta hierarquia tem impacto na acessibilidade em memória: entidades (+ animadas) estão mais acessíveis no discurso (Bock & Warren, 1985)
1 A s s tem impacto no processamento referencial em Português Europeu (PE)? Diferentes formas pronominais associadas a s [+/-] animas? 2 Há uma relação inversa entre a de um e a forma pronominal para o retomar? A escala de põe-se à escala de acessibilidade?
Animacidade i ii + anima - anima Forma referencial i ii - explícita (pronome nulo) + explícita (pronome pleno)
Produção preferência em retomar s [+animas] como sujeito da frase seguinte (Fukumura & van Gompel, 2011) (inglês) e (Vogels, Maes & Krahmer) (holandês) pronomes plenos retomam [+animas]; pronomes reduzis retomam [-animas] (Vogels, Maes & Krahmer) não previsto segun a Teoria da Acessibilidade: (+ acessível) (- explícito)
Compreensão/Interpretação retoma de objeto por pronome nulo aumenta quan é [-anima] (Costa, Faria & Matos) pode indicar eventual restrição pronome pleno em retomar entidades [-animadas] não previsto segun a Teoria da Acessibilidade
Corpora: PE vs. PB em PE o pronome nulo tende a recuperar s [-animas] (Barbosa, Duarte & Kato) pronome pleno não retoma s [-animas] ao contrário que acontece em PB
Sintaxe os pronomes fortes, como o pronome pleno, têm restrições de não podem retomar entidades [- animadas], ao contrário s pronomes fracos (como os pronomes nulos) (Cardinaletti & Starke, 1999)
Experiência 1 leitura auto-monitorada com moving winw (PsychoPy) 24 frases experimentais 2 condições ( objeto) retoma pronominal (pronome pleno) em posição de sujeito retoma forçada de Objeto, através de marcação de género
Estímulos experimentais Depois de a instrutora pintar o recruta no exercício militar, ele cou camua no meio da vegetação. Depois de a instrutora pintar o capacete no exercício militar, ele cou camua no meio da vegetação.
Experiência 1: metologia 26 participantes, alunos de licenciatura na NOVA análise s tempos de leitura no segmento pronome e verbo seguinte, assim como s tempos de resposta e da acuidade de resposta
Resultas
Resultas retoma de objeto [+anima] obteve tempos de leitura mais rápis (β = 0.92; SE = 0.37; t = 2.46; p < 0.01) efeito não se observa no verbo seguinte acuidade da resposta e tempo de resposta semelhantes há um efeito de na retoma de entidades [-animadas], que corrobora estus anteriores mas não a Teoria da Acessibilidade: resposta à Questão 1
Experiência 2 Questionário o-line 24 frases experimentais 4 condições ( objeto vs. forma pronominal da retoma) retoma ambígua: is s com o mesmo género 40 participantes, alunos de licenciatura da NOVA
Estímulos experimentais a b c d Depois de o instrutor pintar o recruta no exercício militar, ele cou camua no meio da vegetação. Depois de a instrutora pintar o capacete no exercício militar, ele cou camua no meio da vegetação. Depois de o instrutor pintar o recruta no exercício militar, cou camua no meio da vegetação. Depois de a instrutora pintar o capacete no exercício militar, cou camua no meio da vegetação.
Resultas
Impacto da Questão 1 A s s tem impacto no processamento referencial em PE, pelo menos no pronome pleno: aumento s tempos de leitura com [-anima] diminuição signicativa de retoma de objeto quan este é [-anima]
Animacidade e acessibilidade Questão 2 Não há posição entre a escala de acessibilidade e a escala de ; Não há uma relação inversa entre a e a forma +/- explícita para o retomar
Restrições de Os resultas apontam para que haja restrições, embora não talvez de ordem sintática, uma vez que o pronome pleno é efetivamente utiliza para retomar s [-animas] embora numa percentagem signicativamente mais baixa
Ariel, M. (1990). Accessing noun-phrase antecedents. Routledge. Barbosa, P., Duarte, E. & Kato, M. (2005). Null Subjects in European and Brazilian Portuguese. Journal of Portuguese Linguistics, 4(2), 11-52. Bock, J. K. & Warren, R. (1985). Conceptual accessibility and syntactic structure in sentence formulation. Cognition, 21, 47-67. Cardinaletti, A. & Starke, M. (1985). The tipology of structural deciency: A case study of the three classes of pronouns. Clitics in the languages of Europe, 145-234. Carminati, M. N. (2002). The processing of Italian subject pronouns. Unpublished ctoral dissertation. Costa, M. A., Faria, I. H., & Matos, G. (1998). Ambiguidade referencial na identicação sujeito em estruturas coordenadas. Actas XII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, 1997, 173-188. Fukumura, K. & van Gompel, R. (2011). The eect of animacy on the choice of referring expression. Language and Cognitive Processes, 26 (10),, 1472-1504. Kaiser, E. & Trueswell, J. (2008). Interpreting pronouns and demonstratives in Finnish: Evidence for a form-specic approach to reference resolution. Language and Cognitive Processes, 25 (5),, 709-748. Vogels, J. & Maes, A. & Krahmer, E. (2014). Choosing referring expressions in Belgian and Netherlandic Dutch: Eects of animacy. Lingua, 145, 101-121. Yamamoto, M. (1999). Animacy and Reference: A cognitive approach to corpus linguistics. John Benjamins.
Agradecimentos Este trabalho foi nancia por funs s projetos PEst-OE/LIN/UI3213/2014 e UID/LIN/00214/2013 e por uma bolsa de utoramento concedida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia a Morga (SFRH/BD/52264/2013) e uma bolsa de pós-utoramento concedida a (SFRH/BPD/84138/2012)
Obrigada