APRENDIZAGENS ESSENCIAIS ARTICULAÇÃO COM O PERFIL DOS 12.º ANO ENSINO SECUNDÁRIO DESENHO A INTRODUÇÃO O Desenho é uma forma universal de conhecer e comunicar e contempla múltiplas vertentes do conhecimento, a partir do qual se exercitam as capacidades de observação, de análise, de síntese e de representação. As aprendizagens nesta área devem mobilizar os conteúdos que criem condições de equilíbrio entre a aquisição de conhecimentos técnicos e a compreensão do desenho como meio de expressão intencional. Esta disciplina deve estabelecer uma relação dinâmica entre o aprender a Ver a Criar e a Comunicar, conjugando a análise crítica e reflexiva sobre o que se vê, com a experimentação de conceitos/temáticas com diferentes materiais e técnicas,
modos de registo e utilização de diferentes suportes. Esta inter-relação deve ter em conta processos criativos que gradualmente vão conduzindo a apropriação dos diferentes modos de ver e pensar, que favorecem o desenvolvimento da sensibilidade estética e artística, colocando o conhecimento em Desenho numa perspetiva abrangente de educação artística, capaz de responder às problemáticas e aos desafios da arte contemporânea e promotora do desenvolvimento das áreas de competências definidas no Perfil do Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). A identificação das aprendizagens essenciais de Desenho A tem por referência os domínios comuns a todas as disciplinas relacionadas com a Educação Artística - a Apropriação e Reflexão, a Interpretação e Comunicação e a Experimentação e Criação. Estes s, separados apenas por uma questão metodológica, devem ser entendidos como realidades interdependentes, de acordo com o esquema seguinte: Estas aprendizagens essenciais não podem ser dissociadas de toda a componente curricular do curso de Artes Visuais e, especialmente, das restantes disciplinas de formação específica, que contribuem, de forma muito própria, para consolidar a PÁG. 2
formação global dos alunos ao longo dos três anos de escolaridade no ensino secundário. No 12.º ano de escolaridade, a disciplina de Desenho A deve investir numa maior autonomia por parte dos alunos na concretização dos seus trabalhos, desenvolvendo o pensamento reflexivo, crítico e criativo. No final da escolaridade obrigatória, os alunos devem ficar capazes de utilizar modos próprios de expressão e comunicação visual mobilizando, intencional e autonomamente, diferentes ideias/conceitos com os diferentes recursos, materiais e suportes trabalhados nos anos anteriores. PÁG. 3
Linguagens e textos Raciocínio e resolução de problemas Relacionamento interpessoal Bem-estar, saúde e ambiente Saber científico, técnico e tecnológico Informação e comunicação Pensamento crítico e pensamento criativo Desenvolvimento pessoal e autonomia Sensibilidade estética e artística Consciência e domínio do corpo APRENDIZAGENS ESSENCIAIS ARTICULAÇÃO COM O PERFIL DOS 12.º ANO SECUNDÁRIO Desenho A ÁREAS DE COMPETÊNCIAS (ACPA) A C E G I B D F H J PÁG. 4
OPERACIONALIZAÇÃO DAS APRENDIZAGENS ESSENCIAIS (AE) APROPRIAÇÃO E REFLEXÃO Compreender que os processos de observação de diferentes imagens articulam perspetivas múltiplas de análise da(s) realidade(s). Refletir sobre a relação entre os eixos estruturantes das imagens [significante e significado (s)] e a sua articulação com as vivências e os conhecimentos dos fruidores/observadores. Aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre o que é percecionado e os diferentes modos de representação da(s) realidade(s). Refletir sobre o modo como os diferentes contextos das imagens e as circunstâncias em que o fruidor/observador as perceciona podem desencadear múltiplas leituras e interpretações. Reinterpretar referências de diferentes movimentos artísticos. Promover estratégias que envolvam aquisição de conhecimento, informação e outros saberes, relativos aos conteúdos das AE, que impliquem: A compreensão dos contextos culturais em que se inserem as diferentes manifestações artísticas. A exploração intencional dos elementos estruturais da linguagem plástica e visual. A necessidade de rigor, articulação e uso consistente de conhecimentos, através da seleção de informação pertinente e do estabelecimento de relações intra e interdisciplinares. Promover estratégias que estimulem a criatividade dos/as alunos/as, como por exemplo, através da: Articulação de atividades e exercícios que valorizem, simultaneamente a descoberta e a interrogação, a aprendizagem prática e a compreensão conceptual, a expressão pessoal e a reflexão individual e coletiva. Paricipação criativa em trabalhos e/ou projetos (envolvendo a turma, a escola e/ou a comunidade) para exploração de temas transversais a várias disciplinas, de forma a promover a reflexão participada e a ação proativa sobre questões Conhecedor/ sabedor/ culto/ informado (A, B, G, I, J) Criativo (A, C, D, J) PÁG. 5
INTERPRETAÇÃO E COMUNICAÇÃO EXPERIMENTAÇÂO E CRIAÇÃO Manifestar sentido crítico e sentido estético, articulando processos de análise, síntese, argumentação, apreciação, enquanto observador-criador. Compreender a diversidade dos modos de expressão artística das diferentes culturas e o seu papel na construção da(s) identidade(s) cultural(ais). Avaliar o trabalho realizado por si e pelos seus pares, justificando as suas opções relativamente aos processos desenvolvidos e utilizando critérios de análise fundamentados nos seus conhecimentos e em referências culturais e artísticas. Desenvolver processos próprios de representação em torno do conceito de forma (ampliação, sobreposição, rotação, nivelamento, simplificação, acentuação e repetição), selecionando contextos e ambientes e formas de registo e composição (linha, mancha, sombra, cor, contorno, sobreposição e justaposição, entre outros). Dominar e utilizar os efeitos da cor, manipulando-a de acordo com o aspeto gráfico/plástico pretendido. identitárias e de cidadania democrática. Criação de unidades de trabalho que valorizem a exploração prática assim como o questionamento de conceitos e capacidades de reflexão críticas sobre o desenho. Utilização de uma metodologia faseada no desenvolvimento dos trabalhos de desenho e no processo criativo e inventivo de imagens. Promover estratégias que desenvolvam o pensamento crítico e analítico dos/as alunos/as, através: Da reflexão crítica sobre os conhecimentos e suas interpretações possíveis. Do estímulo da capacidade de agir utilizando processos de pensar e de fazer artísticos como forma de ação e de participação cívica. Da análise dos seus trabalhos e a dos seus colegas, sustentada com os conhecimentos adquiridos em diferentes situações de observação e análise e tendo em conta os seus contextos de elabo-ração. Da autoavaliação dos seus trabalhos, sustentada pelos conhecimentos adquiridos na disciplina de Desenho, utilizando vocabulário específico da linguagem visual. Crítico/Analítico (A, B, C, D, G) Aplicar diferentes esquemas cromáticos (analogia de cores, cores complementares, quentes e frias ou tríades cromáticas), na criação de composições. Promover estratégias que envolvam, por parte do/a aluno/a: A reflexão crítica sobre os conhecimentos específicos da disciplina e suas interpretações possíveis. Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I) PÁG. 6
Utilizar o desenho de forma autónoma e intencional, nas suas diferentes vertentes, para comunicar ideias, temas, conceitos e ambientes. Selecionar, de forma autónoma e intencional, diferentes modos de registo, suportes, técnicas e materiais (convencionais e não convencionais). Dominar as relações entre os elementos da linguagem plástica, evidenciando um gradual desenvolvimento estético nas suas composições (unidade, variedade, vitalidade, harmonia, síntese, entre outros). A combinação de atividades e exercícios que valorizem, simultaneamente, a descoberta e a interrogação, a aprendizagem prática e a compreensão conceptual, a expressão pessoal e a reflexão individual e coletiva. O registo da observação de objetos e espaços, bem como de ideias, reflexões, vivências e experiências, de uma forma sistemática (diário gráfico e portefólio digital e/ou físico), que poderão ser utilizadas no seu trabalho individual e/ou coletivo. O reconhecimento da importância do desenho como forma de pensar e de comunicar. Utilizar, de forma autónoma e intencional, as possibilidades expressivas dos meios digitais e processos diversos de transformação gráfica. Desenvolver, de forma autónoma e criativa, os processos de análise explorados anteriormente, através do desenho de várias expressões do corpo e da cabeça. Promover estratégias que, por parte do aluno, requeiram/induzam: A compreensão da diversidade cultural e artística possibilitando o reconhecimento valorativo da diferença. A partilha de ideias, no sentido de encontrar soluções e de compreender o ponto de vista dos outros. Promover estratégias que envolvam, por parte do/a aluno/a: A interiorização de métodos de trabalho individual, no sentido de, conscientemente, otimizar as suas capacidades de organização. A justificação da intencionalidade das suas composições, referindo o modo como organizou os elementos no campo visual. Respeitador da diferença/ do outro (A, B, E, F, H) Sistematizador/ organizador (A, B, C, I, J) PÁG. 7
A integração consciente, nos trabalhos que realiza, dos conhecimentos adquiridos ao longo da aprendizagem. O registo de esboços, notas e reflexões num diário gráfico que deve acompanhar o seu processo de trabalho. A organização de um portefólio (digital e/ou físico) para ilustrar o processo de desenvolvimento do seu trabalho. Promover estratégias que motivem o/a aluno/a: A uma análise crítica dos seus trabalhos e a dos seus colegas, sustentada com os conhecimentos adquiridos em diferentes situações de observação e análise e tendo em conta contextos de elaboração. Questionador (A, F, G, I, J) Promover estratégias que proporcionem ao/à aluno/a a oportunidade de: Apresentação pública de um portefólio (digital e/ou físico) em contexto de aula, para ilustrar o processo de desenvolvimento do seu trabalho. Participação em diversos contextos comunicativos, através do discurso verbal e de intervenções de natureza gráfica/plástica/visual. Participação colaborativa na organização de exposições coletivas em que os seus trabalhos estejam incluídos. Comunicador (A, B, D, E, H) PÁG. 8
Promover estratégias envolvendo tarefas em que, com base em critérios estabelecidos, se oriente o/a aluno/a para: A autoanálise e autoavaliação dos seus trabalhos, sustentada pelos conhecimentos adquiridos, utilizando vocabulário específico da linguagem visual. O desenvolvimento do nível de autoexigência, no contexto das aprendizagens e da elaboração dos seus trabalhos. Autoavaliador (transversal às áreas) Promover estratégias que proporcionem oportunidades para o/a aluno/a, no sentido da: Colaboração em trabalhos ou projetos coletivos, utilizando a linguagem do Desenho e das Artes Visuais. Participação em projetos de trabalho (turma/escola/comunidade), partindo da abordagem de temas transversais ou que integrem conteúdos de várias disciplinas. Conceção e organização de exposições coletivas com os seus trabalhos e/ou projetos desenvolvidos de forma multidisciplinar. Participativo/ colaborador (B, C, D, E, F) Promover estratégias e modos de organização das tarefas que impliquem, por parte do/a aluno/a: A interiorização de métodos de trabalho individual, no sentido da autorregulação. O cuidado no respeito pelos prazos estabelecidos para a execução do trabalho solicitado pelo/a docente. Responsável/ autónomo (C, D, E, F, G, I, J) PÁG. 9
Promover estratégias que induzam: À organização e preservação dos espaços, bem como dos materiais e equipamentos, de acordo com as regras elaboradas em grupo e/ou pelo/a docente. À disponibilidade de estar atento às necessidades dos seus pares e da comunidade, podendo exercitar formas de participação. À valorização dos saberes do outro, compreendendo as suas intenções e ajudando-o a expressar e argumentar as suas ideias. Cuidador de si e do outro (B, E, F, G) PÁG. 10