REGULAMENTO INTERNO LAR DE IDOSOS SÃO MANUEL



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Transcrição:

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SÃO JOÃO DA MADEIRA REGULAMENTO INTERNO LAR DE IDOSOS SÃO MANUEL Edição: 001 Data: 13/10/2009

CAPITULO I DA NATUREZA E ÂMBITO DE APLICAÇÃO Artigo 1º (Âmbito) O presente regulamento interno aplica-se ao Lar de Idosos S. Manuel, adiante denominado Lar, equipamento social sito à Rua Manuel Luís Leite Júnior, em S. João da Madeira, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira, entidade gestora de quem depende técnica, administrativa e financeiramente. Artigo 2º (Objectivos) 1. O Lar prossegue fins específicos de Acção Social e, nos termos de um acordo de cooperação típico outorgado com o Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro, concorre para os propósitos do Sistema Integrado de Segurança Social, prestando serviços de natureza hoteleira e assistencial, e acompanhamento clínico. 2. É missão do Lar responder solidariamente a vulnerabilidades das pessoas idosas, decorrentes de isolamento sócio-familiar, perda de autonomia, risco de insegurança física ou precariedade económica, contribuindo para a manutenção e retardamento do processo de envelhecimento. Artigo 3º (Destinatários) 1. O Lar destina-se a residência permanente de pessoas idosas, com idade igual ou superior a 65 anos, que sobrevivam em situação de vulnerabilidade pessoal, social e económica, naturais ou residentes no concelho de S. João da Madeira, ou residentes nas freguesias limítrofes. 2. Poderão, excepcional e casuisticamente, admitir-se candidatos de idade inferior a 65 anos, através de expressa autorização da Mesa Administrativa, condicionada ao estatuto de reformado do candidato. 2

CAPITULO II ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO Secção I DOS RECURSOS HUMANOS Artigo 4º (Recursos Humanos) 1. Incumbe à direcção técnica do Lar organizar e supervisionar o funcionamento corrente do Lar, dispondo a valência de um volume de recursos humanos adequado à frequência de utentes e aos normativos legais informados por regulamentos ou orientações técnicas da tutela. 2. Além de uma direcção técnica, o Lar tem adstrito à prestação de serviços, médico de clínica geral, enfermeiros, encarregadas de serviços gerais, ajudantes de lar, trabalhadores auxiliares de serviços gerais, lavadeiras, cozinheiras, ajudantes de cozinha, entre outras categorias profissionais cujo desempenho conste em Acordo de Cooperação firmado com a tutela. 3. Os conteúdos funcionais das categorias descritas replicam os termos dos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho aos quais a entidade gestora do Lar adira, ou que lhe seja aplicável por extensão. Secção II DOS UTENTES E DO PROCESSO DE ADMISSÃO Artigo 5º (Condições de Candidatura à Admissão) São requisitos para constituição da condição de candidato a ingresso no Lar, o preenchimento cumulativo dos seguintes critérios: 1. Ser natural ou residente no concelho de S. João da Madeira, ou residente em freguesias limítrofes deste concelho. 2. Não sofrer de doença infecto-contagiosa ou doença mental aguda e manifesta. 3. Expressar livremente vontade na admissão ou, em situação de incapacidade para a expressão livre dessa vontade, formulação de um pedido de admissão 3

por interposição de parente próximo, que assuma a responsabilidade pelo posterior internamento. Artigo 6º (Processo de Inscrição) 1. O pedido de admissão deve ser instruído pelo candidato ou por parente que se responsabilize pelo internamento, implicando: 1.1. Preenchimento do Boletim de Inscrição. 1.2. Aplicação de uma escala de avaliação da dependência. 1.3. Identificação da composição do agregado familiar e dos descendentes de 1º grau ou outros herdeiros legítimos. 1.4. Comprovativo de rendimentos auferidos pelo agregado familiar para determinação do rendimento per capita e da comparticipação familiar. 1.5. Comprovativo de rendimentos auferidos pelos descendentes de 1º grau ou herdeiros legítimos se voluntariamente aderirem em comparticiparem. 1.6. Avaliação das condições habitacionais. 1.7. Declaração médica comprovativa da inexistência de doenças infectocontagiosas. 1.8. Comprovativo do pedido de Complemento de Dependência, se aplicável. 2. A inscrição mantém-se válida por 2 anos e decorre em momento de entrevista com a direcção técnica e/ou a direcção de serviços da entidade gestora. Artigo 7º (Critérios de Prioridade na Admissão) 1. A prioridade de cada admissão será encontrada pela conjugação ponderada dos seguintes factores: a. Pessoas em situação de vulnerabilidade determinada pela condição de isolamento sócio-familiar, perda de autonomia, precariedade económica e risco de segurança física. b. Idade c. Familiares directos dos utentes residentes ou de funcionários. d. Utentes do Centro de Dia da entidade gestora do Lar. e. Data de preenchimento do Boletim de Inscrição. 4

2. Cada factor é notado de 0 a 10, ponderando na classificação final no coeficiente seguinte: Classificação Final = a*0,6 + b*0,15 + c*0,1 + d*0,1 + e*0,05 3. Cada subfactor do factor a) é notado de 0 a 10, ponderando cada nota o coeficiente seguinte: Classificação do Factor a) = isolamento sociofamiliar n*0,3 +autonomia n*0,35 + precariedade económica n*0,3 + segurança física n*0,05 Artigo 8º (Condições Prévias à Admissão de Candidatos) Prevalece sobre os critérios antepostos: 1. Existência de vaga no sector específico ao género e condições do candidato. 2. A aferição da média de receitas próprias captadas pelo funcionamento do Lar, designadamente, avaliar se pela admissão do candidato encontrado na ponderação dos critérios descritos, não advém a superação do coeficiente de 1.15 sobre o valor de referência informado em protocolo de cooperação celebrado com a tutela. Artigo 9º (Critérios de Exclusão da Bolsa de Inscritos) 1. Idade inferior a 65 anos, caso se não cumpra o estipulado no artigo 3º, n.º2. 2. Sobrevindo agudização de estado de saúde que implique cuidados clínicos e terapêuticos continuados. 3. Doença mental diagnosticada. 1. A admissão cumpre-se pela: Artigo 10º (Processo de Admissão de Utentes) 1.1. Aprovação pela Mesa Administrativa da admissão do candidato. 1.2. Celebração de um Contrato de Prestação de Serviços. 1.3. Consulta médica, a realizar pelo clínico do Lar, para diagnóstico e definição do acompanhamento a realizar pelo corpo de enfermagem. 5

1.4. Recepção de roupas, medicação e objectos pessoais, que objecto de inventário. 1.5. Entrega de cópia do regulamento. 2. São denominados utentes os admitidos à frequência do Lar. 3. No acto de admissão, o utente deverá ser acompanhado pelo familiar responsável, e será conduzido em visita às instalações, sendo-lhe dado conhecimento das condições de funcionamento do Lar, dos serviços e dos colaboradores responsáveis. Artigo 11º (Alojamento dos Utentes) 1. O alojamento dos utentes faz-se em quartos de 4, 3 ou 2 camas, procurando-se agrupá-los de forma a prosseguir um bem-estar acolhedor. 2. No caso de casais, verificando-se o falecimento de um dos cônjuges, será preferida a permanência do sobrevivo no quarto, em partilha com outro utente. 3. Reserva-se a competência da direcção técnica para proceder a mudanças na distribuição de utentes por quartos, sempre que tal se justifique. Secção III DAS COMPARTICIPAÇÕES E DEMAIS RECEITAS OPERACIONAIS Artigo 12º (Comparticipações) 1. São receitas operacionais do Lar a comparticipação familiar do utente, a comparticipação da Segurança Social, e a comparticipação dos descendentes de 1º grau ou herdeiros. 2. A comparticipação familiar do utente é o montante que o utente comparticipará pela prestação de serviços do Lar, situando-se no intervalo (> 70%; <85%) do respectivo rendimento per capita, ou igual a 85% do rendimento per capita desde que o utente tenha requerido ou beneficie do reconhecimento da condição de dependente de 1º grau. 6

3. A comparticipação da Segurança Social é o montante transferido por este organismo ao abrigo de Acordos de Cooperação celebrados com a entidade gestora para esta resposta social. 4. A comparticipação de descendentes de 1º grau ou herdeiros legalmente habilitados é facultativa e voluntária, e destina-se a perfazer o diferencial do somatório entre a comparticipação familiar do utente e a comparticipação da Segurança Social, até ao limiar superior de 125% do valor de referência (VR). 5. O VR é um indicador que informa o custo técnico da resposta social, anualmente actualizado à taxa da inflação publicada pelo INE, vertido em Protocolo de Cooperação, e acompanhado ou revisto pela Comissão Nacional de Acompanhamento e Avaliação de Acordos de Cooperação. 6. O limiar superior de 125% do VR só será aplicado em contratos de prestação de serviços celebrados com utentes admitidos após a aprovação deste regulamento interno e caso a média das comparticipações inventariadas no n.º1 deste artigo não superar 115% do mesmo indicador (VR). 7. As comparticipações satisfazem o pagamento de custos operacionais decorrentes da prestação de serviços assistenciais, pessoais e hoteleiros. Artigo 13º (Outras receitas operacionais) 1. Os encargos com medicamentos, fraldas e apósitos, consultas clínicas de especialidade, terapias, transporte para unidades de saúde, entre outras desta natureza, são assumidos pelos utentes, podendo ser-lhes cobrado o custo. 2. Haverá lugar à cobrança de comparticipações adicionais e complementares sempre que a condição de dependência de um utente seja reconhecida. Secção IV DISPOSIÇÕES FINAIS SOBRE O FUNCIONAMENTO Artigo 14º (Refeições) 1. As refeições compõem-se de pequeno-almoço, almoço, jantar e ceia e o horário de toma pode variar entre os períodos de Inverno e Verão. 7

2. As ementas são concebidas por um nutricionista, afixadas publicamente, e prescritas de acordo com as disposições dietéticas informadas pelo médico. 3. As refeições devem ser tomadas na sala de jantar exceptuando os utentes cuja condição de saúde os inabilite a assumirem autonomamente a toma das refeições ou a deslocarem-se à sala de jantar. Artigo 15º (Visitas) 1. O horário definido e o regime de visitas está afixado em local público, sendo o acesso livre para o familiar de referência (também denominado responsável pelo internamento ). 2. Para demais familiares e amigos o horário de visitas decorre entre as 10h-12h e as 14h-18h. Artigo 16º (Saídas) 1. As saídas e ausências temporárias são livres, apenas condicionadas a aviso prévio aos serviços e ao familiar de referência. 2. Os utentes invisuais, mentalmente mais debilitados, ou aqueles cuja saída, por limitação física ou outras, possa representar risco para a sua segurança, somente poderão sair acompanhados por pessoa de família ou por pessoa amiga que assuma a responsabilidade do seu regresso ao Lar; Artigo 17º (Culto Católico) Os utentes do Lar são livres de participar nos actos de assistência religiosa celebrados nas instalações do Lar, segundo o rito católico. Artigo 18º (Religiões) Os utentes poderão professar ou não alguma religião ou crença, embora lhes sejam vedadas actividades de proselitismo ou de culto de outras confissões além da religião católica. 8

Artigo 19º (Serviços Fúnebres) 1. Se não houver prévia comunicação escrita informando a vontade do utente, o funeral realiza-se segundo o rito católico, sendo o féretro conduzido para o cemitério da área administrativa do Lar. 2. Se qualquer familiar ou pessoa amiga pretender que o utente seja sepultado noutro cemitério, as despesas adicionais serão assumidas pelos mesmos. Artigo 20º (Devolução dos bens pessoais) 1. Em caso de falecimento, serão recolhidos e guardados os bens e valores do utente falecido, com vista a posterior entrega aos herdeiros legalmente habilitados. 2. O bragal e espólio não reclamado decorridos 6 meses do óbito, reverterão em benefício da entidade gestora ou do Lar. CAPITULO III DIREITOS E DEVERES Artigo 21º (Direitos dos Utentes) 1. Os utentes têm direito aos seguintes serviços: 1.1. Alimentação fornecida de acordo com a prescrição clínica e com os regimes dietéticos preconizados; 1.2. Cuidados hoteleiros, designadamente, limpeza e asseio dos espaços comuns e residenciais e tratamento de roupas; 1.3. Cuidados pessoais, designadamente, apoio nas actividades de vida diária, e serviço de barbearia e cabeleireiro; 1.4. Serviços clínicos e de enfermagem, designadamente, vigilância médica, administração medicamentosa, e cuidados de enfermagem (administração de injectáveis, curativos, pensos, entre outros); 1.5. Actividades ocupacionais e recreativas 9

2. Os utentes têm direito à fruição dos espaços comuns destinados a lazer. Artigo 22º (Deveres dos Utentes) 1. Respeitar e tratar com urbanidade e lealdade os membros dos órgãos sociais da Misericórdia, dirigentes e demais pessoal do Lar, restantes utentes e demais pessoas que estejam ou entrem em relação com a dita Misericórdia e o seu Lar. 2. Obedecer às pessoas referidas no artigo 4º deste regulamento, em tudo o que respeite à organização e funcionamento do Lar. 3. Zelar pela conservação e boa utilização dos bens do Lar. 4. Executar os actos tendentes à melhoria da convivência e disciplina no Lar. 5. Cumprir as demais obrigações decorrentes do contrato de prestação de serviços e das normas que o regem, bem como os regulamentos, determinações e decisões da Mesa Administrativa da entidade gestora e dos dirigentes do Lar, dentro das competências que lhes estiver atribuída. Artigo 22º (Poder Disciplinar) 1. A Mesa Administrativa da entidade gestora detém o exercício do poder disciplinar sobre os utentes residentes no Lar. 2. O poder disciplinar pode ser exercido directamente pela Mesa Administrativa, ou indirectamente pelos dirigentes do Lar, por delegação de competências daquela. Artigo 23º (Sanções) 1. A Mesa Administrativa ou os dirigentes do Lar podem aplicar as seguintes sanções disciplinares: a) Repreensão; b) Repreensão registada; c) Multa d) Suspensão e) Expulsão 10

2. A sanção é gradativa e deve ser proporcionada à gravidade da infracção e à culpabilidade do infractor, não podendo aplicar-se mais do que uma pela mesma infracção. 3. O disposto no número anterior não prejudica o direito da Mesa Administrativa exigir indemnização por eventuais prejuízos causados ou promover a aplicação de sanção penal a que a infracção, eventualmente, dê lugar. 4. O procedimento disciplinar deve exceder-se nos 90 (noventa) dias subsequentes àquele em que a Mesa Administrativa, ou os dirigentes do Lar com competência disciplinar, tiveram conhecimento da infracção. 5. A sanção disciplinar não pode ser aplicada sem audiência prévia do utente infractor e a sua execução tem de ter lugar até 3 meses após a decisão. CAPITULO IV DISPOSIÇÕES FINAIS Artigo 24º (Casos Omissos e Disposições Comuns) Qualquer caso omisso neste Regulamento será resolvido pela Mesa Administrativa da entidade gestora do Lar, considerando o disposto no Compromisso da Misericórdia e na lei geral ou específica aplicável, designadamente, a legislação e os instrumentos sobre matéria de cooperação. Artigo 25º (Entrada em Vigor) O presente Regulamento entra em vigor em 25 de Março de 2013, dia imediatamente subsequente à respectiva aprovação em reunião da Mesa Administrativa, revogando-se todos os documentos congéneres anteriores aplicados no Lar. O Provedor 11

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