História do Movimento LGBTI em Portugal 1902 - No segundo volume da publicação "Pathologia", Egas Moniz ( prémio Nobel da Medicina), defende a visão da homossexualidade como doença e perversão, que irá perdurar ao longo do séc. XX e servir de base à criminalização legal desses comportamentos.
História do Movimento LGBTI em Portugal 1982 - Revisão do Código Penal, que remete a homossexualidade "entre adultos, livremente exercida e em recato", para domínio dos actos não puníveis. Surge então um novo crime previsto no artigo 207 (homossexualidade com menores), nos quais as penalizações para a prática de actos homossexuais ou heterossexuais com adolescentes eram diferentes. Em 1995, a homossexualidade passou a ser referida no artigo 175.
História do Movimento LGBTI em Portugal Julho de 1994 - João Mouta, pai homossexual, consegue em Tribunal de Família que lhe seja confiado o poder paternal da filha menor. A mãe recorre da sentença e em Janeiro de 1996, o Tribunal da Relação retira o exercício do poder paternal a João Mouta. Em Dezembro de 1999, após queixa feita ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o Estado Português é condenado ao pagamento de uma indemnização a João Mouta.
História do Movimento LGBTI em Portugal 28 de Junho de 1997 - É realizado o 1º Arraial Pride pela ILGA no Prícipe Real em Lisboa, na mais massiva comemoração, feita pela primeira vez na rua. Participam o Clube Safo, o GTH-PSR e bares gays e lésbicos do Príncipe Real. No mesmo dia a associação Opus Gay aproveita para apresentar o seu manifesto de fundação.
História do Movimento LGBTI em Portugal 1998 - A revisão do Código Penal dará uma nova redacção aos artigos 174 e 175, estabelecendo diferentes idades de consentimento sexual: 14 anos para actos heterossexuais e 16 anos para actos homossexuais.
História do Movimento LGBTI em Portugal 2001 - Em Março, os 4 projectos sobre Uniões de Facto baixam à especialidade sem votação na Assembleia da República, voltando um mês depois ao plenário 2 projectos que reúnem o consenso da esquerda: um de Uniões de Facto e um de Economia Comum. Ambos seriam aprovados com os votos contra da direita e de um grupo de deputados católicos do PS. O movimento LGBT tinha finalmente conquistado a sua grande vitória legal em Portugal, num tema que lhe havia sido imposto pelo jogo partidário 3 anos antes.
História do Movimento LGBTI em Portugal 2004 - É aprovada na Assembleia da República a alteração ao artigo 13º da Constituição da República Portuguesa que passa a incluir a orientação sexual como factor de nãodiscriminação.
História do Movimento LGBTI em Portugal Fevereiro de 2006 - Um casal de lésbicas, Teresa e Helena, dirigiram-se à conservatória do Registo Civil em Lisboa para se casarem. A recusa da Conservatória levou-as a interpor recurso no Tribunal da Relação e em Maio de 2007 apelaram ao Tribunal Constitucional, aguardando actualmente que este se pronuncie.
História do Movimento LGBTI em Portugal Fevereiro de 2006 - Gisberta, uma transsexual do Porto, foi barbaramente agredida e torturada até à morte por um bando de miúdos entregues aos cuidados de uma instituição católica. Este caso teve impacto na comunicação social e tornou-se um símbolo da violência extrema a que a discriminação pode levar revelando também o esquecimento a que a população trans sempre esteve votada, mesmo no seio do movimento LGBT.
História do Movimento LGBTI em Portugal Outubro de 2009 Aprovada a Lei de Educação Sexual em Contextos Escolares Janeiro de 2010 Aprovado o Casamento Civil entre Pessoas do Mesmo Sexo Março de 2011 Aprovada a Lei de Identidade de Género. Fevereiro de 2016 Aprovada a Lei que permite a adoção por casais constituídos por pessoas do mesmo sexo. Março de 2017 A PMA é estendida a casais de mulheres Solteiras e Lésbicas.
INTERSEXO & DIREITOS HUMANOS
Quem são as pessoas Intersexo? Entende-se por Intersexo qualquer pessoa cujas características sexuais (cromossomas, genitais e/ou estrutura hormonal), não correspondem de forma estrita às categorias masculino/feminino, podendo por isso serem ambíguas ou mistas.
Quais são os principais desafios encarados pelas pessoas Intersexo na Europa? Num mundo em que a grande maioria das pessoas e das entidades Governamentais apenas aceita a existência de dois sexos (masculino e feminino) a existência de pessoas intersexo e dos seus corpos não é reconhecida. Em vez disso, os corpos das pessoas Intersexo são considerados um problema médico que precisa de ser normalizado através de cirurgias, tratamentos hormonais e outras intervenções clínicas.
De acordo com dados de 2015 da FRA (European Union Agency for Fundamental Rights), as cirurgias de normalização são uma realidade presente em pelo menos 21 Estados Membros. Responsabilidade: Quem define a existência de uma cirúrgia quando nasce uma criança intersexo?
Acesso a cuidados de saúde e violência de práticas médicas - Mesmo depois das mutilações realizadas ao nascimento, as crianças, jovens e adultos Intersexo continuam a ser vítimas de violações constantes da sua integridade, incluindo intervenções médicas sem o seu consentimento prévio ou minimamente informado (que muitas vezes ocorrem ao longo de toda a vida). - O acesso a cuidados de saúde (nomeadamente à comparticipação por parte das companhias de seguros) são frequentemente barrados por não estarem contemplados como essenciais. - São frequentes as denúncias de abuso físico e psicológico por parte de profissionais de saúde (ex: exames médicos sem consentimento, muitas vezes dolorosos e experimentais).
Reconhecimento legal: Muitas pessoas Intersexo reconhecem que a sua identidade de género não corresponde com o sexo registado à nascença no seu documento de identificação (e que muitas vezes foi acompanhado de cirurgias e outros tratamentos médicos de forma a que o seu corpo e a sua expressão possa ser o mais parecida possível com o estereótipo masculino/feminino). Nos casos em que os países tenham regulados procedimentos de reconhecimento legal do género, é frequente que as pessoas Intersexo tenham de passar pelos mesmos processos que as pessoas Trans* para verem a sua identidade reconhecida pelo Estado.
FAQ Frequentely Asked Questions: - As pessoas Intersexo definem-se como homem/mulher ou como Intersexo/terceiro sexo? - Quantas pessoas Intersexo existem? - A Intersexualidade é uma Identidade de Género? - É recomendado que se utilize o marcador Intersexo no documento de identificação burocrático ou que se mantenha um marcador de género neutro?
Antes da Lei 7/2011: - Prova de Vida - Tratamento Hormonal - Cirurgias - Ação Judicial Contra o Estado - Sentença em Julgado
Lei 7/2011: - Basta um diagnóstico de perturbação da Identidade de Género assinado por dois profissionais de saúde de uma equipa multidisciplinar de sexulogia clínica. - Simples?
E o futuro? Sabemos quem somos pessoas!