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Transcrição:

GT1: LAZER, ESPORTE E SOCIEDADE PARA QUAL TIME VOCÊ TORCE? ANALISANDO AS ESCOLHAS FUTEBOLÍSTICAS DOS DISCENTES DO ENSINO MÉDIO DE UM COLÉGIO PÚBLICO - 2015 Wendell Luiz Linhares (UEPG); Email: wendell.luiz@hotmail.com Ana Flávia Braun Vieira (UEPG); Email: ana.braun@yahoo.com.br Bruno José Gabriel (UEPG); Email: brunogabriel_uepg@hotmail.com Miguel Archanjo de Freitas Júnior (UEPG): Email: mfreitasjr@uepg.br TEMÁTICA: POLÍTICA PÚBLICA DE ESPORTE E LAZER RESUMO: O objetivo deste estudo foi verificar e analisar as escolhas dos times de futebol dos discentes matriculados no ensino Médio de um Colégio público, localizado na região central no município de Ponta Grossa, no ano letivo de 2015. Para tanto, aplicou-se um questionário estruturado, que, posteriormente ao seu preenchimento foi analisado tendo como embasamento metodológico um dos desígnios da Análise de Conteúdo, qual seja, a frequência de aparição. A análise revelou que a nível inicial e hipotético no que se refere à imagem identitária futebolística, possível pensar num entrelaçamento identitário, em que ocorre um rompimento das fronteiras, seja em nível local e/ou regional. Não obstante, os meios de comunicação também contribuem para que os indivíduos tenham acesso a times de outras localidades, o indivíduo escolher torcer para mais de um time de futebol. Palavras chave: identidade; imagem; socialização; família; mídia. 1. INTRODUÇÃO É inegável a elevada significância cultural que o futebol adquiriu no Brasil no decorrer do século XX. Apesar de caracterizar-se inicialmente como uma prática elitizada, a partir de meados da década de 1920, este se popularizou de tal forma tornando-se o esporte nacional. (RIBEIRO, 2003; DAOLIO, 2006). Por conseguinte, passou a estar presente no cotidiano de toda população brasileira mediante um sistema de criação e interpretação de símbolos e práticas associadas, de modo algum desarticulado de outros aspectos sociais e culturais. (GUEDES, 1982). Tal como salientou Freitas Júnior (2012) ao argumentar acerca da relevância do futebol, um símbolo significante para o sistema cultural mundial, parece que, no Brasil, este esporte é, em certa medida, imposto como uma força capaz de penetrar a vida dos habitantes locais, influenciando na estruturação dos habitus, dos

costumes, dos sentimentos, dos cotidianos e das identidades individuais e coletivas deles. Uma das influências do futebol na estruturação das identidades individuais é efetivação consciente da escolha de um time para torcer, tomada de posição comum a maioria dos brasileiros. Posteriormente, assim como acontece com alguns relacionamentos interpessoais, efetiva-se também uma fidelidade incondicional com a escolha. (GIGLIO, 2007). A migração histórica, a família, a escola, os amigos, as mídias e, atualmente, estes aspectos articulados a globalização e ao desenvolvimento das tecnologias, atuam de maneira precípua na escolha do time. Resultante da atuação destes últimos fenômenos é a visualização de pessoas que torcem para times alocados em localidades geográficas distintas da qual estas residem. Diante desta contextualização, o objetivo deste estudo foi verificar e analisar as escolhas dos times de futebol dos discentes matriculados no Ensino Médio de um Colégio Público Estadual, localizado na Região central no município de Ponta Grossa, estado do Paraná, matriculados no ano letivo de 2015. Para tanto, aplicouse um questionário estruturado 1, que, posteriormente ao preenchimento, foi analisado tendo como embasamento metodológico um dos desígnios da Análise de Conteúdo (AC), qual seja, a frequência de aparição. 2. IDENTIDADE Ao tratar da temática identidade, Pollak (1992, p. 5) a definiu como a imagem de si, para si e para os outros. Isto é, a imagem que uma pessoa adquire ao longo da vida referente a ela própria, a imagem que ela constrói e apresenta aos outros e a si própria, para acreditar na sua própria representação, mas também para ser percebida da maneira como quer ser percebida pelos outros. Portanto, se a imagem é modificada ao logo da vida, pode-se dizer que a identidade é algo inacabado e dinâmico, sendo possível a mesma ser construída e reconstruída a partir das experiências que o indivíduo vivencia no decorrer da vida dele. Nesse sentido, percebe-se que a identidade possui uma dimensão individual e outra social. Não obstante, Magalhães (2004) destaca que essas dimensões identitárias não estão em oposição, uma em relação à outra, mas sim, se encontram entrelaçadas na perspectiva de um mesmo fenômeno. Isto pode ser visualizado, na obra A sociedade dos indivíduos de Norbert Elias, em que o autor apresenta a ideia de que a construção da identidade tem início 1 O instrumento construído faz parte de um projeto mais amplo. Entretanto, para o presente estudo, optou-se em discutir a questão da escolha do time de futebol para torcer, a partir da seguinte indagação feita aos discentes: Para qual time de futebol você torce?. A justificativa para o recorte realizado se deu através de três critérios: 1) Ponta Grossa em seu processo de formação/desenvolvimento sofreu um fluxo imigratório, sobretudo do Estado de São Paulo; 2) Ponta Grossa está situada próxima à capital do Estado do Paraná, Curitiba, e esta possui três times de futebol que participavam e por consequência representavam o Estado nos principais campeonatos nacionais; 3) Ponta Grossa possui um time de futebol, que participava e representava a cidade na elite do Campeonato Estadual e Série D do Campeonato Brasileiro;

após o nascimento, pois, é após o nascimento, que o indivíduo começa a estabelecer relações com os outros seres. E, é por meio destas, que a pessoa vai psicologicamente se desenvolvendo e seu caráter sendo moldado. Sem essas relações, o indivíduo chegará ao máximo, ser considerado um humano semisselvagem. (ELIAS, 1994). Nesse sentido, é possível inferir que o indivíduo constrói e reconstrói sua identidade na relação com seu semelhante, através dos processos de socialização, é o que nos indica Magalhães (2004, p. 230), podemos dizer assim que a construção da identidade faz parte da socialização do indivíduo e, desta forma, é um processo em que o indivíduo irá internalizando os símbolos e representações sociais. Ainda, segundo a autora, pautada em Berger e Luckmann, os processos socializadores são denominados como socialização primária e socialização secundária. Dessa forma, na socialização primária, o indivíduo tem suas primeiras experiências e contatos com determinados valores sobre o mundo em sua volta. A socialização primária ocorre na infância, no círculo familiar e tem a emoção como elemento mediatizador. (MAGALHÃES, 2004). Já, a socialização secundária, ocorre quando o indivíduo começa a estabelecer relações com outros círculos socializadores como a escola, igreja, trabalho. Na socialização secundária, o principal elemento mediatizador é o aspecto racional. (MAGALHÃES, 2004). Não obstante, por meio dos processos socializadores primário e secundário, percebe-se a identidade como uma imagem formada por diversas peças, e, nesse sentido, o futebol se apresenta como uma das peças possíveis que pode constituir determinada imagem identitária. 3. RESULTADO E DISCUSSÃO Por intermédio do questionário estruturado foi realizada a seguinte indagação: Para qual time você torce? Posteriormente ao preenchimento dele, verificou-se que dos 239 respondentes, 73 indicaram torcer pelo Corinthians (30,54%) time localizado na Região Sudeste; 52 apontaram torcer pelo Flamengo (21,76%) time localizado na Região Sudeste; 35 assinalaram torcer pelo São Paulo (14,64%) time localizado na Região Sudeste; 19 indicaram torcer pelo Palmeiras (7,95%) time localizado na Região Sudeste; 19 apontaram torcer pelo Santos (7,95%) time localizado na Região Sudeste; 08 assinalaram torcer pelo Operário Ferroviário Esporte Clube (3,35%) time localizado na Região Sul; 03 indicaram torcer pelo Grêmio (1,25%) localizado na Região Sul; 03 Assinalaram torcer pelo Internacional (1,25%) time localizado na Região Sul; 02 mencionaram torcer pelo Atlético Paranaense (0,84%) time localizado na Região Sul; 01 indicou torcer pelo Atlético Mineiro (0,42%) time localizado na Região Sudeste; 01 apontou torcer pelo Coritiba (0,42%) time localizado na Região Sul; 01 assinalou torcer pelo Cruzeiro (0,42%) time localizado na Região Sudeste; 01 mencionou torcer pelo Vasco (0,42%) time localizado na Região Sudeste; 17 apontaram não torcer para nenhum time (7,11%) e 04 não informaram o time que torcem (1,68%).

Gráfico 1 Times de Futebol citados por Região Fonte: O autor. Os dados revelam uma enorme discrepância entre as regiões sudeste e sul, quanto à escolha do time para torcer. De forma inicial e hipotética, pode-se pensar primeiramente, num possível processo de entrelaçamento identitário, sobretudo no que se refere o processo de formação e desenvolvimento de Ponta Grossa. Por conseguinte, é possível inferir, que em relação à realidade dos sujeitos estudados, a imagem identitária futebolística no que se refere a sua estruturação se dá de forma ampla e complexa principalmente com o advento da globalização, a partir das tecnologias, das redes sociais entre outras. Não obstante, ainda de forma hipotética, ressalta-se o papel da mídia (Rádio, Tevê e a Internet), que de acordo com Vasconcelos (2011) trás para os torcedores, diversas informações de times dos mais variados cantos do Brasil. Ainda, segundo o autor, essas informações fornecidas pelos meios de comunicação, contribuem para que os times que mais aparecem, possam estar mais próximos da realidade cotidiana inclusive do que até a própria equipe da cidade (VASCONCELOS, 2011). Gráfico 2 Times de Futebol citados por Estado Fonte: O autor.

No gráfico 2 observa-se que times que pertencem ao eixo Rio-São Paulo, aparecem com grande destaque quando comparados aos demais Estados, sobretudo ao próprio Paraná. Vasconcelos (2011) argumenta sobre o poder de influência das Redes de Tevês, as quais estão situadas em locais como Rio de Janeiro e São Paulo, e retransmitem sua programação para suas filiadas, sendo sua cobertura com ênfase nos times que pertencem às regiões supracitadas. Embora o autor ressalte que nos últimos anos vem ocorrendo à exibição de partidas de times fora do Rio de Janeiro e São Paulo, vale salientar que essas partidas se referem aos Campeonatos Estaduais, e, quando o televisionamento é de partidas de Campeonatos Nacionais, volta-se a priorizar times que pertencem ao eixo. E, assim, não descarta-se o surgimento de indivíduos que escolham dois times para torcer. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que na realidade estudada, a nível inicial e hipotético no que se refere à imagem da identidade futebolística, é possível pensar num entrelaçamento identitário, em ocorre certo rompimento das fronteiras, seja em nível local e/ou regional. Não obstante, os meios de comunicação também contribuem para que os indivíduos tenham acesso a times de outras localidades, podendo emergir o indivíduo que torce para dois times de futebol. REFERÊNCIAS DAÓLIO, J. A. O drama do futebol brasileiro: uma análise socioantropológica. In: DAÓLIO, J. A. (Org). Cultura: educação física e futebol. 3 ed. Campinas: Editora da UNI]CAMP, 2006, p. 107-114. ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. 195 p. FREITAS JÚNIOR, M. A. Pais, amigos, professores e mídia: influencias externas na definição clubística. In. XIII Encontro Estadual de História ANPUHPR; 2012; p. 503. GIGLIO, S. S. Futebol: Mitos, ídolos e heróis. 2007, 160f. Dissertação de Mestrado [Mestre em Educação Física] Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. GUEDES, S. L. Subúrbio: celeiro de craque. In: DAMATTA, R. (Org.). Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1982. cap. 3, p. 59-74.

MAGALHÃES, J. Processos de construção sociais, movimentos autogestionários e consciência crítica. ORG & DEMO, Marília, v. 5, n. 2, p. 229-246, 2004. POLLAK, M. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 5, n.10, p. 200-212, 1992 RIBEIRO, L. C. Brasil: futebol e identidade nacional. EFDepprtes, Buenos Aires, Ano. 8, n. 56, p. 1-1. 2003. VASCONCELOS, A. A. Identidade futebolística: Os torcedores mistos no Nordeste. 2011, 90 f. Dissertação de Mestrado [Mestre em Sociologia] Universidade Federal do Ceará, Ceará, 2011.