AGRUPAMENTO DE ESCOLAS LEVANTE DA MAIA Regulamento dos Cursos Vocacionais do Ensino Secundário 2015-2017 1
(Anexo X B) Regulamento dos Cursos Vocacionais do Ensino Secundário Artigo 1º Âmbito 1- Os cursos vocacionais do ensino secundário constituem uma oferta formativa, regulamentada pela Portaria nº 341/2015, de 9 de outubro e pela Lei nº 51/2012, de 5 de setembro (Estatuto do Aluno e de Ética Escolar). 2- Poderão frequentar estes cursos alunos que concluíram o 3º ciclo do ensino básico ou equivalente, que completaram 16 anos de idade ou que, tendo frequentado o ensino secundário, pretendem reorientar o seu percurso escolar para uma oferta educativa mais técnica, designadamente os que se encontrem em risco de abandono escolar. Artigo 2 Objetivo e Duração 1- Os cursos vocacionais do ensino secundário visam criar condições para o cumprimento da escolaridade obrigatória, a redução do abandono escolar precoce e o desenvolvimento de conhecimentos e capacidades, científicas, culturais e de natureza técnica, prática e profissional, que permitam obter uma qualificação profissional. Visam uma melhor integração no mercado de trabalho e o prosseguimento de estudos. 2- A duração destes cursos dois anos letivos - é adaptada ao perfil de conhecimentos do conjunto de alunos que os frequentam. Artigo 3º Constituição das Turmas 1 As turmas são constituídas tendo como referência um número de alunos situado entre um máximo de 24 e um mínimo de 20. 2- O ingresso de nos cursos vocacionais deverá ser precedido de um processo de orientação vocacional, realizado, preferencialmente, pelo psicólogo escolar em articulação com elementos da equipa pedagógica, que fundamente ser esta a via adequada às necessidades de formação do aluno. 3 O ingresso nos cursos vocacionais carece de autorização prévia do encarregado de educação sempre que o aluno tiver menos de 18 anos de idade. 2
Artigo 4 Funcionamento 1 A planificação da formação deve ser articulada, nas diferentes componentes de formação, entre a escola e a empresa, de modo a garantir que a aprendizagem se processe de forma integrada. 2 - De modo a assegurar o total de horas anuais efetivas de formação previstas nas matrizes destes cursos, promove-se, sempre que possível, o trabalho transdisciplinar e em parceria, em aula e extra aula (participação dos alunos em projetos de ligação entre a escola, a comunidade e o mundo do trabalho), e efetuam-se permutas de aulas entre as diferentes disciplinas. 3 O estágio formativo rege-se, em todas as matérias não previstas na legislação em vigor, pelo protocolo autónomo a realizar entre e entidade enquadradora e o Agrupamento de Escolas do Levante da Maia. Artigo 5 Estrutura Curricular e Plano de Estudos 1 Os cursos vocacionais de nível secundário têm uma estrutura curricular organizada em módulos, sendo o seu plano de estudos o seguinte: a) Geral, com 600 horas, da qual fazem parte as disciplinas de Português, Comunicar em Inglês e Educação Física; b) Complementar, com 300 horas, a qual integra Matemática Aplicada e a(s) Oferta(s) de Escola e ou Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) que integram a qualificação profissional a que se refere o curso; c) Vocacional, com 700 horas de Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) que integram a qualificação profissional a que se refere o curso; d) Estágio Formativo, com 1400 horas, das quais 300 horas são UFCD que integram a qualificação profissional a que se refere o curso. 2 As disciplinas da componente de Formação Geral devem ter como referência os programas das correspondentes disciplinas do currículo do ensino básico geral. 3 As disciplinas da Componente Complementar e da Componente Vocacional têm um currículo flexível, devendo os seus programas serem definidos em de forma articulada. 4 Todas as horas estipuladas no plano de estudos devem ser obrigatoriamente cumpridas. Sempre que o professor não tenha lecionado a totalidade ou parte dos segmentos letivos previstos para um determinado dia, será a lecionação do tempo em falta compensada no mesmo módulo. 4.1 As aulas previstas e não lecionadas são recuperadas, pela seguinte prioridade, através de: 3
a) Permuta entre docentes; b) Prolongamento da atividade letiva diária, respeitando o limite máximo de 9 tempos letivos; c) Prolongamento das atividades letivas, nas pausas letivas e no final do ano letivo, até a conclusão do número de aulas previsto. Artigo 6.º Estágio Formativo 1 O Estágio Formativo (EF), Anexo X D, deve preferencialmente realizar-se através de um modelo de alternância, ao longo do processo formativo, entre formação real em contexto de empresa e formação prática em que se desenvolve a aprendizagem decorrente das unidades de formação de curta duração (UFCD) que constituem o respetivo referencial de formação. 2 - O EF realiza -se nas empresas ou noutras instituições, promotoras do curso vocacional, em articulação com as escolas. 3 - As condições e os termos de funcionamento do EF devem ser estabelecidos através de protocolo entre a empresa ou outra instituição e o Agrupamento de Escolas do Levante da Maia, sendo aprovados pelo MEC. 4 - Compete ao coordenador de curso e ao professor acompanhante estabelecer com o aluno uma estratégia que o conduza a maximizar o EF, quer em relação às atitudes profissionais a assumir, quer em relação às tarefas a desempenhar no seu posto de trabalho. Artigo 7º Visitas de Estudo / Aulas de Formação no Exterior 1 As horas efetivas das visitas de estudo convertem-se em tempos letivos até ao máximo de 9 tempos diários. 2 Para acompanhamento dos alunos, têm prioridade os professores com aulas no dia da atividade. 3 Os tempos letivos devem ser divididos pelos professores/formadores acompanhantes. 4 Os docentes que não participem na visita de estudo mas que tenham aula nesse dia deverão compensar posteriormente a aula em causa. 5 As visitas de estudo/aulas de formação no exterior fazem parte do plano de formação e, como tal, é obrigatória a presença do aluno. 6 No final da atividade, o professor/formador organizador procederá à avaliação da mesma através da elaboração de um relatório sucinto, em modelo próprio, disponível no dossiê do curso vocacional. 4
Artigo 8º Equipa Pedagógica e Formativa 1 Da equipa pedagógica e formativa do curso fazem parte: a) O coordenador de curso; b) O diretor de turma; c) Os professores/formadores das diferentes disciplinas; d) O psicólogo escolar, sempre que possível; e) Os responsáveis pelo curso nas entidades de acolhimento. 2 As reuniões de avaliação realizam-se no final de cada período, sendo a sua convocatória da responsabilidade do órgão máximo da escola. 3 Para além das reuniões previstas no ponto dois, deve a equipa reunir sempre que necessário para articulação curricular e coordenação pedagógica. 4 - Compete à equipa pedagógica a organização, realização e avaliação do curso, nomeadamente: 4.1. A articulação interdisciplinar nas várias componentes de formação; 4.2. O apoio à ação técnico-pedagógica dos docentes/formadores que a integram; 4.3. O acompanhamento do percurso formativo dos alunos, promovendo o sucesso educativo e o encaminhamento para percursos subsequentes, através de um plano de transição; 4.4. Identificação, seleção, adaptação ou elaboração de materiais didáticos; 4.5. Reflexão conjunta sobre a abordagem metodológica aos programas, tendo em conta fatores como as características da turma e a área de formação do curso; 4.6. Discussão, proposta, aferição e reformulação de estratégias pedagógicas diferenciadas. 5 Compete a cada professor/formador da equipa pedagógica: 5.1. Elaborar e arquivar no dossiê de curso as planificações, as fichas de trabalho, testes e outros materiais de apoio relevantes; 5.2. Registar em pauta a avaliação de cada módulo, no prazo de 10 dias após a avaliação, entregando um duplicado ao diretor do Agrupamento ou a quem, legalmente, o substitua; 5.3. Lançar no registo biográfico do aluno e nos termos as classificações obtidas em cada módulo avaliado; 5
5.4. Comunicar, antecipadamente, ao diretor do Agrupamento a intenção de faltar às aulas, sempre que isso for previsível, preenchendo um documento próprio para esse efeito. Essas aulas devem ser repostas nos termos do ponto 4, do art.º 5º; 5.5. Elaborar planos de recuperação de horas para os alunos com falta de assiduidade, devidamente justificada. 5.6. Elaborar matrizes, critérios e instrumentos de avaliação para os formandos que requerem avaliação aos módulos em atraso nas épocas especiais de exame. Artigo 9 Coordenador do Curso 1 O coordenador do curso é designado pelo diretor por um período de 2 anos, tendo em conta os critérios estabelecidos no art.º 82º do regulamento interno. 2 Ao coordenador de curso compete: 2.1. Assegurar a articulação pedagógica entre as diferentes disciplinas e componentes de formação do curso; 2.2. Coordenar as atividades a desenvolver no âmbito da formação vocacional; 2.3. Participar nas reuniões do conselho de turma, no âmbito das suas funções; 2.4. Assegurar a articulação entre a escola e as entidades de acolhimento da prática simulada, identificando-as, selecionando-as, preparando protocolos, participando na elaboração do plano de trabalho, procedendo à distribuição dos alunos por aquelas entidades e coordenando o acompanhamento dos mesmos, em estreita relação com o professor e o monitor responsáveis pelo acompanhamento dos alunos; 2.5. Coordenar o desenvolvimento e a avaliação do curso; 2.6. Organizar, juntamente com o diretor de turma, toda a documentação relativa ao curso. Artigo 10 Diretor de Turma 1 O diretor de turma é designado pelo diretor de entre os professores que lecionam o curso, por um período de 1 ano, tendo em conta os critérios estabelecidos no art.º 83º do regulamento interno. 2 Sem prejuízo de outras competências fixadas na lei e no regulamento interno, ao diretor de turma compete: 2.1. Assegurar a articulação entre os professores, os alunos, os pais e os encarregados de educação; 2.2. Promover a comunicação e formas de trabalho cooperativo entre professores e alunos; 6
2.3. Articular as atividades da turma com os pais e encarregados de educação, promovendo a sua participação; 2.4. Manter atualizados os dados relativos às faltas dos alunos, horas a recuperar e atrasos modulares; 2.5. Organizar e manter atualizado o dossiê de turma; 2.6. Organizar e manter atualizados os processos individuais dos alunos; 2.7. Informar os alunos e encarregados de educação sobre o percurso formativo do aluno; 2.8. Aplicar as medidas disciplinares de acordo com a Lei n.º 51/2012 de 5 de setembro; 2.9. Apresentar anualmente ao órgão de gestão um relatório crítico do trabalho desenvolvido. 2.10. Coadjuvar o coordenador de curso em todas as funções de caráter pedagógico. Artigo 11º Assiduidade 1 Os alunos têm de assistir a, pelo menos, 90% dos tempos letivos de cada módulo, integrando as componentes geral, complementar e vocacional, e participar em pelo menos 90% no estágio formativo. 2 - Caso se verifique o incumprimento do referido no ponto 1, o diretor de turma comunicará tal facto, pelo meio mais expedito, ao aluno e ao encarregado de educação e informará o(s) professor(es) da(s) disciplina(s). 3 Quando o dever de assiduidade mínima não for cumprido pelo aluno, o professor de cada disciplina ou o formador acompanhante do EF, em parceria com a entidade de acolhimento, deverá estabelecer um plano de recuperação do aluno, a submeter à aprovação da equipa pedagógica e formativa vocacional. 4 O plano de recuperação das horas em falta implica a realização de uma atividade ou trabalho prático a designar pelo professor e poderá ser cumprida fora da escola, mediante a modalidade acordada entre o professor / aluno e o encarregado de educação quando o aluno for menor. 5 Relativamente ao estágio formativo, o aluno repõe as horas em falta no local onde se desenvolvem as atividades. 6 A aplicação deste plano será feita unicamente uma vez por cada módulo sempre que a falta de assiduidade do aluno for devidamente justificada. Em casos excecionais, devidamente fundamentados, a equipa pedagógica poderá validar a realização de um novo plano no mesmo módulo. 7 A avaliação do(s) módulos(s) ou do Estágio formativo, em que o aluno não cumpra o referido no ponto 1, ficará suspensa até o cumprimento do plano de recuperação estabelecido. 7
Artigo 12 Avaliação 1 A avaliação nos cursos vocacionais do ensino secundário incide: a) Sobre os conhecimentos teóricos e práticos e as capacidades técnicas adquiridas e desenvolvidas no âmbito das disciplinas respeitantes a cada uma das componentes de formação e do plano de trabalho do EF; b) Sobre os conhecimentos, aptidões e atitudes identificados no perfil profissional associado à respetiva qualificação. 2 A avaliação visa, designadamente: a) Informar o aluno, o encarregado de educação e outras pessoas ou entidades legalmente autorizadas, quando for o caso, sobre os progressos, as dificuldades e os resultados obtidos na aprendizagem, esclarecendo as causas de sucesso ou insucesso; b) Após a avaliação diagnóstica, adequar e diferenciar as estratégias de ensino, estimulando o desenvolvimento global do aluno nas áreas cognitiva, afetiva, relacional, social e psicomotora; c) Certificar a aprendizagem realizada. 3 - Serão criadas condições organizacionais, pedagógicas e didáticas que permitam estimular os interesses dos alunos, nomeadamente a utilização de metodologias que se adaptem à turma, a disponibilização dos materiais didáticos considerados necessários e a adequação, sempre que possível, dos tempos e dos espaços à natureza das atividades de aprendizagem. 4 A avaliação sumativa expressa-se na escala de 0 a 20 valores e, atendendo à lógica modular adotada, a notação formal de cada módulo e de cada uma das UFCD da componente de formação vocacional, a publicar em pauta, só terá lugar quando o aluno atingir a classificação mínima de 10 valores. 4.1. Caso o aluno não atinja, nos prazos estabelecidos, os objetivos definidos para o módulo/ufcd, compete ao professor, em conjunto com o aluno, criar atividades de recuperação e novas modalidades e momentos de avaliação que deverão ter lugar durante os 15 dias seguintes ao término do módulo; 4.2. Se, mesmo assim, o aluno não concluir o(s) módulo(s)/ufcd, poderá ainda realizar avaliação extraordinária desse(s) módulo(s)/ufcd em atraso, em época especial de exame, no final do ano letivo, mediante inscrição até ao final de junho em impresso próprio nos serviços administrativos; 4.3. Para beneficiar desta medida, o aluno tem de cumprir o estabelecido quanta à assiduidade mínima obrigatória de cada módulo/ufcd. 4.4. O calendário de provas de recuperação em avaliação extraordinária é da responsabilidade do diretor de turma. O mesmo deverá ser afixado até ao dia 5 de julho para a época de julho e/ou 31 de agosto para a época de setembro; 8
4.5. A prova de recuperação de módulo/ufcd em avaliação extraordinária terá a duração de 90 minutos, sendo a elaboração da mesma, a definição dos critérios específicos de correção e a sua correção, da responsabilidade do docente que leciona a disciplina. 5 - A avaliação anual do estágio formativo expressa-se na escala de 0 a 20 valores. 5.1. A avaliação do estágio formativo integra a classificação de uma Prova Final, realizada através de um desempenho perante um júri, demonstrando as capacidades profissionais adquiridas ao longo da formação e estruturantes no futuro profissional do aluno. 5.2. A Prova Final terá um peso de 20% na avaliação do estágio formativo. 6 - A classificação final do curso obtém-se mediante a aplicação da seguinte fórmula: Em que: CF = (MCFD + MUFCD + EF)/3 CF - classificação final do curso, arredondada às unidades MCFD média aritmética simples das classificações finais de todas as disciplinas que integram o plano de estudos do curso, arredondada às décimas MUFCD - média aritmética simples das classificações finais de todas as UFCD que integram o plano de estudos do curso, arredondada às décimas EF classificação do estágio formativo, arredondada às unidades 7 A classificação na disciplina de Educação Física é considerada para efeitos de conclusão do curso, mas não entra no apuramento da classificação final do mesmo, exceto quando o aluno pretende prosseguir estudos nesta área. Artigo 13 Aprovação e progressão 1 A aprovação em cada disciplina depende da obtenção em cada um dos respetivos módulos e em cada uma das UFCD da componente de formação vocacional de uma classificação igual ou superior a 10 valores. 2 A aprovação no Estágio Formativo depende da obtenção de uma classificação final igual ou superior a 10 valores, em cada ano do curso, assim como do cumprimento integral das horas do EF, previstas no respetivo plano de trabalho. Artigo 14º Conclusão e certificação 1 - A conclusão de um curso vocacional do ensino secundário confere direito à emissão de: a) Um diploma que certifique a conclusão do nível secundário de educação e indique o curso concluído, respetiva classificação final e o nível 4 de qualificação do QNQ; 9
b) Um certificado de qualificações, que indique o nível 4 de qualificação do QNQ, a média final do curso e a classificação do EF. 2 No final de cada ano do ciclo de formação são tornadas públicas as classificações das disciplinas concluídas. 3 No final do curso são tornadas públicas as classificações do Estágio Formativo. Artigo 15 Prosseguimento de estudos 1 A classificação final do curso para efeitos de prosseguimento de estudos no ensino superior (CFCEPE) é o valor, arredondado às unidades, resultante da seguinte fórmula: Em que: CFCEPE = (7CF + 3M)/10 CF - classificação final de curso, calculada até as décimas, sem arredondamento, subsequentemente convertida para a escala de 0 a 200 pontos M - média aritmética simples, arredondada às unidades, das classificações, na escala de 0 a 200 pontos, dos exames da disciplina de Português, da componente de formação geral dos cursos científico-humanísticos, da disciplina trienal da componente de formação específica, escolhida de entre as que compõem os planos de estudo dos vários cursos científicohumanísticos, e uma disciplina bienal da componente de formação específica, escolhida de entre as que compõem os planos de estudo dos vários cursos científico-humanísticos. 2 Só podem ser certificados para efeitos de prosseguimento de estudos no ensino superior os alunos em que o valor de CFCEPE e a média das classificações obtidas nos exames referidos anteriormente sejam iguais ou superiores a 95. Artigo 16º Disposições finais Os casos omissos no presente regulamento serão analisados pelo diretor, em colaboração com os órgãos pedagógicos da escola. Escola Básica e Secundária do Levante da Maia, 03 de novembro de 2015 Parecer Favorável do Conselho Pedagógico / / Aprovado em Conselho Geral em reunião de / / 10