CRESCIMENTO DE Artocarpus heterophyllus Lam. EM SUBSTRATO COM BIOFERTILIZANTES IRRIGADO COM ÁGUAS SALINAS

Documentos relacionados
GERMINAÇÃO E ÍNDICE DE VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DE Artocarpus heterophylus Lam. SOB SALINIDADE DA ÁGUA EM SUBSTRATO COM BIOFERTILIZANTES

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

PRODUÇÃO DE MUDAS DE NIM SOB IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR COM ÁGUAS SALINAS, BIOFERTILIZANTE E DRENAGEM

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

INTERAÇÃO ENTRE SALINIDADE E BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DO ARROZ

BIOMETRIA DO COQUEIRO ANÃO SUMETIDO À UTILIZAÇÃO DE BIOFERTILIZANTE LÍQUIDO COM E SEM COBERTURA DO SOLO

INFLUÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE ESTERCO BOVINO NO NÚMERO DE FOLHAS E RAMOS DO GERGELIM (Sesamum indicum).

CRESCIMENTO INICIAL DO QUIABO IRRIGADO COM ÁGUAS SALINAS EM SOLOS COM BIOFERTILIZANTE BOVINO

REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE MUDAS DE MORINGA (Moringa oleífera Lam.) ADUBADAS COM ESTERCO BOVINO

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 616

CONSUMO HÍDRICO E BIOMASSA EM PLANTAS DE NONI IRRIGADAS COM ÁGUAS SALINAS E BIOFERTILIZANTE BOVINO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE INTRODUÇÃO

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA BETERRABA (BETA VULGARIS L.) EM FUNÇÃO DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA E BIOFERTILIZANTE

ALOCAÇÃO DE BIOMASSA EM MUDAS DE MANGA MARANHÃO PRODUZIDAS COM ÁGUA SALINA BIOMASS ALLOCATION IN 'MARANHÃO' MANGO CHANGES PRODUCED WITH SALINA WATER

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

Biofertilizante de origem Suína na formação inicial de Mudas de Graviola (annomamuricata l.) e matéria seca da raiz.

FORMAÇÃO DE MUDAS DE GIRASSOL PRODUZIDO COM SUBSTRATOS COMPOSTOS COM CASCA DE ARROZ

FISIOLOGIA DE PLANTAS DE FEIJÃO-DE-CORDA IRRIGADAS COM ÁGUA SALINA E SUBMETIDAS A DOSES DE BIOFERTILIZANTE

Resposta das bananeiras BRS Platina e PA 9401 à irrigação no segundo ciclo nas condições do Norte de Minas

EFEITO DA SALINIDADE E BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ABOBRINHA

RESULTADOS E DISCUSSÃO

SALINIDADE DA ÁGUA, BIOFERTILIZANTE E LIXIVIAÇÃO NA BIOMETRIA DO NONI 1

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

QUALIDADE QUÍMICA DO LATOSSOLO SOB IRRIGAÇÃO SALINA E TRATAMENTO ORGÂNICO

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DEPLEÇÃO DE ÁGUA

CRESCIMENTO INICIAL E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE GERGELIM EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO Apresentação: Pôster

INFLUÊNCIA DE ÁGUAS CINZAS NA PRODUÇÃO DE PORTAENXERTO DE CAJUEIRO CRIOULO

TAXAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO- SALINO(*)

INFLUÊNCIA DE DOSES DE FERTILIZANTE ORGÂNICO COMERCIAL NO CRESCIMENTO E COMPONENTES PRODUTIVOS DE ALFACES CRESPAS

Substratos orgânicos para mudas de hortaliças produzidos a partir da compostagem de cama de cavalo

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

AGRICULTURA I Téc. Agroecologia

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

RESPOSTA DO MILHO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO*

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DIFERENTES NÍVEIS DE FÓSFORO EM SOLOS SALINOS. Palavras-chave: Fósforo. Matéria orgânica. Solos afetados por sais.

Palavras-chave: Composto Orgânico. Agricultura Orgânica. Olericultura. Biometria.

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUAS SALINAS NO CRESCIMENTO DO NONI CULTIVADO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE MATÉRIA ORGÂNICA

Determinação da umidade de solo argiloso pelo método do forno de micro-ondas

LIXIVIAÇÃO DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOLO SOB IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA EM AMBIENTE PROTEGIDO

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

TÍTULO: ANALISE DE CRESCIMENTO DE MUDAS DE GENIPA AMERICANA L., EM DIFERENTES SUBSTRATOS

CONSUMO HÍDRICO DO MARACUJAZEIRO AMARELO SOB CONDIÇÕES DE USO DE ÁGUA SALINA, BIOFERTILIZANTE BOVINO E COBERTURA MORTA

Efeito de Diferentes Substratos na Aclimatação de Plântulas de Cambuizeiro

PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS ENTRELINHAS

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE LAB LAB E CROTALÁRIA NO SERTÃO PARAIBANO

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

CRESCIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS NOS CARACTERES COMPRIMENTO DA PLANTA E DIÂMETRO DO CAULE

TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE ESTERCOS EM FUNÇÃO DO TEMPO E DA PROFUNDIDADE DE INCORPORAÇÂO SOB IRRIGAÇÃO POR MICRO ASPERSÃO

EFEITO DO USO DE HIDROGEL NO DESENVOLVIMENTO DA SOJA CULTIVADA NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS

XVII ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Universidade de Fortaleza 16 a 18 de outubro de 2017

ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO COENTRO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE NA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO

CRESCIMENTO INICIAL DA CULTURA DO QUIABO EM FUNÇÃO DAS DOSES E TIPOS DE BIOFERTILIZANTES.

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Palavras Chaves: Comprimento radicular, pendimethalin, 2,4-D

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DA MORINGA (Moringa Oleífera Lam.)

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

Use of biofertilizers on vegetative performance of the cherry tomato irrigated withsaline water

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

CRESCIMENTO DE PLANTAS DE SORGO BRS 610 SOB DIFERENTES SALINIDADES E TIPOS DE ADUBAÇÃO

AVALIAÇÃO DO EFEITO DE BIOESTIMULANTE NA EMERGÊNCIA E VIGOR INICIAL DE PLÂNTULAS DE TRIGO

Palavras-chave: Agricultura sustentável; Composto orgânico; resíduos orgânicos.

EFEITO DO SOMBREAMENTO E APLICACÃO DE BIOFERTILIZANTE BOVINO EM PLANTAS DE BETERRABA

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

CULTIVO DE MAMONA EM SEQUEIRO EM SOLO ALUVIAL DO SEMI-ÁRIDO 1

PREFLORAÇÃO DO MARACUJAZEIRO AMARELO IRRIGADO COM ÁGUA SALINA EM SOLO COM BIOFERTILIZANTE BOVINO

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA PLANTA DE CHIA SOB SOMBRITE COM DIFERENTES FONTES DE ADUBO NAS CONDIÇÕES DO SUL DE MINAS GERAIS

ECONOMIA DE ÁGUA NA PRODUÇÃO DE QUIABO COM DIFERENTES COBERTURAS DE SOLO

AVALIAÇÃO DA CULTURA DA BETERRABA IRRIGADA SOB DIFERENTES LÂMINAS DE ÁGUA E NÍVEIS SALINO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFEEIRO EM TUBETES UTILIZANDO SUBSTRATOS CONSTITUÍDOS POR CASCA DE ARROZ CARBONIZADA E CASCA DE CAFÉ COMPOSTADA

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

PRODUÇÃO DE MUDAS DE DUAS CULTIVARES DE TOMATE (Lycopersicon Esculentum MILL.) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS. Apresentação: Pôster

CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE MORINGA (Moringa oleífera Lam.) SOB DIFERENTES DOSES DE ESTERCO BOVINO

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

ESTIMATIVA DA PRECIPITAÇÃO EFETIVA PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE IBOTIRAMA, BA Apresentação: Pôster

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

CRESCIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA IRRIGADA COM ÁGUA SALINA EM LISÍMETRO DE DRENAGEM

UTILIZAÇÃO DE SUBSTRATOS À BASE DE RESÍDUOS ORGÂNICOS AGROINDUSTRIAIS E AGROPECUÁRIOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE VINCA (Catharanthus roseus).

TAXAS DE CRESCIMENTO DO TOMATEIRO EM FUNÇÃO DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E VOLUMES DE HIDROGEL

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE TOMATE CEREJA ORGÂNICOS SUBMETIDOS A DIFERENTES SUPRIMENTOS DE ÁGUA VIA IRRIGAÇÃO

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

DESEMPENHO DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA E POPULAÇÕES DE PLANTAS, EM DOURADOS, MS

PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA SUBMETIDA A DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA E TIPOS DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PIMENTÃO VERMELHO

Eficiência de uso da água de irrigação em dois sistemas de cultivo de cana-de-açúcar no Submédio São Francisco

Transcrição:

CRESCIMENTO DE Artocarpus heterophyllus Lam. EM SUBSTRATO COM BIOFERTILIZANTES IRRIGADO COM ÁGUAS SALINAS Francisco de Oliveira Mesquita (1) ; José Leonardo Noronha Cardoso (2) ; Ana Célia Maia Meireles (3) ; João Paulo Amorim dos Santos (4) ; Lourival Ferreira Cavalcante (5) Introdução A jaqueira, cultivar jaca-mole (Artocarpus heterophyllus Lam.) e a cultivar-jaca dura (Artocarpus integrifólia Lam.), pertencente à família Moraceae, sendo uma fruteira exótica introduzida no Brasil ainda nos tempos coloniais na metade do século XVII. É originária da Índia, mas hoje está presente em toda a Ásia tropical. A jaca é um fruto tropical de origem Indiana, rico em fibras, minerais e vitaminas, sendo cultivado em toda área tropical brasileira, principalmente na Região Nordeste (Lorenzi et al., 2006). O Brasil é um dos maiores produtores de frutos do mundo e a Região Nordeste oferece condições ideais para o cultivo de diversas fruteiras, de modo que a fruticultura contribui para o desenvolvimento socioeconômico dessa região (Silva et al., 2013). O manejo inadequado da água de irrigação aliado ao uso intensivo de fertilizantes têm contribuído para o aumento de áreas agricultáveis com problemas de salinidade. Esse fato é particularmente importante em áreas nos polos produtivos do Nordeste brasileiro (Lopes et al., 2008), além de outros lugares do mundo, como na Turquia (Bahçeci et al., 2008) e, onde a maior parte dos sais transportados ao solo é através da água de irrigação em regiões áridas e semiáridas, devido à escassez da precipitação pluvial e à alta demanda evaporativa, que dificultam a lixiviação dos sais localizados na camada arável do solo. 1 Pós-Doutorando em Desenvolvimento Regional Sustentável, Universidade Federal do Cariri, UFCA/Crato-CE, E-mail: mesquitaagro@yahoo.com.br 2 Estudante de Graduação, Universidade Federal do Cariri, UFCA/Crato-CE, E-mail: leonardo.ufca@gmail.com 3 Professora Dra, Universidade Federal do Cariri, UFCA/Crato-CE, E-mail: ana.meireles@ufca.edu.br 4 Estudante de Graduação, Universidade Federal do Cariri, UFCA/Crato-CE, E-mail: jpegdossantos@hotmail 5 Prof. Dr. do Departamento de Solos e Engenharia Rural/CCA, Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB, pesquisador do INCTSal, e-mail: lofeca@cca.ufpb.br

Além da salinidade, outro fator importante para que se tenha um resultado satisfatório no cultivo de fruteiras é a produção de mudas de qualidade, e para que isso aconteça, um dos fatores importantes é escolha do substrato (Lopes et a., 2008; Silva et al., 2013). Uma das alternativas é o uso de biofertilizantes, que por ser fonte de compostos bioativos, exerce ação positiva na nutrição, fitossanidade das plantas e estimula a liberação de substâncias húmicas em solos mais salinos (Mesquita et al., 2015). O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento em altura de duas variedades de jacas tratadas em substratos não salino com dois biofertilizantes bovinos pelo incremento da salinidade da água de irrigação. Fundamentação Teórica O estudo de salinidade da água de irrigação é um fator importante que contribui para o desenvolvimento da agricultura, principalmente no Nordeste brasileiro. Segundo Silva et al. (2011, apud Medeiros, 2012), os solos dessa região apresentam tendências à salinização em decorrência da má qualidade das águas de irrigação e dos elevados índices de radiação solar, somados a uma distribuição irregular das chuvas, ao longo do ano. A utilização de insumos orgânicos como biofertilizantes na forma líquida surge como alternativa para atenuar os efeitos prejudiciais da salinidade no solo (Mahmoud & Mohamed, 2008 apud Medeiros, 2012). Trata-se de um composto potencialmente regulador das propriedades físicas e químicas do solo. Wu et al. (2005, apud Medeiros, 2012). A partir disso, o presente estudo relaciona os resultados obtidos pelos demais autores com o propósito de salientar a influência da utilização de água de baixa qualidade agronômica e uso de biofertilizantes na produção de jaqueiras, que representa grande influência econômica em algumas regiões do Brasil. Metodologia O experimento foi conduzido no período de março a agosto de 2012, em ambiente protegido, no Departamento da Agronomia do Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba localizado no município de Areia-PB, situada sob coordenadas geográficas 6º51 47" e 7º02 04" latitude Sul e longitude Oeste 35º34 13" e 35º48 28" do meridiano de Greenwich. O clima da região é do tipo As de Köppen, que significa tropical semiúmido, com pluviosidade média de 1.350 mm distribuídos no período de março a julho. A temperatura média

situou-se em torno de 32,25 C, umidade relativa ar na ordem de 87% e altitude de 575 m acima do nível do mar. Foi empregado delineamento experimental inteiramente casualizado com quatro repetições, perfazendo um total de 60 plantas. Os tratamentos tiveram arranjo fatorial 5 x 3, sendo os fatores, referente a cinco níveis de salinidade da água de irrigação: 0,5; 1,0; 2,0; 3,0 e 4,0 ds m -1, em solo sem biofertilizante, com biofertilizante comum e enriquecido aplicado na forma líquida a partir da mistura de partes iguais de esterco fresco de bovino em lactação e duas variedades de jacas (jaca mole e dura) em água não salina em biodigestor sob fermentação anaeróbica durante 35 dias, conforme recomendação de Mesquita et al. (2015). Dois dias antes da semeadura, o biofertilizante foi diluído em água na proporção 1:1 e aplicado em volume equivalente a 10% do volume do substrato (350 ml). Os níveis salinos das águas de irrigação foram preparados a partir da diluição de uma água de barragem fortemente salina (CEa = 25,4 ds m -1 ) em água não salina de 0,5 ds m -1 (Medeiros et al., 2013). Substrato utilizado foi um Neossolo Regolitico coletado na camada de 0-20 cm (Santos et al., 2006). A altura de plantas foi medida após a estabilização das mudas os 25 dias após a emergência das plântulas e feita a cada semanalmente, entre o colo da planta e a extremidade da gema apical, com auxílio de uma régua milimetrada. A irrigação foi feita baseada no processo de acordo com a capacidade de campo, fornecendo-se diariamente o volume 100 ml de água de modo a elevar o solo ao nível da capacidade de campo. No final do experimento foram avaliadas várias medidas biométricas e em especial, o crescimento em altura medido semanalmente com auxílio de uma regra graduada em centímetros. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, pelo teste «F», para diagnósticos de efeitos significativos de cada fonte de variação individual e de suas respectivas interações e, quantitativamente, interpretados por Regressão Polinomial (Banzatto & Kronka, 2008). Para o processamento dos dados foi utilizado um software SISVAR (Ferreira, 2011). Resultados e Discussão A altura das mudas de jaca-mole e dura foram influenciados significativamente pela interação salinidade da água x biofertilizante x variedades, expressando-se superioridade nos tratamentos com biofertilizantes (Figura 1).

Analisando a variedade jaca-mole (V1), este parâmetro alcançou seu maior valor no crescimento em altura nos tratamentos com biofertilizante enriquecido, na ordem de 56,58 cm e na salinidade estimada de 0,90 ds m -1 (Figura 1). Apesar da elevada dispersão dos dados (Figura 1), o crescimento em altura das mudas na variedade jaca-dura (V2) foi reduzida sensivelmente de 51,93 para até 40,14 cm, ambas as situações, foram no solo com insumo orgânico enriquecido e com o incremento da salinidade da água de 0,5 a 4,0 ds m -1. Altura de plantas (cm) Figura 1. Crescimento em altura (cm) das mudas de jaqueira, testando duas variedades de jacas (V1-jaca-mole e V2- jaca-dura) tratados em substrato não salino, na ausência do biofertilizante (---), com biofertilizante comum (. ) e V1 52,0 44,0 36,0 biofertilizante enriquecido ( ) e com irrigação suplementar da água de irrigação. Fonte: Própria. ( _._ ) ŷ (AP) = 45,625 + 2,1325x - 1,1863x 2 R² = 0,7074* ( ) ŷ (AP) = 46,517-2,0174x - 0,2496x 2 28,0 R² = 0,7867** (- - -) ŷ (AP) = 27,403 + 2,7463x R² = 0,729* 20,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 Salinidade da água (ds m -1 ) Altura de plants (cm) V2 60,0 52,0 44,0 36,0 28,0 ( _._ ) ŷ (AP) = 52,124 + 0,0153x - 0,7646x2 R² = 0,7836* ( ) ŷ (AP) = 44,439-0,3452x - 0,4043x 2 R² = 0,7424* (- - -) ŷ (AP) =28,88 + 12,577x - 3,0883x 2 R² = 0,779* 20,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 Salinidade da água (ds m -1 ) De forma geral, as mudas de jacas tratadas no solo biofertilizante enriquecido proporcionaram um ganho no crescimento em altura de até 8,95% a mais na variedade jaca-mole se comparadas aos tratamentos com o mesmo insumo orgânico e na variedade jaca-dura. Essa resposta pode ser provavelmente pela componente osmótica resultante de elevadas concentrações de sais dissolvidos na solução do solo, os quais reduzem o potencial osmótico da solução diminuindo, consequentemente, a disponibilidade de água para as plantas (García et al., 2011). Conclusões O aumento da salinidade das águas elevou o caráter salino do solo e inibiu o crescimento das plantas, mas com menor comprometimento nos tratamentos com biofertilizantes comum e rico. Referências Bahçeci, I.; Çacar, A. S.; Bahçeci, P. Estimating the effect of controlled drainage on soil salinity and irrigation effecienty in the Harran Plain using Saltmod. Turkish Journal of Agriculture and Forestry, Ankara, v. 32, p. 101-109, 2008. Banzatto, D A; Kronka, SN. Experimentação agrícola. 4. ed. Jaboticabal: UNESP, 2008. 247pp.

Ferreira, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011. García, B. L.; Alcántara, L. P.; Fernández, J. L. M. Soil tillagec effects on monovalente cations (Na + and K + ) in vertisols soil solution. Catena, Espanha, v. 84, p. 61 69, 2011. Lopes, J. F. B.; Andrade, E. M.; Chaves, L. C. G. Impacto da irrigação sobre os solos de perímetros irrigados da Bacia do Acaraú, Ceará, Brasil, Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 34-43, 2008. Lorenzi, H.; Bacher, L.; Lacerda, M.; Sartori, S. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas. São Paulo: Instituto Plantarum, 2006. 640p. Medeiros, R. F.; Cavalcante, L. F.; Rodrigues, R. M.; Mesquita, F. O.; Bruno, R. L. A.; Ferreira Neto, M. Uso de biofertilizantes e águas salinas em plantas de Licopersicon pimpinellifolium L. Agrária - Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, PE, v.8, n.1, p.156-162, 2013. Mesquita, F. O.; Nunes, J. C.; Lima Neto, A. J.; Luna Souto, A. G.; Batista, R. O.; Cavalcante, L. F. Formação de mudas de nim sob salinidade da água, biofertilizante e drenagem do solo. Irriga, Botucatu, v. 20, n. 2, p. 193-203, abril - junho, 2015. Santos, H. G.; Jacomine, P. K. T.; Anjos, L. H. C.; Oliveira, V. A.; Oliveira, J. B.; Coelho, M. R.; Lumbreras, J. F.; Cunha, T. J. F. (ed.) Sistema brasileiro de classificação de solos. 2 a ed. Rio de Janeiro: Embrapa-Solos. 2006. 306 p. Silva, J. V.; Oliveira, R. J.; Silva-Matos, R. R. S. S. Emergência de sementes de jaqueira (Artocarpus integrifolia) submetidas à secagem e armazenamento. Revista Agrarian, Dourado, MS, v.6, n.22, p.514-518, 2013.