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Transcrição:

IPEF: FILOSOFIA DE TRABALHO DE UMA ELITE DE EMPRESAS FLORESTAIS BRASILEIRAS PBP/2.2.2. CIRCULAR TÉCNICA N o 135 Julho/1981 ISSN 0100-3453 CORRELAÇÕES ENTRE O COMPORTAMENTO DE PROCEDÊNCIAS DE Pinus oocarpa SCHIEDE EM AGUDOS SÃO PAULO E PARÂMETROS DO BALANÇO HÍDRICO DA ÁREA DE ORIGEM 1. INTRODUÇÃO Roberto Luiz Caser * Paulo Yoshio Kageyama ** Muitas empresas que atuam no ramo florestal por um motivo ou outro desconhecem a origem exata das espécies e procedências de suas populações, o que dificulta de certa forma a implantação de futuros programas de melhoramento com o material de que dispõem. Nos últimos 10 anos, entidades públicas e privadas conscientes do problema empreenderam grandes investimentos na área de pesquisa e experimentação com espécies e procedências principalmente de Eucalyptus e Pinus, visando o aumento da produtividade e melhoria da qualidade da madeira para diferentes prioridades de utilização da matériaprima. Em regiões sem nenhuma tradição florestal, tal como o Nordeste brasileiro, onde raramente existem plantios representativos nas suas diferentes condições ecológicas, tornou-se necessário um zoneamento para experimentação, em virtude da grande diversidade de material genético adaptável ou não àquela região (GOLFARI & CASER, 1977). * EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária / Pós-graduando no Curso de Engenharia Florestal da ESALQ/USP. ** Departamento de Silvicultura da ESALQ/USP.

No que se refere à variabilidade no gênero Pinus, KAGEYAMA (1977) estudou o comportamento de 13 procedências de Pinus oocarpa Schiede, aos 4 anos de idade, em Agudos SP, e encontrou variações genéticas entre procedências para as características: altura, DAP, volume cilíndrico, forma do tronco, ângulo e espessura de ramos e comprimento de internódios. O objetivo deste trabalho é correlacionar os dados obtidos para diferentes características (KAEYAMA, 1977) em Pinus oocarpa Schiede, na região de Agudos-SP, com alguns parâmetros do balanço hídrico (evapotranspiração potencial, evapotranspiração real, déficit hídrico e excedente hídrico) das procedências testadas. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados valores médios das características de crescimento especificadas anteriormente. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso com 13 tratamentos e 4 repetições, com 49 plantas por parcela de forma quadrada (7 x7), com 27 plantas úteis por parcela (KAGEYAMA, 1977). Os dados referentes aos valores médios das características são encontrados na Tabela 1. A caracterização climática e geográfica de Agudos foi obtida de BERTOLANI & NICOLIELO, 1978. Através do Coeficiente de Correlação de Spearman foram correlacionados, dois a dois, os parâmetros do balanço hídrico com as características que apresentaram variações genéticas entre procedências. A única característica que não foi correlacionada foi a sobrevivência de plantas, porque essa não apresentou variabilidade genética entre procedências no ensaio (KAGEYAMA, 1977). Para o cálculo do balanço hídrico (THORNTHWAITE & MATHER, 1955), foram utilizados dados de temperaturas médias mensais, precipitações médias mensais e latitude das áreas de origem (GREAVES, 1979). O coeficiente de correlação de Spearman foi calculado pela fórmula: 2 6 Σd i Rs = 1- (n -1) (n) (n + 1) Onde: Rs = Coeficiente de correlação de Spearman 6 = Constante di = Posição relativa entre características e parâmetros n = N o de tratamentos (procedências) Para verificar se Rs tem significância ou não, utilizou-se a seguinte fórmula: Rs = 1- Rs t 2 Onde: x n - 2

Rs = Coeficiente de correlação Spearman n = N o de procedências t = Serve para testar a significância de Rs através da tabela de teste t. Quanto aos cálculos do balanço hídrico de THORNTHWAITE & MATHER (1955) não serão detalhados aqui, porque julgamos ser bastante conhecido por profissionais que atuam no campo florestal. Os resultados dos cálculos dos valores anuais dos parâmetros do balanço hídrico, por procedência de Pinus oocarpa e área de introdução, são mostrados na Tabela 2. TABELA 1. Resultados de médias de 13 procedências de Pinus oocarpa Schiede, aos 4 anos de idade, em Agudos-SP, para as diferentes características. Local Mt. Pine Ridge (Belize) Rafael (Nicarágua) Camélias (Nicarágua) Lima (Guatemala) Pueblocaido (Guatemala) Bucaral (Guatemala) Zapotillo (Honduras) Lagunilla (Guatemala) San Marcus (Honduras) Angeles (Honduras) Siguatepeque (Honduras) San José (Guatemala) Huehuetenango (Guatemala) H(m) 8,47 8,17 8,27 7,87 7,35 7,09 7,39 7,15 6,87 7,03 6,98 6,38 5,97 DAP 13,06 12,21 12,18 11,95 11,83 11,58 11,09 11,06 10,41 10,43 10,27 10,06 10,13 Sobrevivên cia (%) 95,0 96,0 96,0 97,0 97,0 95,0 89,0 95,0 97,0 VC (m 3 /ha) 126,70 104,97 102,69 101,31 94,75 85,15 81,79 78,34 68,86 67,69 60,45 58,02 56,41 Forma do tronco 1,91 3,24 2,33 1,74 1,27 1,52 2,43 2,59 2,50 2,05 1,94 1,79 1,15 Ângulo ( o ) 69,92 69,64 68,26 72,43 75,18 78,08 74,92 73,57 70,65 70,56 72,02 76,10 80,75 Espessura 2,196 2,056 2,157 1,924 1,945 1,816 1,778 1,843 1,851 1,954 1,889 1,974 1,955 Comprimento de internódios 0,56 0,49 0,48 0,41 0,40 0,39 0,41 0,38 0,34 FONTE: KAGEYAMA (1977)

TABELA 2. Cálculo dos valores anuais dos parâmetros do balanço hídrico (THORNTHWAITE & MATHER, 1955), com 300 mm de retenção de água, para as 13 procedências de Pinus oocarpa e para a área de Agudos SP. Local Latitude Longitude Altitude TMA P EP ER DEF EXC (N) (W) (m) ( o C) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) Mt. Pine Ridge (Belize) Rafael (Nicarágua) Camélias (Nicarágua) Lima (Guatemala) Pueblocaido (Guatemala) Bucaral (Guatemala) Zapotillo (Honduras) Lagunilla (Guatemala) San Marcus (Honduras) Angeles (Honduras) Siguatepeque (Honduras) San José (Guatemala) Huehuetenango (Guatemala) 16º 58 13º 12 13º 46 15º 11 15º 12 15º 01 14º 37 14º 38 14º 36 14º 03 14º 32 14º 28 15º 19 89º 00 86º 00 86º 18 89º 21 89º 18 90º 09 87º 02 89º 59 87º 00 87º 13 87º 50 89º 28 91º 28 487 1087 1000 1000 800 1100 1100 1362 1100 1007 1078 1000 1092 23,9 20,8 22,4 22,4 23,5 21,6 21,8 19,5 21,3 20,2 19,9 22,4 16,9 1558 1366 1500 1800 1900 900 1272 936 1272 920 1274 956 1037 1278 968 1106 1106 1174 1044 1063 885 1020 949 935 1108 765 1222 935 992 888 928 851 1001 721 968 837 856 869 654 56 33 114 218 246 193 62 164 52 112 79 239 111 336 431 508 912 972 49 271 215 304 83 391 87 383 Agudos (São Paulo) 22º 19 S 48º 59 W 594 21,2 1300 1022 996 26 304 TMA ( o C) = Temperatura média anual em graus centígrados P (mm) = Precipitações médias anuais em milímetros EP (mm) = Evapotranspiração potencial anual em milímetros ER (mm) = Evapotranspiração real anual em milímetros DEF (mm) = Déficit hídrico anual em milímetros EXC (mm) = Excedente hídrico anual em milímetros 3. RESULTADOS As características altura e volume cilíndrico mostraram correlação positiva estreita com a evapotranspiração real da área de origem, ao nível de 1%. A correlação DAP com evapotranspiração real também se mostrou positiva ao nível de 5%. A característica ângulo apresentou correlação negativa com estes parâmetros ao nível de 5%, enquanto que a forma do tronco, espessura e comprimento de internódios não apresentaram correlações significativas. A evapotranspiração potencial apresentou correlações positivas com altura e volume cilíndrico, ao nível de 5%, e com as demais características em estudo as correlações não foram significativas.

TABELA 3. Coeficiente de correlação de Spearman entre características de crescimento em Agudos-SP e parâmetros do balanço hídrico da região de origem das procedências de Pinus oocarpa Schiede. Parâmetro Evapotranspiração real Evapotranspiração potencial Déficit hídrico Excedente hídrico DAP 0,60* 0,49-0,15 0,43 ALT. (m) 0,66** 0,52* -0,15 0,42 V.C. (m 3 /ha) 0,66** 0,56* -0,14 0,43 Forma do tronco 0,31-0,24-0,59* -0,13 Ângulo -0,53* 0,13 0,54* -0,29 Espessura 0,26 0,35-0,11 0,38 Comprimento de internódios 0,39 0,22-0,25 0,39 * Teste t - significância ao nível de 5% ** Teste t significância ao nível de 1% O déficit hídrico mostrou correlação negativa com a forma do tronco e positiva com ântulo de ramos, ambas ao nível de 5%. Para as demais características não apresentou significância. O excedente hídrico não apresentou correlação com nenhuma das características estudadas. 4. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Segundo MOTA (1975), a produção de matéria seca está intimamente ligada à quantidade de água transpirada pela planta. Com base nesta afirmativa, conclue-se que planas submetidas às condições de alta evapotranspiração real conseqüentemente apresentarão maior taxa de transpiração, resultando maior produção de matéria seca. A evapotranspiração real está diretamente relacionada com a temperatura, latitude e a distribuição da precipitação pluviométrica. Muitas vezes o local de maior precipitação real. Como exemplo, podem ser citadas as localidades de Pueblocaido (Guatemala) e Rafael (Nicarágua). Enquanto a primeira apresenta 1900 mm de precipitação anual e 928 mm de evapotranspiração real, a segunda apresenta precipitação de 1366 mm e evapotranspiração real, a segunda apresenta precipitação de 1366 mm e evapotranspiração real de 968 mm, portanto maior que a anterior. A procedência Rafael ocupa o segundo lugar no crescimento em altura e volume cilíndrico, enquanto que Pueblocaido ocupa o quarto lugar. As correlações apresentadas levam a crer que a espécie possui variação genética para a resposta à evapotranspiração real e, quando introduzidas em locais cujas condições ambientais favoreçam uma maior taxa de transpiração, estas mantêm o seu limite compatível com as áreas de ocorrência natural. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que para o local de experimentação as procedências de Pinus oocarpa de maior crescimento foram aquelas originárias de locais cuja evapotranspiração real foi compatível com a da área de introdução. Esses resultados mostram que a evapotranspiração real foi o parâmetro mais determinante na variação de crescimento entre as procedências.

5. RECOMENDAÇÕES Os dados aqui apresentados não são definitivos. Estudos posteriores se tornam necessários, inclusive estendendo-os às outras regiões, para verificar a confirmação destes resultados. Os dados climáticos da área de origem (temperatura e precipitação pluviométrica) e da área de introdução foram coletados por um período inferior ao que seria ideal. Para serem considerados normais, os dados deveriam abranger um período de pelo menos 30 anos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTOLANI, F. & NICOLIELO, N. Comportamento e programa de melhoramento genético dos Pinus tropicais na região de Agudos SP, Brasil. Comunicação técnica. PRODEPEF, Brasília (18): 1-18, 1978. GOLFARI, L. & CASER, R.L. Zoneamento ecológico da região nordeste para experimentação florestal. Série técnica. PRODEPEF, Brasília (10): 1-117, 1977. GREAVES, A. Descriptions of seed sources and collections for provenances of Pinus oocarpa. Tropical forestry papers, Oxford (13): 1-144, 1979. KAGEYAMA, P.Y. Variação genética entre procedências de Pinus oocarpa Schiede na região de Agudos-SP. Piracicaba, 1977. 83p. (Tese-Mestrado-ESALQ). NOTA,F.S. da Meteorologia agrícola. São Paulo, Nobel, 1975. 376p. THORNTHWAITE, C.W. & MATHER, J.R. Instructions and tables for computing potential evapotranspiration and water balance. Publications in climatology, Centerton, 10 (3): 1-311, 1957.

Esta publicação é editada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, convênio Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos publicados nesta circular, sem autorização da comissão editorial. Periodicidade irregular Permuta com publicações florestais Endereço: IPEF Biblioteca ESALQ-USP Caixa Postal, 9 Fone: 33-2080 13.400 Piracicaba SP Brasil Comissão Editorial da publicação do IPEF: Marialice Metzker Poggiani Bibliotecária Walter Sales Jacob Comissão de Pesquisa do Departamento de Silvicultura ESALQ-USP Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo Prof. Fábio Poggiani Prof. Mário Ferreira Diretoria do IPEF: Diretor Científico Prof. João Walter Simões Diretor Técnico Prof. Helládio do Amaral Mello Diretor Administrativo Prof. Ricardo Berger Responsável por Divulgação e Integração IPEF José Elidney Pinto Junior