Decreto-Lei n.º 345/99 de 27 de Agosto



Documentos relacionados
Regime da Medicina Desportiva

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Decreto-Lei n.º 99/2001 de 28 Março

Decreto-Lei n.º 146/93 de 26 de Abril

INSTITUTO PORTUGUÊS DE ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING DE LISBOA. Regulamento de provas de avaliação da capacidade para a frequência dos maiores de 23 anos

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO

DECRETO-LEI N.º 94-D/98,

MANUAL DE PROCESSAMENTO DE INSCRIÇÕES DE AGENTES DESPORTIVOS Época 2013/2014

Decreto Regulamentar n.º 41/90 de 29 de Novembro

6736-(6) DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-A N. o

ASSOCIAÇÃO DE VOLEIBOL DE S. MIGUEL

REGULAMENTO DOS DIPLOMAS DE ESPECIALIZAÇÃO

DESPORTO SAUDE E SEGURANÇA

Lei n.º 66/98 de 14 de Outubro

REGULAMENTO DO SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DA QUALIDADE DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO

Regulamento dos Concursos Especiais de Acesso e Ingresso no Ciclo de Estudos Conducentes ao Grau de Licenciado

Decreto-Lei n.º 26/2012. de 6 de fevereiro

REGULAMENTO INTERNO DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS DOCENTES DO ENSINO PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO. CAPÍTULO I Disposições Comuns

DECRETO N.º 418/XII. Cria o Inventário Nacional dos Profissionais de Saúde

Projecto de Lei n.º 408/ X

Regime de constituição e de direitos e deveres das associações de pais e de encarregados de educação Decreto-Lei n.º 372/90 de 27 de Novembro

REGULAMENTO DOS ESTATUTOS S ESPECIAIS

REGULAMENTO DO PROCESSO ESPECIAL DE ACREDITAÇÃO/RENOVAÇÃO DA ACREDITAÇÃO DE ENTIDADES CANDIDATAS À AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DOS MANUAIS ESCOLARES

DIREÇÃO REGIONAL DE JUVENTUDE E DESPORTO DESTACAMENTO DE DOCENTES PARA O MOVIMENTO ASSOCIATIVO DESPORTIVO ANO LETIVO 2014/2015

REGULAMENTO DO CONSELHO CIENTÍFICO DO INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL. Artigo 1. Composição

Regulamento do Mestrado em Engenharia Industrial. Regulamento do Ciclo de Estudos de Mestrado em Engenharia Industrial

GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES

Decreto-Lei n.º 228/2000 de 23 de Setembro

REGULAMENTO DO PROVEDOR DO CLIENTE DAS EMPRESAS DO GRUPO EDP

Regulamento do Centro de Ciências Matemáticas

Decreto-Lei Nº 159/2005 de 20 de Setembro (GNR)

(Regimento para o Conselho Nacional de Protecção Civil) Decreto-Regulamentar n.º 3/2002 De 12 de Junho

Nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 200.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo único

Portaria n.º 827/2005, de 14 de Setembro Estabelece as condições de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

SIADAP 3 AT Serviços Tributários. Procedimento de Reclamação - Linhas Orientadoras

Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro

CAPÍTULO I. 'LVSRVLo}HVJHUDLV 2EMHFWLYRV. 2UJDQL]Do}HVSURPRWRUDV

Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro

Regulamento de Apoio Financeiro à Edição de Obras de Novos Autores Portugueses. Despacho Normativo n.º 9-C/2003 de 3 de Fevereiro de 2003

Federação Nacional de Karaté Programa de Formação

REGULAMENTO INTERNO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE GUIMARÃES

COMISSÃO EXECUTIVA DA ESPECIALIZAÇÃO EM SEGURANÇA NO TRABALHO DA CONSTRUÇÃO PROCEDIMENTOS PARA ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM

REGULAMENTO ESPECIFICO DO CURSO DE MESTRADO EM DESPORTO 2009 REGULAMENTO

Decreto-Lei n.º 213/92 de 12 de Outubro Altera o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março (Reserva Ecológica Nacional).

Regulamento para atribuição do Título de Especialista no Instituto Superior de Ciências Educativas

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Departamento de Gestão e Economia

REGULAMENTO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS

Decreto-Lei n.º 478/99, de 9 de Novembro

Normas de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Sines

Decreto Legislativo Regional nº. 003/2001

VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL, S.R. DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL Despacho n.º 751/2009 de 9 de Julho de 2009

Decreto-Lei n.º 201/2009 de 28 de Agosto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. N. o DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-A

VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL, S.R. DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL Despacho n.º 492/2009 de 28 de Abril de 2009

( DR N.º Setembro Setembro 1999 )

COMISSÃO MINISTERIAL DE COORDENAÇÃO DO PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO

Decreto-Lei n.º 144/2008 de 28 de Julho

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE JUVENTUDE DE TRANCOSO

DIÁRIO DA REPÚBLICA SÃOTOMÉ E PRÍNCIPE S U M Á R I O. Terça Feira, 08 de Junho de 2010 Número 25

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO PORTO

Regulamento Geral dos Grupos de Estudo, das Secções, das Sociedades Afiliadas e quadro de relacionamento com Sociedades

Universidade Nova de Lisboa ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

REGULAMENTO DOS TRANSPORTES ESCOLARES

I - Disposições gerais. Artigo 1.º Âmbito da cooperação

REGULAMENTO GERAL DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PESSOAL DOCENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

Regulamento de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Viana do Alentejo

Ministério da Ciência e Tecnologia

INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA, I.P.

Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros. Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro, alterado pelo Decreto-lei n.º 104/98, de 21 de Abril

Lei quadro da Dívida Pública

REGULAMENTO PARA A CREDITAÇÃO DA FORMAÇÃO. Artigo 1º Objectivo e âmbito

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Regulamento de Horário de Funcionamento e de Atendimento e Horário de Trabalho da Secretaria-Geral da Presidência da República

(PROPOSTA) REGULAMENTO DE CREDITAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ACADÉMICAS, EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS E OUTRA FORMAÇÃO

REGULAMENTO INTERNO DO CONSELHO COORDENADOR DA AVALIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE LAGOA - AÇORES

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 138/2015 de 15 de Setembro de 2015

- REGULAMENTO - PROGRAMA VOLUNTARIADO JUVENIL

Regulamento dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais. do Instituto Superior de Ciências Educativas

QUADRO DE TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS PARA OS MUNICÍPIOS EM MATÉRIA DE EDUCAÇÃO

Aviso. 1. Tipo, prazo e validade

JORNAL OFICIAL I SÉRIE NÚMERO 97 SEXTA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2007 ÍNDICE:

Decreto-Lei nº 70/2004, de 25 de Março

TABELA NACIONAL DE INCAPACIDADES POR ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS. Actualização N.º 1

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DO CONSELHO NACIONAL PARA A ECONOMIA SOCIAL

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL

REGULAMANTO DE CRIAÇÃO, ACREDITAÇÃO INTERNA E CREDITAÇÃO DE AÇÕES DE FORMAÇÃO DA ESTG. Deliberação CTC-2013/1, de 13 de fevereiro PREÂMBULO

Artigo 1.º Princípios da atividade de investigação

REGULAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE CORREIO ELECTRÓNICO DOS SOLICITADORES

Câmara Municipal de São Pedro do Sul

REGULAMENTO DA ÁREA MÉDICA DOS SERVIÇOS SOCIAIS DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA REGULAMENTO DO SEGUNDO CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE

Regulamento Cursos de Pós Graduação

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE CENTRO DE BIOTECNOLOGIA REGULAMENTO DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. CAPÍTULO I Das disposições gerais

REGULAMENTO DO VOLUNTARIADO NO HOSPITAL GERAL. Artigo 1º. Objecto

Escola Superior de Educação João de Deus

SECRETÁRIO REGIONAL DA PRESIDÊNCIA, S.R. DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL Portaria n.º 21/2012 de 7 de Fevereiro de 2012

Transcrição:

Decreto-Lei n.º 345/99 de 27 de Agosto Centros de medicina desportiva do Instituto Nacional do Desporto... 2 Organização... 2 Colaboração com outras entidades... 2 Formação e Investigação... 3 Exames de avaliação médico-desportiva... 3 Obrigatoriedade dos exames de avaliação médico-desportiva... 3 Exames de avaliação médico-desportiva relativos a praticantes desportivos... 3 Pressupostos... 4 Exames de avaliação médico-desportiva a árbitros, juízes e cronometristas... 4 Decisão médica... 4 Recurso da decisão médica... 4 Custos dos exames de avaliação médico-desportiva... 5 Obrigações das federações desportivas... 5 Disposições gerais... 5 Regime transitório e entrada em vigor... 5 Revogação... 6

A Lei n.º 1/90, de 13 de Janeiro, Lei de Bases do Sistema Desportivo, na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 19/96, de 25 de Junho, atribui ao Estado, no seu artigo 17.º, a tarefa de promover a institucionalização e regulamentação dos serviços de medicina desportiva, assim como o acesso à prática desportiva, no âmbito das federações, através de exame médico que declare a inexistência de qualquer contra-indicação. A prossecução de uma eficaz política de apoio e protecção aos praticantes desportivos e o crescente desenvolvimento técnico da actividade desportiva impõem a definição de medidas concretas que permitam aproximar cada vez mais o praticante dos diagnósticos específicos e de actuações científicas inerentes à medicina desportiva. Os exames médicos revelam-se um instrumento imprescindível para aferir a aptidão ou inaptidão dos atletas para a prática desportiva, representando um importante meio de triagem de determinadas patologias ou situações clínicas, principalmente na população jovem. Neste quadro, o exame médico-desportivo torna-se obrigatório, em todas as situações e para todos os praticantes desportivos, árbitros, juízes e cronometristas filiados ou que se pretendam filiar em federações dotadas de utilidade pública desportiva. É também definido um sistema de interligação entre os diversos serviços e departamentos de medicina desportiva e as qualificações necessárias e específicas para que os respectivos profissionais chefiem esses serviços e integrem os departamentos. A diversidade de normas sobre a matéria em diferentes documentos legais impõe a respectiva clarificação e enquadramento num único diploma. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 1/90, de 13 de Janeiro, com a redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 19/96, de 25 de Junho, e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte: CAPÍTULO I Centros de medicina desportiva do Instituto Nacional do Desporto Artigo 1.º Organização 1 - Os Centros de Medicina Desportiva de Lisboa, do Porto e de Coimbra estão integrados na Direcção de Serviços de Medicina Desportiva, do Instituto Nacional do Desporto, adiante também designado, abreviadamente, por IND. 2 - Os Centros de Medicina Desportiva têm as seguintes áreas geográficas de intervenção: a) Centro de Medicina Desportiva do Porto - distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real; b) Centro de Medicina Desportiva de Coimbra - distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu; c) Centro de Medicina Desportiva de Lisboa - distritos de Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal. 3 - Os Centros de Medicina Desportiva mencionados no número anterior prestam também serviços médico-desportivos às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. 4 - A prestação de serviços médico-desportivos nos quadros dos Centros de Medicina Desportiva é condicionada à titularidade da especialização em Medicina Desportiva reconhecida pelo colégio da especialidade da Ordem dos Advogados. Artigo 2.º Colaboração com outras entidades 1 - Os Centros de Medicina Desportiva podem exercer a sua actividade em colaboração, nomeadamente, com entidades públicas ou privadas de ensino superior, escolas superiores de tecnologia da saúde, escolas superiores de enfermagem, com o Centro de Estudos e Formação Desportiva, com o Complexo de Apoio às Actividades Desportiva, com as federações desportivas dotadas do estatuto de utilidade pública desportiva e com associações desportivas.

2 - A colaboração a que se refere o número anterior será concretizada através de protocolos outorgados entre o IND e as entidades interessadas. Artigo 3.º Formação e Investigação 1 - Os Centros de Medicina Desportiva, autonomamente ou em colaboração com as entidades referidas no artigo anterior, devem promover e propor a formação de técnicos do desporto, que são recrutados de entre os grupos abaixo indicados: a) Licenciados em Medicina; b) Técnicos de diagnóstico e terapêutica, das áreas funcionais de preparação e execução de análises clínicas, cardiopneumografistas e fisioterapeutas; c) Técnicos superiores de saúde, licenciados nas áreas de Farmácia, Ciências Farmacêuticas, Química e Bioquímica; d) Técnicos em enfermagem desportiva; e) Técnicos auxiliares de saúde na área desportiva. 2 - Os Centros de Medicina Desportiva podem, dentro da sua área de competência específica, apoiar e colaborar na realização de cursos, quer a nível de graduação, quer a nível de pós-graduação, bem como participar na elaboração de estudos de investigação médica e paramédica aplicada ao desporto. CAPÍTULO II Exames de avaliação médico-desportiva Artigo 4.º Obrigatoriedade dos exames de avaliação médico-desportiva Os exames de avaliação médico-desportiva são obrigatórios, nos termos estabelecidos no presente diploma, para as seguintes categorias: a) Praticantes desportivos filiados, ou que se pretendam filiar, em federações dotadas de utilidade pública desportiva; b) Praticantes desportivos em regime de alta competição; c) Árbitros, juízes e cronometristas filiados, ou que se pretendam filiar, em federações dotadas de utilidade pública desportiva. Artigo 5.º Exames de avaliação médico-desportiva relativos a praticantes desportivos 1 - Os praticantes desportivos que não estejam abrangidos pelo regime de alta competição devem ser submetidos a exames de avaliação médico-desportiva geral, visando detectar a existência ou não de contra-indicações. com ou sem restrições, para a prática desportiva. 2 - Os praticantes desportivos devem ser direccionados para o centro de medicina desportiva da respectiva área geográfica de intervenção ou para um médico com formação específica reconhecida pelo colégio da especialidade de Medicina Desportiva da Ordem dos Médicos, ou ainda para um médico titular do curso de pós-graduação em Medicina Desportiva aprovado por aquele órgão, nos casos em que se mostre justificado o aconselhamento médico-desportivo face a contra-indicações relativas à modalidade que o praticante pretende praticar. 3 - Os praticantes desportivos abrangidos pelo regime de alta competição devem ser sujeitos a exames de avaliação médico-desportiva, visando decidir sobre a sua aptidão ou inaptidão, face às exigências específicas relacionadas com esta prática desportiva e com aquele estatuto, bem como detectar as repercussões orgânicas e fisiológicas resultantes da mesma. 4 - Os exames referidos no número anterior são realizados, exclusivamente, nos Centros de Medicina Desportiva do IND e devem, ainda, servir e contribuir para a definição do tipo de controlo médico a efectuar face ao treino desenvolvido pelo praticante desportivo.

Artigo 6.º Pressupostos 1 - A realização de exames de avaliação médico-desportiva é condição necessária para que qualquer praticante desportivo se possa inscrever, no início de cada época desportiva, na respectiva federação desportiva dotada de estatuto de utilidade pública desportiva. 2 - Os praticantes desportivos em regime de alta competição e os que integram as selecções nacionais devem, obrigatoriamente, ser apoiados na sua preparação desportiva por um médico com formação específica reconhecida pelo colégio da especialidade de Medicina Desportiva da Ordem dos Médicos ou titular de curso de pós-graduação em Medicina Desportiva aprovado por aquele órgão. 3 - Os praticantes desportivos abrangidos pelo regime de alta competição devem submeter-se obrigatoriamente, uma vez por ano, a exames de avaliação médico-desportiva e ou de controlo do treino físico. 4 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, os praticantes desportivos ali referidos devem ainda submeter-se aos exames e controlos mencionados no preceito precedente, sempre que para tal sejam solicitados pela Direcção de Serviços de Medicina Desportiva do IND. 5 - Os praticantes desportivos com estatuto de alta competição não profissionais devem, em caso de lesão ou doença, recorrer aos Centros de Medicina Desportiva do IND ou a médicos com a formação referida no n.º 2. Artigo 7.º Exames de avaliação médico-desportiva a árbitros, juízes e cronometristas 1 - Os árbitros, juízes e cronometristas apenas se podem filiar ou continuar filiados, na respectiva federação dotada do estatuto de utilidade pública desportiva, depois de serem considerados aptos em exame prévio de avaliação médico-desportiva, no início de cada época desportiva. 2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior as modalidades desportivas em que manifestamente tal não se justifique, a determinar por despacho do membro do Governo que tutela á área do desporto. 3 - O despacho a que se refere o número anterior deve ser publicado na 2ª série do Diário da República. Artigo 8.º Decisão médica 1 - A decisão médica dos exames de avaliação médico-desportiva referidos nos artigos anteriores deve constar de ficha própria, sob pena de ineficácia. 2 - O modelo da ficha referido no número precedente será aprovado por despacho conjunto do membro do Governo que tutela a área do desporto e pelo Ministro da Saúde, o qual será objecto de publicação na 2.ª série do Diário da República. 3 - As decisões finais dos exames de avaliação médico-desportiva são sempre reportadas ao escalão etário do praticante desportivo, estabelecido pelas respectivas federações dotadas do estatuto de utilidade pública desportiva, de acordo com a sua idade. 4 - Sempre que os praticantes desportivos pretendam competir no escalão imediatamente superior ao correspondente à sua idade têm de se submeter a exame de avaliação médico-desportiva geral, devendo especificar-se o escalão para o qual o examinado se encontra apto. 5 - A sobreclassificação de um praticante desportivo para além do escalão imediatamente superior ao correspondente à sua idade só é permitida em casos especiais, devidamente analisados através de exame de avaliação médico-desportiva específico, que será realizado nos Centros de Medicina Desportiva do IND. Artigo 9.º Recurso da decisão médica 1 - O praticante desportivo, árbitro, juiz ou cronometrista que não se conforme com a decisão do exame de avaliação médico-desportiva a que foi submetido nos Centros de Medicina Desportiva do IND pode apresentar recurso da mesma, no prazo de oito dias úteis, para o presidente do IND.

2 - No recurso, que deve conter as respectivas alegações e conclusões que fundamentam o pedido, o recorrente deve indicar o nome e morada do médico que o represente na junta médica de recurso e depositar, no acto da entrega, a quantia de 50 000$. 3 - A junta médica é constituída por um médico de reconhecida idoneidade e competência científica, indicado pelo presidente do IND, pelo médico que efectuou o exame e pelo médico indicado pelo recorrente. 4 - A junta médica deve reunir num prazo máximo de 15 dias úteis, devendo o IND notificar, através de carta registada com aviso de recepção, o recorrente e os membros da junta, com a antecedência mínima de 5 dias úteis, da data, hora e local em que a mesma se reunirá. 5 - Todas as despesas inerentes ao funcionamento da junta são suportadas pelo recorrente ou pelo IND, consoante aquele confirme ou não a decisão recorrida. Artigo 10.º Custos dos exames de avaliação médico-desportiva 1 - Os custos dos exames de avaliação médico-desportiva realizados pelos Centros de Medicina Desportiva do IND são fixados, anualmente, por despacho do membro do Governo que tutela a área do desporto. 2 - Os custos referidos no número anterior estão previstos na tabela de preços da Direcção de Serviços de Medicina Desportiva do IND. 3 - A tabela de preços a que se refere o número anterior será aprovada por despacho do membro do Governo que tutela a área do desporto, devendo ser publicada na 2.ª série do Diário da República. 4 - Os exames de avaliação médico-desportiva e todo o apoio prestado nos Centros de Medicina Desportiva do IND aos praticantes desportivos de alta competição são gratuitos. Artigo 11.º Obrigações das federações desportivas 1 - As federações que possuam praticantes desportivos abrangidos pelo regime de alta competição devem, obrigatoriamente, ter um médico habilitado com formação específica reconhecida pelo colégio da especialidade de Medicina Desportiva da Ordem dos Médicos ou titular de curso de pós-graduação em Medicina Desportiva aprovado por aquele órgão. 2 - As federações referidas no número anterior têm de comunicar anualmente ao IND a identificação do médico responsável pelo departamento de medicina desportiva, bem como a identificação dos médicos que assistem os respectivos praticantes desportivos em regime de alta competição e as selecções nacionais. 3 - O não cumprimento das obrigações referidas no presente artigo, no n.º 1 do artigo 6.º e no n.º 1 do artigo 7.º impede a atribuição aos praticantes desportivos de alta competição dos benefícios inerentes a esse estatuto, bem como a suspensão ou concessão de medidas de apoio à respectiva federação dotada do estatuto de utilidade pública desportiva, em qualquer caso, mediante a instauração de procedimento adequado, com garantia dos direitos de audiência e defesa e de recurso. CAPÍTULO III Disposições gerais Artigo 12.º Regime transitório e entrada em vigor 1 - No que se refere à formação dos médicos, o disposto no n.º 4 do artigo 1.º, no n.º 2 do artigo 6.º e no n.º 1 do artigo 11.º só é aplicável seis meses após a entrada em vigor do presente diploma. 2 - Até à publicação dos novos modelos de fichas para exames de avaliação médico-desportiva, mantêmse em vigor os que se encontram anexos ao despacho do presidente do ex-instituto do Desporto (INDESP) de 6 de Janeiro de 1994, publicado na 2.ª série do Diário da República, n.º 242, de 19 de Outubro de 1994. 3 - O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Nota: O novo modelo de ficha de exame médico-desportiva foi publicado em anexo ao despacho conjunto n.º 916/2003, de 29 de Agosto de 2003, da Presidência do Conselho de Ministros e do Ministério da Saúde, publicado no DR, IIª Série, n.º 217, de 19 de Setembro de 2003, páginas 14 291 e 14 292. São revogados: Artigo 13.º Revogação a) O Decreto-Lei n.º 224/88, de 28 de Junho; b) O Regulamento dos Exames Médico-Desportivos, aprovado pelo Despacho n.º 182/91, de 4 de Outubro, do Ministro da Educação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de Julho de 1999. - António Manuel de Oliveira Guterres - Eduardo Carrega Marçal Grilo - Francisco Ventura Ramos - José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Promulgado em 13 de Agosto de 1999. Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 18 de Agosto de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.