A RELEVÂNCIA DA DETECÇÃO PRECOCE DOS SINAIS E SINTOMAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO EM PUÉRPERAS PELO ENFERMEIRO 1

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Transcrição:

1 A RELEVÂNCIA DA DETECÇÃO PRECOCE DOS SINAIS E SINTOMAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO EM PUÉRPERAS PELO ENFERMEIRO 1 MEDEIROS, Nisseli Cristiny Vilaforte 2 CARVALHO, Plínio Araújo 3 VENENO, Jonathan 4 RESUMO: Este artigo tem por objetivo demonstrar a importância da detecção precoce dos sinais e sintomas da depressão pós-parto e os processos psicológicos pelos quais a mulher passa nesse período. Os profissionais da saúde como médicos, enfermeiros e psicólogos são aliados na contribuição para prevenção, orientação correta e detecção precoce da DPP durante todo o processo. Trata se de uma pesquisa qualitativa do tipo revisão bibliográfica. Para realizar a coleta de dados foram feitos levantamentos bibliográficos com uma busca nas plataformas de pesquisas como Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scielo e livros com temas relacionados aos sinais e sintomas da depressão pós-parto em puérperas. O enfermeiro como integrante da equipe multiprofissional e responsável pelas consultas de pré-natal de baixo risco necessita saber que a DPP pode ser e deve ser prevenida ainda na fase de gestação, evitando assim futuros agravos para a mãe e o bebê, por isso necessitam o conhecimento sobre os sinais e sintomas precoce da doença, os sinais de alerta e os instrumentos que podem ser utilizados para avaliação de risco. É necessário que os enfermeiros estejam cientes de que o conhecimento é importante dentro da profissão, tratando-se da DPP, é primordial conhecer não só a patologia, mas a gestante de forma integral. É importante que ainda nas consultas de pré-natal, o profissional enfermeiro, observe os sinais que a gestante demonstra de tristeza e realize um aconselhamento e encaminhamento multidisciplinar. Palavras-Chave: Depressão pós-parto. Detecção precoce. Estado do conhecimento. ABSTRACT: This article aims to show the importance of early detection of signs and symptoms of postpartum depression and the psychological processes by which the woman passes during this period. Health professionals such as doctors, nurses and psychologists are allies in contributing to prevention, early detection and correct orientation of the PPD during the whole process. This study is a qualitative research of state of knowledge type. To perform data collection, bibliographic surveys were carried out searching research platforms such as Virtual Health Library (VHL), Scielo and books with themes related to the signs and symptoms of postpartum depression in recent mothers. The nurse, as a member of the multidisciplinary team and responsible for low-risk prenatal queries, needs to know that the PPD can be and must be prevented while still in gestation phase, thus avoiding future harms to the mother and the baby, so they need knowledge about the early signs and symptoms of the disease, the warning signs and instruments that can be used for risk assessment. It is necessary that nurses are aware that knowledge is important within the profession, in the case of the PPD is paramount to know not only the pathology, but also the pregnant woman completely. A tool that can be used for signs and symptoms evaluation of the PPD is the Edinburgh s Post Natal Depression scale or the COX Scale: they are tools for signs and symptoms of evaluation of the PPD that can be used by non-medical professionals. For prevention, it is important that still in the prenatal consultations both the medical professional as nurse notice the sadness signs that the woman demonstrates and performs routing and multidisciplinary advice. Keywords: Baby blues. Early detection. State of knowledge. 1 Artigo apresentado no curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário São Lucas como requisito para conclusão do curso. 2 Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário São Lucas 2017. E-mail: nissemedeiros@hotmail.com. 3 Acadêmico do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário São Lucas, 2017, E-mail. carvalhosoull@gmail.com. 4 Professor especialista do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário São Lucas, 2017, e orientador da pesquisa. E-mail: jonathan.veneno@saolucas.edu.br

2 1 INTRODUÇÃO O processo gravídico gera uma série de expectativas na mulher, já que as representações sociais da maternidade estão inerentes na cultura popular e com ela a falsa percepção que a maternidade é perfeita. Este pensamento assume proporções insustentáveis, nas quais se acredita na maternidade como algo natural à mulher. Dessa forma, se presume que a mulher pelo fato de gerar os filhos, desenvolve um amor inato pelas crianças e fica sendo a pessoa mais capacitada para o cuidado com elas (FALCKE; WAGNER, 2000). No período da gestação, pode-se observar que a gestante está num momento vulnerável a muitas complicações, percorrendo por fases de adaptação com o seu próprio corpo, reestruturação hormonal, psicossocial e familiar. Se não houver um acolhimento humanizado pelos familiares e pela equipe de saúde no período gestacional, a mesma fica suscetível a desenvolver um sentimento de culpa podendo assim alterar a saúde mental materna (BERETA et al., 2008; BORGES et. al., 2011). Há três distúrbios peculiares do período de puerpério como: o blues pós-parto ou baby blues, depressão pós-parto e psicose puerperal. Dentre estes distúrbios, destaca-se a depressão pós-parto (DPP), que possui grande incidência, e pode ocasionar sérios problemas familiares, sendo esse assunto já tratado como uma questão de grande relevância para a saúde pública no país (BRASIL, 2011). A DPP acontece em geral entre a quinta e sexta semana após o nascimento do bebê, que é quando a mãe mostra sinais de tristeza, irritação, fadiga, sentimentos de solidão, incapacidade para cuidar de seu bebê e muitas queixas somáticas, acometendo aproximadamente 15% das puérperas. Em geral, as mulheres não apresentam queixas ou tentam ocultar as mesmas, pela culpa que sentem dado ao fato de terem dificuldades em cuidar de seus bebês. Dessa forma, algumas destas mães podem, inclusive, rejeitar o contato social e familiar (BRASIL, 2013). A estimativa para a ocorrência de DPP no Brasil é elevada. De acordo com o maior estudo a respeito de parto e nascimento ocorrido no pais realizado por Theme et al., (2016), no Brasil em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. O estudo ainda revelou que a prevalência desse distúrbio no Brasil foi mais elevada que a estimada pela Organização Mundial da Saúde para países de baixa renda, em que 19,8% das parturientes apresentaram transtorno mental, em sua maioria a depressão. Esta alta

3 incidência de casos de depressão pós-parto no Brasil, revela a necessidade da elaboração e implementação de planos de prevenção mais eficientes no combate a DPP (THEME et al., 2016). De acordo com Magalhães et al. (2006) a DPP é uma doença como qualquer outra, sendo assim, exige tratamento adequado, incluindo remédios e terapia. Nesse contexto, quanto mais imediata for detectado a depressão pós-parto a partir da percepção dos sinais e sintomas depressivos, mais cedo pode-se procurar uma ajuda qualificada, e desta forma, mais rapidamente poderá ocorrer a remissão do quadro evitando-se assim problemas maiores para a paciente, o bebê e seus familiares (JUNIOR; SILVEIRA; GUALDA, 2009). Magalhães et al. (2006) ainda afirma que para que este tratamento ocorra com eficiência, deve-se haver uma equipe de saúde preparada a prestar um bom atendimento para estas mães com distúrbios durante o período do puerpério. Dentre esses profissionais da área da saúde que podem colaborar de forma efetiva no tratamento da DPP, pode-se destacar o profissional da enfermagem, e de acordo com Junior, Silveira e Gualda (2009), o enfermeiro possui uma posição favorável para detectar precocemente e intervir, evitando o agravamento do processo da depressão puerperal. Rodrigues e Schiavo (2006), ainda afirmam que por estar em contato direto com a paciente durante o pré-natal, o profissional da enfermagem pode observar agravamentos, sinais de alterações de humor e comportamentos que possam apontar para uma DPP. Diante do contexto do papel do enfermeiro durante o tratamento da depressão pós-parto, alguns questionamentos são levantados, principalmente sobre quais os mecanismos estes profissionais dispõem para a oferta de um atendimento eficiente para a prevenção e tratamento da DPP. O presente estudo busca responder algumas questões: Os enfermeiros têm o conhecimento necessário? Esses profissionais possuem alguma ferramenta que possa auxiliá-los nesse rastreio? Quais estratégias têm sido utilizadas? Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo demonstrar a importância da detecção precoce dos sinais e sintomas da depressão pós-parto e os processos psicológicos pelos quais as mulheres passam nesse período. Além disso serão levantadas informações sobre os principais artigos publicados no período de 2000 a 2014, associando qual contribuição os profissionais da saúde como médicos,

4 enfermeiros e psicólogos podem se tornar aliados para prevenção, orientação correta e detecção precoce da depressão pós-parto. 2 REFERENCIALTEÓRICO 2.1 PROCESSO GRAVÍDICO NATURAL No período da gestação é perceptível que a gestante está vulnerável a muitas complicações, percorrendo por fases de adaptação com o seu próprio corpo, reestruturação hormonal, psicossocial e familiar. Campos (2000, p.15) faz a seguinte afirmação sobre esse período: A gravidez pode ser encarada como um processo que se associa com transformações biológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais que ocorrem ininterruptamente. Apesar de representar um período de amadurecimento e afetividade, se não houver um acolhimento humanizado pelos familiares e pela equipe de saúde no período gestacional, a mulher pode ficar suscetível a desenvolver um sentimento de culpa podendo assim alterar a saúde mental materna (BORGES et al., 2011). Para entender a vulnerabilidade de uma mulher gestante é necessário primeiro entender os estágios de uma gravidez. A gestação é dívida em três trimestres. No primeiro trimestre, a mulher deverá se adaptar as mudanças de seu corpo e muitas experimentam uma sensação de fadiga profunda, hipersensibilidade, labilidade de humor, constipação, náuseas e vômitos. No segundo trimestre, é o momento onde geralmente o amor e vinculo são criados pela mãe e o bebê devido já ser possível ouvir os batimentos do feto e sentir os movimentos fetais. Já o terceiro trimestre é marcado pela ansiedade, de conhecer o novo membro da família (SADOCK, p.925-927. 2010). É necessário entender que a mulher passa por mudanças psicológicas acentuadas durante o período gestacional. Suas atitudes em relação à gravidez refletem crenças profundas a respeito da reprodução, incluindo se a gravidez foi planejada ou não, se o bebe é ou não amado, além de envolvimento de questões como o relacionamento com o pai da criança e idade da nova mãe (CAMPOS, 2000; BERETTA et al., 2008; SADOCK, 2010). Ainda de acordo com Sadock (2010), mulheres mentalmente saudáveis costumam vivenciar o momento da gravidez como uma forma de auto realização, enquanto outras podem usar este período para diminuir dúvidas em relação a si

5 mesmas como por exemplo provar sua feminilidade. Além disso, algumas mulheres podem enxergar a gravidez de forma negativa, ocasionando medo para o momento do parto, além do surgimento de incertezas sobre a capacidade de exercer o papel de ser mãe (CAMACHO et al., 2006). De acordo com Aguiar (2011), o amor materno é um sentimento como qualquer outro sentimento humano, podendo existir ou não. Além disso, o autor afirmar que o conceito cultural de que o amor materno é considerado o amor perfeito, está ligado a questões sociais, culturais, desejos e sentimentos. Junior, Silveira e Gualda (2009) afirmam que existe o conceito natural de que toda mulher é preparada desde a infância para serem amáveis, compreensivas, tranquilas, ternas, equilibradas e acolhedoras e dessa forma espera-se, portanto, o modelo de mãe perfeita, uma imagem romanceada da maternidade, criada ao longo dos últimos séculos. Entretanto, pouco se fala das dificuldades enfrentadas pelas mesmas, romantizando-se o sofrimento, que de forma involuntária pode ser transformar em distúrbios emocionais no período pós-parto. Junior, Silveira e Gualda (2009, p. 517) faz a seguinte afirmação sobre as frustações do período do puerpério:...a frustração de não conseguir responder às expectativas do papel de mulher/mãe abre espaço para um conflito entre o ideal e o vivido, instaurando-se um sofrimento psíquico que pode vir a se configurar como uma base para a depressão pós-parto. A depressão pós-parto acontece em geral entre a quinta e sexta semana após o nascimento do bebê que é quando a mãe mostra sinais de tristeza, irritação, fadiga, sentimentos de solidão, incapacidade para cuidar de seu bebê e muitas queixas somáticas, acometendo aproximadamente 15% das puérperas (BRASIL, 2013). Apesar de ter início logo nas primeiras semanas após o nascimento; Rodrigues e Schiavo (2011) afirmam que a DPP pode alcançar sua intensidade máxima nos seis primeiros meses, podendo ser de intensidade leve e transitória ou agravar-se até uma neurose ou desordem psicótica. Os principais sintomas descritos na literatura para a DPP incluem o desânimo, tristeza profunda, irritabilidade, choro freqüente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, cansaço profundo; baixa auto-estima; desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, a sensação de ser incapaz de lidar com novas situações, problemas psicossomáticos entre outros (SCHMIDT; PICCOLOTO; MÜLLER, 2005).

6 Em geral, as mulheres não apresentam queixas ou tentam ocultar as mesmas, pela culpa que sentem dado ao fato de terem dificuldades em cuidar de seus bebês. Dessa forma, algumas destas mães podem, inclusive, rejeitar o contato social e familiar, e consequentemente manter-se isolada com frequência (BRASIL, 2013). 2.2 INTERFERÊNCIAS EXTRÍNSECAS E INTRÍNSECAS PARA A DPP Com base na literatura analisada, observa-se que os sinais e sintomas da DPP são de difícil compreensão em muitos casos, devido ao fato de facilmente serem confundidos com o Blues pós-parto. Entre os principais fatores de risco psicossociais relacionados à DPP estão: gravidez na adolescência, história de transtorno psiquiátrico prévio, eventos estressantes experimentados no período gravidez, conflitos conjugais, não possuir um parceiro, desemprego próprio ou do parceiro, falta de apoio familiar e social entre outros (SCHWENGBER; PICCININI, 2003; JUNIOR; SILVEIRA; GUALDA, 2009; MORAES, et al., 2006; BORGES et al., 2011). Em conjunto com o ritmo avançado das alterações fisiológicas no estágio puerperal, aparecem imposições culturais, sociais, familiares e pessoais em correspondência a puérpera, no que condiz a execução das funções maternas corretamente. Assim, mesmo experimentando um período de vulnerabilidade, cabe ainda a mulher o contentamento e o reconhecimento total das necessidades e diligências do bebê (GOMES et al., 2010). De acordo com Brasil (2011) e Theme (2016) o perfil de mulheres mais susceptíveis a desenvolver uma DPP são: adolescentes, mulheres a qual a gestação não foi planejada, baixa escolaridade, histórico de transtorno mental prévio podendo ser: esquizofrenia, bipolaridade e depressão, acomete mais mulheres pardas, mulheres sem apoio emocional familiar e que passaram por vários episódios de stress durante a gestação. Uma ferramenta que pode auxiliar o profissional enfermeiro nesse rastreio precoce ainda nas consultas de pré-natal é a escala de Cox ou Edimburgo. Representa um instrumento avaliativo, abundantemente utilizado em estudos sobre DPP. Essa escala é composta por uma avaliação a ser feita com a paciente, a fim de identificar sintomas que indicam a decorrência do transtorno (COX; HOLDEN, 2003). Essa veracidade acaba por acentuar as alterações psicológicas na puérpera, pois a mesma defrontará os comentários familiares, sociais e culturais que a admitirão

7 após conceber o filho. Muitas das vezes as mulheres nesse período são esquecidas devido à atenção dos familiares está voltada para o mais novo membro (VIEIRA; PARIZOTTO, 2013). O Tratamento da DPP pode ser feito com antidepressivos e terapia cognitivo comportamental (TCC) e, segundo Magalhães et al. (2006), os antidepressivos utilizados no tratamento são Fluoxetina ou paroxetina, sendo que, muitas mulheres sentem receio em utilizar a medicação devido a lactação. A maioria das medicações é expelida junto ao leite materno, mas por questões éticas não existem estudos controlados que avaliem os efeitos dessas medicações sob os bebês. Em geral, têm sido observados poucos riscos e efeitos colaterais nos lactentes que fizeram ingesta dos antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação de neurotransmissores como a serotonina (CANTILINO et al., 2010) Ibiapina et al., (2010) sugere que tanto a psicoterapia individual como em grupo é igualmente eficaz no tratamento e redução dos sintomas da depressão. Ainda no presente estudo é revelado a mesma preocupação das mulheres em relação ao uso de medicação com medo de que a mesma possa trazer consequências para o desenvolvimento do bebe, durante o seu crescimento e desenvolvimento. 3 METODOLOGIA Para realizar o levantamento dos estudos acerca da depressão pós-parto, este trabalho utilizou-se de uma pesquisa qualitativa através do método de revisão bibliográfica. Uma revisão bibliográfica possui a capacidade de realizar uma análise aprofundada sobre determinado assunto, levantando opiniões de diversos autores sobre o assunto de interesse. Dal Sasso et al (2008) afirma que o método de revisão bibliográfica, tem como prática o processo de busca, análise e descrição de um corpo do conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica. De acordo com Godoy (1995), uma das formas de se pesquisar qualitativamente é por meio da análise de documentos. A autora aponta que esta modalidade de pesquisa ganha destaque por seus estudos sobre seres humanos em relação aos aspectos sociais que influenciam nos comportamentos humanos de maneira que compreenda o fenômeno analisado e suas correlações. Ferreira (2002) aponta os elementos necessários para a realização de uma pesquisa do tipo estado do conhecimento que é um levantamento das obras já produzidas como artigos, dissertações e teses sobre uma temática. Este tipo de

8 estudo contribui com a identificação dos resultados das pesquisas analisadas e das lacunas que podem ser preenchidas com novos estudos. 3.1 MÉTODO Para a realização da pesquisa bibliográfica foi utilizado o uso de palavras chaves como: Depressão pós-parto, Detecção precoce e Enfermeiro como ferramenta de pesquisa. A pesquisa foi realizada em bancos de dados como Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scielo, Lilacs, livros com temas relacionados aos sinais e sintomas da depressão pós-parto em puérperas entre outros, publicados no período de 2000 a 2014. O levantamento bibliográfico foi realizado no período de julho de 2016 a outubro de 2017. Para esta pesquisa foram considerados artigos publicados na língua portuguesa. Foram excluídos os artigos que não se encaixaram nos critérios como: texto incompleto, fonte não confiável, período de publicação no condizente com o desejado para esta pesquisa, além de não serem considerados os artigos que não abrangiam a temática acerca da depressão pós-parto. Os artigos publicados durante os anos de 2015 e 2016 analisados não condiziam com a temática proposta por este motivo não foram utilizados na análise para a realização desse estudo. Na abordagem das didáticas escolhidas, os trabalhos foram separados de forma eletiva com objetivo de alcançar dados fidedignos para demonstração cientifica de forma positiva. A princípio com o uso das ferramentas de pesquisa foram identificados 45 trabalhos. Após a análise dos textos e aplicação dos critérios de pesquisa, foram selecionados 24 trabalhos que abordaram sobre a depressão pós-parto. Dentre estes, apena um livro publicado no ano de 2010, abordou de forma direta a temática proposta nessa pesquisa. Inicialmente foi realizado um diagnóstico sobre os trabalhos selecionados com a análise do ano de publicação, buscando-se compreender qual a incidência de abordagem desse assunto no meio científico. Verificar com qual frequência é discutida a depressão pós-parto no meio científico é de extrema importância, pois são através desses trabalhos que os profissionais da saúde podem se qualificar e buscar orientações para estarem aptos para prestar um bom atendimento ao se deparem com possíveis casos de DPP, incluindo a aprendizagem como a detecção precoce dos sinais e sintomas da depressão pós-parto em puérperas.

Número de publicações 9 A seguir, os trabalhos verificados foram separados em três categorias de análise, sendo elas: Análise e tratamento da DPP, Diagnóstico da DPP e Tratamento da DPP. Sendo consideradas diversas ferramentas de pesquisa como método pesquisas abrangentes como estudo de grupos, estudo de casos e revisões bibliográficas. Como última etapa, foi realizado um levantamento descritivo com as principais considerações encontrados nesses artigos de acordo com a opinião dos autores, com o intuito de contribuir com informações sobre de que forma o profissional da enfermagem pode colaborar com o diagnóstico e prevenção da depressão pós-parto, buscando dessa forma, ferramentas que possam vir facilitar esse processo. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.2 ÁNALISE OS TRABALHOS QUE ABORDAM SOBRE A DPP Com esta pesquisa observou-se que grande parte dos artigos selecionados não foram publicados de forma uniforme ao longo dos anos, sendo considerados três picos com um maior número de publicações, 2003 (16,7%), 2006 (16,7%) e 2010 (16,7%), e os três anos somados, representaram 50% das publicações desta pesquisa. Não foram encontrados neste trabalho artigos que abordam sobre a DPP publicados durante os anos de 2001, 2002, e 2007, conforme demonstrados na figura a seguir: Figura 1. Distribuição de artigos que abordam sobre a depressão pós-parto publicados no período de 2000 a 2014. Publicações de artigos que abordam sobre a DPP 4 4 4 2 2 2 1 0 0 1 0 1 1 1 1 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Autoria própria.

10 4.2 CATEGORIA DOS ESTUDOS SELECIONADOS Considerando os 24 trabalhos selecionados nesta pesquisa, observou-se que a maioria destes, pertencem a categoria de análise e tratamento (67%), sendo seguido pela categoria de diagnóstico (25%) e prevenção (8%) respectivamente (fig.2). Isso significa, que na política de saúde atual, os estudos estão mais focados em tratar e analisar os casos ocorridos, do que enfatizar medidas de diagnóstico e prevenção a depressão pós-parto. Esses valores são preocupantes, no sentido que o profissional da saúde em geral, com enfoque ao enfermeiro que é o ator principal desse trabalho, ao buscar informações sobre o diagnóstico e prevenção da DPP, pode encontrar dificuldades em sua procura, alertando assim para a necessidade da fomentação de pesquisas desse assunto. Figura 2. Distribuição de artigos por categorias que abordam sobre a depressão pósparto publicado no período de 2000 a 2014. Artigos sobre a DPP Prevenção 8% Diagnóstico 25% Análise e tratamento 67% Análise e tratamento Diagnóstico Prevenção Fonte: Autoria própria.

11 4.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A DETECÇÃO PRECOCE DOS SINAIS E SINTOMAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO PELO ENFERMEIRO Apesar de ser um problema de grande incidência no Brasil, pesquisas sobre a depressão pós-parto parecem ser pouco frequentes. Esta problemática afunila-se ainda mais, quando o intuito é pesquisar por trabalhos que relacionam diretamente o papel do enfermeiro na prevenção e tratamento da DPP. Esse fator indica que ainda há uma baixa abordagem sobre o assunto nas publicações científicas. Apesar disso os trabalhos que abordam de maneira geral sobre a depressão pós-parto independente da categoria do mesmo, apresentam informações sobre o transtorno que podem contribuir de forma efetiva de como o profissional de enfermagem pode atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento da DPP. Inicialmente para o entendimento sobre de que maneira ocorre a depressão pós-parto, o profissional da saúde deve estar atento a todas circunstâncias que a mulher no período gestacional está suscetível. Por muitas vezes devido a rotina de avaliações físicas da gestante e solicitações de exames, o profissional da enfermagem atenta-se apenas as questões físicas da gravidez, deixando de lado a saúde mental e emocional da mulher (CRUZ; SIMÕES; FAISAL-CURY, 2005). As práticas de prevenção para a depressão pós-parto podem ser aplicadas pelo profissional da enfermagem ainda durante a fase gestacional. De acordo com Vieira e Parizotto (2013), é necessário analisar ainda durante as consultas de pré-natal se a gravidez foi ou não planejada, tendo em vista que gestações não planejadas apresentam um risco maior para o desenvolvimento de alterações psicológicas. Quando uma gravidez não é desejada, a ocorrência da mesma pode ocasionar conflitos familiares, e muitas vezes a futura mãe não possui o apoio de sua família durante a gestação. Gomes et al., (2010) afirma que o apego ou rejeição ao seu bebê pode intervir nas relações futuras do seu filho e sua saúde mental. Um estudo realizado por Vieira e Parizotto (2013), verificou 83,3% das entrevistadas da sua pesquisa, relataram o apoio familiar na gestação como fato importante para equilíbrio emocional. Ou seja, através do conhecimento dessas informações ainda durante a fase gestacional, o enfermeiro pode traçar perfis de pacientes que poderão no futuro apresentar tendências a DPP. Ao analisar o perfil da paciente ainda durante o pré-natal e a percepção de conflitos familiares vividos pela mesma, como medida preventiva a DPP, o profissional

12 de enfermagem pode orientar os familiares e pessoas próximas a futura mãe sobre o apoio após o parto e atenção que deve ser dedicada a mulher de forma integral, não apenas visualizando-a como mãe. Uma das questões frequentemente levantadas pelos autores referentes a esse período, é que de maneira geral, a sociedade acentua as alterações psicológicas na puérpera, pois além do conceito cultural que toda mulher deve ser uma boa mãe por natureza, os conflitos familiares, sociais e culturais que iniciarão após conceber o filho, enfatiza o sentimento de esquecimento pela mãe, pois durante esse período em geral à atenção dos familiares está totalmente voltada para o mais novo membro da família (GUEDES-SILVA, 2003; MAGALHAES, 2006; MORAES et al., 2006; GOMES, 2010). De acordo com Lara et al., (2004) as mulheres que estão em fase puerperal tendem a desenvolver a depressão pós-parto, gerando conflitos emocionais e alterando as funções cognitivas da mulher, ou seja, a mesma pode apresentar uma hipersensibilidade, tendo como característica a tristeza e o choro frequente. O profissional da enfermagem deve estar atento ao aspecto físico da mulher durante o período do puerpério, verificando se a mesma apresenta sinais de profundo degaste emocional, o que pode por exemplo ser analisado através do diálogo em um exame de rotina após o nascimento do bebê. Após o nascimento do bebê a atenção do enfermeiro para o atendimento da mãe durante o puerpério deve ser redobrado, estando atento a detalhes, indícios e sintomas que possam indicar a ocorrência da depressão pós-parto. Nascimento et al., (2013) afirma que se tratando de DPP é primordial conhecer não só a patologia, mas a gestante de forma integral. Uma ferramenta que pode ser utilizada pelo profissional de enfermagem para avaliação dos sinais e sintomas da DPP é a Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo ou Escala COX: representa um instrumento avaliativo, abundantemente utilizado em estudos sobre DPP. Essa escala é composta por uma avaliação a ser feita com a paciente, a fim de identificar sintomas que indicam a decorrência do transtorno (COX; HOLDEN, 2003). Esta escala é composta por 10 itens, cujas opções são pontuadas (0 a 3) de acordo com o sintoma apresentado e sua intensidade. Seus itens cobrem sintomas como humor depressivo (sensação de tristeza, sentimento de culpa, pensamentos de morte ou suicídio), perda do prazer em atividades que antes eram agradáveis, fadiga, diminuição da capacidade de pensar, concentração e tomada de decisões, sintomas

13 fisiológicos (insônia ou excesso de sono) e alterações do comportamento (crises de choro). A escala possui como ponto de corte valor igual ou superior a 12 para rastreamento de DPP (COX; HOLDEN, 2003). Ainda sobre o diagnóstico e prevenção da depressão pós-parto, Nascimento et al., (2013) em seu estudo descreveu que o profissional da enfermagem tem papel fundamental nesse contexto, que além das consultas de pré-natal é possível adotar outras medidas dentro de uma Unidade de Saúde da Família (USF), como por exemplo: grupo de gestante, observação, avaliação, visitas domiciliarias e aconselhamentos. O Estudo de Nascimento et al. (2013) corrobora com o estudo de Vieira e Parizotto (2013) no que tange à questão do grupo de gestante, uma vez que as atividades e assuntos a serem abordados durante os encontros são propostas por elas mesmas, e podem proporcionar uma vasta troca de conhecimento e experiências vividas por elas entre si e com os profissionais, proporcionando um ambiente de acolhimento e segurança. Ressalta-se que ambos os estudos são a favores da estratégia de grupos de gestantes, com a participação multidisciplinar, justamente por ser nesse momento onde as gestantes podem encontrar apoio, amenizar a ansiedade, e proporcionar um momento mais harmonioso nesse período. O Grupo de gestante pode e deve contar com: médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, e outros profissionais ligados a saúde e bem-estar da mulher (VIEIRA; PARIZOTTO, 2013). Grando et al., (2012), afirma que a gestante deve se sentir acolhida na unidade de saúde desde o princípio de sua gravidez, tendo esse acolhimento como fator primordial na atenção básica a gestante. A equipe multidisciplinar composta por profissionais da saúde de diversas áreas deve sempre está atenta em ouvir as queixas, medos e dúvidas, objetivando-se em prestar uma assistência continuada e com eficácia. Após o primeiro contato com a Unidade de Saúde, as gestantes são sujeitas por uma avaliação executada através de consultas de enfermagem e médica (ARRAIS; MOURÃO; FRAGALLE, 2014). A consulta de enfermagem viabiliza a realização de um pré-natal com qualidade, diminuindo riscos desnecessários para a mãe e o bebê, consecutivamente, promovendo ações de prevenção à saúde materna e fetal. Através desse diálogo, o profissional pode avaliar o perfil da paciente,

14 detectando possíveis dificuldades que a mesma possa estar enfrentando (GRANDO et al, 2012). É importante destacar que para que esse processo de atendimento ocorra da maneira eficiente, é necessário a presença de uma equipe multidisciplinar habilitada para identificar os primeiros sintomas de transtornos emocionais para haver uma intervenção eficiente e de qualidade para gestante ou puérpera. Apesar da importância de papel do enfermeiro em relação a DPP, os outros profissionais da equipe devem envolvidos nesse processo (NASCIMENTO et al., 2013). Silva, Valença e Germano (2010) afirmam que os profissionais da equipe multidisciplinar de saúde, devem oferecer atenção e interesse às necessidades que as pacientes gestantes enfrentam em sua rotina diária, gerando confiança e respeito entre profissional e paciente, norteando essas mulheres a obter autonomia, autoconfiança e coragem na sua gestação, parto e no período puerperal. Chaudron e Pies (2003) destacam a necessidade de uma intervenção da equipe de saúde em possíveis casos de depressão pós-parto, pois quando a um acompanhamento prévio de eficácia no pré-natal, é estabelecido um suporte emocional para a mulher durante o puerpério. Cuidar da saúde da mãe, é consequentemente cuidar da saúde da criança, pois os autores afirmam que podem haver princípios de analogia entre as alterações depressivas das mães e distúrbios emocionais de seus filhos. Ou seja, o aprofundamento em questões que fomentam a detecção precoce da DPP beneficia não apenas a gestante, mas também seus filhos, prevenindo problemas futuros para ambos. Diante do exposto, acredita-se que os uso das medidas apresentadas de forma conjunta, a exemplo o uso da escala COX, associado ao acompanhamento do enfermeiro a paciente durante o pré-natal, parto e periodo do puerpério, o uso de medidas dentro da Unidade de Sáude da Família (grupo de gestante, observação, avaliação, visitas domiciliarias e aconselhamentos) e a presença de uma equipe multidisciplinar preparada, podem proporcionar o diagnóstico precoce da DPP, sendo dessa forma possível a realização de um tratamento eficiente a curto prazo. 5 CONCLUSÃO Através dessa revisão bibliográfica, é perceptível que o distúrbio da depressão pós-parto, apesar de frequente no Brasil, ainda é pouco abordado no ramo científico,

15 sendo baixo o número de publicações, principalmente de artigos que trazem questões referentes ao papel do enfermeiro na de prevenção e diagnóstico da DPP. Ainda assim, diversos trabalhos analisados, enfatizou a necessidade uma equipe multidisciplinar capacitada para atender as mulheres em fase gestacional, com destaque do enfermeiro que por seu acompanhamento de rotina a gestante deste o período do pré-natal, é capaz de detectar precocemente os sintomas que podem indicar um futuro caso de depressão pós-parto. É importante que desde a primeira consulta o enfermeiro esteja atento ao estado emocional da paciente, valorizando suas queixas emocionais, para que assim possa detectar precocemente uma DPP e venha a prevenir seus agravos para a nova mãe, para o seu bebe e para a família de um modo geral. Ainda no que se refere a prevenção da DPP, é importante que ainda nas consultas de pré-natal tanto o profissional médico quanto enfermeiro, observem os sinais que a gestante demonstra de tristeza e realize um aconselhamento e encaminhamento multidisciplinar com psicólogo caso necessário, já que, esses profissionais estão em contato direto com as mulheres que sentem vergonha em demonstrar o sentimento contrário aos que a sociedade impõe. Por meio dessa pesquisa, foram apresentadas medidas a serem tomadas pelos profissionais da enfermagem, a fim de que os mesmos saibam como proceder mediante o atendimento de pacientes com sintomas de DDP. Através dessa revisão, tornou-se evidente a importância do diagnóstico precoce da DPP, pois o quanto antes a mesma for detectada, melhor será o prognóstico da mulher e menor os impactos para ela, bebê e família. Ressalta-se a atenção primária ainda para a gestante de baixa renda e escolaridade, já que por muitas vezes possui pouco acesso ou nenhum a informações sobre transtornos pós-parto, e encaram um sentimento anormal e se culpam pelo sofrimento vivenciado. Nessas situações, caso não tenham o apoio adequado podem evoluir até mesmo para uma psicose puerperal, com alta possibilidade de graves consequências para a própria mãe, bebê e família. Prevenindo através do reconhecimento precoce nas consultas, evitam-se danos até mesmo para a sociedade, ficando assim evidente a responsabilidade do enfermeiro com a detecção dos sinais e sintomas da depressão pós-parto em puérperas.

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