ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (8ª SEMANA) (Êxodo 1 a 4)

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Transcrição:

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (8ª SEMANA) (Êxodo 1 a 4) Graça e paz, irmãos! Na semana passada fizemos as últimas leituras no livro de Gênesis, as quais relatam o estabelecimento da família de Jacó no Egito e os momentos finais das vidas de Jacó e José. Gênesis, porém, encerra-se com a expectativa do retorno à Canaã relembrando que acima da história humana está estabelecida a história da infalível aliança de Deus com o seu povo. Essa história continuará no livro do Êxodo (que literalmente significa saída rápida ). Gênesis e Êxodo têm, portanto, uma relação de continuidade narrativa. Isso já se torna evidente nos primeiros versículos de Êxodo. Êxodo possui dois pontos focais: resgate e relacionamento, e três conceitos doutrinários de grande importância: livramento dos escolhidos, aliança irremovível, e presença de Deus. Tal como todas as partes do Antigo Testamento, aponta para a obra final que Deus realizará no Messias, Jesus Cristo, o qual liberta do pecado, estabelece nova aliança no seu sangue, e é a presença inegável de Deus entre nós. Contando a história da estadia e da libertação de Israel do Egito (1.1 a 12.36), da caminhada do povo no deserto (12.37 a 18.27), a chegada ao Monte Sinai e os fatos ali ocorridos (19 a 40), o livro de Êxodo divide-se naturalmente em três partes, cada uma delas contendo eventos dramáticos que nos ensinam tanto sobre a fidelidade e amor de Deus, quanto sobre a instabilidade e fraqueza dos homens, e é nessa dinâmica que podemos extrair ricos princípios para nossas vidas. Vamos começar, então? Que Deus nos abençoe nessa leitura. Os eventos narrados em Êxodo tiveram seu início 430 anos depois da chagada e estabelecimento de Jacó e sua família no Egito. Após muitos anos, o povo israelita havia crescido e tornado-se um temor para as autoridades egípcias que, por sua vez, tomaram medidas extremas para evitar o crescimento populacional dos hebreus (primeiro, a opressão da escravidão e, depois, o extermínio dos recém-nascidos do sexo masculino). Dentro de um contexto como esse seria natural alguns pensarem: Deus esqueceu-se de

nós, ou Deus deixou a aliança de lado. Mas o capítulo 1 mostra, por meio de dois fatos, que Deus estava mantendo sua aliança: o crescimento dos hebreus mesmo em meio à aflição, e o livramento dos recém-nascidos. Mesmo a oposição dos inimigos, as astúcias por eles executadas, ou as adversidades das circunstâncias não podem anular a promessa de Deus. Além disso, há outro elemento que retrata a irrevogabilidade do cumprimento da promessa de Deus: o nascimento daquele que viria a ser o libertador do povo de Israel: Moisés (cap. 2). A graça poderosa e providente de Deus se revela não só pela preservação da vida de Moisés, mas também pelo fato de ter sido ele primeiramente criado por sua própria família sob a proteção da corte egípcia e, posteriormente, haver recebido o melhor da formação cultural ao ser criado como neto do Faraó. Deus estava, soberanamente, providenciando a preparação daquele que viria a ser o libertador do Seu povo. Isso vem mostrar que nada ocorre acidentalmente na vida daqueles que são os escolhidos de Deus, e que não só as circunstâncias favoráveis, mas, até mesmo, as adversidades são trabalhadas pelo Senhor como providência para o aprimoramento de seus servos e o cumprimento de sua aliança. Este capítulo mostra, também, que, não importando quais sejam as nossas intenções, não podemos fazer com nossas próprias mãos aquilo que só a Deus cabe estabelecer. Moisés quis fazer justiça por si mesmo, e, como conseqüência, acabou tendo que fugir do Egito para a terra de Midiã conforme a Bíblia (Gn 25.2), os midianitas eram também descendentes de Abraão. No Egito, Deus preparou Moisés para ser um líder; em Midiã Ele o preparou, por quarenta anos, para ser um servo. Lá, em Midiã, muitos anos depois, Deus finalmente chama Moisés para a grande missão de sua vida. A época estabelecida por Deus para a libertação havia finalmente chegado. Agora o desafio de Deus era não mais moldar as circunstâncias, mas moldar o coração de Moisés para o chamado. É claro que a tarefa era grande demais. Moisés previu as dificuldades e a recusa do povo em acreditar no seu comissionamento; mas Deus mostrou que não haveria empecilho para a realização de sua promessa, que as dificuldades e oposições seriam imensas, mas que Ele, como o Deus verdadeiro, aquele que é (3.14), estaria com seu servo, feriria os inimigos, e realizaria a libertação vitoriosa de seu povo. Moisés, agora rendido a toda palavra e manifestação de Deus, segue finalmente em direção ao Egito (cap. 4). Resoluto e obediente, Moisés, se apresenta aos anciãos, e, tal qual Deus precisou fazer com ele para convencê-lo, Moisés fez sinais para convencer o povo de que chegara a hora da libertação. Diante de tais evidências, o povo glorifica e adora ao Deus da aliança. O servo estava preparado. O povo estava preparado. A obra ia começar. A expectativa era grande: como, afinal, Deus agiria? Quais seriam as atitudes das autoridades egípcias? É o que veremos nas próximas leituras. CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE:

Promessa Chamado O Deus que ouve PARA PENSAR Temos podido ver o agir de Deus mesmo quando as adversidades ocorrem? Em sua opinião, quais fatores tornaram Moisés tão resistente a voltar para o Egito? O que a relutância de Moisés ensina-nos sobre nós mesmos? Relacione três fatores garantidores, da parte de Deus, de que Ele não abandona o seu povo Deus abençoe nossa leitura.

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (9ª SEMANA) (Êxodo 5 a 12) No trecho desta semana veremos os primeiros momentos no processo de libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio. Depois de anos de sofrimento, agora chegara a ocasião da remissão do povo de Deus. Contudo, essa libertação não transcorreu rápida e facilmente. As autoridades egípcias, personalizada na pessoa do Faraó, levantaram todas as barreiras possíveis para impedir a saída dos hebreus; mas Deus, com mão poderosa interviria em favor do seu povo, manifestando seu poder. Por quê Deus não livrou seu povo em uma única e definitiva ação? Porque havia muito o que Ele queria revelar de si aos hebreus e aos egípcios. É isso o que vamos perceber na leitura desta semana. Vamos à leitura, então? No capítulo 5 encontramos o registro já das primeiras oposições à saída dos hebreus do Egito. Sob o ponto de vista egípcio, era natural que a liberação dos israelitas fosse algo inadmissível, pois perderiam um grande recurso de mão-de-obra. Quem substituiria o povo judeu na confecção de matéria prima? Contudo, não nos esqueçamos que Deus já havia dito a Moisés que o coração do Faraó seria endurecido. A pergunta que Faraó fez Moisés e Arão é a chave para o significado de todos os eventos que cercariam a saída dos hebreus do Egito: Quem é o SENHOR para que lhe ouça a voz e deixe ir a Israel?. Essa pergunta será respondida nos eventos seguintes, conforme a vontade de Deus, para mostrar aos egípcios e ao próprio Israel quem é o Senhor (veja 6.6,7 e 7.5; 9.14-16; 10.2). Quando Moisés, em decorrência da recusa de Faraó e da queixa dos israelitas que se viram ainda mais oprimidos (cap 5), questionou o agir de Deus, foi necessário que Ele lembrasse a Moisés quem Ele é (cap 6): o Deus que nunca se demoveu de sua promessa (aliança), o Deus que vê o seu povo, e que agiria poderosamente em favor dos seus escolhidos levando-os, por fim, à terra prometida. Seria isso parte do processo escolhido pelo Senhor para deixar claro que toda a graça da libertação só se processaria pelo seu exclusivo poder, e não por ação humana, quer dos hebreus, quer dos egípcios. Isso seria evidenciado nos sinais grandiosos que Deus operaria, e que estão registrados a partir do cap 7. Através deles, Deus mostra que Ele decidiu libertar o seu povo da escravidão, e nada pode opor-se à sua vontade. A natureza lhe obedece,

porque Deus é mais poderoso que Faraó, seus magos, e seus deuses 1. As palavras dos próprios magos atestam essa verdade (8.19). Não há, portanto, qualquer poder que se oponha à obra do Senhor. As nove primeiras pragas, relatadas do cap 7.14 a 10.10, são a expressão do poder de Deus. São também a demonstração da unicidade do Senhor, pois demonstram que Deus é o único e verdadeiro Deus visto que cada praga enviada por Ele correspondia a seu domínio sobre elementos que os egípcios atribuíam a seus deuses ou eram tidos por divinos. Ainda mais: a veracidade de Deus e seu poder seriam vistos, também, pela isenção do povo de Israel e da sua porção na terra egípcia (região de Gósen) de todas as pragas advindas. Ao final da nona praga, encontramos o Faraó com o coração tão endurecido quanto no início (10.28). Talvez até mesmo mais endurecido. Isso leva o Senhor a despender a décima praga. Com ela virá a autorização do Faraó para que o povo vá embora. Diferente das pragas anteriores, a décima praga traz um caráter especial. Certamente ela demonstra que Deus é o Deus da vida e da morte, que Ele tem domínio sobre tudo; mas também encerra um significado profético, pois prefigura a Cristo que, tal como o sangue do cordeiro livrou da morte a casa marcada com ele, livra da mão do inimigo e da morte eterna todo aquele que recebe sobre si o Seu sangue. Veja, aliás, as palavras com as quais João Batista se refere a Jesus em João 1.29. Há nesse trecho enormes referências à obra de Cristo: o cordeiro sacrificado, o sangue remidor, a preservação dos escolhidos, o despojo do inimigo, a libertação imediata... Tudo isso serve para nos remeter à obra redentora de Deus, em Cristo Jesus, sobre todo aquele que crê. O trecho dessa semana termina declarando a obra libertadora de Deus (12.51). Mas essa saída ainda teria outros eventos fantásticos e dramáticos, através dos quais Deus ainda viria a revelar-se espetacularmente. A continuação dessa história veremos a partir da leitura da próxima semana. Até lá! CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE: Revelação de Deus Unicidade do Senhor Poder soberano e inigualável de Deus Povo rejeitado Povo escolhido Libertação PARA PENSAR Que outros paralelos você pode encontrar entre a saída do povo de Israel do Egito e a obra de Cristo? Que o Deus da nossa salvação nos abençoe e nos edifique! 1 Bíblia de Estudo Almeida. Nota na página 86.

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (10ª SEMANA) (Êxodo 13 a 18) Na leitura da semana passada, vimos como Deus se revelara como o SENHOR (Yahweh = aquele que é), o verdadeiro Deus, aos egípcios e hebreus, por meio de seus atos extraordinários, especialmente por meio das dez pragas. Os atos extraordinários tinham por finalidade comprovar sua declaração de que Ele, e só Ele é Deus, e formar para si um povo santificado e comprometido, que se chamasse pelo seu nome, para, através dele, revelar sua glória às nações. Mas para que esse povo fosse moldado a essa finalidade, muitos eventos ainda se dariam e, à medida que o povo caminhava, passava a conhecer melhor a Deus. Deus se dá a conhecer concretamente na história, ou seja, nos fatos do dia-a-dia da vida de seu povo. Vamos ver um pouco mais dessa revelação e das implicações para nós nas leituras dessa semana. É interessante observarmos que logo após o relato da instituição da Páscoa e da saída do povo do Egito, segue o relato da consagração dos primogênitos. Por quê será que isso acontece? Porque Deus se revelara como o Libertador de seu povo, e isso deve ressoar, de alguma forma, na vida do povo libertado. Ou seja, toda libertação deve resultar, no povo de Deus, em reconhecimento dos atos do Senhor, consagração, e compromisso. São estes os elementos presentes nos versículos 1 a 16 do capítulo 13. No capítulo 14, Deus aparece como o guia de Israel. É Ele quem deve determinar o caminhar do seu povo. Mesmo quando aos olhos humanos o caminho por Ele traçado possa parecer confuso, Ele tem um propósito glorioso com isso: mostrar que Ele se responsabiliza pelos seus e que, se simplesmente obedecermos, Ele se encarregará de dar cabo de todos os desafios que nos surgirem à frente. Além disso, Ele é o pelejador por seu povo. Não importa quais sejam os planos ou os recursos dos inimigos que nos venham cercar. Se realmente nos comprometer-nos com Ele, Ele mesmo se encarregará de preservar-nos. O evento da travessia do Mar Vermelho mostra que em nossas batalhas, Deus é escuridão para nossos inimigos, mas luz para nós. Não deixemos nos iludir pela pequenez de nossa visão pois, na realidade, não somos preservados em função dos recursos que temos, mas pela intervenção

poderosa de Deus em nossas vidas. Não devemos sentir-nos acuados ou amedrontados pelos inimigos: Deus pelejará por nós (14.14), e sua ação deverá levar-nos a temê-lo ainda mais (14.31) e a louvá-lo (15.1-21). É importante notar que ser de Deus não implica na ausência de desafios, mas é garantida a presença do Senhor conosco em cada momento do nosso viver. O Deus fiel jamais abandona os seus. Israel ainda viria a conhecer outras facetas de Deus. No relato compreendido entre 15.22 e 17.16, Deus revela-se, além de libertador, como aquele que sara, sacia a sede, alimenta, e concede vitórias àqueles que são seus. Não há desafio que se sobreponha ao agir e ao poder do Senhor sobre a vida de seu povo. Deus libertou Israel e prometeu levá-lo à terra prometida, e Ele cumprirá sua promessa, pois honra sua palavra e honra também aos que nela crêem e obedecem. Servir a Deus sempre vale à pena ainda que sejam grandes essas penas, pois os que nele confiam jamais se decepcionam, porque Ele cuida dos seus. O trecho dessa semana encerra-se com o reencontro de Moisés com sua família e com o sábio conselho de seu sogro para uma devida administração do povo. As questões administrativas tornaram-se pesadas demais para o servo de Senhor. A formação do povo de Deus, porém, não se dá baseada simplesmente na capacidade administrativa do homem, mas sim sob o governo e as leis de Deus. É isso que veremos a partir da leitura da próxima semana. CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE: Deus libertador Deus preservador PARA PENSAR Vimos que em vários momentos na caminhada do deserto o povo levanta reclamações, mas que Deus sempre intervém sua providência. O que isso pode nos ensinar sobre nossas próprias fraquezas, sobre a questão da confiança em Deus, e sobre a fidelidade do Senhor? Que o Senhor nos instrua e nos oriente na leitura de sua palavra e no nosso próprio caminhar.

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (11ª SEMANA) (Êxodo 19 a 24.11) O trecho para leitura dessa semana é um dos mais interessantes que encontramos no livro de Êxodo. Para entendermos sua importância, precisamos prestar atenção em 19.4-8 e 24.3. Ele é a apresentação de uma proposta de pacto. Deus faz, por meio de Moisés, a declaração de que Ele propõe um pacto ao povo, de ser o seu Deus e de, em contrapartida, o povo dispor-se a ser exclusivamente dele aceitando todas as implicações decorrentes disso. Como podemos ver, o pacto foi proposto e aceito, e isso servirá de base para todas as relações de Deus com Israel, tanto para o estabelecimento de suas bênçãos quanto de punições ao longo da história daquele povo. Vamos olhar um pouco mais esse pacto? Uma aliança ou pacto pode ser um acordo estabelecido entre duas pessoas ou grupos de pessoas. O pacto aqui proposto por Deus segue o modelo suserano/vassalo que depois tornou-se bem comum na Idade Média. Segundo esse modelo, o proprietário de uma grande extensão de terra (o suserano) admitia pessoas para trabalharem em sua propriedade (os vassalos), comprometendo-se estes a preservá-la de invasores e podendo, com parte do que fosse produzido, extraírem dela sua subsistência. Em contrapartida, o suserano se comprometia a proteger seus vassalos e ser seu benfeitor. Para propor esse pacto, Deus primeiramente faz o povo lembrar-se do seu poder (19.4), evidenciando ser ele poderoso para garantir sua parte no mesmo. Aqui, o Senhor apresenta-se a si próprio como o libertador de seu povo e convida a participar de sua aliança. Israel, por sua parte, reconhece o direito de Deus de ser o seu soberano e compromete-se a cumprir o que o Senhor lhe ordena. Desse modo se cumpre a promessa de Êxodo 6.7 2. Entrar em um pacto com Deus implica não simplesmente em cumprir rituais religiosos, mas comprometer-se a obedecê-lo e viver conforme seus princípios em todas as esferas da vida, inclusive social. É isso o que está evidenciado nos termos do pacto. A estrutura dos dez mandamentos (20.1-17) reflete bem essa verdade: os quatro primeiros mandamentos tratam do relacionamento com Deus, e os seis restantes tratam do relacionamento com o próximo. Ou seja: o relacionamento com Deus e com o próximo estão interligados; não há possibilidade de compartimentar a vida em esferas 2 Bíblia de Estudo Almeida, pág. 100.

distintas e independentes. Ou somos totalmente de Deus em todas as esferas de nossos relacionamentos, ou não. Não se pode servir a dois senhores 3. Se somos de Deus, precisamos refletir isso em todas as áreas da vida praticando, em cada uma delas, os padrões que Ele estabelece. Toda a essência dos dez mandamentos reside nesses dois princípios: amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos 4. Deus ocupa o primeiro lugar, mas o respeito devido a Deus é inseparável da justiça e da fraternidade devida ao próximo 5. Outra cousa que ilustra essa verdade, é que, logo após a declaração dos dez mandamentos, seguem outras leis (conhecidas como Código da Aliança) contendo prescrições religiosas, morais e sociais. Nelas podemos perceber que não há possibilidade do estabelecimento de verdadeira justiça social sem a consideração do temor a Deus, e que Deus não é o Deus só dos céus, mas também da terra e dos relacionamentos humanos. Por exemplo, o direito à liberdade de um escravo (21.1-11), o valor extremo da vida e da proporcionalidade da pena à gravidade do ato praticado (21.12-36), o direito à propriedade e sua preservação (22.1-15), o não desamparo dos mais desfavorecidos e da não exploração deles (21.16-31), do absoluto comprometimento com a verdade (23.1-9), o direito ao descanso (23.10-13), constam nesse código, refletindo a preocupação de Deus com a justiça, o amor, e os direitos sociais. Que só o efetivo temor a Deus é o fator determinador da prática da justiça social percebe-se, também, pelo fato de que essas leis vêm antecedidas e sucedidas por leis religiosas (20.22-26 e 23.14-19). Após relatar as responsabilidades requeridas por Deus ao povo no pacto, Ele diz quais são, como suserano, suas próprias responsabilidades pactuais para com o povo (23.20-33). Havendo o povo aderido aos termos do pacto (24.3), tudo é registrado e, conforme o costume da época, selado com uma refeição comunal (24.11). Agora, as bases para a formação da nação de Israel estavam estabelecidas. Quando o povo saiu do Egito era apenas o agrupamento de um bando de ex-escravos; agora é formada a nação, com seu Deus e suas leis. Para completar esse quadro falta apenas a terra, que será a pátria. Mas para alcançá-la faltam ainda muitas coisas para acontecer. Não seria fácil alcançar o cumprimento pleno da promessa. Nas leituras que se seguirão conheceremos mais dos fatos que ocorreram. CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE: Pacto Conscientização de responsabilidades Religião, justiça e direitos sociais Temor a Deus 3 Mateus 6.24. 4 Veja Marcos 12.28-34. 5 Bíblia de Estudo Almeida, pág. 101.

PARA PENSAR - Como os Dez Mandamentos regulam o relacionamento com Deus e o relacionamento com o próximo? - Quem é o Anjo do Senhor registrado em 23.20-25 (e que surge também, por exemplo, em 3.2)? - Que outros aspectos do caráter de Deus você pode deduzir do Código da Aliança? Que o Deus do pacto seja o Senhor em todas as áreas da nossa vida!

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (12ª SEMANA) (Êxodo 24.12 a 31.18) Nossa leitura anterior deixou-nos no momento em que Deus, do Monte Sinai, fala ao povo por meio de Moisés, propondo o pacto de filiação do povo a Ele ressaltando seus compromissos como suserano em relação a Israel. Ao término da proposta o povo diz sim, e Deus chama Moisés para que os termos do pacto sejam registrados e sirvam como testemunho (o termo hebraico utilizado aqui para testemunho equivale hoje em nossa língua à expressão cláusulas de um contrato) para o povo. Seguindo em nossa leitura, deparamo-nos com esse trecho (24.12 a 31.18), no qual há o registro das determinações de Deus para a confecção do Tabernáculo (literalmente, tenda da habitação) e de seus móveis e utensílios. Por que há a determinação da construção do Tabernáculo? Porque ele simbolizaria a presença permanente de Deus, como suserano em meio a seu povo, estabelecendo as relações de identificação entre ambos. O Tabernáculo, portanto, era um elemento que simbolizava a concretização do pacto entre Deus e Israel. É da descrição do Tabernáculo que se ocupa o trecho de leitura dessa semana. Vamos olhar para este trecho e ver algumas das lições que ele nos traz? A construção do Tabernáculo fazia parte da representação da concretização do propósito registrado em Ex 6.7. Ao longo do texto bíblico ele recebe várias designações, tais como tenda (por seu aspecto exterior ser o de uma grande tenda), tenda da congregação (porque ali Deus se reunia com seu povo), tabernáculo do testemunho ou tenda do testemunho (porque nele eram guardadas a Arca e as tábuas da lei), e também de santuário (porque era uma habitação destinada à santa presença do Senhor). Mais importante que saber os nomes é, porém, entendermos os propósitos do Tabernáculo: Primeiro, ele proporcionava um lugar onde Deus habitava em meio ao seu povo (25.8; 29-42-46). Era um testemunho dado a Israel, e também aos outros povos, da aliança indissolúvel estabelecida entre o Deus Todo-Poderoso e seu povo escolhido. Ali o Rei invisível, mas real, podia encontrar-se com os representantes de seu povo e eles com o Rei. O Tabernáculo, sendo o símbolo da presença de Deus, lembrava aos israelitas que o Senhor estaria sempre com eles em suas peregrinações. Segundo, o Tabernáculo servia como centro da vida religiosa, moral e social. Era colocado no meio do acampamento, simbolizando a centralidade de Deus e sua

vontade na vida do povo escolhido. Além disso, o Tabernáculo também servia como memorial de grandes verdades espirituais que Deus desejava gravar na mente humana, tais como sua majestade e santidade, sua fidelidade e proximidade com o povo, sua glória e singularidade. Na construção do Tabernáculo há também princípios importantes a serem apreendidos: A importância da voluntariedade do coração no servir a Deus: o Tabernáculo foi construído com ofertas voluntárias do povo. Ninguém foi obrigado a doar nada. Não devia haver obrigação de nenhum tipo, a não ser aquela que nascesse do amor e da gratidão. A consciência de que nosso serviço deve ser prestado não segundo a opinião humana, mas na forma que o próprio Deus estabelece. Deus é o soberano, e Ele é quem estabelece os modos de como deve ser servido. Isso evitava toda incursão e inclusão do que fosse puramente humano, expressões de nossa fraqueza e limitação. Nosso serviço e adoração precisam ser prestados na essência da espiritualidade, e só Deus, que é Espírito, pode determinar como fazê-lo. Ele é quem estabelece os pormenores relacionados com o culto verdadeiro. Se desejamos a presença e bênçãos divinas, temos de cumprir as condições estabelecidas por Deus em sua Palavra. Embora as condições sejam estabelecidas por Deus, podemos e devemos dispor nossas habilidades e conhecimento, dadas pelo próprio Deus, ao serviço alegre ao Senhor. Deus habilitou homens e mulheres para a confecção dos utensílios do Tabernáculo. A adoração e o serviço a Deus deve ser marcado por interatividade. É uma oportunidade de prática de relacionamento com Deus. Além dessas lições, dentre outras que poderiam ser alistadas, os utensílios do Tabernáculo também se prestavam a ilustrar como o homem pode se aproximar de Deus e ter sua comunhão restaurada com Ele: o altar da expiação (onde os sacrifícios de eram feitos) indica que sem remissão de pecados não há possibilidade de comunhão com Deus; é, portanto, necessário toda desvinculação do pecado para se apresentar a Deus; a pia de cobre, lugar onde os sacerdotes se lavavam antes de oficiar ao Senhor, demonstra que é necessário purificar-se para servir a Deus. O altar do incenso (o incenso é símbolo da oração e às vezes também de louvor), ensina o poder que nossas orações e louvores têm para chegar à presença de Deus. A mesa dos pães refere-se à mordomia dos bens materiais visto que o pão era a consagração do fruto do trabalho do povo; o castiçal representava o próprio Israel colocado na presença de Deus, mas que só brilharia se fosse constantemente alimentado pelo azeite, representa a importância de sermos cheios do Espírito para entrarmos na presença do Senhor (o azeite posteriormente seria a representação do Espírito Santo). Como a mesa dos pães e o castiçal estavam relacionados com o altar do incenso, a consagração e o testemunho do crente estão relacionados com a vida de

oração. Se o crente não tem comunhão com Deus, logo deixará de consagrar ao Senhor os frutos de seu trabalho e sua luz deixará de iluminar os homens 6. O Tabernáculo, ainda, visto que era símbolo de realidades maiores, aponta para Cristo, pois nele cumpriram-se plenamente a manifestação da glória de Deus, a expiação, a reconciliação do homem com o Senhor, e a presença de Deus entre o povo redimido. As sombras e figuras do Tabernáculo já passaram, mas a realidade permanece na pessoa e obra de Jesus Cristo 7. Como podemos ver, nada na Bíblia é sem propósito. Cada cousa escrita foi registrada para nosso ensino, edificação e desenvolvimento do temor a Deus. Há muitas outras coisas ainda a serem aprendidas, mas só as veremos a partir das próximas leituras. Até lá. CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE: Presença de Deus Relacionamento com o Senhor Culto e adoração Consagração PARA PENSAR - Qual a importância de ter sido o Senhor a estabelecer as bases para a construção do Tabernáculo? Como isso pode relacionar-se com nossas vidas? - Visto que somos templo do Espírito Santo, como estão em nossas vidas as áreas e as atitudes simbolizadas nos utensílios do Tabernáculo? Que nossas leituras nos confronte e nos edifique para a glória do Senhor. Pr Scyllas 6 Paul Hoff, O Pentateuco, pág. 148. 7 Idem, pág. 149.

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (13ª SEMANA) (Êxodo 32-34) Graça e paz, irmãos! Daremos início a nossa 13ª porção de leitura bíblica. O bloco que leremos compreende os capítulos 32 a 34 de Êxodo, os quais apresentam aspectos surpreendentes da revelação divina. Vamos iniciar, então, nosso roteiro? Na leitura anterior vimos que Deus determinou a confecção do Tabernáculo que, dentre outras lições, representava a presença de Deus e também ilustrava como o homem deveria se aproximar do Senhor: com humildade, santidade e temor. No trecho desta semana perceberemos como a fidelidade humana é fútil, volátil, e o quanto precisamos cuidar de nossos corações. Na primeira ocasião em que a fidelidade de Israel ao pacto foi posta em prova, o povo fracassou. Bastou ficar sem Moisés por apenas quarenta dias para o fracasso religioso ficar evidente. Os primeiros eventos do capítulo 32 ensinam-nos que o temor formal a Deus constitui-se em grande armadilha espiritual. Não basta o conhecimento da lei escrita em tábuas, precisamos da lei de Deus escrita em nossos corações para perseverarmos nos caminhos de Deus. Muitos, mesmo havendo testemunhado grandes manifestações do Senhor, podem fracassar na fidelidade e na aliança. Outro ensino trazido por esses eventos diz respeito ao fato de que uma percepção errada do Senhor nos leva ao risco de tentarmos manipular Deus. Quando Israel fez o novilho de ouro, o fez como representação de Deus (32.4,5). Um coração sem temor nos leva a confundir e igualar Deus a outros deuses (na religião egípcia, o deus Ápis tinha a forma de um boi; também em outros povos do Antigo Oriente havia outros deuses representados por um touro), e, quando isso acontece, acabamos por nos entregar a nossos próprios desejos (como o povo de Israel que levantou-se para se divertir literalmente, para praticar sensualidades, libidinosidades ), e a perder-nos em nossos descaminhos. Temer a Deus implica no necessário e sério reconhecimento de que Ele é não somente grandioso e admirável, mas também santo e justo. Portanto é

imprescindível seriedade na santificação que, por vezes, é custosa, mas certamente compensadora. Deus é justo e intolerante quanto ao pecado, mas tem sempre disposição para exercer a sua misericórdia. Nesse episódio, Deus anuncia sua disposição para exterminar Israel, mas, atendendo à intercessão de Moisés, resolve não punir ao povo dessa forma reservando, para o futuro, a justa punição pela rebeldia e idolatria (32.34); assim, vemos que o pecado trará sempre suas conseqüências, ainda que abrandadas, mas nunca passará impune. Outros aspectos que ilustram os danos que o pecado traz à vida do ser humano são: a quebra das tábuas da lei (32.19), ilustrando que a prática do pecado viola o pacto com Deus; o beber a água com o pó do ouro com o qual o bezerro foi fabricado (32.20), como símbolo de que o pecado é pessoal e traz sempre o peso da culpa; a morte dos idólatras (32.25-29), mostrando que o pecado trará sempre sua condenação; e a retirada da tenda para fora do arraial (33.7), mostrando o distanciamento da presença de Deus da vida do pecador. Embora o pecado e suas conseqüências na vida do homem possam ser gravíssimos, este texto nos fala também que temos um Deus extraordinariamente misericordioso. Ele, apesar da severidade com a qual tratou do evento do bezerro de ouro (pois é Deus zeloso 34.14), é Aquele que, pela honra do seu nome, se apieda do pecador não se ausentando definitivamente de nossas vidas mesmo quando nós pecamos (33.2,3; 14), não deixando de manifestar sua graça (33.14-23), e nem omitindo a ação de seu poder (34.10). No texto, a mais evidente declaração acerca do caráter gracioso e misericordioso de Deus está nas expressões de Moisés acerca do Senhor ao ver a sua glória (34.6,7) mas não podemos deixar de notar que sua justiça também faz parte do seu caráter (v 7). A renovação da aliança (34.10-28) reafirmando as disposições de Deus e os deveres do povo exemplificam essa misericórdia graciosa. O modo como esse texto é encerrado apresenta, por meio de um contraste interessantíssimo, uma lição preciosa. O que começou como um desvio idolatra e pecaminoso que trouxe sérios prejuízos ao povo, termina com a glória de Deus refletida no rosto daquele que se entrega a Sua presença. Isso nos ensina que a glória de Deus sempre se refletirá nas vidas daqueles que o buscam, e que a formosura de caráter e a força espiritual vêm da comunhão íntima com Deus 8. Com a aplicação da misericórdia divina e a renovação da aliança, Israel poderia continuar sua histórica jornada rumo à terra prometida. A continuação dessa história será observada nas próximas leituras. Até lá! CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE: Idolatria 8 Paul Hoff. O Pentateuco, pág 139.

Pecado Justiça Misericórdia Renovação PARA PENSAR - Que paralelos há entre as atitudes do povo no episódio do bezerro de ouro com as atitudes e os desejos humanos em nossos dias? - Que indício pode ser percebido em 32.7 de que o pecado afeta a aliança com Deus? - Que lições quis Deus ensinar ao povo por meio da glória que irradiava do rosto de Moisés? Que o Deus de toda graça exerça, cada vez mais, sua misericórdia em nossas vidas.

ROTEIRO PARA LEITURA BÍBLICA (14ª SEMANA) (Êxodo 35-40) Graça e paz, irmãos! Em nossa 14ª leitura finalizaremos o livro de Êxodo. Nesses capítulos vemos registrada a confecção de todo o material para a construção do Tabernáculo. Embora esse texto possa parecer meio entediante, é, na verdade, cheio de princípios que podem ajudar-nos na construção de nosso próprio tabernáculo nossas vidas como morada de Deus. Vamos observar algumas idéias extraídas desse trecho da palavra do Senhor: Um dos ensinos desse trecho diz respeito ao fato de que Deus sempre dá a seu povo a oportunidade de participar da realização de Seus projetos. Não fomos criados e chamados por Deus para sermos simples religiosos ou adoradores, mas também agentes na realização de Sua história. Poder participar do que Deus está realizando é graça indescritível para a vida do salvo. Não somos meros fantoches nas mãos de Deus, mas também agentes da história. Nossa participação deve ser feita na alegria da aliança com o Senhor; aliança inquebrável, por sua graça. Essa realidade deve motivar nossos corações de modo que possamos trabalhar com voluntariedade, dedicação, obediência e compromisso. Podemos colaborar com a obra do Senhor com nossos bens (35.20-29), nossas habilidades tanto materiais quanto espirituais (35.30-36.1), nossas capacidades intelectuais (veja o modo engenhoso como a tenda e seus objetos foram produzidos), e nosso tempo (a confecção do tabernáculo e seus objetos levou tempo para ser concluída 40.17). Outra lição interessante que esse texto nos traz é que tudo deve se realizado conforme o Senhor determinar. Deus conta com nossas habilidades, inteligência e criatividade, mas não com nossas invencionices. É Deus quem determina o modo como suas cousas devem ser feitas e como ele mesmo deve ser adorado. A obediência com a qual os filhos de Israel realizaram a obra é também muito significativa. Vemos freqüentemente as seguintes palavras ao longo do texto: E tudo fizeram (ou fez) conforme o SENHOR lhes (ou lhe) havia ordenado.

Toda obediência, dedicação e compromisso, além da voluntariedade, com as quais realizamos a obra do Senhor é reconhecida e recompensada: a glória do Senhor encheu o tabernáculo (40.34). Quando trabalhamos para Deus encontramos dupla realização: na participação em si, e na aprovação de Deus. Há recompensas maiores que essas? Assim termina o livro de Êxodo, com o registro da aprovação de Deus sobre o que o povo fez. Haveria outras coisas a ocorrer nesse período no qual o povo de Israel permaneceria ao pés do monte Sinai. Essa história continuará no livro de Levítico, cuja leitura iniciaremos na próxima semana. Que Deus nos abençoe! CONCEITOS E PALAVRAS-CHAVE: Dedicação Obediência Consagração Aprovação PARA PENSAR Traçando um paralelo com a participação do povo na construção do tabernáculo, como você acha que pode trabalhar sua própria vida em consagração a Deus? Que o Santo Deus, por seu Espírito, faça em nós verdadeira habitação.