II PARTIDA DE REATOR EM BATELADAS SEQUENCIAIS NITRIFICANTE COM CONDIÇÕES ATÍPICAS DA ÁGUA RESIDUÁRIA

Documentos relacionados
Avaliação do Potencial e da Capacidade de Desnitrificação em Sistema Pós-D de Tratamento de Esgoto

SELEÇÃO E CULTIVO DE LODO NITRIFICANTE EM ETAR

II CARACTERIZAÇÃO DAS BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS DE SISTEMAS DE LODO ATIVADO, GERADAS A PARTIR DE ESGOTO BRUTO E ESGOTO DIGERIDO

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

4. Cinética Aplicada a Lodos Ativados

EFICIÊNCIA NA ADERÊNCIA DOS ORGANISMOS DECOMPOSITORES, EMPREGANDO-SE DIFERENTES MEIOS SUPORTES PLÁSTICOS PARA REMOÇÃO DOS POLUENTES

UFSM/Engenharia Química 5. USC/Dept. Chemical Engineering/School of Engineering

OCORRÊNCIA DO PROCESSO DE NITRIFICAÇÃO EM BIOFILTRO AERADO SUBMERSO UTILIZANDO COMO MEIO SUPORTE UM MATERIAL NÃO CONVENCIONAL

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: Pós-Tratamento, Reatores Anaeróbios, Lodos Ativados, Coeficientes Cinéticos.

EMPREGO DO BALANÇO DE MASSA NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE DIGESTÃO ANAERÓBIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

II DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS CINÉTICOS DE SISTEMA DE LODO ATIVADO EMPREGADO NO PÓS-TRATAMENTO DE REATORES UASB COM O USO DA RESPIROMETRIA

II-293 EFICIÊNCIA DE REATOR SEQÜENCIAL EM BATELADA (RSB) NA REMOÇÃO DE NITROGÊNIO NO TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO COM DQO BAIXA

Minimização de Custos com Aeração em Sistemas de Lodo Ativado

ESGOTAMENTO SANITÁRIO AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE DQO EM SISTEMA ANAERÓBIO-AERÓBIO, NO TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO.

II EFICIÊNCIA NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE FÁBRICA DE PAPEL POR LAGOAS E RESERVATÓRIO DE ESTABILIZAÇÃO

AVALIAÇÃO DA ETE NATAL CENTRAL NA REMOÇÃO DE NITROGÊNIO

Avaliação do Processo de Biodesfosfatação em Reatores de Bateladas Sequenciais (RBS)

II-019 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS SISTEMAS DE PÓS- TRATAMENTO PARA REATORES UASB EM ESCALA REAL

II INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS NA TRANSFERÊNCIA DE OXIGÊNIO EM REATORES DE LODO ATIVADO

Estudo da Taxa de Consumo de Oxigênio em Sistemas de Lodos Ativados relacionado à Concentração de Sólidos Suspensos

TRATAMENTOS BIOLÓGICOS TRATAMENTOS BIOLÓGICOS ! CONHECIMENTO CIENTÍFICO CONSULTORIA ! FATORES ESTRUTURAIS ! FATORES ECONÔMICOS

MODELAÇÃO DO PROCESSO DE LAMAS ACTIVADAS Obtenção de dados

II OZONIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DOMICILIARES APÓS TRATAMENTO ANAERÓBIO - ESTUDO PRELIMINAR

GRANULAÇÃO DE LODO AERÓBIO TRATANDO ESGOTO COM BAIXA CARGA ORGÂNICA

OTIMIZAÇÃO DO TRATAMENTO DE EFLUENTES EM INDÚSTRIAS DE TRIPARIA, BASEADO NO REATOR SEQÜENCIAL EM BATELADA (SBR)

II PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DE REATOR ANAERÓBIO EM SISTEMA COMBINADO CONSTITUÍDO DE OZONIZAÇÃO E FILTRO- BIOLÓGICO AERÓBIO SUBMERSO

II AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM FILTRO ANAERÓBIO COM RECHEIO DE BAMBU, EM ESCALA REAL, UTILIZADO COMO PÓS- TRATAMENTO DE REATOR UASB

1º Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente. Bento Gonçalves RS, Brasil, 29 a 31 de Outubro de 2008

II ESTUDO DA DESNITRIFICAÇÃO EM REATOR COMPARTIMENTADO PARA TRATAMENTO DE ESGOTO PROVENIENTE DE INDÚSTRIA DE TINTAS E VERNIZES

Ruiter Lima Morais 1 Yara Vanessa Portuguez Fonseca¹ RESUMO

I USO DA RESPIROMETRIA PARA A DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA CINÉTICA DE NITRIFICAÇÃO

III ESTUDO DO STRIPPING DE AMÔNIA EM LÍQUIDO PERCOLADO

IV QUEIROZ BRASIL 1 REMOÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO VIA NITRITO UTILIZANDO FENOL COMO FONTE DE CARBONO.

DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE SAIS NA CONSTANTE DE TRANSFERÊNCIA DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO EM SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA RESIDUÁRIA

PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE PRÉ-TRATADO ANAEROBIAMENTE ATRAVÉS DE REATOR SEQÜENCIAL EM BATELADA

PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DE REATOR UASB EM ESCALA REAL

EFICIÊNCIA DO REATOR SEQÜENCIAL EM BATELADA (RSB) NA

REMOÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO E FÓSFORO UTILIZANDO REATOR EM BATELADA SEQÜENCIAL COM ENCHIMENTO ESCALONADO

23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

FÓRUM TÉCNICO. PALESTRA TRATAMENTO DE CHORUME DE ATERRO SANITÁRIO Processo Físico químico e biológico

Determinação do melhor TDH em reator UASB

III AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BIOESTABILIZAÇÃO ANAERÓBIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

TRATAMENTO DE EFLUENTE DOMÉSTICO DE LODOS ATIVADOS POR MEMBRANA DE ULTRAFILTRAÇÃO

DIMENSIONAMENTO DE LAGOAS AERADAS SEGUIDAS DE LAGOAS DE SEDIMENTAÇÃO

INFLUÊNCIA DO ph NO TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO POR PROCESSO DE STRIPPING DE AMÔNIA.

AVALIAÇÃO DA SEDIMENTABILIDADE DA BIOMASSA EM DIFERENTES SISTEMAS DE TRATAMENTO 1

II-058 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO REATOR UASB NA DESNITRIFICAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DOMÉSTICAS.

13 Sistemas de lodos ativados

Recuperação de fósforo de efluentes através da precipitação de estruvita MAP

REMOÇÃO DE NUTRIENTES EM SISTEMAS DE LODO ATIVADO RECEBENDO ESGOTO PRÉ-TRATADO EM REATOR UASB

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA DO ESGOTO

WORKSHOP SÃO JOSÉ DOS CAMPOS MESA REDONDA O DESAFIO DO TRATAMENTO DE EFLUENTES LIQUIDOS

II-051 INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO CÍCLICA DE CARGA HIDRÁULICA NO COMPORTAMENTO DO REATOR UASB

INFLUÊNCIA DA CARGA ORGÂNICA NO DESEMPENHO DE REATORES DE LEITO MÓVEL COM BIOFILME PREENCHIDOS COM DIFERENTES MATERIAIS SUPORTE

MONITORAMENTO DA ATIVIDADE BACTERIANA DE UM SISTEMA

UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS NA DEGRADAÇÃO AERÓBIA DE DESPEJO DE ABATEDOURO DE AVES

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS (LOB1225) G Aula 12 Tratamento secundário de esgotos Lagoas aeradas

Saneamento Ambiental I. Aulas 24 Tratamento de Esgotos parte I

Remoção de Nitrogênio Nitrificação Desnitrificação

XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

(*) Rua José Porciúncula, 101, Farol, Maceió, Al, Brasil- Tel/Fax: +55 (82) ou

BIOFILTRO AERADO SUBMERSO UTILIZADO PARA REDUÇÃO DE ODORES DE EFLUENTES DE TRATAMENTO ANAERÓBIO DE CURTUME

II AVALIAÇÃO DA PREDOMINÂNCIA DE ORGANISMOS BIODESFOSFATADORES (PAO) E PRODUÇÃO DE POLIHIDROXIALCANOATOS EM SISTEMAS DE LODO ATIVADO

Poluição Ambiental Matéria Orgânica e Carga Poluidora. Prof. Dr. Antonio Donizetti G. de Souza UNIFAL-MG Campus Poços de Caldas

ESTUDO DO DESEMPENHO DE UM REATOR AERÓBIO OPERANDO EM BATELADAS SEQUENCIAIS NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDÚSTRIA DE REFRIGERANTES

II DESEMPENHO DE SISTEMA DE LODO ATIVADO DE LODO ÚNICO UTILIZADO PARA TRATAMENTO DE ÁGUA RESIDUÁRIA SINTÉTICA DE COQUERA

DESNITRIFICAÇÃO EM SISTEMAS DE LODO ATIVADO ELIVÂNIA VASCONCELOS MORAES DOS SANTOS

PRODUÇÃO DE LODO EM UM REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE E MANTA DE LODO. Oliva Barijan Francisco Paulo, Roberto Feijó de Figueiredo*

NITRIFICAÇÃO EM SISTEMAS DE LODO ATIVADO HERALDO ANTUNES SILVA FILHO

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

Química das Águas - parte 3b

RODRIGO DE FREITAS BUENO NITRIFICAÇÃO E DESNITRIFICAÇÃO SIMULTÂNEA EM REATOR COM BIOMASSA EM SUSPENSÃO E FLUXO CONTÍNUO DE ESGOTO SÃO PAULO

Química Ambiental Aula 5 Química das águas Parte 3b Antonio Pedro Guimarães Departamento de Química

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

II DETERMINAÇÃO DAS CARGAS DE NUTRIENTES LANÇADAS NO RIO SALGADO, NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, REGIÃO DO CARIRI-CEARÁ

II-167 INFLUÊNCIA DA ALCALINIDADE NA PRECIPITAÇÃO DE FLUORETOS COM CÁLCIO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS PROVENIENTES DA FOSCAÇÃO DE VIDRO.

I LODO ATIVADO SEQUENCIAL PARA TRATAMENTO DE DESPEJOS DE INDÚSTRIAS DE REFRIGERANTES

DESEMPENHO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PELO PROCESSO DE LODOS ATIVADOS OPERANDO POR BATELADA

II COMPARAÇÃO DO EFEITO DA TOXICIDADE EM EFLUENTES COM O USO DE DESINFETANTES: HIPOCLORITO X FERRATO DE SÓDIO.

23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO DIGESTOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE (UASB) NO SISTEMA ANAERÓBIO / AERÓBIO

SAMARA CAROLINA ALMEIDA DE OLIVEIRA

II PROGRESSÃO DE CARGA EM UM REATOR DE BANCADA COM ATIVIDADE ANAMMOX

REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA E OXIDAÇÃO DO NITROGÊNIO AMONIACAL PRESENTE EM ESGOTO SANITÁRIO POR SISTEMA COMBINADO UASB E BIOFILTRO AERADO SUBMERSO

Introdução. A aplicação de processos para o controle de efluentes historicamente

MODELOS DE BIOCONVERSÃO ANAERÓBIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS INOCULADOS COM LODO DE ESGOTO SANITÁRIO

Otimização da modelação de remoção de nitrogênio em sistemas de lodo ativado

Sumário. Apresentação... VII Abreviaturas... IX

LIXIVIADOS DE ATERROS SANITÁRIOS

GABARITO PROVA DE QUALIDADE DA ÁGUA E DO AR SELEÇÃO PPGRHS

USO DA RESPIROMETRIA PARA AVALIAR A INFLUÊNCIA DE FATORES OPERACIONAIS E AMBIENTAIS SOBRE A CINÉTICA DE NITRIFICAÇÃO YANNA MAIA DERKS

ANÁLISE RESPIROMÉTRICA NA AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA DESNITRIFICAÇÃO NA SEDIMENTABILIDADE DE LODO DE ETE

III ESTUDO DO PROCESSO DE STRIPPING DE NITROGÊNIO AMONIACAL EM LIXIVIADOS DE ATERROS SANITÁRIOS

II DESCOLORIZAÇÃO DE EFLUENTE DE INDÚSTRIA TÊXTIL UTILIZANDO COAGULANTE NATURAL (MORINGA OLEIFERA E QUITOSANA)

REMOÇÃO DE NITROGÊNIO DE EFLUENTE DE FRIGORÍFICO DE AVES SOB DIFERENTES NÍVEIS DE NITROGÊNIO AMONIACAL

Processos Biológicos para a Remoção de Poluentes

Transcrição:

II337 PARTIDA DE REATOR EM BATELADAS SEQUENCIAIS NITRIFICANTE COM CONDIÇÕES ATÍPICAS DA ÁGUA RESIDUÁRIA Mariane Gomes Temoteo (1) Discente do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental IFCE. Bolsista PIBIT de Iniciação Científica do IFCE, Campus Limoeiro do Norte. Valcicleide Maia dos Santos Discente do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental IFCE. Bolsista PIBIT de Iniciação Científica do IFCE, Campus Limoeiro do Norte. Heraldo Antunes Silva Filho Doutor em Engenharia Ambiental UEPB. Professor efetivo do IFCE, Campus Limoeiro do Norte. Jarbas Rodrigues Chaves Mestre em Tecnologia e Gestão Ambiental IFCE. Técnico de Laboratório do IFCE, Campus Limoeiro do Norte. Endereço (1) : Rua Estevão Remígio, 1145 Limoeiro do Norte CE CEP: 62930000 Brasil Tel: (88) 34476413 email: mariane_gomes31@hotmail.com RESUMO A nitrificação é um processo que deve ser previsto em estações de tratamento de efluentes que utilizam sistema de lodo ativado, pois demanda uma ordem de 50% de oxigênio e demanda de alcalinidade devido as reações de oxidação do material nitrogenado, acarretando uma redução no ph, podendo causar problemas nas ETE s que utilizam sistema de lodo ativado ou qualquer outro tipo de sistema que possa acontecer a nitrificação. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento do processo de nitrificação completa utilizando um reator em bateladas sequenciais em sistema de lodo ativado, tendo como substrato um afluente com características atípicas para o crescimento de bactérias nitrificantes. A utilização de um RBS é devido a sua flexibilidade operacional deste tipo de configuração. Para estabelecimento da nitrificação o sistema passou por seis fases de operação, ambas as fases passaram por ajustes operacionais com vista a estabelecer condições para esse processo. A matriz de alimentação do sistema era proveniente de um tanque de equalização que recebia contribuições dos banheiros e cozinha industrial de uma instituição de ensino, a matriz de alimentação, na última fase operacional passou por um ajuste nas concentrações de amônia, alcalinidade e matéria orgânica para melhorar as condições de crescimento e permeância das bactérias nitrificantes no sistema. Apenas na última fase de operação do que pôdese constatar o processo de nitrificação convencional. Nesta 6ª fase o ph foi monitorado em seus distintos períodos (esgoto bruto, esgoto ajustado, aeração, pré e pósd e saída), as médias do efluente do sistema mantevese em 8,0. Através das análises de monitoramento do sistema verificouse um efluente nitrificado com concentrações médias de amônia abaixo de 2 mg/l, nitrito 5,14 mg/l e nitrato 21,0 mg/l. É possível cultivar bactérias nitrificantes no reator em bateladas sequenciais, porém, fazse necessário um delicadíssimo monitoramento, principalmente com o ph. PALAVRASCHAVE: Nitrificação, Lodo Ativado, Atípica, RBS. INTRODUÇÃO A nitrificação convencional é de grande importância para a remoção de nitrogênio em águas residuárias municipais, processo comumente no processo para remoção de nutrientes empregado e quase inevitável nas estações de tratamento de efluente por sistemas de lodo ativado. Segundo EKAMA, (2015) a nitrificação é mediada por dois grupos de organismos nitrificantes autotróficos, o primeiro genericamente chamado de bactérias oxidantes de amônia (BOA), que utiliza amônia como doador de elétrons e o oxigênio como receptor de elétrons e produz nitrito, e o segundo, geralmente as bactérias oxidantes de nitrito (BON), utilizam nitrito como doador de elétrons e o oxigênio como receptor de elétrons e produz nitrato. 1

A nitrificação e especialmente a oxidação de amônia (nitritação) é um processo sensível a fatores inibitórios, porque o número de diferentes microrganismos que desempenham esta função é limitado, estas espécies têm baixos rendimentos de crescimento e são sensíveis a parâmetros ambientais variáveis como temperatura ou ph. Em termos de estequiometria a nitrificação tem dois aspectos importantes: (1) provoca uma demanda de oxigênio que é da ordem de 50 % da demanda que existe para a oxidação do material orgânico em sistemas de tratamento e (2) a nitrificação que causa o consumo de alcalinidade e pode haver necessidade de adição de alcalinizante (geralmente cal) para manter o ph estável e na faixa neutra (ABREU, 2000). A equação abaixo apresenta a estequiometria da nitrificação convencional, descrita por SANT ANNA JR, (2010). NH 3 + 1,5 O 2 NO 2 + H 2O + H + NO 2 + 0,5 O 2 NO 3 Equação (1) Quanto ao consumo de alcalinidade pela nitrificação, este poderá causar uma redução do ph do licor misto. A magnitude da redução depende da capacidade de tamponamento da água residuária e da concentração de amônia oxidada (VAN HAANDEL; MARAIS, 1999). As duas etapas que compõe a nitrificação geram H +, consumindo assim a alcalinidade na proporção de 7,14 mgcaco 3/mgNNH 4, de forma que pode levar a uma diminuição do ph para valores que limitam a nitrificação (ph < 5,5). A alcalinidade pode ser fornecida por fontes externas, ou ser retirada da combinação da nitrificação com outros processos biológicos, como a amonificação e a desnitrificação, os quais fornecem alcalinidade ao meio. De toda forma, a compensação com outros processos é insuficiente visto que o acréscimo é em torno de 20% do consumo, caso busquese nitrificação completa em esgotos domésticos (VAN HAANDEL; MARAIS, 1999). Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento do processo de nitrificação completa em sistema de lodo ativado, tendo como substrato um afluente com características atípicas para o crescimento de bactérias nitrificantes. A opção por sistema em batelada é devida à flexibilidade operacional desse tipo de sistema. MATERIAIS E MÉTODOS Para estabelecimento da nitrificação convencional foi utilizado um reator em batelada sequencial (RBS) no qual foi alimentado com a água residuária. Dada à atipicidade do afluente, com elevada carga nitrogenada e baixa alcalinidade, foram necessárias adaptações operacionais ao longo da pesquisa com vistas a estabelecer o processo da nitrificação. Cada adaptação operacional aplicada foi nominada de fases de operação, constituindo seis fases. Esgoto sintético O esgoto utilizado na pesquisa é proveniente de um tanque de equalização originado dos banheiros e cozinha industrial de uma instituição de ensino, com população flutuante em torno de 1000 hab. Foi avaliado a concentração de matéria orgânica (DQO), amônia, e o ph para que fosse possível adaptálo, dando condições para o crescimento das bactérias nitrificantes no sistema. Foi utilizado acetado de sódio como fonte de carbono orgânico e carbonato de sódio (Na 2CO 3) para aumento da alcalinidade do esgoto bruto. Primeira fase Foi construído um RBS com volume útil de 2 litros, composto por um aerador interligado a duas mangueiras com pedras porosas que promoviam a difusão de ar no sistema, mantendo um oxigênio dissolvido na faixa de 6 mg/l no reator. O sistema apresentava fases operacionais de: enchimento, aeração/reação, sedimentação e descarte (Figura 1) compreendendo ciclos de 8 e 16 horas, com períodos de 7h30min e 15h30min de aeração/reação, respectivamente. 2

Segunda fase Figura 1. Fases operacionais Esta fase se caracterizou pela mudança da troca volumétrica do reator. Logo, o reator passou a operar com 4 litros no sistema seguindose os mesmos ciclos da primeira fase, sendo que o volume de descarte e alimentação foi estabelecido em 2 litros. Terceira fase Com 60 dias de operação do reator após a nova troca volumétrica, automatizouse as operações de alimentação e descarte do reator. Foram utilizados temporizadores para controlar a sequência dos processos de acordo com os ciclos estabelecidos nas fases anteriores. A alimentação e descarte necessitaram da utilização de bombas, como presentado na Figura 2. Quarta fase Figura 2. Reator em bateladas sequenciais com todas as fases automatizadas. Devido a constatação da interferência do ph baixo no efluente, por conta do elevado período de aeração/reação da etapa anterior, notouse a necessidade de realizar mudança no ciclo operacional e na estrutura do sistema, para que fosse sanado o problema com a queda do ph. Então introduziu duas novas fases ao sistema: o período prédesnitrificante e pósdesnitrificante. Com a adição dessas duas novas fases, fezse necessário um sistema de mistura que foi obtido com um misturador mecânico acoplado ao esquema anterior, também automatizado, conforme apresentado na Figura 3. O sistema agora possuía três ciclos com 8 horas de operação sendo a seguinte configuração: 30 minutos de alimentação, 50 minutos de período prédesnitrificante, 300 minutos de aeração/reação, 60 minutos de período pósdesnitrificante, 30 minutos de sedimentação e 2 de minutos para descarte. Salientase que a incrementação dos períodos pós e pré Desnitrificantes tem a função de restabelecer o ph do meio, através da mistura que ocorrerá no reator, promovendo a desnitrificação que recupera metade da alcalinidade consumida durante a nitrificação. 3

Quinta fase Figura 3. Reator em bateladas sequenciais com adição do período de mistura. Alterouse a quantidade de ciclos diminuindo o período de aeração/reação e aumentouse o tempo de mistura nas fases préd e pósd. Essa mudança de ciclo ocorreu após 60 dias de operação do ciclo anterior, com os seguintes tempos de operação: 30 minutos enchimento, 90 minutos prédesnitrificante, 120 minutos aeração/reação, 90 minutos pósdesnitrificante, 25 minutos sedimentação e 2 minutos o descarte do efluente (Figura 4). Sexta fase Figura 4. Fases operacionais. Caracterizase pela correção do ph afluente e diluição da amônia, tendo como justificativa a variação e a concentração elevada da carga nitrogenada no afluente, esta fase contém o mesmo ciclo da etapa anterior. A Tabela 1 a seguir apresenta as características operacionais das fases descritas anteriormente. Tabela 1. Descrição das características do reator em bateladas sequenciais. PÉRIODOS 1ªFASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE 5ª FASE 6ª FASE Enchimento 2 mim 2 mim 2 mim 30 min 30 min 30 min Anóxico PréD 50 min 90 min 90 min Aeróbio 450 mim 450 mim 450 mim 300 min 120 min 120 min Anóxico PósD 60 min 90 min 90 min Sedimentação 20 mim 20 mim 20 mim 30 min 25 min 25 min Descarte 8 min 8 min 8 min 2 min 2 min 2 min Ciclos 3 3 3 3 4 4 Horas 8 horas 8 horas 8 horas 8 horas 6 horas 6 horas Duração (dias) 60 60 30 60 155 Atual (271) 4

Métodos analíticos Foram realizadas análises das variáveis de controle e monitoramento a fim de garantir as melhores condições para o cultivo e permanência das bactérias nitrificantes no sistema, conforme descrito no Quadro 1. Todos os parâmetros foram realizados conforme Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA (2012), exceto a análise de nitrato que foi realizada pelo método do salicilato (RODIER et al. 1975) Quadro 1. Parâmetros de monitoramento e controle do reator. Parâmetros de Monitoramento Variáveis Unidades Métodos Referência Alcalinidade mg/lcaco 3 Potencimétrico 2320 B APHA et al. (2012) Nitrito mg/l NNO 2 Colorimétrico 4500B APHA et al. (2012) Nitrato mg/l NNO 3 Salicilato Rodier et al. (1975) Amônia + mg/l NNH 4 Titulométrico 4500 C APHA et al. (2012) SST e frações gsvv/l Gravimétrico 2549 D APHA et al. (2012) Parâmetros de Controle ph Potenciométrico 4500H+ APHA et al. (2012) Temperatura C Infravermelho 2550 A APHA et al. (2012) Oxigênio dissolvido mg O 2/L Oximétrico 4500O A. APHA et al. (2012) Ensaios respirométricos Foi utilizado o respirômetro Beluga modelo S32c, desenvolvido no Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG Universidade Federal de Campina Grande (Catunda et al.,1996) do tipo aberto e aeração de forma semicontínua. O aparelho transmite os dados de leituras de temperatura ( C), taxa de consumo de oxigênio (TCO) (mg/l) /h e oxigênio dissolvido (OD) (mgo 2/L). O respirômetro realiza o cálculo da TCO através do método clássico. Para tal, é necessário realizar duas etapas de operação no reator, uma de aeração e outra de não aeração, e definir duas referências (inferior e superior) para concentração de OD. Na primeira etapa, o licor misto do reator do sistema em escala de bancada é aerado até que a concentração de OD atinja a referência superior. Nesse ponto, desligase a aeração, iniciandose a segunda etapa. Na segunda etapa, observase a diminuição do valor da concentração de OD com o tempo, até que esta atinja uma referência inferior. Ao fim da segunda etapa, a TCO é calculada utilizando os dados adquiridos da diminuição da concentração de OD, através de regressão linear (DERKS, 2007). Os testes respirométricos foram realizados para avaliar as reações das bactérias nitrificantes do lodo proveniente do reator ao fim da batelada, através da taxa de consumo de oxigênio (TCO) com a associação dos substratos sintético (cloreto de amônio, nitrito de sódio) como também mensurar a influência no metabolismo bacteriano de fatores ambientais. A Figura 5 apresenta o respirograma gerado pelo software, mostrando o comportamento das variáveis de OD e TCO que representam o metabolismo dos microrganismos envolvidos no processo de nitrificação. Observase na Figura 5 a TCO endógena do lodo que representa a medida mais baixa e constante do gráfico, referente a respiração endógena (quando o consumo de oxigênio se dá pela degradação de substrato presente na própria célula bacteriana) e após a adição dos substratos cloreto de amônio e nitrito de sódio que beneficia o crescimento das bactérias nitrificantes, houve resposta apresentando crescimento da TCO exógena, até o consumo total do substrato, que representa a respiração exógena (quando o consumo de oxigênio se dá pela degradação de substrato externo à célula bacteriana). 5

Figura 5. Respirograma com adição dos substratos para bactérias nitrificantes no licor misto do RBS. RESULTADOS Esgoto sintético Com base na caracterização do esgoto bruto, foi realizado um ajuste na matriz do esgoto, pois o mesmo apresentava variações nas suas concentrações de matéria orgânica, alcalinidade e amônia. Foram ajustadas as concentrações de matéria orgânica necessária para desnitrificação do sistema e para crescimentos de bactérias heterotróficas que compõe o lodo para dar suporte às bactérias nitrificantes e a diluição da amônia que está juntamente relacionada com a alcalinidade. De acordo com SANT ANNA JR (2010), cerca de 7,4 kg de alcalinidade (CaCO 3) são consumidas por kg de amônia oxidada. Na Tabela 2, apresentase os resultados das concentrações do esgoto bruto e do esgoto ajustado. Variáveis Tabela 2. Concentrações de esgoto bruto e ajustado Número de determinações Desvio padrão Coeficiente de variação Unidade Bruto Ajustado DQO 56 101,23 0,43 mg/l 236,59 300,0* Alcalinidade 41 110,90 0,24 mg/l 465,93 470,00 Amônia 63 24,99 0,26 mg/l 95,31 60,0* Os resultados dos parâmetros analisados no reator em bateladas sequenciais, as condições operacionais e a composição do esgoto afluente e efluente estão apresentadas na Tabela 3. Os resultados de ph e das frações de nitrogênio foram avaliados separadamente, pois são os parâmetros cruciais na caracterização da nitrificação no reator. Não houve variações nos valores de temperatura mantendo em faixa ótima para o crescimento das bactérias nitrificantes (25 C30 C). O oxigênio dissolvido (OD) no período de aeração variou entre 1,0 e 3,99 mgod/l. A concentração de sólidos suspensos voláteis (SSV) no licor misto ficou entre 0,75 e 3,56 g/l. 6

Tabela 3. Condições operacionais e a composição do esgoto afluente e efluente. CONDIÇÕES OPERACIONAIS CARACTERIZAÇÃO DO AFLUENTE E EFLUENTE Parâmetro Valor Parâmetro Afluente Reator Efluente Temperatura ( c) 27,7 NH 4 + (mg/l) 60,0 2,0 Oxigênio dissolvido (mg/l) 1,03,99 NO 2 0,05 5,14 TDH (horas) 6,0 NO3 (mg/l) 0,14 21,0 Troca volumétrica 50% Alc (mg/l) 470,0 220,39 ph 9,0 8,0 SSV (g/l) 1,2862 0,113 Um dos maiores inibidores do processo de nitrificação no sistema foi o ph, nesta 6ª fase o mesmo foi monitorado no sistema em seus distinto períodos: esgoto bruto, esgoto ajustado, aeração, pré e pós desnitrificação e saída. Através da Figura 7 podese inferir a queda abrupta no ph no momento da aeração, onde o ph de entrada (ajustado) se encontra em média 9,0 caindo para 8,1, porém, não prejudicando o sistema pois a nitrificação se estabelece em um ph próximo a neutralidade entre 7,5 e 8,5. Inferese que sem o ajuste do ph afluente, no período de aeração no sistema o ph poderia ficar abaixo da faixa recomendada para a nitrificação, pois o consumo de alcalinidade pode superar a capacidade tampão do meio e assim reduzi consideravelmente o valor do ph. De acordo com FERREIRA, (2000) a taxa de nitrificação pode cair significativamente se o ph é reduzido abaixo da zona neutra, e que para uma ótima performance o melhor é manter o ph na faixa de 6,5 a 8,0. A figura 6 apresenta a influência do ph na taxa de nitrificação. Figura 6. Influência do ph na Taxa de Nitrificação, adaptado Ferreira (2000). 7

Figura 7. Média dos valores de ph nos distintos períodos do sistema. As Figuras 8, 9 e 10 apresentam as concentrações de entrada e saída do reator das frações de nitrogênio amônia (NNH 4+ ), nitrito (NNO 2 ) e nitrato (NNO 3 ) onde é possível constatar o processo de nitrificação convencional, pois a entrada de amônia é em média 60 mg/l sendo convertida em nitrito e posteriormente a nitrato, onde no efluente apresentou concentrações médias de 21 mg/l de nitrato. Podese perceber a relação do nitrito e nitrato, pois quando a um efluente com elevada concentração de nitrito as concentrações de nitratos são baixas, e quando a uma elevada concentração de nitrato no efluente as concentrações de nitritos são baixas, podese comparar este comportamento através das análises dos gráficos (Figura 9 e 10) inferindo a instabilidade da nitrificação no sistema. Figura 8. Concentração da amônia afluente e efluente. Analisando as concentrações de nitrogênio amoniacal, estas ficaram em média 60,0 mg/l variando de no máximo 78,77 mg/l e mínimo 39,57 mg/l. O reator obteve uma nitritação estável, alcançando média de amônia abaixo de 2,0 mg/l. A eficiência de remoção de amônia apresentouse em média de 96,66%. 8

Figura 9. Concentração do nitrito afluente e efluente. Figura 10. Concentração de nitrato afluente e efluete. As médias de nitrato variam bastante no sistema, apresentandose em média 21,0 mg/l no efluente. As bácterias que oxidam nitrito encontramse em menor proporção na comunidade de bácterias nitrificantes, as memas também são mais sensiveis as condições ambientais, fator este que pode ter causado a instalibilade da nitratação no sistema. CONCLUSÕES A nitrificação convencional começou a se estabelecer no sistema após 48 dias de operação na 6ª fase. Provando que os ajustes nas fases operacionais do reator foram necessários, pois apenas na última verificou um efluente com nitrato. O maior problema no sistema foi a queda do ph, caindo bruscamente no período de aeração, e consequentemente provocando o decaimento das bactérias no sistema. O controle do ph é indispensável para uma boa operação de sistemas, principalmente quando se quer cultivar bactérias nitrificantes que são bastantes sensíveis a ph fora da faixa aceitável, levando em consideração que as mesmas levam de 15 a 20 dias para crescerem após morrem por condições desfavoráveis de ph. É possível cultivar bactérias nitrificantes no reator em bateladas sequenciais, só que com um delicadíssimo monitoramento, principalmente com o ph. É possível estabelecer a nitrificação completa mesmo utilizando um afluente com as características inadequadas para esse processo. 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ABREU, Aloysio Ferraz de et al. Uso da respirometria para determinação experimental da cinética de nitrificação. Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, ed. XXVII. 2. APHA; AWWA; WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Washington, DC, 22th ed. 2012 3. DERKS, Y. M. Uso da respirometria para avaliar a influência de fatores operacionais e ambientais sobre a cinética de nitrificação. 2007. 100 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2007. 4. EKAMA, G. A. Recent developments in biological nutrient removal. v. 41, n. 4, p. 515 524, 2015. 5. FERREIRA, E. S. Cinética química e fundamentos dos processos de nitrificação e denitrificação biológica. In: Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, 27, 2000, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: UFRGS, 2000. p.125. 6. SANT ANNA, G. L. Jr. Tratamento biológico de efluentes: fundamentos e aplicações. Ed. Interciência. 1 ed. Rio de Janeiro 2010. 7. RODIER, J. Análisis de las aguas. Editora Omega, Barcelona, 1981,1057 p. 8. SANTOS, Silvânia Lucas dos. Estudo comparativo dos métodos contínuo e semicontínuo de determinação da taxa de consumo de oxigênio. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais.2013. 9. VAN HAANDEL, A. C., MARAIS, G. v. R. (1999). O Comportamento do Sistema de Lodo Ativado: Teoria e Aplicações para Projetos e Operações. Campina Grande: epgraf, 472 p. 10