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Transcrição:

O lançamento de pára-quedistas é, actualmente, uma actividade desempenhada com alguma regularidade por associações sem fins lucrativos, nomeadamente aeroclubes ou clubes de paraquedismo, cuja principal actividade é geralmente a prática recreativa e a divulgação da modalidade. Inicialmente tais associações restringiam-se à actividade praticada apenas pelos seus próprios associados, tendo evoluído para uma abertura ao público em geral, por forma a suscitar o interesse e a divulgar a modalidade. Por outro lado, o acesso às actividades de paraquedismo (por exemplo, baptismos e aprendizagem) é, não raras vezes, efectuado contra o pagamento prévio de uma quantia fixada por tais associações. Actualmente, constitui uma lacuna existente na ordem jurídica interna a ausência de legislação específica relativa à actividade de lançamento de pára-quedistas por associações sem fins lucrativos, que o fazem de harmonia com os seus Estatutos, e sem natureza comercial, sem visar o lucro, mas apenas e tão só visando cobrir os custos directos e a divulgação da actividade, de forma recreativa e não comercial. Tal actividade, nos termos em que é realizada, não encontra enquadramento no âmbito de aplicação do regime jurídico do trabalho aéreo, constante do Decreto-Lei n.º 172/93, de 11 de Maio, porquanto não existe o exercício de uma actividade com finalidade comercial. Ademais, a par da regulamentação da actividade em apreço, que o presente decreto-lei pretende concretizar, é igualmente necessário assegurar que as aeronaves utilizadas para o lançamento de pára-quedistas se encontram devidamente preparadas para a actividade, por forma a garantir a segurança dos respectivos praticantes, evitando ou minimizando a possibilidade de ocorrência de acidentes. Face ao exposto, impõe-se a obrigatoriedade das associações sem fins lucrativos obterem uma licença junto do INAC, I.P. para o exercício da actividade de lançamento de pára-quedistas, dando-se especial ênfase à verificação da elegibilidade da aeronave para a função, contribuindo-se desta forma para o reforço da segurança operacional. 1

Por outro lado, as associações em questão devem apresentar o relatório de contas aprovado, anualmente, ao INAC, I.P., por forma a comprovar que não desenvolvem a actividade com natureza comercial, visando o lucro, assim como, os proveitos que daí decorrem devem ser imputados à finalidade da respectiva associação, de harmonia com os seus Estatutos, por forma a evitar fenómenos de concorrência desleal com operadores de trabalho aéreo que desenvolvam a mesma actividade, sujeitos a um regime de licenciamento e certificação específico. Finalmente, tipificam-se os ilícitos de mera ordenação social estabelecidos em função da censurabilidade específica dos interesses a tutelar. Foram ouvidos os órgãos de Governo próprios das Regiões Autónomas. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1.º Objecto e âmbito de aplicação 1- O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico aplicável à actividade de lançamento de pára-quedistas por associações sem fins lucrativos. 2- O presente decreto-lei aplica-se às associações constituídas sem fins lucrativos, nomeadamente, aeroclubes ou clubes de paraquedismo. CAPITULO II Exercício da actividade Artigo 2.º 2

Licenciamento 1- O exercício da actividade de lançamento de pára-quedistas por associações sem fins lucrativos depende da titularidade de uma licença, a conceder pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, I.P. (INAC, I.P.), após comprovação dos requisitos técnicos e operacionais de segurança aplicáveis. 2- O modelo da licença a que se refere o número anterior é aprovado por regulamentação complementar do INAC, I.P. Artigo 3.º Regime de licenciamento 1- O requerimento relativo à concessão da licença mencionada no artigo anterior é apresentado no INAC, I.P., em modelo tipo disponibilizado para o efeito, devendo ser instruído com os seguintes documentos, que podem ser digitalizados e enviados electronicamente, devendo atestar as respectivas condições abaixo mencionadas: a) Estatutos da associação sem fins lucrativos; b) Evidência da elegibilidade da aeronave para efectuar lançamento de páraquedistas; c) Manual de operações de lançamento de pára-quedistas, para efeitos de aprovação pelo INAC, I.P. 2- Os requisitos relativos à elegibilidade da aeronave e o modelo de manual de operações de lançamento de pára-quedistas são aprovados em regulamentação complementar do INAC, I.P. 3- Existindo dúvidas sobre a autenticidade dos documentos apresentados em formato digital, o INAC, I. P., pode solicitar a apresentação dos originais. 4- O requerente deve dispor de uma ou mais aeronaves de que seja proprietário, ou em regime de locação, devidamente registadas em território nacional ou no estrangeiro. 5- A licença é válida pelo período de 1 ano, podendo ser renovada, a requerimento do respectivo titular, por igual período. 3

6- O requerimento mencionado no número anterior deve ser apresentado com 30 dias de antecedência da data de caducidade ou validade constante da licença. Artigo 4.º Substituição de aeronave A substituição das aeronaves constantes do processo de licenciamento, para o exercício da actividade de lançamento de pára-quedistas, carece de autorização prévia do INAC, I.P., bem como da verificação do cumprimento dos requisitos mencionados na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior. Artigo 5.º Formação Os requisitos de formação dos pilotos para o lançamento de pára-quedistas são definidos em regulamentação complementar do INAC, I.P. Artigo 6.º Pressupostos aplicáveis à apresentação de documentos No âmbito do procedimento de licenciamento previsto no artigo 3.º deve observar-se o seguinte: a) Os documentos cuja apresentação seja exigida no âmbito do procedimento de licenciamento, em regra, podem ser apresentados sob forma simples, sem prejuízo do INAC, I.P., nomeadamente em caso de dúvidas quanto à autenticidade dos mesmos, solicitar a apresentação dos originais ou a certificação dos mesmos; b) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior, os documentos devem ser apresentados em língua portuguesa ou inglesa, admitindo-se a apresentação em qualquer outra língua, desde que acompanhada da respectiva tradução certificada para português; 4

c) No âmbito do procedimento de licenciamento, aceitam-se os documentos emitidos noutros Estados-membros da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, que tenham uma finalidade equivalente ou que evidenciem a verificação do facto a comprovar. Artigo 7.º Prestação de contas e revogação da licença 1- O titular da licença envia ao INAC, I.P., até ao final do mês de Maio, o relatório de contas aprovado referente ao ano anterior, bem como um relatório de actividade, mencionando o número de horas voadas por aeronave, por forma a comprovar que os proveitos que advieram da actividade de lançamento de pára-quedistas foram imputados na prossecução da finalidade estatutária da associação, e não em actividades de natureza comercial. 2- O INAC, I.P., verificando existir indícios de que os proveitos a que se refere o número anterior foram imputados em actividades de natureza comercial, pode revogar a licença da associação respectiva. 3- A revogação mencionada no número anterior é precedida de audiência prévia escrita da associação, por um período mínimo de 10 dias úteis. 4- Após a notificação da revogação da licença, a associação deve proceder à devolução da mesma ao INAC, I.P., no prazo de 5 dias úteis. 5- Em sequência da revogação, caso a associação tenha interesse na concessão de uma nova licença, deve apresentar um novo requerimento, nos termos do artigo 3.º. 6- A licença mencionada no número anterior não pode ser requerida nos 12 meses seguintes à data em que a mesma foi revogada pelo INAC, I.P. Artigo 8.º Responsabilidade civil 5

1- Os titulares das licenças concedidas ao abrigo do presente diploma respondem civilmente, independentemente de culpa, pelos danos causados a pessoas a bordo, incluindo os tripulantes e o instrutor, e a terceiros à superfície, no decurso da actividade de lançamento de pára-quedistas. 2- Para garantia do disposto no n.º 1 é obrigatória a contratação de seguro de responsabilidade civil que possa resultar da respectiva actividade, nas condições estabelecidas no Regulamento (CE) n.º 785/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, alterado pelo Regulamento (CE) n.º 1137/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Outubro de 2008, e pelo Regulamento (UE) n.º 285/2010, da Comissão, de 6 de Abril de 2010, e no Decreto- Lei n.º 223/2005, de 27 de Dezembro. 3- Sem prejuízo de quaisquer outras disposições legais aplicáveis, a caducidade ou cessação da garantia referida no número anterior implica a suspensão automática da licença. 4- Ocorrendo a suspensão da licença nos termos do número anterior, o titular da mesma deve proceder à sua devolução ao INAC, I.P., no prazo de 5 dias úteis. 5- A licença que se encontre suspensa nos termos do n.º 4, readquire a sua eficácia logo que seja apresentado ao INAC, I.P. comprovativo do respectivo seguro de responsabilidade civil válido, sendo devolvida a licença ao titular da mesma. Artigo 9.º Restrições ao lançamento de objectos No âmbito do exercício da actividade de lançamento de pára-quedistas, é proibido o lançamento de qualquer objecto ou produto das aeronaves, excepto os alijamentos de carga em situação de emergência. CAPÍTULO III 6

Supervisão, fiscalização e regime sancionatório Artigo 10.º Fiscalização São competentes para a fiscalização da actividade abrangida pelo presente decreto-lei as seguintes entidades: a) INAC, I. P.; b) Directores de aeródromos; c) Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública e órgãos da autoridade marítima, quanto às infracções de que tomarem conhecimento. Artigo 11.º Colaboração com o INAC, I.P. As entidades mencionadas no artigo 1.º do presente decreto-lei devem facultar ao INAC, I.P. todos os elementos necessários ao exercício das suas competências de fiscalização, nos prazos determinados por aquele Instituto. Artigo 12.º Contra-ordenações 1- Para efeitos de aplicação do regime das contra-ordenações aeronáuticas civis, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 10/2004, de 9 de Janeiro, constituem contraordenações aeronáuticas civis muito graves: a) O exercício da actividade de lançamento de pára-quedistas por associações sem fins lucrativos sem licença, em violação do n.º 1 do artigo 2.º; b) O incumprimento do dever de contratação de um seguro de responsabilidade civil, em violação do n.º 2 do artigo 8.º. c) O lançamento de objectos ou produtos da aeronave, em violação do artigo 9.º; d) A prestação de informações erradas ou falsas ao INAC, I.P.; 7

e) O exercício da actividade com a licença suspensa; f) A violação do manual de operações de lançamento de pára-quedistas aprovado pelo INAC, I.P.; g) O exercício da actividade com recurso a aeronaves que não constem do processo de licenciamento; h) O exercício da actividade com recurso a aeronaves que tenham sofrido alterações posteriores ao processo de licenciamento, sem aprovação prévia. 2- Para efeitos de aplicação do regime das contra-ordenações aeronáuticas civis, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 10/2004, de 9 de Janeiro, constituem contraordenações aeronáuticas civis graves: a) O incumprimento do n.º 1 do artigo 7.º; b) O incumprimento do dever de devolução da licença ao INAC, I.P., em violação do n.º 4 do artigo 7.º e do n.º 4 do artigo 8.º; c) O incumprimento do artigo 11.º. 3- A punição por contra-ordenação pode ser publicitada, nos termos previstos no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 10/2004, de 9 de Janeiro. Artigo 13.º Processamento das contra-ordenações Compete ao INAC, I.P., nos termos do Decreto-Lei n.º 145/2007, de 27 de Abril, instaurar e instruir os processos de contra-ordenação relativos às infracções previstas no presente decreto-lei, bem como proceder à aplicação das respectivas coimas a que haja lugar. CAPÍTULO IV Disposições finais e transitórias Artigo 14.º 8

Taxas 1- Pela concessão, renovação ou alteração da licença são devidas taxas, nos termos previstos por portaria do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. 2- Até à publicação da portaria prevista no número anterior aplica-se a tabela de taxas em vigor para o exercício da actividade de trabalho aéreo. Artigo 15.º Disposição transitória As associações sem fins lucrativos que à data de entrada em vigor do presente decretolei exerçam a actividade de lançamento de pára-quedistas, devem requerer a obtenção da respectiva licença no prazo de um ano, a contar da data de entrada em vigor da regulamentação complementar prevista no presente diploma. Artigo 16.º Entrada em vigor O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação. 9