Voluntariado: Doação, renúncia e Missão Bárbara Santos Souza Fernanda Profício Gisele Walek
Bárbara Santos Souza Fernanda Profício Gisele Walek Voluntariado: Doação, renúncia e Missão SãoJosé dos Campos 2005
Ficha Técnica Projeto Gráfico: Gisele Walek Revisão: Aparecida Silva e Viviane Walek Texto: Bárbara Santos, Fernanda Profício e Gisele Walek Coordenação: Vânia Braz
Dedicatória Dedicamos a Deus, aos nossos pais e amigos. E a nossa orientadora Vânia Braz
As fotos deste ensaio estão levemente distorcidas. Esse é o diferencial. Queremos mostrar a visão que se tem de um presídio As autoras
Sumário / Centro de Detenção Provisória 1 Voluntariado 7
Centro de Detenção Provisória 1
Centro de Detenção ProvisóriaC 2 Desde sua inauguração em dezembro de 1994, pode se dizer que a história do Centro de Detenção do Putim em São José dos Campos / SP, está dividida em dois períodos distintos: O primeiro período foi quase todo dominado pelo caos. Inaugurado incompleto no final do governo Fleury, o presídio ficou fechado para reformas e no começo do governo Covas e reabriu com a promessa de ser a prova de fugas. O segundo período, marcou uma mudança na filosofia de administração da cadeia, gerada a partir da constatação, feita pelo próprio Estado, de que o caos havia tocado o fundo do poço. O que se fez foi colocar a segurança da unidade em primeiro lugar. Uma medida tão óbvia que espanta não ter sido tomada antes. Na semana 18 de março de 2003, a cadeia pública foi oficialmente transformada em Centro de Detenção Provisória (CDP) quando o governador Geraldo Alckmin assinou um decreto transferindo a responsabilidade do local para a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. O Estado providenciou reformas elétricas, hidráulicas e de pintura nas instalações. O cadeião na época possuia 863 presos e capacidade era para 512. Cerca de 250 presos condenados deveriam ser transferidos para penitenciárias, ficando somente os detentos que aguardariam julgamento. O que não aconteceu, mesmo havendo por lei uma diferença entre penitenciária e centro de detenção: Penitenciária é um local designado apenas para presos já condenados enquanto que o Centro de Detenção provisório deveriam abrigar somente presos a espera do julgamento. Hoje a direção do CDP do Estado foi designado à Marcelo Martins, que administrava a Penitenciária de Marília.
Em dezembro de 1994 foi inaugurado a Penitenciária de Segurança Máxima, com intuito de abrigar os presos da cidade de Jacareí, Caçapava, São José dos Campos e Monteiro Lobato. O presídio que era considerado um dos mais modernos do país, com câmeras de seguranças, policiais civis como funcionários e um subsolo com 1.200 metros de concreto para evitar escavações era mantido sob a direção do Delegado André Luis Tarantelli 3
4 Entrada do Centro de Detenção Provisória Após 24 horas da prisão de Ronni de Oliveira (o Roninho), um dos foragidos mais procurados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, em agosto de 1999, a penitenciária foi destruída e registrou a maior fuga do país, totalizando 315 presos foragidos. Somente em 18 de março de 2003, a cadeia pública foi oficialmente transformada em Centro de Detenção Provisória, CDP, por um decreto assinado pelo Governador Geraldo Alckmin (PSDB), transferindo a responsabilidade do local para a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária
5 Entre as muitas mudanças houve a substituição de policiais civis por agentes penitenciários. E sua nova direção foi designado a Dr. Marcelo Martins, antigo administrador da penitenciaria de Marilia. Em sua estrutura houve reformas elétricas, hidráulicas e de pintura nas instalações Entrada da Carceragem
6 Entrada do Setor de Inclusão Esse espaço é reservado para as consultas médicas, odontológicas e acompanhamento psicológico. Nesse local os presos são atendidos por profissionais contratados, voluntários e presos de confiança do diretor do presídio, Dr. Marcelo Martins
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Voluntariado 8 Nas igrejas, nos bairros e comunidades, nos grupos de auto-ajuda e nos clubes, nas associações culturais e esportivas, nas instituições sociais e nas empresas, um número imenso de pessoas ajudam umas às outras e ajudam a quem está em situação mais difícil. Ainda que não se chamem a si mesmos de voluntários. O ato voluntário se realiza da vontade sincera de querer ajudar ao próximo, de querer ser últil a comunidade. É uma opção pessoal e sem retorno lucrativos. Ao doarem sua energia, tempo e sua generosidade, os voluntários estão respondendo a um impulso humano: o desejo de ajudar, de participar, de compartilhar tristezas e felicidades, de aliviar sofrimentos, de melhorar a qualidade da vida em comum. Compaixão e solidariedade e responsabilidade são sentimentos que levam uma pessoa a querer a judar o próximo, seja ele um doente, uma criança abandonada ou carente, idosos ou mesmo um presidiário. O voluntário, como ator social e agente de transformação, presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e seus conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto as necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político ou emocional. Qualquer pessoa pode ser voluntária, independente do grau de escolaridade ou idade, o importante é ter boa vontade e responsabilidade. Segundo a definição da ONU (Organização das Nações Unidas) o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos e, o número de voluntários aumenta surpreendentes a cada ano. Pelos benefícios que traz para a sociedade e para a comunidade como um todo e para o próprio voluntário, é que o voluntariado merece ser valorizado, apoiado, divulgado e fortalecido, este é um dos nossos objetivos.
9 Uma campanha da Fraternidade foi que me motivou a realizar um trabalho junto aos presos. Nosso papel é vir aqui, visitar e ouvir. Alguns presos não tem visitas de familiares. Eles são compreensivos sabem que estamos aqui para ajudar e não para julgar Z, voluntária da Pastoral Carcerária de São José dos Campos que não quis se identificar
10 Antes de se transformar em CDP, a Penitenciária de São José dos Campos, contava com um número maior de voluntários de diversas áreas, que tinham total liberdade de horários. Atualmente, por questão de segurança, o único grupo permitido, com restrições de horários e datas é a Pastoral Carcerária Missa realizada dia 4/11/2005, pela Pastoral Carcerária
11 Início da Missa realizada em um dos quatro pavilhões do CDP Responsável pela Paróquia da Vila Paiva, zona norte de São José dos Campos, o Pe. Antonio Silva França, com mais dezessete voluntários freqüentam vários presídios do Vale do Paraíba levando uma nova perspectiva de vida para os detentos
Início da Missa realizada em um dos quatro pavilhões do CDP 12 Momento de reflexão e pedido de perdão á Deus Esse é um momento em que a ação do voluntário chega a seu ápice. O ato do perdão para a religião católica é o ato de entrega dos pecados e cura interior. Nesse momento o Pe. França pede intercessão á Deus pelos detentos
13 Durante as visitas da Pastoral Carcerária, os voluntários são encarados como pessoas próximas, como se fossem familiares. O encontro não visa somente a oração, mas sim com conforto de uma palavra amiga Leitura da Bíblia acompanhada pelos detentos e voluntário
14 Todos são convidados a participar da celebração da missa, que foi um pedido dos próprios detentos, após constantes visitas da Pastoral. As visitas são realizadas todas as sextas-feiras, das 8h30 ás 10h30 Vista geral da celebração
15 Participação de voluntários na missa Sem a participação dos voluntários, que vai deste a preparação do altar, os cânticos, leituras e entrega da comunhão, seria impossível a realização da celebração
16 Ressocializar uma pessoa não é apenas dizer que ela errou. Ressocializar não é apenas trancafiá-la em uma cela. Ressocializar é mostrar como teria sido bom se ela tivesse feito o bem. Reabilitar é educar, ensinar e buscar as razões que levaram as reflexões. Ressocializar é dar um novo caminho, mostrar uma nova direção Maria da Glória, voluntária em Minas Gerais Momento final da celebração
Considerações finais 17 O voluntariado de uma certa forma, alívia a solidão de quem está sem o convívio da sociedade trazendo paz e consolo aos encarcerados e, a ação voluntária é um o dom de querer realmente ajudar o próximo. E da um sentido diferente na vida dos que estão de coração Voluntariado 5 envolvidos com a causa 1