CORRELAÇÃO ENTRE DEPENDÊNCIA FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

PERFIL FUNCIONAL DOS PACIENTES COM AVE ATENDIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO E NA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UFPB

CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

PERFIL FUNCIONAL E CLÍNICO DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL EM UNIDADE DE AVC: APLICAÇÃO DE PROTOCOLO PADRONIZADO É POSSÍVEL

Alves et al Analise das principais sequelas observadas em pacientes vítimas de acidente vascular cerebral - AVC

ALTERAÇÕES DE EQUILÍBRIO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA

ASSOCIAÇÃO ENTRE O DECLÍNIO COGNITIVO E A CAPACIDADE FUNCIONAL DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE DOENÇA DE PARKINSON.

INFLUÊNCIA DA GAMETERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTE PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O IMPACTO DA DOENÇA NEUROLÓGICA PÓS-ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM DOENÇAS CEREBROVASCULARES HC-UFG

diferenciação adotados foram as variáveis: gênero, faixa etária, caráter do atendimento e óbitos.

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

XI Encontro de Iniciação Científica do Centro Universitário Barão de Mauá

PERFIL DOS IDOSOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM CAMPINA GRANDE

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA-UEPB CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA JUSSARA MIRELLA VICTOR PEREIRA

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS AVE / AVC. Profª. Tatiane da Silva Campos

TÍTULO: Nível de concordância inter avaliadores para aplicação do AMIOFE em pacientes após Acidente Vascular Cerebral

FRAGILIDADE E CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

CESUMAR, Maringá PR. Bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação Científica do PROBIC/CNPq- Cesumar (PROBIC-Cesumar).

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): ESTUDO DE CASO

SOBRECARGA DO CUIDADOR DE DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL E DOENÇA DE ALZHEIMER.

ANÁLISE DO RISCO DE QUEDAS EM GRUPO DE IDOSOS SEQUELADOS DE AVE: PERSPECTIVAS DA FISIOTERAPIA

Um Estudo das Funções Executivas em Indivíduos Afásicos

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM PARALISIA CEREBRAL PRATICANTES DE BOCHA

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: ANÁLISE DA MORTALIDADE NO PIAUÍ EM COMPARAÇÃO COM O PERFIL NORDESTINO E BRASILEIRO EM UM PERÍODO DE 5 ANOS

ASSOCIAÇÃO ENTRE A GRAVIDADE DA LESÃO E A CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS HOSPITALIZADOS COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

CONHECIMENTO DE INDIVÍDUOS ACIMA DE 50 ANOS SOBRE FATORES DE RISCO DO CÂNCER BUCAL

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA CORRELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE POR IDOSOS

ÍNDICE Pág. 1 INTRODUÇÃO PARTICIPANTES INSTRUMENTOS PROCEDIMENTOS ANÁLISE DESCRITIVA ANÁLISE INFERENCIAL 60

III Jornadas do Potencial Técnico e Científico do IPCB

17/08/2018. Disfagia Neurogênica: Acidente Vascular Encefálico

PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS NA FASE INICIAL E INTERMEDIÁRIA DA DOENÇA DE PARKINSON ATRAVÉS DO PDQ-39

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HIPERTENSOS E HIPERTENSO/DIABÉTICOS

TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSSOS

Acidente Vascular Encefálico

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

EFEITOS DA CINESIOTERAPIA E DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA SOBRE O PADRÃO ESPÁSTICO DE PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DOS 10 KM TRIBUNA FM-UNILUS

A inserção da liga de neurociências no projeto nacional de prevenção do AVC

SOBRECARGA E QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE PACIENTES NEUROLÓGICOS

INCIDÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM IDOSOS NA REGIÃO CENTRO-OESTE NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

PERFIL DAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DA CIDADE DE APUCARANA

TÍTULO: LEVANTAMENTO DE QUEIXAS MUSCULOESQUELÉTICAS EM FUNCIONÁRIOS DOS SERVIÇOS GERAIS DA INSTITUIÇÃO UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS.

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

TÍTULO: ANÁLISE DA SOBRECARGA FÍSICA E MENTAL EM CUIDADORES INFORMAIS DE INDIVÍDUOS DEPENDENTES

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS

ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA EM PACIENTES ACOMETIDOS POR AVE COM A UTILIZAÇÃO DO ÍNDICE DE BARTHEL

SEÇÃO 1 IMPORTÂNCIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E DE SUA PREVENÇÃO

CESSAÇÃO DO TABACO EM PACIENTES PARTICIPANTES DE PROJETO DE EXTENSÃO EDUCANDO E TRATANDO O TABAGISMO NO ANO DE 2014

IV Seminário do Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais Faculdade de Filosofia e Ciências 26 e 27 de fevereiro de 2018 ISSN

Análise da demanda de assistência de enfermagem aos pacientes internados em uma unidade de Clinica Médica

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

FORÇA MUSCULAR EM IDOSOS COM DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS NEUROLÓGICAS

RELAÇÃO DA SOBRECARGA DO CUIDADOR COM O GRAU DE DEPENDÊNCIA DO PACIENTE NEUROLÓGICO

SEVERIDADE CLÍNICA E FUNCIONALIDADE EM PACIENTES NA FASE AGUDA APÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

INDICADORES DE SAÚDE E GRAU DE DEPENDÊNCIA DE NICOTINA EM PACIENTES DO PROJETO EDUCANDO E TRATANDO O TABAGISMO NO PERÍODO DE 2017

RESULTADOS DO TRATAMENTO PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO EM UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITARIA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PACIENTE IDOSO INTERNADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EM DUPLA-TAREFA SOBRE O EQUILÍBRIO E A COGNIÇÃO DE MULHERES IDOSAS

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PARA IDOSO COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO RELATO DE EXPERIÊNCIA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS HOSPITALIZADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DIAGNOSTICADOS COM DOENÇA NEUROLÓGICA

DIFERENCIAIS DA CAPACIDADE FUNCIONAL ENTRE PESSOAS IDOSAS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

ANÁLISE DA FUNCIONALIDADE E DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM SEQUELAS NEUROLÓGICAS

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE DEFICIENTES FÍSICOS

CARACTERIZAÇAO SOCIODEMOGRÁFICA DE IDOSOS COM NEOPLASIA DE PULMAO EM UM HOSPITAL DE REFERENCIA EM ONCOLOGIA DO CEARA

APLICAÇÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DEMÊNCIA (CLINICAL DEMENTIA RATING - CDR) EM PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER DA CIDADE DE GUARAPUAVA-PR

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS QUALITY OF LIFE ASSESSMENT IN WOMEN MASTECTOMIZED RESUMO

KAROLINNE SOUZA MONTEIRO 1 CLÉCIO GABRIEL DE SOUZA 2 CARLÚCIA ITHAMAR FERNANDES FRANCO 3 JOÃO VIRGÍNIO DE MOURA 4

Tratamento da Dependência do CRACK. As Bases e os Mitos. Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP UNIAD - INPAD

ANÁLISE DO PERFIL DOS HIPERTENSOS DE JOÃO PESSOA/PB

Qualidade de vida de pacientes idosos com artrite reumatóide: revisão de literatura

IDENTIFICAR AS PATOLOGIAS OSTEOMUSCULARES DE MAIORES PREVALÊNCIAS NO GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DO NASF DE APUCARANA-PR

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ÚLCERA VENOSA

Atraso na admissão hospitalar de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico: quais fatores podem interferir?

PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DOS HIPERTENSOS DE MACEIÓ (AL) de Nutrição em Cardiologia (Ufal/Fanut/NUTRICARDIO )

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DE PACIENTES COM AVC REVISÃO DE LITERATURA 1

O trabalho do psicopedagogo domiciliar para a reabilitação cognitiva e neuroaprendizagem de pessoas com deficiências severas

Associação entre as atividades instrumentais prévias e o desempenho funcional após acidente vascular cerebral

VIVER BEM SEU RAMIRO JARBAS E AS DOENÇAS CEREBROVASCULARES DOENÇAS CEREBROVASCULARES

Perfil sócio demográfico e áreas de desempenho ocupacional afetadas em pacientes pós-ave atendidos por um serviço de terapia ocupacional

Perfil epidemiológico de pacientes da Clínica Escola de Fisioterapia do Unifaminas, Muriaé (MG)

FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES HIPERTENSOS E DIABETICOS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TRATAMENTO EM RIO VERDE/GO.

PARAMILOIDOSE, TRANSPLANTAÇÃO HEPÁTICA E FORÇA MUSCULAR. QUAL A RELAÇÃO?

A QUALIDADE DE VIDA E OS COMPROMETIMENTOS APRESENTADOS EM IDOSOS COM DOENÇA DE PARKINSON QUE REALIZAM FISIOTERAPIA NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE - PB

PROVA DE CONHECIMENTO EM METODOLOGIA CIENTÍFICA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO NÍVEL MESTRADO. Candidato:

A incidência de pacientes portadores de acidente vascular encefálico atendidos na Clínica de Fisioterapia do UniSALESIANO de Araçatuba - SP.

ÍNDICE DE DOR NEUROPÁTICA EM UM GRUPO DE PACIENTES COM LESÃO MEDULAR

HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA PERSPECTIVA DA SAÚDE

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

4 RESULTADOS. 4.1 Análise amostral Caracterização da amostra estudada. As características sociodemográficas da população estudada estão

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: INCIDÊNCIA REGIÃO DE ITAPEVA-SP.

Transcrição:

CORRELAÇÃO ENTRE DEPENDÊNCIA FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO Mayara Anjos Nunes 1 ; Rafaelly Soares Melo 2 ; Maria Nadiele Atanazio Gois 3 ; Adília Karoline Ferreira Souza 4 ; Heitor Gomes de Araújo Filho 5 1 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Estácio de Alagoas - mayaraanjos01@hotmail.com 2 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Estácio de Alagoas - rafaelly.soares.m@hotmail.com 3 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Estácio de Alagoas - nadielegoes@gmail.com 4 Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco. Professora do Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba adiliakaroline@hotmail.com 5 Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe. Professor do Departamento de Fisioterapia da Faculdade Estácio de Alagoas heitorgaf@gmail.com Introdução As doenças cerebrovasculares como o AVE tem como um dos principais fatores de risco o aumento da idade e são as principais causas de morte do aparelho circulatório, possuindo uma incidência anual de 105 por 100 mil habitantes (1). Dependendo da gravidade da lesão, a maioria dos indivíduos acometidos por AVE exibe incapacidades funcionais significantes que podem ser temporárias ou permanentes. Essas incapacidades refletem de forma direta nas AVDs, interferindo de maneira significativa na QV do indivíduo (2). Apesar disso, a recuperação e o grau de adaptação irão variar de indivíduo para indivíduo, dependendo da gravidade da lesão e do acompanhamento nos processos de reabilitação eficientes (3). Diante do exposto, o objetivo foi avaliar o grau de dependência funcional e seu impacto na qualidade de vida de indivíduos acometidos por AVE em fase crônica. Metodologia Tratou-se de um estudo observacional, transversal e de caráter quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Estácio de Alagoas com uma amostra de 34 indivíduos, sendo realizado em um centro de reabilitação e duas clínicas de fisioterapia. Participaram do estudo indivíduos acometidos com AVE em fase crônica, com idade acima de 18 anos, de ambos os gêneros. Todos os pacientes assinaram, de forma espontânea, o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os indivíduos que apresentaram quadro de AVE em fase aguda, indivíduos com diagnóstico de demência, com interferência acentuada na comunicação oral, com patologias neurológicas associadas, problemas psiquiátricos e indivíduos que não recebiam atendimento fisioterapêutico foram excluídos do estudo.

Para a coleta de dados foi utilizado a ficha de avaliação sociodemográfica, clínica e de hábitos de vida, feita pelos próprios pesquisadores. Para avaliação do grau de espasticidade, utilizou-se a Escala de Ashworth Modificada. Para identificar o grau de estadiamento dos indivíduos acometidos por AVE, foi utilizada a Escala de avaliação clínica de Rankin Modificada. O potencial funcional do indivíduo foi avaliado pelo Índice de Barthel e a qualidade de vida (QV), foi aplicada a Escala Específica de Qualidade de Vida (EQVE-AVE). As informações estatísticas foram obtidas com o auxílio do programa estatístico Graph Pad Prism 5.0. Os resultados foram expressos em porcentagem, média ± desvio padrão da média. O Teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade das amostras. A correlação entre o nível de dependência funcional e FPP foi feita pelo coeficiente de correlação de Spearman. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados e Discussão Quanto as características sociodemográficas, verificou-se que os indivíduos apresentaram idade variando entre 26 e 85 anos e média de 61,8 ± 13,2 anos, onde 19 (55,8%) eram do gênero feminino e 15 (44,11%) eram do gênero masculino. Este achado corroborou os dados apresentados por Monteiro, Souza (4), onde a média de idade dos indivíduos participantes do estudo foi de 56,2 ± 17,1 anos, sendo 61,7% do gênero feminino. Pode-se observar que 23 indivíduos (67,64%) não concluíram o ensino fundamental, corroborando estudos de Scalzo, Souza (5) e Moreira, Andrade (6) onde evidenciaram que o baixo nível educacional está associado ao conhecimento limitado sobre o AVE. Em relação ao estado civil, foi possível observar que 52,94% eram casados. Polese, Tonial (7) constataram que 43,7% dos pacientes eram casados e 12,8% viúvos. Quanto ao tipo de AVE, verificou-se que 24 (70,58%) não possuíam o dado no prontuário ou não souberam responder, 8 (23,52%) isquêmico e 2 (5,88 %) hemorrágico. No estudo de Scalzo, Souza (5), foi encontrado uma predominância do AVE isquêmico (72,3%) em uma amostra com 34 indivíduos. Também foi verificado o dimidio afetado, onde 17 indivíduos (50%) tiveram o dimidio direito afetado, e outros 17 (50%) tiveram o dimidio esquerdo afetado. E quanto ao predomínio, 73,52% da amostra apresentou uma predominância braquial e 26,47% crural. Em contrapartida, o estudo de Ramos (8), evidenciou que 12 indivíduos (52,2%) possuíram predomínio crural e 11 (47,8%) predomínio braquial.

Quanto aos hábitos de vida dos indivíduos com AVE, foi possível observar que nenhum indivíduo era tabagista, 11 (32,35%) nunca fumaram e 23 (67,64%) eram ex fumantes. Quanto ao consumo de álcool, 29,41% da amostra não eram etilistas, 58,82% eram ex-etilistas e 11,76% bebiam ocasionalmente. Em relação à prática de atividade física, 9 (26,47%) indivíduos praticavam e 25 (73,52%) não praticavam. Os achados de Monteiro, Souza (4), mostraram que em relação aos hábitos de vida prévio ao AVC, 54 (38,2%) indivíduos eram fumantes ou ex-fumantes, 69 (48,9%) faziam uso de bebida alcoólica e 21 (14,8%) pacientes realizavam exercício físico. Em seu estudo Azevedo (9), apontou que o tabagismo aumenta em duas vezes o risco de AVE, sendo o principal fator de risco, que pode ser modificado, especialmente entre homens. Alguns autores afirmam que o abandono do tabaco, principalmente na forma de cigarros, reduz o risco de AVE entre dois a cinco anos. Costa, Costa (2), ressaltou que o consumo excessivo do álcool é um fator de risco, para dar origem a hemorragia cerebral e consequentemente o desenvolvimento de sequelas provenientes do AVE. Atentando para o grau de estadiamento dos indivíduos, notou-se que 41,17% dos entrevistados apresentaram incapacidade leve, 38,23% apresentaram incapacidade moderada, e outros 20,58% apresentaram incapacidade grave. Nos estudos de Ramos (8), a maior parte da amostra, 52,2% apresentou um grau de incapacidade moderada, seguido de incapacidade leve. No tocante ao grau de espasticidade, 1 (2,94) indivíduo apresentou grau 4 na escala de Ashworth, 12 (35,29%) apresentam grau 1 e apenas 3 (8,82%) grau 0 que é a normatização do tônus muscular. Daniel (2013), em seu estudo constatou que para flexão do cotovelo a média foi de 1,19 ± 0,6 e para extensão do cotovelo a média foi de 1,31 ± 0,93, evidenciando que alteração do tônus muscular é uma das sequelas provenientes do AVE. Ao avaliar o grau de dependência funcional através do índice de Barthel modificado(tabela 6), observou-se que a amostra apresentou uma dependência moderada (41,1 ± 7,9). Mesmo assim, podemos observar que em alguns domínios há uma dependência significativa, que são: subir e descer escadas (3,02 ± 1,4), deambulação (3,67 ± 1,2) e vestir-se (3,82 ± 1,2). Polese, Tonial (7) constataram em seus estudos utilizando o índice de Barthel que os indivíduos acometidos por AVE eram independentes. Observou-se que os indivíduos foram qualificados como tendo uma QV média segundo a escala de EQVE-AVE modificada. Quanto aos seus domínios, os mais afetados foram: trabalho (7,70 ± 3,8), papel familiar (8,29 ± 3,2), energia (9,41 ± 4,1) e personalidade (9,47 ± 4,6). Já o estudo de Moreira, Andrade (6), os domínios mais afetados foram: papel familiar (3,03 ± 1,382),

personalidade (3,08±1,447), papel social (3,10 ± 1,314) e energia (3,16±1,303), no estudo de Delboni (2010) foram: papel social (2,01 ± 1,14), trabalho (2,84 ± 1,28), papel familiar (2,93 ± 0,77) e memória (3,09 ± 1,43). Houve uma correlação negativa fraca entre os valores totais das duas escalas (r= -0,3367; p= 0,051). Também foi possível observar uma fraca correlação negativa significante (p < 0,05) entre o escore total de Barthel e alguns domínios da EQVE-AVE como papel familiar, humor, papéis sociais e memória, indicando que essas variáveis foram as mais afetadas pela dependência moderada gerada pelo AVE. Conclusão A partir dos dados obtidos constatou-se que o AVE causou impacto na independência funcional, gerando alterações físicas e psicossociais, interferindo nas atividades de vida diária, e em alguns casos impossibilitando as atividades de trabalho, porém os efeitos deletérios foram minimizados pela intervenção fisioterápica, proporcionando ao indivíduo uma melhora na qualidade de vida. Referências Bibliográficas: 1. Cabral NL, Gonçalves ARR, Longo AL, Moro CHC, Costa G, Amaral CH, et al. Trends in stroke incidence, mortality and case fatality rates in Joinville, Brazil: 1995 2006. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry. 2009;80(7):749-54. 2. Costa TF, Costa KNdFM, Fernandes MdGM, Martins KP, Brito SdS. Qualidade de vida de cuidadores de indivíduos com acidente vascular encefálico: associação com características e sobrecarga. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(2):245-52. 3. Rasquin S, Verhey F, Lousberg R, Lodder J. Cognitive performance after first ever stroke related to progression of vascular brain damage: a 2 year follow up CT scan study. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry. 2005;76(8):1075-9. 4. Monteiro KS, Souza CG, Franco CIF, Moura JV. Caracterização Funcional de Indivíduos Acometidos por Acidente Vascular Encefálico Assistidos em uma Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 2013;17(3):269-74 5. Scalzo PL, Souza ES, Moreira AGdO, Vieira DAF. Qualidade de vida em pacientes com Acidente Vascular Cerebral: clínica de fisioterapia Puc Minas Betim. Rev Neurocienc. 2010;18(2):139-44 6. Moreira NRTL, Andrade AS, Ribeiro KSQS, Nascimento JA, Brito GEG. Qualidade de vida em indivíduos acometidos por Acidente Vascular Cerebral. Rev Neurocienc. 2015;23(4):530-7.

7. Polese JC, Tonial A, Jung FK, Mazuco R, Oliveira SG, Schuster RC. Avaliação da funcionalidade de indivíduos acometidos por Acidente Vascular Encefálico. Rev Neurocienc. 2008;16(3):175-8. 8. Ramos SMF. Análise funcional e cognitiva em paciente com acidente vascular cerebral. 2016. 9. Azevedo RCS. Abordagem do tabagismo: estratégia para redução de fator de risco modificável para AVC. ComCiência. 2009.