PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE MEDICINA NUCLEAR APLICADOS EM VETERINÁRIA

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Transcrição:

PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE MEDICINA NUCLEAR APLICADOS EM VETERINÁRIA Jéssica Leite Fogaça 1, Michel de Campos Vettorato 1, Ariane Dantas 2, Marco Antonio Rodrigues Fernandes 3, Vânia Maria de Vasconcelos Machado 4, Sergio A. Lopes de Souza 5 1 Aluno de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP de Botucatu) 2 Doutora em Biotecnlogia Animal da Faculadade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP de Botucatu). dantas.vet@gmail.com 3 Docente da Faculdade de Tecnologia de Botucatu e da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP de Botucatu) 4 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP de Botucatu) 5 Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 1 INTRODUÇÃO A medicina nuclear é uma prática médica que permite analisar o estado fisiológico ou fisiopatológico do sistema em estudo por meio da administração de um radiofármaco cuja composição é dada por um material radioativo (radionuclídeo) combinado com moléculas químicas (fármacos) que possuem propriedades de depositar em órgãos e tecidos de interesse (DIAS, 2009; ZIESSMAN et al., 2015). Em 1943, a medicina nuclear teve início por meio da descoberta do marcador radioativo por Georg de Hevesy. Esta prática médica é realiza de forma segura e indolor, em que os radiofármacos são administrados nos pacientes, fixando-se nos órgãos ou tecidos de interesse. Por meio deste procedimento o paciente torna-se uma fonte emissora de radiação ionizante (NETO, 2012). Os principais radionuclídeos utilizados para obtenção das imagens são: Tecnécio-99m ( 99m Tc), Iodo-123 ( 123 I), Tálio-201 ( 201 Tl), Gálio-67 ( 67 Ga) e Flúor-18 ( 18 F). E para tratamentos são: Iodo-131 ( 131 I), Samário-153 ( 153 Sm), Ytrium-90( 90 Y) e Rádio-223 ( 223 Ra) (CECATTI, 2004). Os radiofármacos (radionúclideo + fármaco) desejados para formação das imagens cintilográficas são os emissores de raios gama, os quais apresentam energia e quantidade adequada para a detecção por meio da gama câmara (ZIESSMAN et al., 2015). A cintilografia é uma técnica de medicina nuclear que oferece uma abordagem simples e não invasiva para investigar processos biológicos in vivo (NETO, 2012; STEYN, 1997; HUAIJANTUG, 2015). Este método na medicina tem mostrando crescente popularidade para pesquisas acadêmicas e para exames clínicos (WALMSLEY, 1995). Em medicina veterinária a medicina nuclear vem avançando e ocupando grande espaço internacionalmente. Em 1971, na Universidade do Colorado,

os Drs. Edward Gillette e Donald Thrall publicaram os primeiros artigos de medicina nuclear veterinária, provando que a cintilografia pulmonar foi eficaz para o diagnóstico de vascularização pulmonar em cão (DANIEL, 2014). Os países que não possuem recursos financeiros, normalmente apresentam limitações para conseguir realizar essa prática médica. A explicação se deve a dificuldade de conseguir material radioativo, equipamentos especializados e profissionais capacitados (GOGGIN et al., 1999; JARRETTA et al., 2010). Visando as diferenças de procedimentos aplicados em relação à medicina humana, este trabalho tem como objetivo apresentar os principais procedimentos de medicina nuclear aplicados em animais, por meio da literatura. 2 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO As vantagens da cintilografia são poder visualizar e quantificar a distribuição de diferentes radiofármacos no organismo in vivo (NETO, 2012; HUAIJANTUG, 2015). O radiofármaco é administrado ao paciente por via intravenosa, oral, inalatória ou subcutânea, tornando o paciente uma fonte emissora de radiação ionizante. Suas escolhas se dão por alguns critérios, por exemplo: tempo de injeção, tempo de meia de cada radiofármaco, facilidade de excreção e órgão ou tecido de análise (MARQUES et al., 2001; ALVES, 2014). O tempo de meia-vida (T1/2) representa o tempo necessário para que a atividade de uma amostra se reduza pela metade, por exemplo, o I 131 utilizado na medicina nuclear possui o (T1/2) de oito dias. Uma amostra deste elemento de 100 gramas só terá 50 gramas ativa após oito dias, e assim por diante até que a radiação ionizante decaia por completo (SANTOS et al., 2013). Outro exemplo, é o 99m Tc cujo o T1/2 é de 6 horas e é eliminado na maioria das vezes pelo trato urinário. No entanto, a meia-vida efetiva do radionuclídeo no paciente é menor do que a meia-vida física (SAMOY et al., 2008; ZIESSMAN et al., 2015). O contador Geiger Muller é um equipamento utilizado no setor de medicina nuclear para a detecção e medição da radiação ionizante. É importante realçar que a unidade de medida utilizada para exposição é o Roentgen e o Coulomb/Kg) (BUSHONG, 2012). A maioria das técnicas com os radionuclídeos utilizados em humanos também é aplicada em pequenos e grandes animais (BARBIERI et al., 1984; MORAES,

ARCHER et al., 2003; KRZEMIŃSKI et al., 2004; RODRIGUES et al., 2009; MENGHETTI; BARROSO, 2010; VIEIRA et al., 2011; DANIEL; NEELIS, 2014). Porém, o que diferencia, são alguns procedimentos praticados no setor de medicina nuclear veterinária, como por exemplo, extensão lateral e longitudinal da mesa, para permitir estudar grandes animais (KRZEMINSKI et al., 2004). Os animais variam relativamente de uma espécie para outra, sendo importante levar em consideração o tamanho, peso, características anatômicas e fisiológicas para realização dos exames. Os médicos veterinários baseiam os exames conforme realizado em humanos, mas as doses calculadas na medicina veterinária são de forma empírica. Ao contrário dos seres humanos, animais quase sempre precisam ser sedados ou anestesiados para os protocolos cintilográficos (BALOGH et al., 2005). Os animais após a realização dos exames cintilográficos são isolados em gaiola, baia ou tenda individual, até que a radioatividade seja reduzida a um limite permitido, pois esse procedimento diferencia da medicina humana, onde os pacientes são liberados logo após o término dos exames com 99m Tc. Os animais são normalmente liberados quando a exposição estabelecer 0,2 a 0,5 miliroentgen (mr) e essa monitoração é realizada pelo o equipamento Geiger Muller. Os resíduos sólidos encontrados na baia ou na gaiola que abriga o animal, durante o período de isolamento, ficam até 60 horas (10 meias vidas) em um recipiente designado, para depois serem descartado (DANIEL et al., 2014). Os pacientes envolvidos na rotina veterinária são geralmente cães, gatos e equinos. No entanto, já existem relatos em aves, repteis e roedores (MARSHALL et al., 2003; GREER et al., 2004; BALOGH et al., 2005; SYKES et al., 2006 GRIZZLE et al., 2009; YANG et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2013). Baixeras et al. (2004) relataram os riscos de contaminação da radiação ionizante para os profissionais do Setor de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas Veterinárias da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB). A instalação desse hospital consistia de uma sala de imagem e uma baia individual para o isolamento de grandes animais. Para realização desse trabalho, foi utilizado um equino, cujo qual recebeu o radiofármaco MDP- 99m Tc via intravenosa. O animal e a instalação foram monitorados por meio do detector Geiger Muller. A baia adaptada possuía 42 metros quadrados (m 2 ), sendo que as paredes e o piso foram feitos de um material impermeável, facilmente descontaminado. A parede possuía uma folha coberta de

chumbo de 3 milímetros e o piso era coberto por um material não deslizante e poroso, a fim de evitar que os equinos, uma vez sedado, pudessem cair. Esse quarto (Figura 1) foi adaptado com um reservatório de metal, localizado no subterrâneo, o reservatório possuía a capacidade de armazenar 750 litros, para facilitar a remoção e deposição do material residual líquido. O possível risco de contaminação foi relatado apenas no momento em que o profissional vai injetar o radiofármaco via intravenosa. Figura 1 - Equino monitorado em diferentes superfícies. Nota-se o profissional utilizando o avental de chumbo (A). A planta da baia adaptada para o recebimento do animal. Observa-se o reservatório subcuterrâneo (B). Fonte: BAIXERAS; PÉREZ; ARGÜELLES, 2004.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por esse estudo foi possível identificar os principais procedimentos de medicina nuclear aplicados em medicina veterinária, especialmente relatando as diferenças comparada com a medicina humana, como por exemplo, a dose empiríca, sedação e anestesia dos pacientes, além de demonstrar as adaptações para a prática em animais, tais como o isolamento, formato da mesa do equipamento gama câmera e o armazenamento de resíduos contaminados. 4. REFERÊNCIAS ALVES, A. F. F. Construção de fantomas homogêneos pediátricos de crânio e tórax para otimização de imagens em radiografia computadorizada. 2014, p.57. Dissertação (Mestrado em Biologia Geral e Aplicada) Instituto de Biociências, Campus de Botucatu, Unesp, 2014. ARCHER, D. C. et al. The normal scintigraphic appearance of the equine head. Equine Veterinary Education. v. 15, n. 5. p. 243 249, 2003. BAIXERAS, C. PÉREZ, F. ARGUELLES, D. Radiation hazards to personnel from the veterinary scintigraphy service of the autonomous. University of Barcelona (UAB). In: Proceeding of the XI International Radiation Protection Association. Madrid, 2004. BALOGH, L. et al. Veterinary nuclear medicine again-commentary and remarks on: Krzeminski M et al. Veterinari nuclear medicine-a review. NMR 2004; 7: 177-182. Veterinari nuclear medicine-a review. v. 8, n. 1, p. 50 52, 2005. BARBIERI, A. et al. Radionuclídeos no exame do pulmão. Jornal de Peneumologia. v. 10, n. 4, p. 261-272, 1984. BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos. Rio de Janeiro. Editora: Elsevier., 2012. 709p. CECATI. S. G. F. Desenvolvimento se sistemas tandem de activímetros e estabelecimento de dosimetria beta em serviço de medicina nuclear. 2004. 179p. Dissertação (Doutorado em Ciências na área de Tecnologia Nuclear- Aplicações) Universidade de São Paulo, Instituto de pesquisas energéticas e nucleares, 2004. DANIEL, G. B.; NEELIS, D. A. Thyroid scintigraphy in veterinary medicine. Sminars in Nuclear Medicine. v. 44, n. 1, p. 24-34, 2014. DANIEL. G. B. Guest Editoria: Veterinary nuclear medicine. Seminars Nuclear Medicine. v. 44, n.1, 2014.

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