Primeiro Trabalho: UMTS: desempenho de canais HSDPA

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Transcrição:

Primeiro Trabalho: UMTS: desempenho de canais HSDPA Rodolfo Oliveira rado@fct.unl.pt Versão 1.0

1. Objectivos Neste trabalho pretende se realizar um estudo de desempenho dos canais HSDPA face a diferentes condições de rádio. O estudo é baseado em simulação, efectuada utilizando o simulador ns 2 (ler informação disponível no sítio da cadeira). O simulador, através do módulo EURANE (desenvolvido para a companhia Ericsson no âmbito de um projecto de investigação europeu), tem a capacidade de simular o comportamento de alguns aspectos de uma rede UMTS. No trabalho simula se uma rede UMTS, utilizando os canais de acesso HSDPA. O desempenho a caracterizado neste trabalho mede o impacto que as condições de transmissão/propagação rádio têm no débito útil de uma ligação TCP (Transmission Control Protocol) que suporta o download de um ficheiro através do protocolo FTP (File Transfer Protocol) contido num servidor externo à rede UMTS. A Figura 1 apresenta os principais blocos que constituem a arquitectura da rede UMTS (relativos à Release 4). Figura 1 Arquitectura da rede UMTS (Release 4). 2. Breve introdução 2.1 Modelo do Sistema O módulo EURANE adiciona três tipos de nós UMTS ao simulador ns 2, a saber o Radio Network Controller (RNC), a Base Station (BS), e o equipamento terminal User Equipement (UE) (ilustrados na Figura 1). A rede UMTS especifica vários canais de rádio, os quais se encontram ilustrados na Figura 2. Os canais são divididos em canais de tráfego e canais de controlo. Existe ainda uma divisão vertical de acordo com a pilha de protocolos, sendo classificados de canais lógicos (a operar no nível lógico para identificação do tipo de informação transportada), canais de transporte (operam no sub nível de acesso ao meio para identificação das características da informação transportada) e finalmente os canais físicos (para transmissão de tramas na camada física da interface de rádio). O módulo EURANE suporta quatro tipos de canais UMTS, todos a operar no sub nível de acesso ao meio:

FACH (Forward Access Channel) canal utilizado para transporte de informação de controlo prioritária, como controlo de handovers, na posição de um canal de tráfego numa trama de interface de rádio; RACH (Random Access Channel) canal utilizado por um terminal para solicitar o acesso à rede, para originação ou terminação de uma chamada; DCH (Dedicated Channel) canal dedicado de transporte de informação de controlo ou de dados do utilizador entre o terminal e a rede. No caso de informação de controlo, é sobre este tipo de canais que é transportada a informação para controlo de estabelecimento de uma chamada; HS DSCH (High Speed Downlink Shared Channel) canal de downlink partilhado por vários nós para transporte de dados HSDPA (High Speed Downlink Packet Access). Figura 2 Canais UTRAN (UMTS Terrestrial Radio Access Network). Neste trabalho iremos utilizar o canal HS DSCH para realizar o downlink entre a Base Station e os terminais móveis utilizando HSDPA. O modelo HSDPA da arquitectura adoptada no EURANE encontra se representado na figura 3. Figura 3 Modelo da arquitectura de protocolos. 3

O EURANE contribui somente com 3 dos níveis da arquitectura. O primeiro é o nível RLC que existe no RNC e no UE. O segundo é o nível MAC hs que existe no Node B (equivalente à BS). No nível mais baixo, o EURANE implementa ainda o nível físico (PHY) que existe no Node B e no UE. Estes níveis implementam a maioria das funcionalidades propostas na release 5 do 3GPP. No nível RLC o Acknowledge Mode (AM) fornece segmentação, reagrupamento, entrega em sequência, controlo de fluxo baseado em janela, retransmissões e detecção de PDUs (tramas) duplicadas. A operação do modo AM é abreviada do seguinte modo: os pacotes são segmentados em PDUs de tamanho fixo sendo enviados ao peer RLC (destinatário) durante o período em que a janela de transmissão seja inferior ao tamanho máximo da janela. A entidade peer RLC reagrupa as PDUs e disponibiliza as ao nível acima. O receptor envia então um relatório (status report) contento o bitmap acknowledgement de cada número de sequência que receba com sucesso. Este relatório pode ser enviado periodicamente ou pode ser enviado como resposta a um pedido de um bit específico. O modo Unacknowledged Mode (UM) é um subconjunto das funcionalidades do modo AM. O modo UM fornece segmentação e reagrupação, entrega em sequência e detecção de PDUs em duplicado (mas não fornece controlo de fluxo). O modo UM não implementa ARQ (Automatic Repeat Request) não sendo trocado por isso o status report entre o receptor e o emissor. O emissor não está também limitado ao tamanho máximo da janela de transmissão, podendo por isso transmitir as tramas logo quando são originadas. O modelo para o MAC hs, o qual é o nível responsável pela implementação do HSDPA, implementa as duas principais características do HSDPA: fast scheduling (agendamento rápido) e HARQ (Hybrid Automatic Repeat Request). A fast scheduler usa feedback do terminal móvel acerca das condições de canal, enviando o terminal móvel relatórios de Channel Quality Indicator (CQI). De 2 em 2 milissegundos o agendador (scheduler) verifica todas as filas de espera prioritárias e selecciona a fila de espera prioritária para ser transmitida no próximo slot. A taxa de transmissão é baseada no valor do CQI utilizando os valores tabelados no Transport Format and Resource Combinations (TFRC). Uma vez o utilizador agendado, a entidade MAC hs cria uma trama MAC hs PDU, ou um bloco de transporte contendo múltiplas MAC d PDUs e atribui as ao processo HARQ. Utilizando um mecanismo HARQ stop and wait, o processo HARQ persiste na transmissão do bloco para o terminal móvel até que receba um acknowledgment ou esgote o número máximo de retransmissões. No EURANE, é utilizado o método de chase combining nas retransmissões HARQ. O método chase combining consiste em que o receptor não descarte um bloco recebido logo que detecte um erro, mas combina o com o bloco recebido na segunda retransmissão para aumentar a probabilidade de descodificar o bloco correctamente. O método chase combining é implementado pelo nível PHY do EURANE e será descrito a seguir. O canal físico usa um esquema HARQ chase combining com Acknowledgments e Channel Quality Indicator (CQI). A quantidade de dados a ser transmitida na trama MAC hs é determinada a partir do valor do CQI, sendo posteriormente transmitida através do ar (over the air). Quando a trama é recebida, é gerado um Acknowledgement positivo ou negativo dependendo da relação de sinalruído (SNR signalto noise ratio) recebida com um objectivo de um Block Error Rate (BLER) de 10%. Os valores da SNR são pré calculados para cada terminal utilizando um script de Matlab/Octave que gera as amostras do canal com as perdas pela distância do terminal à antena, incluindo slow fading, multi path e interferência. As perdas pela distância são calculadas de acordo com o modelo Okamura Hata para áreas suburbanas. No entanto, o modelo do canal no EURANE é desenhado com

o propósito de estudar o efeito do agendamento de nós próximos ou afastados da antena, sendo a distância dos nós à antena fixa e assumindo que os nós se movem em arco em torno da antena, tendo como raio a distância fixa. Além disso, a perda por distância mantém se constante ao longo de toda a simulação. O slow fading é modelado por um processo com distribuição lognormal correlacionado com a distância. O efeito fast fading é modelado por um processo Rice com diversos perfis de canal especificados pelo ITU T. 2.2 Implementação EURANE A funcionalidade HSDPA/UMTS do EURANE é fornecida no simulador ns 2 pelas seguintes classes escritas em C++: AM, UM, UmtsMAC, UmtsPhy para o UMTS básico e AM HS, UM HS HsdpaMac e HsdpaPhy para o HSDPA. Para cada canal, podem ser usados o RLC AM ou RLC UM, não podendo no entanto ser usados em conjunto (misturados). O EURANE só suporta um RNC e uma BS. A célula HSDPA do EURANE tem de ser única e é construída especificando no ns 2 os nós RNC e BS e interligando os através de uma ligação Iub. O canal HS DSCH é então criado no nó BS e nos múltiplos terminais móveis associados à BS. O canal de uplink DCH é depois criado entre os terminais e a BS, sendo criado um por cada terminal. As fontes de tráfego (no caso do trabalho os servidores FTP) são depois configurados e mapeados no canal HS DSCH através dos seus identificadores de fluxos (flow IDs). Cada terminal móvel só poderá ter um fluxo, mas podem ser configuradas múltiplas prioridades para o único fluxo. A figura 4 ilustra o mapeamento das classes C++ do EURANE e as ligações entre elas para dois terminais móveis associados a uma célula HSDPA. Figura 4 Diagrama de Blocos do EURANE para uma célula HSDPA com 2 terminais móveis. Cada pacote transmitido no modo RLC AM é encaminhado do objecto AM HS no RNC para o objecto HsdpaMac na BS, e posteriormente para o objecto HdspaPhy na BS que o difunde para todos os objectos HsdpaPhy associados aos terminais móveis. Se o nível físico determinar que o pacote não contém erros, o terminal móvel entrega o pacote aos objectos do nível acima da pilha de protocolos HsdpaMac e AM. O terminal móvel envia de retorno à BS pacotes de Acnowledgment utilizando os 5

objectos UmtsMac e UmtsPhy aos seus objectos em contrário na BS através de um canal dedicado. A BS entrega estes pacotes ao objecto AM HS no RNC através da interface Iub. Cria se também um fluxo semelhante no modo RLC UM mas utilizando os objectos UM HS e UM no RNC e UE, respectivamente. Para implementar o nível físico, o EURANE utiliza um objecto channel normal disponibilizado pelo simulador ns 2 para interligar a BS aos UEs. Os canais FACH, RACH e DCH usam os modelos de erros disponibilizados nos canais do ns 2, os quais fornecem um simples comportamento probabilístico de perda de pacotes. No entanto, para o HSDPA, é necessário um modelo de erros mais realista para tomar em conta com as variações de qualidade da ligação num curto e longo espaço de tempo, o qual permite modelar a adaptação a ligações rápidas, o fast scheduling e o HARQ chase combining. Para isso, o EURANE usa uma curva de valores de desempenho BLER/SNR previamente calculada e um ficheiro de entrada dos valores de potência recebida (expressos em SNR) para gerar o modelo de erros necessário ao HSDPA. Para gerar as potências recebidas pelos terminais moveis é usado um script MATLAB/OCTAVE contendo um modelo do nível físico, o qual gera o input para cada um dos nós de acordo com as condições do canal físico previamente descritas. O ficheiro contém os valores de SNR da primeira, segunda e terceira tentativas de transmissão da trama e o valor do CGI em cada time slot (2 ms). Os ficheiros gerados pelo MATLAB/OCTAVE são depois carregados em memória nos objectos HsdpaMAC da BS antes de a simulação começar. Após isso, os valores de CQI e SNR são lidos quando necessários pelos métodos das classes, tais como pelos métodos das classes scheduler e HARQ. Para a curva SNR/BLER, é disponibilizada na simulação um ficheiro único que a representa, mapeando o intervalo BLER e o valor mínimo de SNR necessário para um valor de CQI específico. Este ficheiro é também carregado em memória para ser usado pelo objecto HsdpaPhy que recebe informação para determinar quando deve gerar um ACK ou NACK para um dado SNR. 3. Cenário de simulação e parâmetros a estudar O trabalho irá utilizar dois cenários de simulação, apresentados nas figuras 5 e 6. No cenário A dois terminais móveis Ue1 e Ue2 encontram se a realizar downloads de um ficheiro aos servidores FTP0 e FTP1, respectivamente. No cenário B existem 4 terminais móveis na célula sendo que cada SINKn se encontra ligado a um servidor FTPn. Quando às simulações a realizar considera se o seguinte: as simulações duram 100 segundos; os canais entre a BS e os UE são do tipo HS DSCH com a configuração por defeito do EURANE; os parâmetros que não se encontram especificados na figura devem tomar o valor por defeito da configuração do EURANE; nas diferentes simulações o desempenho irá ser medido através da taxa de dados (medida em bps) recebida em cada terminal móvel.

FTP 0 FTP 1 TCP 0 TCP 1 SINK 0 SINK 1 10 Mbit Node 1 [#6] Node 2 [#7] Ue1 [#2] Ue2 [#3] 10 Mbit GGSN [#5] BS [#1] 622 Mbit 622 Mbit RNC [#0] 622 SGSN [#4] Mbit Figura 5 Primeiro cenário a considerar Cenário A. FTP 3 TCP 3 Node 4 [#11] FTP 2 TCP 2 30 Mbit FTP 0 FTP 1 TCP 0 TCP 1 SINK 2 SINK 1 SINK 0 10 Mbit 10 Mbit Node 3 [#10] Node 1 [#8] Node 2 [#9] Ue3 [#4] Ue2 [#3] Ue1 [#2] 30 Mbit SINK 3 GGSN [#7] BS [#1] 622 Mbit 622 Mbit Ue4 [#5] RNC [#0] 622 SGSN [#6] Mbit Figura 6 Segundo cenário a considerar Cenário B. 7

3.1 Simulação de múltiplas distâncias à BS As primeiras simulações devem considerar o Cenário A, considerando um perfil de canal do tipo 2 = Single Rayleigh Channel w/o correlation on fading coefficients com velocidades dos nós de 3 Km/h. Para estudar o comportamento do desempenho da distância dos nós à BS devem considerar se 6 simulações distintas considerando as distâncias de 10, 100, 250, 500, 750 e 1000 metros. 3.2 Simulação de vários perfis de canal O segundo lote de simulações tem como objectivo estudar o impacto dos diferentes perfis de canal. Deve considerar o Cenário B, admitindo que os nós se movimentam a 3 Km/h e distam 100 metros da antena. Deve realizar 6 simulações diferentes para os seguintes tipos de canal: % 2 = Single Rayleigh Channel w/o correlation on fading coefficients % 8 = Pedestrian A % 10 = Vehicular A % 12 = Rural Area % 13 = Typical Urban % 14 = Hilly Terrain 3.3 Simulação de velocidades diferenciadas No terceiro e último lote de simulações deve simular o Cenário A com perfil de canal 8, com distâncias à antena de 500 m e com valores de velocidade dos terminais de 3, 15, 30, 60, 90, 120 Km/h. 3.4 Análise dos dados Após terem sido executadas todas as simulações, os ficheiros de trace das simulações devem ser analisados com o objectivo de calcular a taxa média de dados recebida por cada terminal móvel. 4. Apresentação dos resultados Os resultados simulados e analisados devem ser apresentados e discutidos num pequeno relatório. Pretende se que o relatório seja muito objectivo, não podendo ultrapassar as 4 páginas úteis. O relatório deve conter somente duas secções com a seguinte informação: Secção de resultados 1 gráfico onde é comparado o desempenho de acordo com a distância à BS; 1 tabela com os diferentes valores de desempenho para cada perfil de canal considerado; 1 gráfico onde é comparado o desempenho de acordo com a velocidade dos nós; Secção de justificação dos resultados Nesta secção deverá ser dada uma justificação para os diferentes comportamentos face aos valores da distância dos terminais à BS, dos tipos de perfil de canal e da mobilidade dos terminais.

5. Desenvolvimento do trabalho O desenvolvimento deste trabalho decorre durante quatro semanas, sendo a aula da primeira semana dedicada à introdução ao simulador de redes ns 2/EURANE. Enumera se de seguida uma orientação cronolágica dos objectivos a atingir no final de cada semana: Semana 1 (3 de Março) leitura da documentação sobre o simulador ns 2 (disponível no sítio da cadeira) e realização do exemplo proposto no anexo do enunciado. Após a realização da simulação deve observar os ficheiros de trace, interpretando os com a ajuda do documento sobre o simulador; Semana 2 (10 de Março) realização dos ficheiros de erro dos terminais através dos scripts Octave disponibilizados para o efeito; preparação dos scripts de simulação; Semana 3 (17 de Março) finalização dos scripts de simulação; realização das simulações; Semana 4 (24 de Março) deve ter realizado um pequeno documento onde são apresentados os resultados e retiradas as devidas conclusões; A data para entrega do trabalho é dia 26 de Março, até às 12:00 (data acordada no conselho pedagógico) podendo ser entregue até ao dia 1 de Abril às 12:00 sem penalização. Deverá ser entregue o documento com os resultados, e um ficheiro comprimido contendo uma pasta com todos os ficheiros utilizados para a obtenção dos resultados (scripts, ficheiros de input dos scripts e os ficheiros de output das simulações (traces)). 9

Anexo I exemplo de um script ns 2/EURANE Este anexo introduz o exemplo que acompanha o manual do EURANE (Appendix C), o qual é aqui complementado por uma figura que ilustra os blocos que constituem o cenário simulado. O exemplo do manual do EURANE (Appendix C) pretende simular a rede apresentada figura A1. Nesta rede UMTS existem dois terminais móveis Ue1 e Ue2. Todos os nós da rede possuem um determinado identificador no simulador (endereço do nó), o qual é representado através de um inteiro. Os endereços dos terminais móveis Ue1 e Ue2 são no simulador 2 e 3, respectivamente. O sistema rádio é composto ainda pela Base Station (BS com endereço 1 ) e pelo Radio Network Controller (RNC) com endereço 0. Ao RNC encontram se ligados o Serving GPRS Support Node (SGSN) e o Gateway GPRS Support Node (GGSN) com endereços 4 e 5, respectivamente. Existe ainda uma máquina (node 1 hipotético router com endereço 6 ) que liga o GGSN ao nó node 2 (com o endereço 7), onde se encontram em execução dois servidores de FTP (FTP 0 e FTP 1). O exemplo pretende criar uma sessão de FTP entre o terminal móvel Ue1 e o servidor de FTP 0 e entre o terminal móvel Ue2 e o servidor de FTP 1. Tal como foi mencionado anteriormente, o script para realizar este exemplo encontra se no apêndice C do manual do EURANE, o qual deve ser executado e compreendido antes da elaboração do trabalho. Figura A1 Estrutura do sistema a simular.

Anexo II operações básicas na linha de comando Linux Apagar o ficheiro a : rm a Mudar o nome do ficheiro a para ficheiro b : mov a b Exibir o conteúdo do ficheiro a na linha de comandos: cat a Exibir as últimas 10 linhas do conteúdo do ficheiro a na linha de comandos: tail n 10 a Exibir o conteúdo do ficheiro a no editor gedit: gedit a& Criar uma pasta b : mkdir b Mover se para uma pasta a: cd a Mover se para a pasta anterior: cd.. Listar o conteúdo de uma pasta: ll Listar o conteúdo de uma pasta: ls Comando para constituir um ficheiro output contendo todas as linhas do ficheiro input que contêm a palavra xpto : grep re xpto input > output 11