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Ref. Ares(2016)1441978-23/03/2016 COMISSÃO EUROPEIA DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE E DA SEGURANÇA DOS ALIMENTOS Direção F - Auditorias e análises no domínio da saúde e dos alimentos DG(SANTE) 2015-7442 - MR RELATÓRIO FINAL DE UMA AUDITORIA REALIZADA EM PORTUGAL ENTRE 14 DE SETEMBRO DE 2015 E 18 DE SETEMBRO DE 2015 DESTINADA A AVALIAR A APLICAÇÃO DE CONTROLOS REFORÇADOS EM MATÉRIA DE PRODUTOS IMPORTADOS DE ORIGEM ANIMAL Em resposta às informações prestadas pela autoridade competente, todos os erros factuais do projeto de relatório foram corrigidos; todos os esclarecimentos são apresentados sob a forma de nota de rodapé.

Resumo No presente relatório são descritos os resultados de uma auditoria realizada em Portugal pelo Serviço Alimentar e Veterinário, entre 14 e 18 de setembro de 2015. O objetivo da auditoria era avaliar o sistema oficial de controlo implementado pelas autoridades competentes para um controlo reforçado em matéria de produtos importados de origem animal. A este respeito, a auditoria cobriu também o plano de vigilância, medidas adotadas em caso de suspeita e a utilização do sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos para animais (RASFF). A autoridade competente desenvolveu o plano de vigilância para os géneros alimentícios e alimentos para animais. No entanto, a capacidade de detetar remessas suspeitas de incumprimento da legislação da EU é limitada dado que a autoridade competente não pode garantir uma disponibilidade atempada de recursos para a execução do plano. Por conseguinte, a amostragem é realizada apenas durante alguns meses do ano e a capacidade analítica de algumas substâncias só ficará disponível depois de um período de tempo razoável. Em caso de suspeita, a amostragem é limitada aos casos previstos pelas medidas de salvaguarda da UE e à imposição de controlos. Assim que o regime de controlo reforçado for acionado pelos serviços da Comissão, são implementados procedimentos de amostragem e medidas conforme necessário. As instalações e o equipamento dos postos de inspeção fronteiriços (PIF) visitados durante a auditoria cumprem os requisitos da UE e estão adequados à finalidade a que se propõem nas categorias da respetiva aprovação. O relatório apresenta uma recomendação dirigida às autoridades portuguesas competentes no sentido de retificarem a principal lacuna e reforçarem ainda mais as medidas de controlo no local. II

Índice 1 Introdução...1 2 Objetivos e âmbito...1 3 Base jurídica...2 4 Antecedentes...2 5 Constatações e conclusões...3 5.1 Plano de vigilância...3 5.1.1 Desenvolvimento do plano de vigilância...3 5.1.2 Execução do plano de vigilância...6 5.2 Medidas em caso de suspeita...8 5.3 Utilização do sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos para animais 9 5.4 Execução do regime de controlo reforçado...10 5.5 Conformidade das instalações, dos equipamentos e das condições de higiene dos PIF/centros de inspeção visitados...11 6 Conclusões gerais...13 7 Reunião de encerramento...13 8 Recomendações...13 III

ABREVIATURAS E DEFINIÇÕES UTILIZADAS NO PRESENTE RELATÓRIO Abreviatura PIF DVCE DGAV DIM RASFF TRACES Explicação Posto de inspeção fronteiriço Documento Veterinário Comum de Entrada Direção-Geral de Alimentação e Veterinária Divisão de Internacionalização e Mercados Sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos para animais Sistema informático veterinário integrado IV

1 INTRODUÇÃO A auditoria realizou-se em Portugal, entre 14 e 18 de setembro de 2015, no contexto do programa de auditoria previsto pelo Serviço Alimentar e Veterinário (SAV). A equipa de auditoria era composta por três auditores do SAV e um observador do Órgão de Fiscalização da AECL (Associação Europeia de Comércio Livre [EFTA]). A equipa foi acompanhada, durante toda a auditoria, por representantes da autoridade competente central (DGAV Direção-Geral de Alimentação e Veterinária). 2 OBJETIVOS E ÂMBITO O objetivo principal da auditoria era avaliar o sistema oficial de controlo implementado pelas autoridades competentes para cumprimento dos requisitos definidos nos artigos 20.º e 24.º da Diretiva 97/78/CE do Conselho, no artigo 30.º da Diretiva 96/23/CE do Conselho e no anexo II do Regulamento (CE) n.º 136/2004 da Comissão, especificamente: se os controlos são executados em conformidade com os requisitos aplicáveis, e se a execução dos ditos controlos é eficaz e adequada de forma a garantir que i. o plano de vigilância contribui para assegurar que os bens importados cumprem os requisitos da UE; ii. os veterinários oficiais dos postos de inspeção fronteiriços (PIF) levantam suspeitas perante remessas que possam estar em incumprimento com a legislação veterinária ou nos casos em que a dúvida exista; iii. os Estados-Membros tomam as medidas adequadas para permitirem a adoção de controlos reforçados sempre que necessário; e iv. o regime de controlo reforçado é aplicado de forma consistente às remessas pertinentes e aos procedimentos de amostragem. Para além do principal objetivo, a auditoria avaliou igualmente a conformidade das instalações, dos equipamentos e das condições de higiene dos PIF visitados relativamente aos requisitos da Diretiva 97/78/CE e da Decisão 2001/812/CE da Comissão. Reuniões Autoridades competentes Reuniões de abertura e de encerramento PIF do porto da cidade do Porto PIF do porto de Lisboa DGAV e funcionários do PIF PIF do aeroporto de Lisboa 1

Em termos do âmbito de aplicação, a auditoria abrangia: a organização e execução do plano de vigilância nos PIF, o nível de sensibilização para eventuais incumprimentos da legislação veterinária em matéria de remessas destinadas a importação (suspeita), o acionar do RASFF (sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos para animais) por parte do sistema sempre que os ensaios das remessas destinadas ao mercado da UE indiquem a presença de substâncias não autorizadas ou proibidas, a execução do regime de controlos reforçados nos PIF, incluindo a identificação de remessas e a amostragem, a utilização do sistema TRACES e, em especial, o calendário para a introdução dos resultados de ensaio, as atividades de verificação em matéria do controlo reforçado e do plano de vigilância, dos critérios operacionais e da relação entre as autoridades e a respetiva capacidade de melhorar os controlos. 3 BASE JURÍDICA A auditoria foi realizada ao abrigo das disposições gerais da legislação da UE, nomeadamente o artigo 45.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos controlos oficiais realizados para assegurar a verificação do cumprimento da legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros alimentícios e das normas relativas à saúde e ao bem-estar dos animais. O anexo do presente relatório inclui uma lista da legislação utilizada como critérios de auditoria. Os atos jurídicos citados referem-se, se for o caso, à última versão alterada. 4 ANTECEDENTES Os Estados-Membros devem submeter as remessas de produtos apresentados para importação a controlos físicos, incluindo controlos laboratoriais, para detetarem eventuais resíduos, agentes patogénicos, contaminantes ou evidências de alteração. Estes planos de vigilância devem ser baseados na natureza dos produtos e no risco que representam, tendo em conta todos os parâmetros de vigilância pertinentes, tais como a frequência e o número de remessas que entram, bem como os resultados de vigilâncias anteriores. O objetivo dos controlos físicos consiste em assegurar que os produtos continuam a cumprir as garantias de origem certificadas pelo país terceiro, garantindo simultaneamente que o posterior transporte dos produtos não alterou a condição inicialmente garantida. Além do mais, a legislação descreve as medidas a tomar pelas autoridades competentes sempre que haja suspeitas de incumprimento da legislação veterinária. Os Estados-Membros devem aplicar controlos mais rigorosos para remessas cujas origens levem a suspeitar que a legislação veterinária da UE tenha sido grave ou repetidamente infringida. 2

Os orientações gerais da Comissão em matéria de execução e interpretação do artigo 24.º da Diretiva 97/78/CE Controlo reforçado (SANCO/11255/2012, de 24 de maio de 2012, doravante designadas as Orientações) foram publicadas em 2012, depois de os Estados- Membros terem acordado aplicar os procedimentos estabelecidos nas mesmas. As Orientações foram preparadas para harmonizarem a abordagem do Estado-Membro no que toca à interpretação e execução dos requisitos legais relevantes. O sistema TRACES inclui um módulo específico para apoiar os Estados-Membros a cumprirem estes requisitos legais. O artigo 50.º do Regulamento (CE) n.º 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho define um sistema de alerta rápido para notificação de riscos diretos ou indiretos para a saúde humana resultantes de géneros alimentícios ou de alimentos para animais, o qual funciona como uma rede conhecida como RASFF. Os Estados-Membros devem notificar imediatamente a Comissão no âmbito deste sistema (entre outros) da rejeição, relacionada com um risco direto ou indireto para a saúde humana, de qualquer lote, contentor ou carga de géneros alimentícios ou de alimentos para animais por parte de uma autoridade competente num posto fronteiriço da União Europeia. A auditoria anterior do SAV realizada em Portugal em matéria do sistema de controlo de importação teve lugar em 2014 (DG(SANCO)2014-6999) a fim de avaliar a utilização do sistema TRACES. O relatório está disponível no seguinte endereço: http://ec.europa.eu/food/fvo/audit_reports/details.cfm?rep_id=3263 Uma visão geral dos sistemas de controlo em Portugal e uma descrição mais pormenorizada das autoridades competentes relevantes podem ser encontradas no perfil de Portugal disponível no seguinte endereço: http://ec.europa.eu/food/fvo/country_profiles/details.cfm?co_id=pt# 5 CONSTATAÇÕES E CONCLUSÕES 5.1 PLANO DE VIGILÂNCIA Requisitos legais Artigos 2.º e 8.º e anexo III da Diretiva 97/78/CE, artigo 1.º, n.º 2, e anexo II do Regulamento (CE) n.º 136/2004 e artigos 3.º, 11.º e 24.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004. Constatações 5.1.1Desenvolvimento do plano de vigilância 1. A Divisão de Internacionalização e Mercados - DIM é o serviço da DGAV responsável pelo desenvolvimento do plano de vigilância para os géneros alimentícios. 3

2. O plano de vigilância abrange produtos que se prevê serem importados através dos PIF portugueses, bem como a maior parte dos riscos microbiológicos e químicos associados aos mesmos. Alguns grupos de substâncias (PCB, dioxinas e pesticidas) não estão incluídos. 3. A DGAV afirmou que o plano de vigilância é desenvolvido tendo em conta o tipo de produtos previstos chegar a alguns PIF, a legislação em vigor, as notificações do RASFF (rejeições fronteiriças e avisos do mercado), as recomendações da Comissão e os resultados do plano de vigilância do ano transato. Contudo, nem todos os resultados laboratoriais das amostras colhidas em 2014 estavam disponíveis aquando da elaboração do plano de vigilância para 2015, apesar de os resultados disponíveis para 2014 serem satisfatórios, tal não resultou em qualquer adaptação ou na incidência dos restantes riscos no plano de vigilância para 2015. A autoridade competente justificou o ensaio dos mesmos parâmetros com o intuito de garantir um cumprimento contínuo do mesmo tipo de produtos, e o calendário de distribuição e execução do plano de vigilância não permite a realização de testes laboratoriais em determinados produtos sazonais, por exemplo, o borrego antes da Páscoa ou moluscos antes do Natal (ver constatação n.º 13). Tal limita a possibilidade de planear controlos oficiais com base nos riscos, contrariamente ao disposto no artigo 3.º, n.º 1, do Regulamento (CE) n.º 882/2004. 4. O plano de vigilância não faz distinção entre produtos destinados a expedição para outros Estados-Membros e produtos destinados a serem colocados no mercado em Portugal. Este dado é consentâneo com o disposto no artigo 3.º, n.º 5, do Regulamento (CE) n.º 882/2004. 5. Os planos de vigilância, elaborados pela DIM, atribuem anualmente um determinado número de controlos analíticos para cada região. Os coordenadores regionais, depois de conhecerem esses planos, distribuem os controlos a efetuar pelos PIF, que operam sob a sua responsabilidade. Em 2015, não foram atribuídos nenhuns controlos analíticos ao PIF do Caniçal nem ao Aeroporto do Porto, porque eram esperadas poucas remessas para esses PIF, tendo em conta o historial de anos anteriores. 6. O plano de vigilância é aprovado no início do ano e é válido para o ano civil. A autoridade competente afirmou que o plano de vigilância aprovado só pode ser distribuído quando o orçamento de estado para a respetiva execução for atribuído e aprovado. Em virtude disso, os planos de vigilância para 2014 e 2015 só foram distribuídos aos serviços veterinários regionais no final do mês de abril. 7. Os coordenadores das autoridades competentes regionais são responsáveis pela redistribuição do plano de vigilância junto dos PIF. Em Lisboa, a redistribuição entre o PIF do porto e o PIF do aeroporto resultou num novo atraso, tendo o plano de vigilância 4

para 2014 sido distribuído em junho. A rede de laboratórios designada em conformidade com os requisitos do artigo 12.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004, para a realização das análises de amostras colhidas durante os controlos oficiais, inclui laboratórios públicos e privados. Os laboratórios privados são responsáveis pelos ensaios da maioria das substâncias químicas (nomeadamente, resíduos de medicamentos veterinários, substâncias proibidas e corantes). Anualmente, é emitido um convite à apresentação de propostas de laboratórios privados a concurso. O atraso na apresentação de propostas de laboratórios privados em 2014 e 2015 resultou na inexistência de laboratórios disponíveis que efetuassem ensaios a substâncias relevantes, nos seguintes termos: para amostras colhidas no âmbito do plano de vigilância para 2014, a capacidade de ensaio só ficou disponível a partir de março de 2015, no caso das amostras de 2015, a capacidade de ensaio não se encontrava disponível no momento da presente auditoria. Estes dados não estão em conformidade com os requisitos do artigo 4.º, n.º 2, alínea c), do Regulamento (CE) n.º 882/2004, que exige que a autoridade competente garanta acesso a uma capacidade laboratorial adequada à realização de ensaios, de forma a que as tarefas de controlo possam ser conduzidas de forma eficiente e eficaz. 8. A equipa de auditoria constatou que os funcionários dos PIF visitados recebiam formação sobre várias questões no âmbito da presente auditoria. Por exemplo, a DGAV tinha organizado uma formação em controlo analítico e utilização do sistema TRACES (QlickView e Armazém de Dados) nos PIF (maio de 2015) e um workshop de inspeção e amostragem de géneros alimentícios (junho de 2015). Os funcionários dos PIF também tinham participado na iniciativa da Comissão Europeia em matéria da formação designada «Melhor formação para uma maior segurança dos alimentos» (BTSF). 9. A DGAV desenvolve instruções escritas e distribui as mesmas junto dos PIF. Tais instruções foram desenvolvidas tendo em vista, por exemplo, a utilização do RASFF (ver constatação n.º 31), o controlo reforçado (ver constatação n.º 35) e a utilização do sistema TRACES. 10. A equipa de auditoria constatou que, contrariamente aos requisitos do artigo 4.º, n.º 3, do Regulamento (CE) n.º 882/2004, os procedimentos escritos não cobriam algumas atividades no âmbito da presente auditoria, onde foram detetadas algumas lacunas: procedimentos de amostragem para diferentes produtos e substâncias, incluindo a incidência de remessas suspeitas em conformidade com o disposto no artigo 20.º da Diretiva 97/78/CE (ver constatação n.º 25), manipulação e armazenagem de amostras nos PIF, incluindo o controlo da temperatura de armazenagem de amostras para análise laboratorial (ver constatação n.º 46) e a calibração de instrumentos (ver constatação n.º 47). 5

11. O plano de vigilância dos alimentos para animais é desenvolvido, coordenado e supervisionado pela Divisão de Alimentação Animal. Esta Divisão faz parte da Direção de Serviços de Nutrição e Alimentação da DGAV. O plano de vigilância dos alimentos para animais abrange as remessas importadas e instruções para a colheita e manipulação das amostras. A autoridade competente afirmou que não foram realizadas amostras aleatórias nos PIF em 2014 e 2015 devido ao número reduzido de remessas (27 remessas de alimentos para animais de companhia em 2014 e 26 remessas em 2015). Conclusão sobre o desenvolvimento do plano de vigilância 12. A autoridade competente desenvolveu um plano de vigilância que abrange os principais produtos e os riscos associados. A eficácia do planeamento é reduzida tendo em conta que, devido a atrasos nos ensaios, os resultados do ano transato não se encontram disponíveis no momento da elaboração do relatório. 5.1.2Execução do plano de vigilância 13. A equipa de auditoria constatou que, devido à distribuição tardia do plano (ver constatações n. os 6 e 7), a amostragem tem início numa fase muito tardia do ano (em junho, no caso de alguns PIF). Uma vez distribuídas, as amostras são colhidas logo que possível. Isto significa que alguns produtos sazonais (recebidos em determinados períodos do ano) não são objeto de amostragem. 14. Os veterinários oficiais colhem amostras em triplicado: uma para análise inicial e as outras duas para permitir ao operador económico solicitar um parecer de peritos suplementar (em conformidade com os requisitos do artigo 11.º, n.º 5, do Regulamento (CE) n.º 882/2004). Os operadores económicos não solicitaram qualquer parecer suplementar a peritos em 2014 e em 2015 (não foram encontrados resultados de incumprimento). 15. Na sequência do acordo celebrado entre a autoridade veterinária e a autoridade aduaneira, o funcionário aduaneiro e a pessoa responsável pela carga estão presentes durante o controlo físico da remessa no PIF (incluindo durante o processo de colheita de amostras). 16. A realização da técnica de ensaios múltiplos é utilizada para a colheita de amostras no âmbito do plano de vigilância. Apesar de as instruções escritas facultadas pela autoridade competente central não abrangerem este ponto, os funcionários dos PIF estavam cientes de que a realização da técnica de ensaios múltiplos não deve ser utilizada em casos de suspeita e controlos reforçados. 17. As remessas incluídas na amostra de acordo com o plano de vigilância são introduzidas em livre prática antes de os resultados laboratoriais serem conhecidos, conforme permitido pelo disposto no n.º 2 do anexo II do Regulamento (CE) n.º 136/2004. O Documento Veterinário Comum de Entrada (DVCE) que acompanha a remessa é 6

devidamente preenchido e a autoridade competente do local de destino é notificada de que a amostra foi colhida, em conformidade com o artigo 8.º da Diretiva 97/78/CE. 18. As amostras são levadas para laboratório diretamente pela autoridade competente ou, em alternativa, a autoridade competente entrega-as ao serviço de correio acordado. As amostras destinadas aos laboratórios públicos são enviadas para laboratório logo que possível. Para as amostras serem testadas em laboratórios privados, as mesmas são armazenadas nos PIF até à conclusão do concurso (ver constatação n.º 7). As amostras colhidas no âmbito do plano de vigilância para 2014 estavam armazenadas nos PIF aquando da realização da presente auditoria. A equipa de auditoria verificou, também, atrasos na obtenção dos resultados dos ensaios laboratoriais efetuados às amostras enviadas para os laboratórios públicos, (por exemplo, no que toca aos metais pesados) devido às férias de verão. Estes dados não estão em conformidade com os requisitos do artigo 4.º, n.º 2, alínea c), do Regulamento (CE) n.º 882/2004, que exige que a autoridade competente garanta acesso a uma capacidade laboratorial adequada à realização de ensaios e que as tarefas de controlo possam ser conduzidas de forma eficiente e eficaz. 19. A autoridade competente afirmou que os resultados dos ensaios laboratoriais são sempre enviados dos laboratórios para a DGAV, que paga pelo ensaio. Os PIF recebem os resultados diretamente do laboratório ou da DGAV. Os laboratórios comunicam os resultados de várias formas, interpretando-os (como satisfatórios ou não satisfatórios), confirmando a ausência de uma determinada substância (por exemplo, a Salmonela) ou indicando se um determinado limite foi ultrapassado ou não (por exemplo, no que toca aos metais pesados). O veterinário oficial é responsável por decidir se os resultados são ou não satisfatórios, mas a DGAV não forneceu quaisquer instruções escritas aos funcionários dos PIF sobre como avaliar os resultados laboratoriais. 20. Quando os resultados dos ensaios laboratoriais forem conhecidos nos PIF, os veterinários oficiais registam-nos no sistema TRACES. Durante a supervisão, a DGAV observou deficiências no preenchimento correto de dados no sistema TRACES, tendo posteriormente emitido instruções escritas e distribuído as mesmas junto dos PIF em 2015. 21. Em conformidade com o n.º 4 do anexo II do Regulamento (CE) n.º 136/2004, a autoridade competente informa a Comissão dos resultados favoráveis e desfavoráveis dos ensaios laboratoriais. Até julho de 2015, a autoridade competente considerava o sistema TRACES a ferramenta de comunicação mais adequada. Depois de um aviso da Comissão no grupo de trabalho de peritos para o controlo veterinário, a autoridade competente envia agora os resultados diretamente para a Comissão. 22. A supervisão da execução do plano de vigilância tem por base a vigilância do número de amostras colhidas em cada PIF para garantir o cumprimento do plano. O PIF comunica o nível de execução das amostragens à DGAV e esta redistribui as restantes amostras 7

pelos PIF que recebam remessas relevantes. As lacunas descritas no presente relatório (mais especificamente o fracasso em garantir uma capacidade laboratorial adequada) não foram documentadas e abordadas durante o controlo. Conclusão sobre a execução do plano de vigilância 23. A capacidade de o plano de vigilância detetar produtos que estejam em incumprimento com as garantias necessárias é comprometida pelo aglomerado de amostras concentradas num período de tempo limitado e a incapacidade de a autoridade competente assegurar a disponibilidade atempada da capacidade laboratorial. A armazenagem prolongada das amostras e os atrasos verificados na obtenção dos resultados comprometem a capacidade de a autoridade competente tomar medidas imediatas em caso de risco para a saúde pública ou animal. As atividades de controlo não deram seguimento aos problemas verificados com a disponibilidade da capacidade laboratorial. 5.2 MEDIDAS EM CASO DE SUSPEITA Requisitos legais Artigos 18.º e 28.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004 e artigos 4.º, 7.º e 20.º e anexo III da Diretiva 97/78/CE. Constatações 24. Em caso de suspeita, a amostragem é realizada pelo veterinário oficial e é corretamente aplicada na eventualidade de uma imposição de controlos (os ensaios são aplicáveis em 100 % dos casos em que o regime de controlo reforçado termine com resultados não satisfatórios), por exemplo, para detetar a presença de Vibrio cholerae e Salmonela em camarões ou de nitrofuranos em produtos de pesca provenientes do Vietname. A recolha de amostras exigida ao abrigo das medidas de salvaguarda da UE (por exemplo, em termos de oxitetraciclinas em crustáceos provenientes da Índia, em conformidade com a Decisão 2010/381/CE da Comissão), é também implementada de forma correta. Esses controlos são devidamente registados como «Suspeitos» na casa 28 dos DVCE. 25. Os funcionários dos PIF visitados descreveram as situações em que a decisão de amostragem deve basear-se em suspeitas perante remessas que possam estar em incumprimento com a legislação veterinária ou nos casos em que a dúvida exista. Na prática, nenhuma remessa foi incluída na amostra por suspeita do veterinário oficial, tal como descrito no artigo 20.º da Diretiva 97/78/CE. A autoridade competente confirmou que os PIF não receberam quaisquer instruções escritas sobre esta questão. 8

26. Os funcionários dos PIF asseguram que as remessas incluídas nas amostras sob suspeita permanecem sob a supervisão dos PIF até à obtenção dos resultados dos ensaios laboratoriais, conforme o disposto no artigo 20.º, n.º 1, da Diretiva 97/78/CE. 27. A autoridade aduaneira é sempre informada sobre a decisão das autoridades veterinárias, conforme o disposto no artigo 24.º, n.º 3, do Regulamento (CE) n.º 882/2004. A autoridade aduaneira só pode introduzir a remessa em livre prática quando o DVCE for concluído no sistema TRACES. 28. Em caso de suspeita, o laboratório é informado com antecedência de forma a estar preparado para efetuar análises o quanto antes, tendo em vista a obtenção dos resultados de ensaio o mais rapidamente possível. A autoridade competente afirmou que, em caso de suspeita, o ensaio das amostras não sofre atrasos, contrariamente aos ensaios realizados no âmbito do plano de vigilância (ver constatação n.º 7), uma vez que, nestes casos, os operadores económicos pagam pelo ensaio laboratorial (em conformidade com o artigo 28.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004). Conclusão das medidas adotadas em caso de suspeita 29. Em caso de suspeita, a amostragem é limitada aos casos previstos pela legislação da UE. A ausência de outras amostras suspeitas poderá reduzir a capacidade de deteção de remessas que possam estar em incumprimento com a legislação veterinária ou de casos em que a dúvida exista. Em caso de suspeita, os ensaios de amostras são prontamente realizados. 5.3 UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE ALERTA RÁPIDO PARA OS GÉNEROS ALIMENTÍCIOS E ALIMENTOS PARA ANIMAIS Requisitos legais Artigo 5.º do Regulamento (UE) n.º 16/2011 da Comissão e artigo 8.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004. Constatações 30. O ponto nacional de contacto do RASFF é a DIM (ver constatação n.º 1). A equipa de auditoria confirmou que o ponto de contacto nacional recebe notificações do RASFF submetidas pelos PIF através do sistema TRACES, valida as mesmas e assegura a comunicação com a Comissão Europeia, em conformidade com o artigo 5.º do Regulamento (CE) n.º 16/2011. 31. Em conformidade com o artigo 8.º, n.º 1, do Regulamento (CE) n.º 882/2004, as instruções escritas relativas ao funcionamento e à utilização do sistema RASFF foram desenvolvidas e facultadas aos PIF (ver constatação n.º 9). 9

32. A equipa de auditoria verificou que, sempre que necessário, os resultados dos ensaios não satisfatórios acionavam a emissão de notificações do RASFF. Em 2014, os PIF portugueses emitiram sete notificações do RASFF no seguimento de suspeitas e controlos reforçados. Os PIF acionaram o RASFF também em casos de incumprimento com outros requisitos da legislação comunitária, por exemplo, o incumprimento em termos de higiene física ou o caso de produtos de países terceiros não autorizados. Como foi referido anteriormente, quando disponíveis, os resultados do plano de vigilância foram sempre satisfatórios. 33. Os funcionários da DGAV e dos PIF confirmaram que, em 2014, numa situação de resultados laboratoriais de ensaio não satisfatórios no âmbito do controlo reforçado, o RASFF não foi acionado devido a erro. A DGAV detetou o caso durante as atividades de supervisão e informou os PIF, por escrito, sobre o requisito de acionarem o RASFF. Os funcionários dos PIF seguiram as instruções da DGAV. Conclusão relativa à utilização do sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos para animais 34. Um ponto de contacto do RASFF é designado, reduzindo assim a possibilidade de erros, e a utilização do RASFF é correta para apoiar as ações de outros Estados-Membros, permitindo o rápido intercâmbio de informações sobre riscos e as medidas a tomar para fazer face aos mesmos. 5.4 EXECUÇÃO DO REGIME DE CONTROLO REFORÇADO Requisitos legais Artigo 24.º da Diretiva 97/78/CE do Conselho, artigo 30.º da Diretiva 96/23/CE do Conselho e artigo 3.º da Decisão 2004/292/CE. Constatações 35. A DGAV distribuiu a Orientação em abril de 2014. Da mesma forma, a DGAV facultou também informações específicas adicionais, por exemplo, no que diz respeito a pequenas remessas. A última revisão das instruções escritas em matéria de controlo reforçado, incluindo a utilização do RASFF, data de 14 de agosto de 2015. 36. Os PIF recebem informações sobre as remessas sujeitas ao regime de controlo reforçado através do sistema TRACES. Os funcionários dos PIF colhem amostras e registam informações sobre os ensaios laboratoriais no sistema TRACES, conforme exigido pelo artigo 3.º, n.º 2, da Decisão 2004/292/CE. As remessas são apreendidas conforme necessário. 37. Em conformidade com o artigo 24.º da Diretiva 97/78/CE, são colhidas amostras ao abrigo do regime de controlo reforçado (por exemplo, no que toca à Salmonela em 10

alimentos para animais ou ao mercúrio em espadartes, em 2015). Algumas amostras colhidas ao abrigo do regime de controlo reforçado foram incorretamente registadas no sistema TRACES como suspeitas. Os funcionários dos PIF adotaram medidas corretivas para registarem corretamente o motivo da colheita de amostras. 38. Em 2014, a DGAV emitiu instruções escritas sobre a amostragem e os ensaios de norovírus em ameijoas cozidas. Em 2015, a DGAV atualizou estas instruções para informar os funcionários dos PIF de que não devem colher amostras para a realização de ensaios de despiste da presença de norovírus, mas realizar controlos para a aplicação de tratamento térmico em conformidade com o anexo III do Regulamento (CE) n.º 853/2004. 39. Quando os resultados forem não satisfatórios, o veterinário oficial regista os mesmos no sistema TRACES e preenche o módulo RASFF, em conformidade com os requisitos do artigo 3.º, n.º 2, da Decisão 2004/292/CE. 40. A autoridade competente afirmou que as remessas associadas a um regime de controlo reforçado que chegam após a décima remessa ficam apreendidas nos PIF até que os resultados das primeiras dez fiquem disponíveis no TRACES. Em conformidade com a Orientação, os operadores económicos podem solicitar à autoridade competente para ter a respetiva remessa incluída na amostra e nos ensaios antes de os resultados das primeiras dez remessas serem registados no sistema TRACES, de modo a poderem ser introduzidas mais cedo em livre prática. Conclusão sobre a execução do regime de controlo reforçado 41. O regime de controlo reforçado é aplicado corretamente, contribuindo para a consistência e eficácia dos controlos fronteiriços da União Europeia. 5.5 CONFORMIDADE DAS INSTALAÇÕES, DOS EQUIPAMENTOS E DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE DOS PIF/CENTROS DE INSPEÇÃO VISITADOS Requisitos legais Anexo II e III da Diretiva 97/78/CE e artigo 4.º e anexo da Decisão 2001/812/CE da Comissão. Constatações 42. As instalações de manipulação e armazenagem das amostras foram visitadas no PIF do porto da cidade do Porto, no PIF do aeroporto de Lisboa e no PIF do porto de Lisboa (centro de inspeção Liscont, parte aprovada para produtos de consumo humano). Nos três locais, os escritórios e as instalações de apoio satisfazem os requisitos do anexo II da Diretiva 97/78/CE e do artigo 4.º, n.º 2, alíneas a) e b), da Decisão 2001/812/CE. 11

43. Os PIF do porto da cidade do Porto e do aeroporto de Lisboa dispõem de salas de armazenagem suficientemente grandes para apreenderem remessas a temperaturas simultaneamente refrigeradas e congeladas, em conformidade com os requisitos do anexo II da Diretiva 97/78/CE e do artigo 4.º, n.º 2, alínea e), da Decisão 2001/812/CE. As salas de armazenagem de remessas apreendidas no centro de inspeção Liscont, no PIF do porto de Lisboa, não foram visitadas. 44. Todas as salas de inspeção foram equipadas com os equipamentos necessários para a realização de controlos físicos e de identidade em conformidade com os requisitos do anexo III da Diretiva 97/78/CE e do artigo 4.º, n.º 2, alínea d) e anexo da Decisão 2001/812/CE. Estavam disponíveis selos oficiais individualmente numerados, sendo os mesmos facultados em três cores diferentes, dependendo da finalidade da amostra (laboratório, contra-análise ou arbitragem). 45. Todas as instalações visitadas dispunham das instalações exigidas ao abrigo do anexo da Decisão 2001/812/CE para armazenagem temporária de amostras com vista ao controlo da temperatura, colocando como pendente o respetivo envio para laboratório. 46. Num PIF visitado, as amostras eram armazenadas em congeladores localizados numa sala de inspeção ou em câmaras de congelação. A temperatura de armazenagem das amostras nas câmaras era registada de forma automática (responsabilidade do operador). No entanto, esses registos nunca tinham sido solicitados pelos funcionários dos PIF. A temperatura do congelador localizado na câmara de inspeção nunca tinha sido registada. Nos outros dois PIF visitados, as amostras eram armazenadas em congeladores localizados na sala de inspeção ou na área adjacente à mesma. Os funcionários dos PIF declararam que os registos eram efetuados manualmente. Estes registos não puderam ser facultados durante a visita a um PIF, mas foram concedidos à equipa de auditoria no dia seguinte. Não registar as temperaturas de congelação, onde as amostras são mantidas até serem transportadas para o laboratório (ver constatação n.º 18) podia comprometer a validade jurídica e analítica das mesmas, no caso de a temperatura de armazenagem estar incorreta ou instável. 47. Os funcionários dos PIF informaram a equipa de auditoria do facto de a calibração dos instrumentos de medição não ter sido executada. Não existem instruções a este respeito. Conclusão sobre a conformidade das instalações, dos equipamentos e das condições de higiene dos centros de inspeção visitados 48. Os PIF visitados dispõem de instalações adequadas para a manipulação e colheita de amostras das remessas. No entanto, as condições de armazenagem e a armazenagem a longo prazo de algumas amostras podem prejudicar a respetiva validade jurídica ou analítica. 12

6 CONCLUSÕES GERAIS A autoridade competente desenvolveu o plano de vigilância para os géneros alimentícios e alimentos para animais. No entanto, a capacidade de detetar remessas suspeitas de incumprimento da legislação da EU é limitada, dado que a autoridade competente não pode garantir uma disponibilidade atempada de recursos para a execução do plano. Por conseguinte, a amostragem é realizada apenas durante alguns meses do ano e a capacidade analítica de algumas substâncias só ficará disponível depois de um período de tempo razoável. Em caso de suspeita, a amostragem é limitada aos casos previstos pelas medidas de salvaguarda da UE e à imposição de controlos. Assim que o regime de controlo reforçado for acionado pelos serviços da Comissão, são implementados procedimentos de amostragem e medidas conforme necessário. As instalações e o equipamento dos postos de inspeção fronteiriços (PIF) visitados durante a auditoria cumprem os requisitos da UE e estão adequados à finalidade a que se propõem nas categorias da respetiva aprovação. 7 REUNIÃO DE ENCERRAMENTO Foi realizada uma reunião de encerramento a 18 de setembro de 2015 com os representantes da DGAV. Nesta reunião, a equipa de auditoria apresentou as principais constatações e as conclusões preliminares da auditoria. A autoridade competente apresentou esclarecimentos adicionais relativos a algumas constatações e conclusões apresentadas. 8 RECOMENDAÇÕES A autoridade competente é convidada a apresentar pormenores das medidas tomadas e planeadas com vista a abordar a recomendação abaixo indicada, nomeadamente os prazos para a sua conclusão («plano de ação»), no prazo de 25 dias úteis a contar da receção da tradução do projeto do relatório de auditoria. N.º Recomendação 1. Garantir a disponibilização atempada de recursos adequados para a colheita de amostras e a realização de ensaios no âmbito do plano de vigilância para organização de controlos oficiais eficazes e adequados, exigidos ao abrigo do artigo 4.º do Regulamento (CE) n.º 882/2004, mais especificamente para permitir i) a execução do plano de vigilância durante todo o ano e ii) o ensaio de amostras sem atrasos significativos. Recomendação baseada na conclusão 23. 13

N.º Recomendação Constatações associadas n. os : 6, 7, 13 e 18. 14

ANEXO 1 REGULAMENTAÇÃO Referências Jurídicas Regulamento n.º 882/2004 - artigo 45.º (Estados- Membros) Regulamento n.º 136/2004 Regulamento n.º 882/2004 Regulamento n.º 16/2011 Diretiva 97/78/CE Diretiva 91/496/CEE Jornal Oficial JO L 165 de 30.4.2004, p. 1, retificado e novamente publicado no JO L 191 de 28.5.2004, p. 1 JO L 21, de 28.1.2004, p. 11-23 JO L 165 de 30.4.2004, p. 1, retificado e novamente publicado no JO L 191 de 28.5.2004, p. 1 JO L 6, de 11.1.2011, p. 7-10 JO L 24 de 30.1.1998, p. 9-30 JO L 268 de 24.9.1991, p. 56-68 Título Regulamento (CE) n.º 882/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, relativo aos controlos oficiais realizados para assegurar a verificação do cumprimento da legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros alimentícios e das normas relativas à saúde e ao bem-estar dos animais O Regulamento (CE) n.º 136/2004 da Comissão, de 22 de janeiro de 2004, que define os procedimentos de controlo veterinário nos postos de inspeção fronteiriços da Comunidade a aplicar a produtos importados de países terceiros Regulamento (CE) n.º 882/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, relativo aos controlos oficiais realizados para assegurar a verificação do cumprimento da legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros alimentícios e das normas relativas à saúde e ao bem-estar dos animais Regulamento (UE) n.º 16/2011 da Comissão, de 10 de janeiro de 2011, que estabelece medidas de execução relativas ao sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos para animais Diretiva 97/78/CE do Conselho, de 18 de dezembro de 1997, que fixa os princípios relativos à organização dos controlos veterinários dos produtos provenientes de países terceiros introduzidos na Comunidade Diretiva 91/496/CEE do Conselho, de 15 de julho de 1991, que fixa os princípios relativos à organização dos controlos veterinários dos animais provenientes de países terceiros introduzidos na Comunidade e que altera as Diretivas 89/662/CEE, 90/425/CEE e 90/675/CEE 15

Diretiva 96/23/CE Decisão 97/794/CE Decisão 2004/292/CE Decisão 2001/812/CE JO L 125, de 23.5.1996, p. 10-32 JO L 323, de 26.11.1997, p. 31-36 JO L 94, de 31.3.2004, p. 63-64 JO L 306, de 23.11.2001, p. 28-33 Diretiva 96/23/CE do Conselho, de 29 de abril de 1996, relativa às medidas de controlo a aplicar a certas substâncias e aos seus resíduos nos animais vivos e respetivos produtos e que revoga as Diretivas 85/358/CEE e 86/469/CEE e as Decisões 89/187/CEE e 91/664/CEE 97/794/CE: Decisão da Comissão, de 12 de novembro de 1997, que estabelece certas normas de execução da Diretiva 91/496/CEE do Conselho no que diz respeito aos controlos veterinários de animais vivos a importar de países terceiros 2004/292/CE: Decisão da Comissão, de 30 de março de 2004, relativa à aplicação do sistema TRACES e que altera a Decisão 92/486/CEE 2001/812/CE: Decisão da Comissão, de 21 de novembro de 2001, que estabelece as exigências para a aprovação dos postos de inspeção fronteiriços responsáveis pelo controlo veterinário dos produtos provenientes de países terceiros introduzidos na Comunidade 16