SE9U ANÇA ATAS DAS 3 AS JORNADAS EM AOS INCENDIOS URBANOS. João Paulo Correia Rodrigues. Vitor Carlos Trindade Abrantes Almeida

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Transcrição:

ATAS DAS 3 AS JORNADAS EM SE9U ANÇA AOS INCENDIOS URBANOS E D ITOR ES João Paulo Correia Rodrigues. Vitor Carlos Trindade Abrantes Almeida & José Pedra Cadinho Oliveira Lopes ORGAN IZAÇÃO ALBRASCI. ASSOCIAÇÃO LUSO-BRASILEIRA PARA A SEGURANÇA CONTRA lncendio UNIVERSIDADE DE COIMBRA

U c. UNIVERSIDADE DE COIMBRA ~ olbro sci ossocioçôo IU50 bfosileircl polo o segufonço contro Incêndio 3as Jornadas de Segurança aos Incêndios Urbanos Universidade de Coimbra 28 de maio de 2013

Atas das Comunicações das 3as Jornadas de Segurança aos Incêndios Urbanos João Paulo Correia Rodrigues, Vitor Carlos Trindade Abrantes & José Pedro Godinho Oliveira Lopes (editores) Primeira edição maio, 2013 Copyright 2013 João Paulo C. Rodrigues Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida sem autorização escrita dos editores. ISBN: 978-989-98435-0-9 Editado por: Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Rua Luís Reis Santos, 3030-786 Coimbra. Portugal.

3as Jornadas de Segurança aos Incêndios Urbanos Universidade de Coimbra- Porluga/- 28 de Maio de 20/3 ERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA CpNTRA O FOGO DA ESC9LA SU:ERIOR DE TECNOLOGIA E GESTAO DO INSTITUTO!:,OLITECNICO DE BRAGANÇA-MEDIDAS DE AUTOPROTEÇAO Leocádia Cardoso" Pedro Pinto 1, Débora Ferreira 1 (O" Sílvia Fernades 1 'Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Bragança, Portugal (.IEmail: debora@ipb.pt SUMARIO De acordo com a nova legislação de segurança contra incêndio em edifícios (Decreto - Lei 220/2008 de 12/11 e Portaria 1532/2008 de 29/12), os ediflcios, os estabelecimentos e os recintos devem, no decurso da exploração dos respetivos espaços ser dotados de medidas de organização e gestão da segurança, designadas por medidas de autoproteção. Neste sentido, tornou se necessário efetuar um levantamento das soluções, e medidas existentes para o OOlllclo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Bragança, verificando a sua aplicabilidade de acordo com a legislação e ainda apresentar propostas para a sua otimização. Palavras-chave: segurança contra incêndio, medidas de autoproteção, edificios escolares 1 INTRODUÇÃO o fogo foi uma das grandes descobertas do ser humano e desde então foi utilizado de diversas maneiras em prol da sua sobrevivência e do seu desenvolvimento. Este, quando não controlado, causa perdas e danos irreparáveis, tomando-se assim numa das grandes preocupações da humanidade. Assim surgiu a necessidade de serem legisladas medidas para minimizar ou reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio. Em Portugal, até ao final de 2008, a legislação de segurança contra incêndios encontrava-se aispersa num número excessivo de diplomas avulsos, dificilmente harmonizáveis entre si e geradores de dificuldades na sua compreensão. O atual regulamento de segurança contra incêndios, muito menos volumoso e de fácil pesquisa, homogéneo e coerente entre o regime jurldico e o regulamento técnico, engloba praticamente a totalidade dos edificios. o decreto-iei 220/2008 engloba as disposições regulamentares de segurança contra incêndio aplicáveis a todos os edificios e recintos, distribuldos por 12 utilizações-tipo, entre as quais se destaca a Utilização Tipo IV - escolares. No seu artigo 15', determina que as disposições técnicas gerais e especificas sejam regulamentadas e neste sentido surgiu a portaria 1532/2008 de 29/12, contendo as disposições técnicas referentes ás condições exteriores 115

Leocádia Cardoso, Pedro Pinto, Débora Fen'eira & Sílvia Fernandes comuns, às condições de comportamento ao fogo, isolamento e proteção, às condições de evacuação, às condições das instalações técnicas, às condições dos equipamentos e sistemas de segurança e às condições de autoproteção. Com a entrada em vigor deste novo pacote legislativo, surgiu a obrigatoriedade de todos os edificios, incluindo os existentes serem dotados de medidas de autoproteção. 2 OBJETIVO Com a entrada do novo pacote legislativo, houve a necessidade de adequar o edificio da Escola Superior de TecnOlogia e Gestão do Instituto Politécnico de Bragança face às novas exigências regulamentares. o objetivo do trabalho consiste em desenvolver um plano de medidas de autoproteção para o estabelecimento de ensino adaptá-ias às condições reais de exploração e utilização, e ainda apresentar soluções alternativas no sentido de incrementar a segurança contra o incêndio aos seus ulilizadores. 3 MEDIDAS DE AUTOPROTECÇÃO As medidas de autoproteção contra incêndios em edificios consistem em procedimentos de organização e gestão da segurança, durante a exploração ou utilização dos mesmos, e têm em atenção os seguintes fatores: minimizar a probabilidade de ocorrência de qualquer tipo de risco de incêndio; garantir aos seus ocupantes condições de segurança face a esses riscos. Deste modo, pretende-se com as mesmas, salvaguardar os equipamentos e sistemas de segurança que estejam em condições de ser operados face a uma situação de emergência, e que os ocupantes abandonem o ediflcio em segurança. As medidas contempladas na legislação são as seguintes: - Medidas preventivas; - Medidas de intervenção; Registos de segurança; - Formação em SCIE e Simulacros. A aplicabilidade destas medidas depende da utilização-tipo do ediflcio e da respetiva categoria de risco. 4 N d c D c S ~ ê Para o edificio em causa, as medidas preventivas tomam a forma de Plano de Prevenção, e as medidas de intervenção tomam a forma de Plano de emergência. 3.1. Plano de prevenção o Plano de Prevenção é um documento que visa estabelecer os procedimentos de segurança, as regras e os comportamentos a seguir. de modo a assegurar que as condições de segurança dos edificios sejam cumpridas. Estas medidas têm como objetivo identificar, prevenir e reduzir os riscos de ocorrência e propagação de incêndios, assegurar que os meios, dispositivos e equipamentos destinados à segurança contra incêndio no edifício se encontram em permanente funcionamento B 116

Verificação da segurança contra o Jogo da escola superior de tecnologia e gestão do il1stituto politécnico de Bragança-medidas de autoproteção estabelecer medidas de verificação dos mesmos, estabelecer medidas destinadas a garantir o pleno funcionamento das regras de segurança, permitindo a correta evacuação dos ocupantes, em caso de emergência. 3,2 - Plano de emergência Um Plano de Emergência Interno é um conjunto organizado de documentos no qual, com base na situação concreta do edifício e dos seus riscos se estabelece a estrutura da Organização de Segurança e os procedimentos a seguir para a evacuação dos ocupantes em risco, de modo a prever e estruturar a intervenção humana numa situação de emergência. 4 TRABALHO DESENVOLVIDO Numa primeira fase, já finalizada, procedeu-se à caracterização dos espaços, ao levantamento das soluções e medidas existentes, verificando-se a sua adequabilidade em relação as condições técnicas gerais da segurança contra incêndios em edifícios, designadamente às condições exteriores comuns, condições de comportamento ao fogo, isolamento, proteção, condições de evacuação, condições das instalações técnicas, condições dos equipamentos, sistemas de segurança e condições de autoproteção. Numa segunda fase, em desenvolvimento, procede-se à apresentação de propostas que visam a melhoria das condições acima referidas, bem como à elaboração das medidas de autoproteção adequadas ao edifício em estudo. As medidas de autoproteção contemplam registos de segurança, plano de prevenção, plano de emergência intema, ações de sensibilização e formação em SCIE e simulacros. 4.1 - Caracterização do existente Tratando-se de um ediflcio existente, as medidas de autoproteção devem ser adaptadas às condições reais de exploração da utilização-tipo em causa adequadas á categoria de risco, e, em principio, devem limitar-se aos meios já existentes no edificio. No entanto, havendo graves desconformidades face à legislação das caracterlsticas construtivas ou equipamentos e sistemas de segurança poderão ser exigidas medidas mais gravosas (Regulamento Técnico SCIE - Art.' 193' n.'3). Neste sentido, para a elaboração das medidas de auto proteção tomou-se necessário numa primeira fase efetuar a análise ao projeto de segurança contra incêndios existente, caracterizar o edlficio da Escola Superior de Tecnologia e Gestão quanto à utilização-tipo e categoria de risco e efetuar o levantamento das condições reais existentes. O edificio, em estudo é um estabelecimento de ensino superior constituldo por um corpo pedagógico, biblioteca e áreas de apoio aos serviços, destinado ao ensino de alunos, e investigação do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) foi enquadrado na utilização tipo IV 117

... ------------------ Leocádia Cardoso, Pedro Pinto, Débora Fen'eira & Sílvia Fernandes (escolares), com locais de risco A, B, C e F de 4" categoria, com um total de efetivo de 2524 pessoas. Procedeu-se ao levantamento das condições existentes e verificou-se que em relação as condições exteriores o estabelecimento não possula nas suas imediações hidrantes exteriores para assegurar o abastecimento dos velculos de socorro. A localização dos hidrantes exteriores junto ao faneil dos passeios que marginam as vias de acesso de modo que um marco, pelo menos, fique a uma distância não superior a 30 m de qualquer das saldas do ediflcio que façam parte dos caminhos de evacuação e das bocas de alimentação das redes secas ou húmidas, quando existam, não se encontrava assegurada. 0. Em relação as condições dos equipamentos e sistemas de segurança foram verificadas as seguintes situações não conformes: -bocas de incêndios armada sem sinalização t (Figura 1a); betoneiras manuais de alarme sem sinalização, encontrando-se muitas delas com vidro partido (Figura 1b); inexistência de sinalização com indicação do sentido de salda no auditório localizado no piso inferior do ediflcio; existência de detetor de fumos com saco plástico, impedindo o seu correto funcionamento (Figura 2a); sirene danificada (Figura 2b); vários extintores localizados nos laboratórios rejeitados, mas ainda no local sem serem substituldos (FiguraS); Inexistência de extintores nas vias horizontais de evacuação (Figura 3). Figura 1. a)- Boca de incendio sem sinalização; b) Botoneiras sem sinalização e danificadas Artigo N'12 da portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro t Artigo n'i5 do decreto-lei 220/2008 de 12 de Novembro 118

r Verificação da segurança contra o Jogo da escola superior de tecnologia e gestão do instituto politécnico de Bragança-medidas de allloproleção a) Figura 2 a} Detetar de fumos com saco plástico; b} - sirene danificada que impede o seu correto funcionamento Figura 3 - vias horizontais de evacuação sem extintores 4.2 - Elaboração das medidas de autoproteção Tendo em consideração a utilização-tipo e a categoria do edifício procedeu se á elaboração das medidas de autoproteção, eliminando-se elou melhorando-se algumas soluções existentes. Procedeu-se também á organização de segurança, definindo-se os elementos constituintes da equipa, as suas funções e responsabilidades. Como o edificio em estudo é de Ut IV da 4" Categoria,* a equipa de segurança deverá ser assegurada no minimo por 12 elementos. I artigo 0 200 da portaria 1532/2008, 119

Leocádia Cardoso, Pedro Pinto, Débora Fen'eira & Sílvia Fernandes Com base no levantamento efetuado foram estudadas as necessidades quanto aos equipamentos de 1 a intelvenção. Foram colocados extintores, nos caminhos normais de evacuação, tendo em conta que a sua localização tem como base a proximidade a zonas potencialmente iniciadoras de incendio assim como a grande afluência de pessoas. Os extintores foram dispostos de forma que a distância a percorrer desde qualquer ponto suscetível de ocupação até ao extintor mais próximo não excedesse os 15 metros e procedeu se também à aplicação de placas de sinalização nos restantes meios de primeira intervenção" ( Figura 4).. Figura 4- Colocação de extintores, e aplicação de placas de sinalização Procedeu-se também à colocação de iluminação de emergência. nas vias horizontais de evacuação, e à sinalização de saida nos iocais de risco b (Figura 5). A iluminação de circulação (evacuação) tem como objetivo permitir em caso de emergência. a evacuação das pessoas em segurança (garantindo ao longo dos caminhos de evacuação condições de visão e de orientação adequadas) e possibifitar a execução das manobras respeitantes à segurança e à intervenção dos socorros 1t. Procedeu-se a elaboração de plantas de emergência a aplicar junto aos acessos principais, vão de escadas. e haus. Quando o plano de emergência é ativado por decisão do Responsável de Escola na sua ausência, ou sempre que o contacto com o Responsável de segurança seja dificij no momenlo. compete ao Delegado de Segurança a decisão de ativação do plano, devendo o primeiro ser informado dessa decisão logo que possivel., Artigo 163.1 da portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro Artigos 111. 112 da portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro tt Artigo 113, 114 da portaria 1532/2008 de 29 de Dezembro 120

Verificação da segurança contra o fogo da escola superior de tecnologia e gestão do instituto politécnico de Bragança-medidas de Gutoproleção aos de Figura 5 a), b) -Iluminação de emergência, nas vias horizontais de evacuação No plano de atuação, quando ocorre uma situação de emergência ou acidente que se considere, haverá sempre um determinado número de ações básicas a realizar, ações estas especificas a cada equipa No desenvolvimento do plano de evacuação, neste está definido o conjunto de instruções a serem seguidas durante um evacuação total ou parcial. Durante a evacuação deve seguir o itinerário marcado nos planos de Evacuação da sua área e obedecer às instruções da Equipa de Alarme e Evacuação. Durante a evacuação as plantas de emergência são um equipamento essencial que complementam a sinalização de segurança elaborou-se plantas de emergência t:t:com a indicação das vias de evacuação, meios de alarme, meios de primeira intervenção e instruções gerais de segurança. Estas permitem identificar com facilidade os caminhos de evacuação e respetivas saídas, localização dos meios e equipamentos de combate a incêndio de primeira intervenção e meios de alarme. (Figura 6) Devem ser afixadas junto dos principais acessos e entradas, zonas de passagem (corredores e halls), áreas de permanência de utilizadores Qunto de elevadores, receções, vestiários, etc.) e nos patamares dentro das caixas de escada. Na elaboração das medidas de autoproteção, há que realçar a importância das ações de fonmação de segurança visando a melhoria das competências dos utilizadores do edifício, especialmente no que diz respeito à sua sensibilização para a segurança contra incêndios. As ações de fonmação compreendem também o cumprimento dos procedimentos de alarme e evacuação e instruções básicas de operação de meios de intervenção. Está a ser preparada a 11 NTn"22 ANPC 121

Leocádia Cordoso, Pedro Pil1lo, Débora Fen-eira & Sílvia Fernandes formação a ser dada em particular aos funcionários que, na sua atividade principal normal, lidam com situações de maior risco de incêndio e formação específica para os elementos que constituem a estrutura intema de segurança contra Incêndios, em particular, aos que têm obrigações especificas de intervenção em caso de emergência. Estão também previstas ações de sensibilização de segurança contra incêndios no inicio de cada ano letivo, bem como fornecimento de panfletos com a informação necessária. De modo a criar rotinas de comportamento e de atuação está prevista a realização de um simulacro. PLANTA DE EMERGÉNCIA Figura 6 - exemplo de planta de emergência do edificio em estudo 5 CONCLUSÕES Com a elaboração das medidas de autoproteção do edifício em estudo, ainda por terminar, foi já posslvel detetar um conjunto de não conformidades, com destaque para a inexistência ou mau funcionamento de alguns elementos, como o sistema de deteção de incêndios, os meios de 1 a intervenção, a sinalização e ainda a inexistência de uma equipa de segurança com as suas funções e responsabilidades bem definidas. As não conformidades expostas já foram entretanto na sua maioria eliminadas. Pretende-se com o resultado final deste trabalho dar um contributo para adequar o edificio face às exigências legislativas em vigor, e ainda consciencializar e informar os seus utilizadores das medidas preventivas e de emergência em caso de incêndio. REFERÊNCIAS [1] Decreto-Lei n.' 220/2008. D.R. n.' 220, Série I de 2008-11-12 - Estabelece o Regime Jurldico da Segurança Contra Incêndio em Edificios (RJ-SCIE). [2] Portaria n.' 1532/2008. D.R. n.' 250, Série I de 2008-12-29 -Aprova o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edificios (RT-SCIE). 122