PORTARIA DETRAN Nº 41, DE 26-04-2016 DOE 26-04-2016 O DIRETOR GERAL DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DO PIAUÍ -DETRAN/PI, no uso das atribuições legais e: Considerando a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e altera a Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 que institui o Código de Trânsito Brasileiro CTB; Considerando a necessidade de serem estabelecidos mecanismos e instrumentos operacionais que assegurem às pessoas com deficiência auditiva o pleno exercício de seus direitos; Considerando que todos os órgãos e entidades públicas devem cumprir o que estabelecem as Leis Federais nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, regulamentadas pelo Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que trata de normas gerais e critérios básicos para garantir a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, e dentro desse segmento, destacam-se as pessoas com deficiência auditiva; Considerando a Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, regulamentada pelo Decreto 5.626/2005; Considerando que nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é obrigatória a adequação de seus acessos e orientação para atendimento de pessoas com deficiência, de acordo com as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT;
Considerando que o DETRAN/PI deve estar preparado para oferecer às pessoas com deficiência auditiva condições de serem atendidas e orientadas para acesso aos serviços prestados; Considerando que cabe ao DETRAN/PI, estabelecer regras e exigências voltadas para o credenciamento e instalações de entidades públicas e privadas, de médicos e psicólogos peritos examinadores, notadamente os Centros de Formação de Condutores, para que prestem seus serviços de forma acessível às pessoas que utilizam a LIBRAS como forma de comunicação; Resolve: Art. 1º Estabelecer diretrizes, normas e procedimentos operacionais adequados às necessidades de pessoas com deficiência auditiva quando do seu atendimento, formação, especialização e habilitação para condução de veículo automotor e elétrico. Parágrafo único: Considera-se, para efeito da presente portaria, como deficiência auditiva, a pessoa com perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um (41) decibéis ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. (DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.) Art. 2º Para o atendimento adequado das pessoas com deficiência auditiva o DETRAN/PI observará as diretrizes, regras e procedimentos tratados nos artigos a seguir, notadamente aos aspectos da acessibilidade, do atendimento, dos exames preliminares, da formação e dos exames complementares. Parágrafo único: Os sistemas informatizados deverão estar preparados para que seja efetuada no momento da abertura do serviço a anotação que o candidato é pessoa com deficiência auditiva, possibilitando o acompanhamento e disponibilização do intérprete da LIBRAS em todas as fases do processo.
Art. 3º O DETRAN/PI disponibilizará atendimento prioritário e especializado às pessoas com deficiência auditiva para garantir o acesso às informações e serviços prestados e divulgara o direito ao atendimento prioritário, em lugar visível. 1º Deverá ser considerado como atendimento prioritário tratado no caput deste artigo, aquele realizado de forma imediata, depois de concluído o atendimento que estiver em andamento. 2º O deficiente auditivo deverá requerer o auxilio de intérprete em LIBRAS caso veja necessidade para tanto. Art. 4º Será disponibilizado às pessoas com deficiência auditiva intérprete da Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, ou, pelo menos, aparelho de telecomunicação ou qualquer outro meio tecnológico hábil disponível que assegure o atendimento e comunicação das pessoas com deficiência auditiva, na sede do DETRAN/PI mediante prévia solicitação. 1º A atuação do intérprete da LIBRAS, deverá limitar-se a informar ao candidato com deficiência auditiva a respeito do conteúdo dos procedimentos administrativos atinentes aos exames e cursos do processo de habilitação previstos neste artigo, vedada a interferência na tomada de decisões do candidato que venha a alterar o resultado da aferição da capacidade do mesmo. Art. 5º O DETRAN/PI afixará em local visível ao público o Símbolo Internacional de Surdez, próximo a todas as áreas de atendimento.
1º Nenhum tipo de modificação ou alteração poderá ser implantado no símbolo internacional, cujo modelo faz parte da Lei Federal nº 8.160/1991, e constitui o Anexo I do presente instrumento normativo. 2º É proibida a utilização do Símbolo Internacional de Surdez, para outras finalidades que não a de identificar, assinalar ou indicar local ou serviço habilitado ao uso de pessoas com deficiência auditiva. Art. 6º. Os Centros de Formação de Condutores CFC s deverão ter, obrigatoriamente, pelo menos, um instrutor capacitado na LIBRAS para atendimento e acompanhamento das pessoas com deficiência auditiva nas aulas teóricas e práticas. 1º O DETRAN/PI, para fins de novos credenciamentos de CFC s, exigira o estabelecido no caput deste artigo a partir da data de publicação desta Portaria. 2º Nos casos de CFC s já credenciados, o DETRAN/PI exigirá a sua regularização no prazo estipulado no art. 12 desta portaria. 3º Os CFC s poderão suprir suas necessidades mediante formalização de convênio ou contrato com entidades devidamente reconhecidas como habilitadas ao atendimento de pessoas com deficiência auditiva. Art. 7º. O CFC s também deverão providenciar a elaboração de material didático bilíngue, devidamente adaptado na LIBRAS e Língua Portuguesa (material escrito e audiovisual), conforme previsto na legislação de trânsito.
Art. 8º. Quando confirmada a deficiência auditiva do candidato pelos peritos examinadores em qualquer serviço de habilitação junto ao DETRAN/PI, deverá ser mantida a anotação em seus registros. Art. 9. O tempo destinado ao exame teórico técnico do candidato com deficiência auditiva, terá o dobro do tempo disponibilizado aos demais candidatos, a partir da data da publicação desta Portaria. Art. 10. Para o Exame de Direção Veicular, realizado por pessoa com deficiência auditiva, o DETRAN/PI designará intérprete para atuar antes do início do exame, ocasião em que o examinador fornecerá a orientação de como será a sua comunicação com o candidato durante o exame. Art. 11. O DETRAN/PI, através de sua Escola de Trânsito, promoverá campanhas informativas e educativas permanentes dirigidas à população em geral, com a finalidade de conscientizá-la quanto à acessibilidade e à integração social da pessoa com deficiência auditiva. Art. 12. Todas as entidades de prestação de serviços credenciadas ao DETRAN/PI e os CFC s terão o prazo de até 360 (trezentos e sessenta) dias para atendimento do estabelecido no presente instrumento, contados a partir da data de sua publicação. Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Teresina-PI, 26 de abril de 2016 Publique-se e Cumpra-se. ARÃO MARTINS DO RÊGO LOBÃO
DIRETOR GERAL