ES MA 05 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE JAZIDAS, CAIXAS DE EMPRÉSTIMOS E BOTA FORA. 1. Generalidades



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Transcrição:

ES MA 05 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE JAZIDAS, CAIXAS DE EMPRÉSTIMOS E BOTA FORA 1. Generalidades A presente Especificação Técnica trata dos procedimentos para a utilização e recuperação das áreas degradadas para a obtenção e descarte de materiais na construção rodoviária, envolvendo um conjunto de medidas destinadas ao licenciamento e reabilitação ambiental das mesmas. As áreas passíveis de degradação aqui enfocadas consistem: nas jazidas e caixas de empréstimo utilizadas para a obtenção de materiais de construção, designando-se como empréstimos as escavações de solo com características suficientes para atender às necessidades de terraplenagem e, como jazidas a exploração de solos selecionados ou materiais mais nobres, adequados aos serviços de pavimentação e outros, tais como, solo arenoso fino, areia (areais) e rocha (pedreiras); e nos bota-foras de materiais excedentes de cortes de terraplenagem, de materiais inservíveis como os solos moles em fundação de aterros, entulhos resultantes de demolição de construções, de obras de arte especiais, materiais resultantes de desmatamento, destocamento e limpeza, além de outros. Dadas as alterações processadas na utilização dessas áreas, particularmente sobre os processos naturais do meio físico, as áreas de apoio às obras estão sujeitas a autorizações, aprovações e licenciamentos específicos, por parte de órgãos federais, estaduais e municipais, aos quais cabem, nas respectivas áreas de atuação, a fiscalização, a constatação da prática de irregularidades e a imposição de penalidades previstas na legislação pertinente.

As autorizações e licenciamentos, bem como as competências para a fiscalização encontram-se explicitados em diplomas legais e normas que disciplinam as práticas, atividades e instalações, e exigem providências no sentido de garantir a regularidade das mesmas perante os órgãos competentes. Nesse sentido, a Especificação Técnica define as diretrizes e medidas a serem observadas na condução dos procedimentos voltados à obtenção das autorizações e licenças ambientais, bem como as recomendações dirigidas à recuperação ambiental dessas áreas, que podem configurar parte integrante dos condicionantes da Licença de Instalação, bem como da Licença de Operação. 2. Objetivos Os principiais objetivos desta especificação consistem no estabelecimento de procedimentos e medidas destinadas ao licenciamento ambiental e à adequada utilização e recuperação das áreas de apoio às obras, buscando propiciar a retomada do uso original das áreas afetadas e a recomposição do aspecto cênico das mesmas. Em respeito aos preceitos constitucionais da recuperação do meio ambiente degradado de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei, e atendendo à postura do DEINFRA quanto à conservação dos recursos naturais, a Especificação visa: sistematizar as ações necessárias para reduzir a utilização de áreas externas à faixa de domínio e indicar as medidas que contribuam ecológica e sócioculturalmente para a reinserção das áreas alteradas à paisagem local, em observância aos instrumentos normativos estabelecidos pelos órgãos ambientais competentes; e reduzir as demandas de áreas de apoio, obedecendo a critérios técnicos de engenharia, apoiados na análise do balanço de materiais e nos fatores

logísticos, incorporados ao planejamento do processo construtivo, bem como em critérios e condicionantes ambientais. Entre as principais medidas recomendadas para a recuperação ambiental das áreas e sua proteção contra processos erosivos, destacam-se a readequação da drenagem e o revestimento vegetal. 3. Procedimentos para a Utilização e Recuperação de Áreas Degradadas em Jazidas, Caixas de Empréstimo e Bota-Foras 3.1. Atendimento a Requisitos Legais e Institucionais O tratamento a ser dispensado às áreas de apoio, correspondentes às jazidas, caixas de empréstimos e bota-foras, aborda particularmente as áreas situadas externamente à faixa de domínio da Rodovia, que não integram o Projeto de Engenharia e não se inserem nas áreas de intervenção direta para a implantação das obras civis. Esse tratamento considera que, na faixa de incidência das obras civis, o licenciamento ambiental das áreas de escavação, com material rochoso ou de solos, assim como a deposição de materiais em bota-foras para o alargamento da plataforma e construção de interseções, poderá estar contido na deliberação da L.A.P. e L.A.I. do empreendimento. Para as áreas de apoio situadas externamente à faixa de domínio e integrantes do Projeto de Engenharia, deve-se providenciar: em primeira instância, a autorização da FATMA para a supressão da cobertura vegetal eventualmente existente na área selecionada; e em segunda instância, a elaboração dos respectivos Projetos de Recuperação das jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras previstas para utilização.

Previamente à elaboração dos Projetos de Recuperação das áreas de jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras, é recomendável que as empresas contratadas para as obras contatem o órgão ambiental, visando obter orientação, roteiros de procedimentos, modelos e impressos próprios, bem como a documentação exigida no requerimento de licenciamento específico. Em caso de inexistirem regulamentações próprias para a condução da regularidade ambiental dessas áreas, deverá ser estabelecido, de comum acordo com os órgãos licenciadores, um Termo de Referência para orientar a sua elaboração, tendo por base o roteiro orientativo constante do Manual de Procedimentos Ambientais do DEINFRA. 3.2. Definição da Forma de Recuperação das Áreas A definição da recomposição topográfica e paisagística das áreas utilizadas para a extração de materiais de construção e para a deposição de material inservível deverá contemplar as seguintes operações: o estabelecimento de medidas de isolamento da área, em relação ao trânsito de animais domésticos e pessoas; a conformação de seções estáveis para áreas degradadas, com raspagem e retirada de entulho; a eventual execução de rede de drenagem; a descompactação do solo, através de escarificadores ou subsoladores, visando ao rompimento de camadas compactadas; a cobertura uniforme do local com a camada fértil do solo, removida e estocada adequadamente durante a fase de implantação do projeto; a aplicação de calcário e adubos orgânicos, buscando a correção físicoquímica do solo; e o repovoamento com espécies vegetais, propiciando a aceleração do processo de regeneração natural.

3.3. Condicionantes e Recomendações para a Recuperação Na elaboração do Projeto de Recuperação devem ser objetos preferenciais de análise os aspectos relativos às interferências com as áreas de preservação permanente, com unidades de conservação e formações vegetais remanescentes, os efeitos sobre os usos do solo e as interferências com as áreas de mananciais e captações urbanas. No caso das jazidas, utilizadas na obtenção de agregados para concreto e pavimentos, é recomendável: o aproveitamento de material pétreo proveniente de desmontes rochosos obrigatórios; a preferência pela utilização de pedreiras de operação comercial, desde que devidamente licenciadas pelos órgãos competentes. As explorações de pedreiras deverão contar com a regularização perante o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, mediante a licença para a lavra; a apresentação da documentação que atesta a regularidade da atividade, seja da empreiteira, seja de fornecedor do material proveniente de empresa de exploração comercial; e a apresentação de autorização do proprietário, no caso específico de utilização de áreas para bota-foras em propriedades particulares externas à faixa de domínio. As proposições para a recuperação das áreas degradadas objetivam atender à preservação ambiental em seus múltiplos aspectos, cabendo registrar os que seguem: as medidas a serem implementadas devem ser particularizadas para cada caso guardando consonância com a situação de cada área degradada existente e devendo ser aplicadas na ordem sugerida, sem defasagem prolongada entre elas, o que poderia provocar intensificação dos processos erosivos;

as jazidas, quando originarem grandes depressões no terreno, deverão ser utilizadas como locais de bota-fora de materiais excedentes, não contaminados, retrabalhados de forma a permitir a uniformização, antes da aplicação da camada de solo fértil; os taludes e rampas deverão ter sua declividade suavizada, a fim de evitar a intensificação dos processos erosivos, facilitando a recuperação destas áreas; a recuperação de taludes de corte, em seu estágio final, deverá ser realizada, preferencialmente, com a aplicação de hidrossemeadura de espécies com raízes superficiais, como as gramíneas; os taludes de aterro devem contar com medidas de controle da erosão, sendo recomendável a utilização de grama em placa e a escolha de espécies com raízes profundas, especialmente arbustos, com prioridade a espécies nativas pioneiras e de rápido desenvolvimento; o controle de exploração de jazidas, deve ser executado com a devida atenção, no sentido de que a retirada de material de empréstimo não resulte em superfícies muito íngremes, com grandes desníveis, o que dificultaria a apropriada recuperação dessas áreas. A exploração por meio de superfícies patamarizadas constitui-se em uma técnica a ser adotada em todo processo de extração de materiais de empréstimo; a revegetação, cujo principal objetivo é propiciar a cobertura eficiente do solo, protegendo-o da erosão e favorecendo a recuperação de suas propriedades físico-químicas, deve, inicialmente, contemplar o desenvolvimento das espécies herbáceas e arbustivas, vindo a favorecer a formação de vegetação arbórea, recuperando parte da vegetação existente; as espécies vegetais a serem utilizadas para a revegetação devem ser preferencialmente gramíneas e leguminosas, que fixam o nitrogênio no solo, além de espécies arbustivas e arbóreas; o solo orgânico proveniente de alguma limpeza que se fizer necessária, de escavações para fins de corte e aterro ou ainda de área de empréstimo, deverá ser estocado adequadamente fora da área trabalhada para efeito de reaproveitamento futuro, como revestimento vegetal de superfícies a recuperar;

os locais de empréstimo e de bota-foras e canteiros de obra devem receber o lançamento dos rejeitos de forma apropriada, conformando superfícies suaves, de modo a tornar mínimo o indesejável efeito erosivo das águas, complementando-se com o recobrimento vegetal; a recuperação destas áreas deve considerar como imprescindível o efetivo controle da remoção, disposição e acondicionamento do solo orgânico, prevendo-se para tanto a conveniência de acompanhamento profissional específico para a escolha de locais estratégicos para os depósitos do citado material. Esta medida permitirá o controle da manutenção das características de fertilidade do solo orgânico, fundamentais para a recomposição posterior, que constitui o destino final desse material; e a previsão de eventuais trabalhos de gradeamento nestes depósitos podem favorecer o controle de processos erosivos superficiais. Todas as áreas utilizadas devem apresentar, ao encerramento das atividades: uma configuração geométrica compatível com a topografia dos terrenos adjacentes, mediante o reafeiçoamento e atenuação dos taludes; a reordenação das linhas de drenagem e a recomposição da cobertura vegetal de modo a permitir o tratamento harmônico da mesma com a paisagem circundante; e um termo de aceite do proprietário das áreas utilizadas para bota-foras, quando externas à faixa de domínio. 3.4. Seqüência de Atividades As atividades inerentes à implementação desta Especificação Técnica estarão a cargo das empreiteiras contratadas para a execução das obras, cujo desenvolvimento pode ser subdividido em fases correspondentes ao Licenciamento Ambiental, à Utilização das Áreas e à sua Recuperação.

3.4.1. Licenciamento Ambiental O Projeto de Recuperação Ambiental das áreas utilizadas como jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras deve ser parte integrante da solicitação de autorização a ser encaminhado aos órgãos licenciadores competentes. As ações a serem empreendidas contarão com um diferencial em caso da necessidade de áreas de apoio adicionais, ou do selecionamento de outras áreas que não as integrantes do Projeto de Engenharia, desde que autorizadas pela fiscalização de obras. No caso da utilização de áreas que não integrarem o Projeto de Engenharia e, portanto, não se inserirem no licenciamento expedido pela FATMA, deverão ser obtidas: as autorizações específicas para a supressão vegetal ou a comprovação da ausência de cobertura vegetal; a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN para a pesquisa e resgate de sítios arqueológicos, eventualmente confirmados, em conformidade com a Portaria SPHAN 07/88 e a Resolução Conama 001/86; a justificativa da seleção da área adicional a ser utilizada; e a caracterização da área objeto de utilização, contendo: - a delimitação e explicitação de sua localização geográfica: contendo o município, distrito, bairro, vias de acesso (local e regional) e de serviços. A descrição da localização da área objeto do Pedido de Autorização deverá ser acompanhada de uma planta regional com a indicação de sua localização, recomendando-se que a escala da planta seja, sempre que possível, 1:10.000. A área objeto do pedido de autorização deverá estar localizada em relação ao km e/ou estaca e lado da via, devendo ser informada ainda a sua distância (afastamento) em relação ao empreendimento rodoviário a que está vinculado;

- a apresentação de sua documentação: constando de parecer técnico florestal, atestado de regularidade florestal, ou autorizações e licenças para a supressão vegetal da FATMA, quando a área integrar o Projeto de Engenharia; - titulação de posse da área e autorização do proprietário para a sua utilização com a finalidade proposta; - a caracterização da ocupação da área e de seu entorno: compreendendo a ocupação atual; o grau de antropização e/ou degradação em que se encontra; habitações, indústrias e ocupações vizinhas; áreas de cultura e pastagens; equipamentos sociais (creches, escolas, hospitais, parques); com apresentação de documentação fotográfica; e - a caracterização da vegetação existente: identificando a cobertura vegetal, indicando o estágio sucessional, e distinguindo as espécies preservadas por lei, com apresentação de documentação fotográfica. o Projeto de Recuperação.da Área Degradada, destacando como principais aspectos relacionados a seguir: - levantamento topográfico planialtimétrico da área a ser utilizada, em escala 1:1.000 ou eventualmente outra quando mais adequada; - projeto geométrico em plantas e seções transversais gabaritadas; - terraplenagem complementar (regularização da área): desenho esquemático e/ou planta em escala compatível, contendo a configuração final da área; - estudos de estabilidade geotécnica: avaliação das condições de suporte das fundações (no caso de bota-foras) e de estabilidade dos taludes preconizados para os empréstimo e bota-foras, quando necessário. Caso seja previsto um uso seqüencial para as áreas utilizadas como bota-foras, devem ser estabelecidos critérios para compactação desses aterros; - projeto de drenagem para escoamento superficial das águas pluviais, contemplando: descrição das operações visando o restabelecimento do escoamento pluvial e fluvial perturbados pela atividade. O plano de

utilização deve indicar o caimento da área, com vista à definição do sistema de drenagem superficial; indicação dos dispositivos previstos para captação, disciplinamento e condução das águas de escoamento superficial. Os dispositivos das drenagens superficiais devem ser dimensionados quanto à capacidade de escoamento (vazão), indicando-se o sentido de escoamento e grau de inclinação. No projeto devem ser indicados os locais de escadas d água (quando necessário), e as medidas necessárias para garantir a integridade do terreno, nas saídas d água; - recomposição vegetal: identificar e quantificar as espécies vegetais a serem utilizadas para a recomposição da paisagem. Quando necessário (no caso de supressão de vegetação e invasão de Área de Preservação Permanente), apresentar plano de plantio compensatório, devidamente acordado com o órgão licenciador; - quantidade de serviço e cronograma executivo: cronograma de execução dos trabalhos; e - descrição da sistemática de acompanhamento e monitoramento a ser implementada durante a utilização das áreas de apoio e execução dos serviços com a finalidade de verificar o cumprimento das medidas propostas e a introdução de eventuais ajustes e adaptações em relação aos planos originais, bem como acompanhar a execução das medidas propostas para recuperação e recomposição das áreas utilizadas. Tal descrição deverá constar do Relatório de Controle Ambiental a ser apresentado ao Órgão Ambiental para subsidiar a expedição da LAO. A descrição deverá estar ilustrada com fotos datadas, inclusive com informações de eventuais modificações que venham a ser realizadas em relação ao Projeto original. 3.4.2. Recomendações para a Utilização das Áreas Os serviços de escavação ou deposição de materiais nas áreas de jazidas, empréstimo ou bota-fora deverão observar estritamente o Projeto Recuperação. Dentre as atividades pertinentes destaca-se:

Remoção e Armazenamento Prévio da Camada Superficial de Solo: - efetuar a remoção da camada superficial de solo orgânico, das áreas de apoio e demais áreas que venham a sofrer terraplenagem realizada juntamente com a vegetação do mesmo local, que será convertida mecanicamente em cobertura morta, ou incorporada ao volume final; - depositar o solo, de preferência, em camadas de aproximadamente 1,5 m de altura e de 3 a 4 m de largura, com qualquer comprimento, selecionando locais planos e protegidos das "enxurradas" e erosão e evitando a compactação do solo durante a operação de armazenagem. O solo estocado deverá ser protegido por uma cobertura morta (produto de podas, restos de capim, folhas etc.); - armazenar o solo orgânico durante o período de exploração das áreas, considerando que o tempo de estocagem deverá ser o menor possível, pois há uma relação direta de queda na qualidade do solo orgânico com o passar dos anos, quando fora das condições biológicas naturais; - transferir o solo orgânico diretamente para a área preparada previamente em banquetas e/ou em curva de nível, para a recuperação. Esta transferência direta minimiza as perdas microbiais de nutrientes e maximiza o número de sementes que sobrevivem a esta ruptura provocada; - execução dos Serviços de Extração ou Deposição de Materiais, conforme Projeto de Recuperação elaborado; - justificar as eventuais alterações necessárias introduzidas; e - executar as medidas de readequação da drenagem e o revestimento vegetal. 3.5. Monitoramento O monitoramento será desenvolvido pela Empresa Supervisora e pela Fiscalização do DEINFRA.

As atividades pertinentes ao Monitoramento terão, basicamente, a finalidade de: verificação da adequada execução dos dispositivos constantes, como soluções, no Projeto; e verificação da conformidade ambiental, no que respeita à observância dos condicionamentos instituídos e que interferem com os procedimentos relacionados com a programação de obras e os processos construtivos. Em termos específicos, para atender a tais finalidades deverão ser, basicamente cumpridas as seguintes etapas: análise de toda a documentação técnica do Empreendimento, em especial dos aspectos de interface do Projeto de Engenharia com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; inspeção preliminar aos trechos para certificação de que as condições de campo ao longo de cada trecho são efetivamente as retratadas no Projeto com vistas, inclusive, à detecção da necessidade de eventuais incorporações de outras ocorrências e/ou adequações, no que se refere às soluções de engenharia relacionadas com a recuperação de áreas degradadas; registro de todas ocorrências que deverão ser objeto de recuperação ambiental; e inspeções diárias ao trecho para verificar: - o atendimento aos aspectos de natureza ambiental e institucional, no que tange as tarefas de instalação e mobilização das várias unidades de apoio; - obediência, durante a etapa de funcionamento e de operação, ao definido no Projeto de Recuperação; - atendimento ao cronograma estabelecido para as atividades de recuperação ambiental propriamente dita; - atendimento, em termos qualitativos e quantitativos ao definido na presente Especificação Complementar envolvendo: o preparo do terreno, a recomposição das camadas de solo orgânico, a instalação da rede de

drenagem nas áreas alteradas, a conformação de taludes, as análises físico e químicas do solo, o preparo do solo, a seleção de espécies, o plantio, a revegetação com herbáceas, a irrigação e a manutenção dos plantios; e - acompanhamento dos procedimentos relacionados com a conclusão dos serviços de recuperação e respectivo recebimento por parte dos titulares das terras. 3.6. Medição e Pagamento A medição será efetuada com base nos serviços realizados e nos custos unitários do DEINFRA e o pagamento será efetivado após a medição dos serviços, a partir dos custos unitários propostos para a completa recuperação das áreas.