Estudo sobre Doação Voluntária de Medula Óssea em Porto Alegre e Região Metropolitana 1



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Transcrição:

RESUMO Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação Estudo sobre Doação Voluntária de Medula Óssea em Porto Alegre e Região Metropolitana 1 Aline CAMARGO Fabiana FERNANDES 2 Patricia Lima da SILVA 3 Cláudia Peixoto de MOURA 4 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS No presente projeto abordaram-se informações relevantes sobre a leucemia, câncer no sangue, a doação de medula óssea, principal tratamento para a doença e o cadastro voluntário de doadores. Verificou-se que a maioria da população desconhece os procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea, demonstrando que o principal problema é a desinformação, como foi apontado pelos profissionais de saúde entrevistados. Para aumentar o nível de informação e, assim, estimular a disposição da população em tornar-se doador voluntário, este estudo sugere ações de Relações Públicas com a intenção de desmistificar o tema da doação de medula óssea em Porto Alegre e Região Metropolitana, aumentando as chances de sobrevivência dos portadores da leucemia, através do transplante. PALAVRAS-CHAVE: leucemia; doação; medula; transplante; informação. 1 INTRODUÇÃO No presente projeto experimental de pesquisa abordou-se as informações relevantes sobre a leucemia, câncer no sangue, a doação de medula óssea, principal tratamento para a doença e o cadastro voluntário de doadores. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer - INCA, a estimativa para o ano de 2008 foi de 810 novos casos da doença no Rio Grande do Sul, sendo destes, 130 para a capital (http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/). Uma das alternativas de cura para a leucemia é o transplante de medula óssea. Conforme dados do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea REDOME há, no Brasil, mais de 980 mil doadores cadastrados (http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=677). Apesar de o número parecer 1 Trabalho submetido ao XVII Prêmio Expocom 2010, na Categoria Relações Públicas, modalidade Pesquisa de Opinião. 2 Aluno líder do grupo e estudante do 8º. Semestre do Curso Relações Públicas, email: fabi_fernands@hotmail.com. 3 Estudante do 8º. Semestre do Curso Relações Públicas, email: patricialimarp@yahoo.com.br 4 Orientador do trabalho. Professor do Cursode Relações Públicas, email: cpmoura@pucrs.br. 1

expressivo, comparados com a totalidade da população brasileira, não chega a ser suficiente para que o paciente encontre facilmente um doador compatível. Este estudo foi elaborado tendo como principal objetivo a mensuração do grau de conhecimento da população de Porto Alegre e Região Metropolitana a respeito da doação voluntária de medula óssea e a disposição em cadastrar-se como doador voluntário. Para atingir tais objetivos, foram utilizadas técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa. Na pesquisa qualitativa, buscaram-se esclarecimentos com profissionais da área da saúde sobre a leucemia e os procedimentos necessários para a doação de medula óssea. Na pesquisa quantitativa, entrevistou-se 160 pessoas de Porto Alegre e Região Metropolitana, sendo 80 indivíduos do sexo masculino e 80 do sexo feminino com idades entre 18 e 55 anos. Neste estudo, verificou-se que a maioria da população desconhece os procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea. Isso demonstra que o principal problema é a desinformação, como foi apontado pelos profissionais de saúde entrevistados. Para aumentar o nível de informação e, assim, estimular a disposição da população em tornar-se doador voluntário, este estudo sugere ações de Relações Públicas com a intenção de desmistificar o tema da doação de medula óssea em Porto Alegre e Região Metropolitana, aumentando as chances de sobrevivência dos portadores da leucemia, através do transplante. 2 OBJETIVO Medir o nível de conhecimento da população de Porto Alegre e Região Metropolitana a respeito da doação de medula óssea; o grau de concordância em tornar-se um doador; verificar o posicionamento do entrevistado em relação à condição de doador de medula óssea quando envolve ou não relações afetivas. 3 JUSTIFICATIVA A leucemia é um tipo de câncer que atinge o sangue e caracteriza-se pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer - INCA, a doença afeta, aproximadamente, nove mil pessoas por ano no Brasil, sendo uma das principais causas de morte infantojuvenil (http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/). 2

A principal forma de tratamento é o transplante de medula óssea. A doação é voluntária e qualquer pessoa pode ser doadora. Nos últimos anos, o apelo da mídia em cima do tema vem despertando a atenção da sociedade brasileira para a doença. No entanto, ainda é grande o nível de desinformação e criação de mitos em torno da doação. O presente projeto de pesquisa tem a intenção de verificar o nível de conhecimento e a disposição da população de Porto Alegre e Região Metropolitana à doação de medula óssea, para que mais tarde possam desenvolver-se ações de conscientização em torno do problema. As ações visarão mobilizar a população para cadastramento no banco universal de doadores. Para tanto, será necessário informar e desmitificar o processo de doação de medula. Com esta iniciativa, pretende-se desenvolver um projeto experimental livre, no qual cada cidadão se torne um agente pró-ativo na disseminação da informação que envolve a doação. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS Para a realização das investigações que compõem este trabalho, apóia-se nas técnicas de observação participante, pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e pesquisa despadronizada para a investigação qualitativa. Para medir o grau de conhecimento da população de Porto Alegre e Região Metropolitana sobre o assunto, a pesquisa padronizada serviu de apoio para a realização da pesquisa quantitativa. 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO O presente estudo enfoca a leucemia - câncer no sangue, a doação de medula óssea - principal tratamento para a doença, e o cadastramento voluntário de doadores, tema escolhido pela equipe de alunos devido ao seu interesse em abordar informações relevantes sobre o assunto no desenvolvimento de uma pesquisa de opinião. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer - INCA, a estimativa para o ano de 2008 era de 810 novos casos da doença no Rio Grande do Sul, sendo 130 localizados na capital (http://www.inca.gov.br/estimativa/2008). Uma das alternativas de cura para a leucemia é o transplante de medula óssea que, de acordo com os dados do Registro Nacional de 3

Doadores de Medula Óssea REDOME, conta com mais de 980 mil doadores cadastrados no Brasil (http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=677). Apesar do número parecer expressivo, quando comparado com a totalidade da população brasileira não chega a ser suficiente para que o paciente encontre facilmente um doador compatível. Ao considerar estes aspectos, a investigação foi elaborada tendo como principal objetivo a mensuração do grau de conhecimento da população de Porto Alegre e Região Metropolitana a respeito da doação voluntária de medula óssea e a disposição das pessoas em cadastrarem-se como doadores voluntários. As questões norteadoras da pesquisa foram: Qual o nível de conhecimento da população de Porto Alegre e Região Metropolitana a respeito da doação de medula óssea? Qual sua disposição em cadastrar-se como um doador voluntário? Diante destas questões, os objetivos a serem alcançados foram divididos em dois níveis: um qualitativo, que visava esclarecer o papel da doação de medula óssea no combate a doença, mediante contato com profissionais da área da saúde; e outro quantitativo, para medir o nível de conhecimento da população de Porto Alegre e Região Metropolitana a respeito da doação de medula óssea, o grau de concordância do entrevistado em tornar-se um doador e seu posicionamento em relação à condição de doador de medula óssea quando envolve ou não relações afetivas. Para atingir tais objetivos foram utilizadas técnicas de pesquisa qualitativa, como observação participante, pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e entrevista despadronizada, adotadas no levantamento de informações a respeito da leucemia e dos procedimentos necessários à doação de medula óssea. Na investigação quantitativa foi usada a técnica de entrevista padronizada, que possibilitou a coleta de dados junto a 160 pessoas de Porto Alegre e Região Metropolitana, sendo 80 indivíduos do sexo masculino e 80 do sexo feminino, com idades entre 18 e 55 anos. Como resultados do estudo, verificou-se que a maioria dos entrevistados desconhece os procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea. Isso demonstra que o principal problema é a desinformação, como foi apontado pelos profissionais da área da saúde. Para aumentar o nível de informação e, assim, estimular a disposição da população em tornar-se doador voluntário, a equipe sugere ações de Relações Públicas com a intenção de esclarecer o tema da doação de medula óssea, aumentando as chances de sobrevivência dos portadores da leucemia, através do transplante. Nos últimos anos, o apelo da mídia vem despertando a atenção da sociedade brasileira para a doença. No entanto, ainda é grande o nível de desinformação em torno do assunto. As ações propostas no estudo visam mobilizar a população para efetuar o cadastramento no banco universal de doadores, 4

com base na ampliação das informações sobre o processo de doação de medula. As conclusões da pesquisa qualitativa e quantitativa estão registradas a seguir, respondendo as questões definidas no início da investigação. Com o desenvolvimento da pesquisa qualitativa encontrou-se um grande número de informações. Apesar da facilidade de acesso às informações, estas não são divulgadas de forma clara para a grande maioria da população. E, a menos que o individuo tenha algum interesse particular pelo assunto, permanecerá na ignorância e nada fará para reverter o quadro de mortes por leucemia no Brasil. Em contrapartida, através de clipagem em diferentes veículos (revistas, jornais, rádios, televisão e internet), constatou-se que a mídia está desenvolvendo um papel importante no esclarecimento do tema. Foram encontradas diversas matérias em entrevistas, reportagens especiais e programas, o que leva a concluir que não há exatamente falta de informação, e sim, informação mal trabalhada sobre o assunto. As mortes causadas pela leucemia ocorrem em grandes proporções porque as informações permanecem concentradas nos profissionais da saúde. Mesmo quando a mídia aborda o tema, este só desperta o interesse de alguém que foi atingido pela tragédia da leucemia. Esta doença pode atingir qualquer indivíduo, independente de etnia, classe social ou grau de conhecimento sobre o assunto. O problema constatado nesta pesquisa reside, simplesmente, na falta de informação, e isto foi ressaltado nas entrevistas encontradas nos sites, além da realizada pessoalmente com a Dra. Cyntia Zadra. As pessoas desconhecem os procedimentos para doar a medula e acreditam que irão prejudicar a própria saúde. Constatou-se, na prática, através da observação participante, que fazer parte do cadastro nacional de doadores voluntários de medula óssea é simples e não oferece risco algum, bastando ter boa vontade. Percebeu-se que muito pode ser realizado a fim de mobilizar a população para vencer a guerra contra esta doença que, anualmente, atinge em torno de 10 mil brasileiros. Mas, a principal conclusão da pesquisa é que o ser humano tem uma natureza solidária e há necessidade de despertar esta natureza, informando em larga escala para que, ao ouvir repetidas vezes, a pessoa perceba a relevância do assunto. Para a pesquisa quantitativa foi elaborado um formulário que continha questões abertas e fechadas sobre a leucemia, a doação de medula óssea e a disposição do entrevistado em tornar-se doador voluntário. A partir das respostas colhidas com a aplicação do instrumento, em uma amostra do tipo não-probabilística, segmentada por gênero (masculino e feminino) com cotas de igual tamanho, foram elaboradas tabelas, gráficos e análises descritivas, possibilitando realizar as seguintes considerações: 5

- A maioria dos entrevistados sabe o que é leucemia. Os homens e as mulheres disseram saber o que é a doença, porém, se comparados, o segmento feminino demonstrou um número maior de indivíduos que tem tal conhecimento. - Ainda a respeito da leucemia, quando questionados sobre a doença que a caracteriza, a grande maioria dos entrevistados escolheu a alternativa câncer no sangue, o que demonstra o conhecimento da população sobre o tipo de câncer vinculado à leucemia. - A maioria dos entrevistados escolheu a alternativa transplante de medula óssea como a opção para a possível cura da leucemia. Uma parcela pequena, mas significativa, apontou a transfusão de sangue como opção. Isso demonstra que a maioria da população tem conhecimento sobre o tratamento correto, porém parece haver certa confusão com transfusão de sangue como alternativa para tratamento da leucemia. - Ao serem questionados sobre tipos de prevenção contra a leucemia, a maioria da população entrevistada respondeu não saber. Já entre os segmentos feminino e masculino, verificou-se uma diferença nas respostas obtidas. Enquanto o segmento feminino dividiu-se entre as alternativas não" e não sei como resposta, a maioria do segmento masculino não sabe qual o tipo de prevenção. - Os entrevistados que responderam saber a respeito de algum tipo de prevenção contra a leucemia, apontaram o tratamento médico com vacinas e o cuidado para não ter anemia como formas para se prevenir. O segmento feminino foi o que mais apontou alternativas de prevenção contra a doença. - A grande maioria da população já ouviu falar em doação de medula óssea. Boa parte dos entrevistados, que responderam já terem ouvido falar em doação de medula óssea, vincularam a compatibilidade à doação de medula óssea. - A maioria da população desconhece os procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea, havendo um percentual maior no segmento masculino. Isso demonstra que o segmento masculino tem maior desinformação acerca dos procedimentos para cadastro do que o segmento feminino. - Os pesquisados que responderam conhecer os procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea, apontaram familiares/amigos e veículos de comunicação como forma pela qual tomaram conhecimento dos referidos procedimentos de cadastro. - Questionados sobre os procedimentos para tornar-se doador voluntário, foi possível verificar que a grande maioria dos entrevistados conhece o procedimento correto para cadastro de doador voluntário de medula óssea, indicando a alternativa retirar 10 ml de sangue para teste de compatibilidade. Ambos os segmentos, na grande maioria, apontaram 6

a mesma alternativa de resposta. A maioria dos entrevistados afirmou não conhecer pessoas cadastradas como doadores voluntários. - Quando questionados sobre os centros de cadastro em Porto Alegre, a maioria dos entrevistados afirmou não ter conhecimento dos locais. E, dos pesquisados que responderam conhecer algum local, a maioria citou a Santa Casa como centro de cadastro. Nota-se que a maioria do segmento feminino colaborou para a alternativa Santa Casa figurar como a mais citada. O segmento masculino dividiu as citações entre Hemocentro, Santa Casa e Hospital de Clínicas. - Na questão que abordava o conhecimento sobre o REDOME, a maioria dos entrevistados afirmou não ter ouvido falar do registro nacional de doadores voluntários de medula óssea. - Quando questionados sobre a disposição em tornarem-se doadores voluntários de medula óssea, percebe-se diferença pouco significativa entre aqueles que são plenamente dispostos e os que demonstram certa disposição. A maioria dos pesquisados, que demonstrou não estar plenamente disposta a tornar-se doadora voluntária, indicou que sua disposição mudaria caso o paciente fosse alguém próximo. - Após abordar questões relativas à doença, ao procedimento para cadastro e medir a disposição para tornar-se um doador, o formulário possibilitou a verificação do melhor meio de comunicação para informar a população sobre o assunto. A grande maioria dos entrevistados julga a televisão como o meio de comunicação mais eficaz para informar a população de Porto Alegre e Região Metropolitana sobre o tema abordado neste estudo. O jornal e o rádio seguem, respectivamente, como os meios mais apontados pelos segmentos feminino e masculino. Ao final do Estudo sobre Doação Voluntária de Medula Óssea em Porto Alegre e Região Metropolitana, pode-se verificar que há uma forte relação entre as informações levantadas na pesquisa qualitativa e as conclusões da pesquisa quantitativa. O levantamento qualitativo apontou como maior problema a desinformação da população a respeito dos procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea e também sobre como é realizado o transplante. Ao entrevistar as pessoas na rua, os pesquisadores deste estudo, puderam confirmar que o problema apontado pelos profissionais da saúde é real. No estudo qualitativo, também se concluiu que as pessoas confundem a doação de medula óssea com medula espinhal e acreditam que podem ficar paraplégicas, entre outros mitos existentes em relação à doação. Nas respostas presentes nos formulários, estes mitos se concretizam. 7

A fim de estabelecer um paralelo entre as conclusões do estudo qualitativo e as informações coletadas na pesquisa quantitativa, a tabela abaixo evidencia as principais questões que se entrelaçam nas duas técnicas adotadas para a investigação. A partir destas considerações, conclui-se que se a população fosse informada sobre o tema da doação de medula óssea, o problema da falta de doadores voluntários cadastrados reduzir-se-ia consideravelmente; aumentando assim as chances de encontrar um doador compatível para os pacientes que lutam contra a leucemia, aproximando-os da cura. A partir desta análise, o estudo propõe formas para diminuir a falta de informação da população, levando-a ao cadastro voluntário. Os pesquisadores, alunos de Relações Públicas, sugerem ações de comunicação que visam informar e mobilizar a população de Porto Alegre e Região Metropolitana a tornar-se doadora voluntária de medula óssea. Para tanto, as sugestões de comunicação com a finalidade de fomentar a aproximação dos públicos são: um folder informativo explicitando o assunto; um manual intitulado Juntos contra a Leucemia direcionado aos possíveis doadores voluntários; um manual voltado ao público infantil como uma versão em quadrinhos do assunto; a formação de um grupo de voluntários para auxiliar na campanha de mobilização das pessoas; a divulgação da Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea e ações durante o período; uma campanha publicitária Seja um Doador, incluindo um vídeo educativo para divulgação na internet; além da realização de diversas parcerias com órgãos públicos, organizações não governamentais e veículos de comunicação. 6 CONSIDERAÇÕES Ao final do Estudo sobre Doação Voluntária de Medula Óssea em Porto Alegre e Região Metropolitana, pode-se verificar que há uma forte relação entre as informações levantadas na pesquisa qualitativa e as conclusões a que se chegou na pesquisa quantitativa. O levantamento qualitativo apontou como maior problema, a desinformação da população a respeito dos procedimentos para cadastro de doadores voluntários de medula óssea e também sobre como é realizado o transplante. Ao conversar com as pessoas na rua, os pesquisadores deste estudo, puderam confirmar que o problema apontado pelos profissionais da saúde é real. No estudo qualitativo, também se conclui que as pessoas confundem a doação de medula óssea com medula espinhal e acreditam que podem ficar paraplégicas; entre outros 8

muitos mitos existentes em relação à doação. Nas respostas presentes nos formulários, estes mitos concretizam-se. A fim de estabelecer um paralelo claro entre as conclusões do estudo qualitativo e as informações levantadas na pesquisa quantitativa, a tabela abaixo evidencia as principais questões que se entrelaçam nas duas técnicas de pesquisa. Apontado na Qualitativa Confusão entre doação de medula óssea e medula espinhal Mitos em relação à doação Falta de conhecimento dos procedimentos para cadastro de doadores Desconhecimento sobre o REDOME Os profissionais da saúde relataram que as pessoas só dão importância ao assunto quando há envolvimento emocional. Falsa crença na relação entre anemia e leucemia Desinformação dos centros de cadastro de doadores Confirmado na Quantitativa Sim, as respostas foram variadas e a maioria apontou alternativas equivocadas. As respostas abrangeram medo de sentir dor, de tornar-se paraplégico, não compreensão que a doação pode ser feita em vida; Em geral, as pessoas não sabem que cadastrar-se é simples, além de aumentar as chances de o paciente encontrar um doador compatível. A grande maioria nunca ouviu falar do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Na pesquisa comprovou-se que a disposição em tornar-se doador aumenta quando envolve alguém próximo. As pessoas de fato, pensam que a anemia provoca a leucemia. A grande maioria não conhece os centros de cadastro de doadores voluntários A partir destas considerações, conclui-se que se a população fosse informada sobre o tema da doação de medula óssea, o problema da falta de doadores voluntários cadastrados reduzir-se-ia consideravelmente; aumentando-se assim, as chances de encontrar um doador compatível para os pacientes que lutam contra a leucemia, aproximando-os da cura. A partir desta análise, o estudo propõe formas para diminuir a falta de informação da população, levando-a ao cadastro voluntário. No próximo capítulo, os pesquisadores, alunos de Relações Públicas, sugerem ações de comunicação que visam informar e mobilizar a população de Porto Alegre e Região Metropolitana a tornar-se doadora voluntária de medula óssea. 9

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