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6 CALAGEM E ADUBAÇÃO

Transcrição:

1 Artigo Científico 2 3 Parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura... 4 5 Side dressing nitrogen split-application 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Resumo - O parcelamento da adubação nitrogenada pode contribuir para a maximização da eficiência de uso do nitrogênio pelo feijoeiro, aumentar a produtividade e a qualidade de grãos, reduzir os custos de produção e evitar a contaminação ambiental. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do parcelamento da aplicação de nitrogênio em cobertura no feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), em sistema de plantio direto. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos por uma testemunha... A eficiência de utilização do N pelo feijoeiro não é influenciada pelo parcelamento da adubação de cobertura. Palavras-chave adicionais: Phaseolus vulgaris; nitrogênio; eficiência de utilização; produtividade de grãos. 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Abstract - Nitrogen split-application may contribute for the maximization of efficiency of nitrogen use by common bean, to increase grain yield and quality, decrease production cost, and to avoid environmental contamination. The objective of this work was to evaluate the influence of side dressing nitrogen split-application on common bean (Phaseolus vulgaris L.), in a no-tillage system. A randomized complete block design, with four replications, was used. The treatments were constituted by a control. Split-application, at V 4 and R 5 stages, has no significant influence on nitrogen use efficiency by common bean, in a no-tillage system. Additional keywords: Phaseolus vulgaris; nitrogen; use efficiency; grain yield. 27 28 29

2 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Introdução O nitrogênio é o nutriente absorvido em quantidades mais elevadas pelo feijoeiro, é constituinte da clorofila, aminoácidos, proteínas e enzimas, e afeta o processo de fotossíntese e, conseqüentemente, o crescimento e o desenvolvimento da planta (MALAVOLTA et al., 1997). Esse nutriente tem maior importância nas fases de florescimento e enchimentos de grãos, pois, como há vagens e grãos crescendo quase ao mesmo tempo, a demanda por N nessas fases é elevada (OLIVEIRA et al., 1996). O fornecimento de N deve ser realizado de modo a propiciar nutrição adequada da planta na época em que ainda é possível aumentar o número de vagens por planta, isto é, antes do florescimento (ROSOLEM, 1996). Plantas mais robustas, com mais ramificações e que produzem maior número de estruturas reprodutivas, resultam em maiores produtividades de grãos, como foi verificado por CARVALHO et al. (2001) e SORATTO et al. (2004). Além disso, o N é um nutriente que se perde facilmente por lixiviação... 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 Material e métodos O trabalho foi realizado em área experimental localizada no Município de Botucatu SP (48º 23 W e 22º 58 S; 765 m de altitude). O solo do local é um Nitossolo Vermelho estruturado (EMBRAPA, 1999). O clima, conforme a classificação de Köppen, é do tipo Cwa, que se caracteriza como tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. Durante a condução do experimento, ocorreram 596 mm de chuvas, bem distribuídas durante o período de cultivo. Antes da instalação do experimento, foi coletada amostra composta de 10 subamostras de terra, na camada de 0-0,20 m, para a determinação das características químicas do solo, realizadas de acordo com RAIJ & QUAGGIO (1983), cujos resultados foram: matéria orgânica, 26,0 g dm -3 ; ph (CaCl 2 0,01 mol L -1 ), 4,4; P (resina), 14,9 mg dm -3 ; K, Ca e Mg, 1,6, 41,3 e 20,6 mmol c dm -3, respectivamente, e saturação por bases, 56 %. A área onde se instalou o experimento foi cultivada por três anos agrícolas no sistema de plantio direto... 57

3 58 59 60 61 62 63 64 65 Resultados e discussão A massa de matéria seca da parte aérea do feijoeiro não foi influenciada pela aplicação de N, tampouco pela forma de parcelamento (Tabela 1), o que pode ser explicado pelos teores de N nas folhas considerados adequados para a cultura (30-50 g kg -1 ), mesmo no tratamento que não recebeu N em cobertura (AMBROSANO et al., 1996). Apesar de ter sido constatado, em alguns trabalhos, que o feijoeiro necessita de N para o seu crescimento inicial (CARVALHO et al., 2001), especialmente, quando cultivado no sistema de plantio direto em sucessão a gramíneas (SORATTO et al., 2001), segundo HUNGRIA et al. (1985), apenas 31% do N total requerido pelo feijoeiro... 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 Tabela 1 - Massa de matéria seca da parte aérea e teor de N nas folhas de feijoeiro em função de diferentes formas de parcelamento da adubação nitrogenada em cobertura, no sistema de plantio direto. Aerial part dry matter and N contents of bean leaves as a function of different ways of nitrogen fertilization splitting, applied as side dressing in a no-till system. 2 Matéria seca 2 Teor de N 1 Parcelamento do N (g planta -1 ) (g kg -1 ) Testemunha 8,8 a 36,1 a 90-0 9,3 a 37,9 a 60-30 10,0 a 38,2 a 45-45 9,8 a 43,9 a 30-60 10,1 a 40,4 a 0-90 9,5 a 39,3 a DMS (P=0,05) 1,4 8,2 CV(%) 9,5 13,8 1 Dose (kg ha -1 ) em cobertura no estádio V 4 (22 DAE) - dose em cobertura no estádio R 5 (35 DAE). 2 Médias seguidas de letras iguais, na coluna, não diferem entre si, pelo teste t, a 5% de probabilidade. O número de vagens por planta foi influenciado pelos tratamentos, pois o que não recebeu N em cobertura proporcionou o menor valor, não diferindo dos tratamentos que receberam a adubação nitrogenada de cobertura em uma única aplicação e do parcelamento de 30-60 kg ha -1 (Tabela 2). O parcelamento 45-45 kg ha -1 proporcionou a obtenção de maior número de vagens por planta, porém sem diferir significativamente dos tratamentos 60-30 e 30-60 kg ha -1. Esses tratamentos também foram os que promoveram os maiores teores de N nas folhas, apesar de não diferir estatisticamente dos demais, demonstrando que o parcelamento da adubação proporciona [A1] Comentário: Formatar a tabela com margens supeorior, infeiror, esquerda e direita nas células de 0,05 cm e os números deverão ser alinhados pela vírgula nas colunas.

4 81 82 83 84 85 86 melhor nutrição da planta e maior número de vagens por planta, já que essas duas variáveis correlacionaram-se positivamente (r = 0,44*). Para PORTES et al. (1996), plantas de feijão bem nutridas produzem mais flores e, conseqüentemente, mais vagens por planta. SORATTO et al. (2004) verificaram que a elevação no teor de N nas folhas do feijoeiro, mesmo dentro da faixa considerada adequada, promoveu acréscimos no teor de clorofila e, conseqüentemente, no número de vagens por planta e na produtividade de grãos. 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 Tabela 2 - Componentes da produção, produtividade de grãos e renda do feijoeiro em função de diferentes formas de parcelamento da adubação nitrogenada em cobertura no sistema de plantio direto. Yield, grain productivity and commercial yield of beans as functions of different ways of splitting of the N fertilizer in a no-till cropping system. 1 Parcelamento do N 2 Vagens por planta 2 Grãos por Vagem 2 Massa de 100 grãos 2 Produtividade de grãos 2;3 Produção comercial (g) (kg ha -1 ) (%) Testemunha 6,4 c 4,5 a 28,3 a 2618 b 84,5 a 90-0 6,9 bc 4,3 a 27,9 a 3042 a 86,0 a 60-30 7,8 ab 4,7 a 27,5 a 3064 a 85,3 a 45-45 8,2 a 4,5 a 27,2 a 3176 a 87,7 a 30-60 7,6 abc 4,6 a 27,2 a 2963 ab 86,0 a 0-90 6,9 bc 4,4 a 28,1 a 3136 a 87,5 a DMS (P=0,05) 1,2 0,6 1,3 377,7 6,1 CV(%) 11,2 9,0 3,1 8,4 4,7 1 Dose (kg ha -1 ) em cobertura no estádio V 4 (22 DAE) - dose em cobertura no estádio R 5 (35 DAE). 2 Médias seguidas de letras distintas, na coluna, diferem entre si, pelo teste t, a 5% de probabilidade. 3 Porcentagem de grãos retidos na peneira oblonga 12/64 X 3/4. De acordo com as condições climáticas, nos dois anos de experimento, foram observadas grandes variações de temperatura entre os anos de 2000 e 2001, com as menores (12,5 o C) e maiores (35 o C) médias de temperatura em 2000. A precipitação, em 2000, foi melhor distribuída entre os meses, comparado ao ano de 2001, onde houve grandes diferenças nas médias de precipitações (Figura 1). 101

mai/00 jun/00 jul/00 ago/00 set/00 out/00 nov/00 dez/00 jan/01 fev/01 mar/01 abr/01 mai/01 jun/01 jul/01 ago/01 set/01 out/01 nov/01 dez/01 jan/02 Temperatura ( o C) Precipitação (mm). Manuscrito exemplo 5 40,0 350,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 300,0 250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0 0,0 102 103 104 105 Mês e Ano Precipitação T max T min Figura 1 - Médias das temperaturas máximas e mínimas mensais e precipitações totais mensais ocorridas no período de avaliação do experimento (maio-2000 a janeiro-2002). Mean, maximum and minimum monthly temperatures and total rain during the experiment ( May 2000 January 2002). 106 107 108 109 110 111 112 Conclusões A produtividade de grãos do feijoeiro, cultivado em sistema de plantio direto, é aumentada pela adubação nitrogenada de cobertura, independentemente da forma de parcelamento da aplicação, entre os estádios V 4 (22 DAE) e R 5 (35 DAE). O parcelamento entre os estádios V 4 (22 DAE) e R 5 (35 DAE) não tem influência sobre a eficiência de utilização do N pelo feijoeiro em sistema de plantio direto. 113 114 115 116 117 Agradecimentos Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de suporte financeiro à pesquisa e aos relatores ad hoc desse artigo pelas valiosas sugestões e correções.

6 118 119 120 121 Referências AITA, C.; BASSO, C. J.; CERETTA, C. A.; GONÇALVES, C. N.; DA ROS, C. O. Plantas de cobertura de solo como fonte de nitrogênio ao milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.25, n.1, p.157-165, 2001. 122 123 124 125 AMADO, T. J. C.; MIELNICZUK, J.; FERNÁNDEZ, S. B. V. Leguminosas e adubação mineral como fontes de nitrogênio em sistemas de preparo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.24, n.1, p.179-189, 2000. 126 127 128 129 130 AMBROSANO, E. J.; TANAKA, R. T.; MASCARENHAS, H. A. A.; RAIJ, B. van; QUAGGIO, J. A.; CANTARELA, H. Leguminosas e oleaginosas. In: RAIJ, B. van; CANTARELA, H.; QUAGGIO, J. A., FURLANI, A. M. C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. ed. Campinas: Instituto Agronômico e Fundação IAC, 1996. 285p. (Boletim Técnico, 100). 131 132 133 134 ANDRADE, M. J. B.; DINIZ, A. R.; CARVALHO, J. G.; LIMA, S. F. Resposta da cultura do feijoeiro à aplicação foliar de molibdênio e às adubações nitrogenadas de plantio e cobertura. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.22, n.2, p.499-508, 1998. 135 136 137 138 139 CARVALHO, M. A. C.; ARF, O.; SÁ, M. E.; BUZETTI, S.; SANTOS, N. C. B.; BASSAN, D. A. Z. Produtividade e qualidade de sementes de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) sob influência de parcelamentos e fontes de nitrogênio. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.25, n.4, p.617-624, 2001. 140 141 142 143 CARVALHO, M. A. C.; FURLANI JUNIOR, E.; ARF, O.; SÁ, M. E.; PAULINO, H. B; BUZETTI, S. Doses e épocas de aplicação de nitrogênio e teores foliares deste nutrientes e de clorofila em feijoeiro. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.27, n.3, p.445-450, 2003. 144 145 146 147 CRUSCIOL, C. A. C.; LIMA, E. V.; ANDREOTTI, M.; NAKAGAWA, J.; FURLANI JÚNIOR, E.; LEMOS, L. B. Adubação nitrogenada de semeadura e de cobertura sobre a produtividade do feijoeiro. Cultura Agronômica, Ilha Solteira, v.10, n.1, p.119-133, 2001.

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