Informativo de Segurança e Saúde



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Transcrição:

Introdução: A Fundação COGE está dando início às ações relativas ao planejamento do 7º SENSE - Seminário Nacional de Segurança e saúde no Setor Elétrico Brasileiro. Nesta edição estamos lançando uma pesquisa para confirmar a preferência das empresas do setor elétrico pelo local de realização do 7º SENSE, previsto para o período de 22 a 25 de maio de 2011. O representante de cada empresa no CSST deve apresentar, via e-mail para zilda@funcoge.org.br a região de sua preferência (norte, nordeste, sul ou sudeste), além de indicar o possível interesse de sua empresa em sediar o evento. A pesquisa será consolidada no final de maio de 2010 e irá subsidiar a decisão do CSST, que promoverá a realização da primeira reunião da Comissão Técnica em julho de 2010. Em Assunto para Exame apresentamos a segunda parte do artigo do nosso colega engº Carlos S. Queiroz, publicado no periódico da AMES Associação Mineira de Engenharia de Segurança, que trata de mitos e fatos sobre celulares. Novidades: O Curso Piloto de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados no Setor de Energia Elétrica Brasileiro, destinado aos componentes do Grupo Técnico, foi adiado para o período de 26 a 30/07/2010 e será realizado pela Fundação COGE em parceria com a CONECT. Informações adicionais devem ser direcionadas ao engenheiro Marcelo (21) 3973-8455 marcelo@funcoge.org.br ou à Sra. Zilda (21) 3973-8471. A ANEEL emitiu a RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 398, de 23 de março de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009, no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, na freqüência de 60 Hz. A Fundação COGE iniciou contato de parceria técnica com a QUEMC, a fim de assessorar as empresas nesse tema, realizando treinamentos e medições. 1/6

Assunto para Exame: Mitos e Fatos Sobre Celulares - PARTE 2 7. AS RADIAÇÕES OU ONDAS ELETROMAGNÉTICAS EMITIDAS PELAS ANTENAS CELULARES PODEM FAZER MAL À SAÚDE? As ondas eletromagnéticas oriundas da telefonia celular são idênticas às ondas emitidas por todos os sistemas de comunicação sem fio, em uso mundial há mais de cem anos, sem nenhuma evidência comprovada de causar mal à saúde das pessoas. A primeira transmissão internacional de rádio foi realizada por Marconi em 1901 na Inglaterra. No Brasil, a radiodifusão começou em 1919 com a Rádio Clube de Pernambuco. Atualmente, são milhares de estações em operação no país e além mar. A própria telefonia celular não é tão nova; teve início há cerca de 30 anos e hoje há mais de 2 bilhões de celulares em uso em todo mundo. Os estudos (sérios) em nível mundial, inclusive sob a égide da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre os possíveis efeitos das radiações da telefonia celular nos seres humanos, não conseguiram demonstrar nenhuma correlação entre problemas de saúde humana e os celulares. Enquanto a potência de um telefone celular é da ordem de 0,3 WATT e as antenas das ERB s trabalham com cerca de 20 WATTS, as estações de rádio (AM, FM) e TV transmitem com potências que alcançam até 100.000 ou mais WATTS. A despeito dessas elevadas potências, não existe nenhuma comprovação de malefícios à saúde das pessoas (operadores de estações, público em geral) expostas a estas super radiações! O que se sabe, é que radiações muito intensas podem provocar o aquecimento das células. Na vida cotidiana estamos sempre expostos a radiações oriundas de fontes naturais (sol, raios cósmicos) e artificiais (satélites, estações de rádio e TV, computadores etc.). Em um dado ponto no espaço, o nível da radiação decresce com o quadrado da distância em relação à antena transmissora. 2/6

Como medida de precaução, por orientação da OMS e tendo como base os efeitos térmicos, foram estabelecidos pela ICNIRP (International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection) limites de exposição às radiações nãoionizantes e a OMS assegura que se respeitados os limites, não há risco à saúde. No Brasil, a ANATEL segue as diretrizes da OMS. Na faixa de freqüências dos celulares (bandas D e E) o limite de exposição às radiações para o público em geral é de 935 μw/cm 2. Saliente-se que este limite tem embutido um fator de segurança igual a 50. 8. COMO SE PODE TER CERTEZA QUE AS ESTAÇÕES RÁDIO-BASE DE TELEFONIA CELULAR ATENDEM AOS LIMITES ESTABELECIDOS PELA ANATEL / ICNIRP? Para comprovar o atendimento aos limites de exposição estabelecidos pela OMS / ANATEL, em todos os casos, antes da instalação da ERB, são feitas medições de densidade de potência dos campos eletromagnéticos préexistentes no local onde se pretende instalar a antena(e no seu entorno)e elaborado um laudo radiométrico contendo os resultados das medições. Após a instalação, a ERB é ativada temporariamente quando são feitas novas medições (nos mesmos pontos anteriormente avaliados). Outro laudo radiométrico é elaborado. A ERB só recebe a licença de operação pelo órgão competente, após a comprovação de que os limites estão sendo atendidos. Para essas medições é utilizado medidor tipo Broad-Band dotado de antena isotrópica, cobrindo a faixa deste 100kHz até 5,0GHz, devidamente certificado pelo NIST. 9. É COMUM A EMISSÃO DAS ANTENAS (ERB S) ULTRAPASSAR OS LIMITES DA ANATEL / ICNIRP? Não. Em um universo de mais de 10.000 medições efetuadas em Minas Gerais, não houve um só caso em que os níveis mensurados no entorno de ERB s em operação, chegassem pelo menos nas proximidades dos limites da ANATEL. No Estado, os níveis de radiação medidos normalmente situam-se em níveis muito baixos, em média cerca de 900 a 1.500 vezes inferiores aos limites normativos.(fig.3). 3/6

Informativo de Segurança e Saúde A fim de evitar interferência entre usuários (linhas cruzadas), o telefone celular opera com baixa potência, o que resulta em alcance limitado. Assim, para proporcionar uma cobertura adequada, é sempre necessária a presença de uma antena (ERB) nas proximidades do telefone. Cada ERB só consegue atender a uma área geográfica limitada, chamada célula (daí a origem do nome CELULAR). O conjunto destas células, denominado Cluster, forma a área de cobertura do sistema móvel celular. Fig. nº 3 Níveis típicos de radiação no entorno de ERB s de celular. 10. AS PESSOAS QUE MORAM EM PRÉDIO ONDE ESTÃO INSTALADAS ANTENAS DE CELULARES ESTÃO EXPOSTAS A ALTAS DOSES DE RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS? Não. As antenas celulares são direcionais. Quando instaladas no Roof-Top são orientadas de forma a irradiar para fora do prédio, a fim de dar cobertura a área externa. Devido à armação de ferro do concreto armado (espécie de gaiola de Faraday), dentro do prédio as ondas emitidas pelas antenas estão muito atenuadas. Mesmo no andar mais alto e mais próximo da antena, os níveis de radiação são normalmente muito baixos. 4/6

Em se tratando de antena instalada na fachada ou em janela do prédio, como a irradiação efetiva só ocorre a partir da frente da antena (devido a sua característica direcional), na parte posterior da antena o nível de radiação é desprezível (Fig. nº 4). Fig. nº 4 - Antenas Celulares na fachada de prédio. A radiação preponderante é frontal. 11. DEVE-SE RESTRINGIR O NÚMERO DE TORRES OU ERB S QUE POSSAM SER INSTALADAS EM DETERMINADA ÁREA? Do ponto de vista de radiação não, pois o que interessa é a potência total irradiada, a qual conforme relatado anteriormente, não pode ultrapassar os limites estabelecidos pela ANATEL / ICNIRP. A medição feita na área registrará o somatório das radiações emitidas pelas diversas antenas existentes no local. Em qualquer caso, a garantia do atendimento ao limite de exposição é assegurada através das medições in-loco com os sistemas irradiantes ativados. 5/6

Informativo de Segurança e Saúde 12.AS TORRES DE TELEFONIA CELULAR ATRAEM RAIOS (DESCARGAS ATMOSFÉRICAS)? É importante esclarecer que as descargas atmosféricas, popularmente chamadas de raios, dependem das condições geográficas e climáticas do local. As torres não criam as descargas. Através de uma propriedade física dos objetos metálicos pontiagudos, chamada poder das pontas, o páraraios da torre pode, eventualmente, facilitar a ocorrência de descargas atmosféricas que cairiam nas proximidades. Neste caso, toda a energia do raio é descarregada para a terra através da malha de aterramento existente na base da torre, evitando que a descarga possa atingir alguma edificação nas vizinhanças. Como a torre não cria as descargas, estas cairiam nas redondezas de qualquer maneira. É possível também o raio atingir diretamente a rede da concessionária de energia elétrica e eventualmente, causar danos aos aparelhos ligados a essa rede elétrica. Vale lembrar que os equipamentos eletrônicos usados nas ERB s são de última geração, empregando componentes de tecnologia CMOS, muito sensíveis às descargas atmosféricas. Para protegê-los é instalado um sistema de proteção (pára-raios) eficiente, dotado de malha de terra construída dentro das normas. A torre ou poste de sustentação das antenas é igualmente aterrado. Para saber mais, consulte: Organização Mundial da Saúde: www.who.int/peh-emf ICNIRP: www.icnirp.de Federation of the Electronics Industry: www.fei.or.uk Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL: www.anatel.gov.br Carlos S. Queiroz Engº Seg. Trabalho Especialista em RNI Mestrando em Gestão de Riscos em Geotecnia e Desastre Naturais; Membro da Diretoria da AMES 6/6