Palavras-chave: Parasitologia. Educação em Saúde. Promoção da Saúde.

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Transcrição:

Página23 AÇÃO E PREVENÇÃO: UMA AVALIAÇÃO PARASITOLÓGICA EM MANIPULADORES DE ALIMENTOS E ESCOLARES Antonio Pedro da Silva Neto 1 Nathália Lorenna Duarte de Sena¹ Francisco Glériston Vieira 2 João Bezerra de Queiroz Neto 3 Márcio Adriano Fernandes Barreto 4 RESUMO As doenças parasitárias representam um aspecto comum e preocupante na realidade brasileira, visto que o país ainda sofre com a carência de infraestrutura sanitária, salientando que o processo de propagação das parasitoses tem como veículo a transmissão de água e de alimentos. Desse modo, tem-se a educação em saúde como uma estratégia à promoção a saúde na prevenção da disseminação das enteroparasitoses. O projeto objetiva avaliar os manipuladores de alimentos, funcionários, professores e escolares e implementar estratégias de educação em saúde, encaminhamentos e acompanhamentos com vistas a interromper o ciclo biológico dos parasitas intestinais. A coleta de dados foi realizada na Escola Estadual Francisco Nunes da cidade de Pau dos Ferros-RN, mediante aplicação de questionário socioeconômico e coleta das amostras fecais dos escolares e manipuladores. A realização dos exames parasitológicos é preparada pelo método de Hoffman, após um período de duas horas. Foram realizadas ações educativas em saúde com os escolares e manipuladores no sentido de conscientizá-los sobre as verminoses. Das 42 crianças com faixa etária de 5 a 11 anos, 64,28% dos escolares apresentam algum tipo de enteroparasitose, 35,72% dos escolares não apresentaram enteroparasitose na amostra analisada e 21,42% dos escolares estavam poliparasitados. O projeto assumiu uma dimensão relevante no sentido de estar articulado ao Programa Saúde na Escola (PSE), permitir uma aproximação dos membros com a comunidade colaborando na construção de conhecimentos sobre as parasitoses, além de contribuir para formação do profissional enfermeiro de forma crítica e reflexiva. Palavras-chave: Parasitologia. Educação em Saúde. Promoção da Saúde. 1 Acadêmico do Curso de Enfermagem do Campus Avançado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia CAMEAM/UERN. Membro do Projeto de Extensão Ação e prevenção: uma avaliação parasitológica em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Pau dos Ferros. 2 Docente do Curso de Enfermagem do CAMEAM/UERN. Membro do Projeto de Extensão Ação e prevenção: uma avaliação parasitológica em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Pau dos Ferros. 3 Técnico de Nível Superior do Curso de Enfermagem do CAMEAM/UERN. Membro do Projeto de Extensão Ação e prevenção: uma avaliação parasitológica em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Pau dos Ferros. 4 Docente do Curso de Enfermagem do CAMEAM/UERN. Coordenador do Projeto de Extensão Ação e prevenção: uma avaliação parasitológica em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Pau dos Ferros.

Página24 ACTION AND PREVENTION: A PARASITOLOGICAL ASSESSMENT OF FOOD HANDLERS AND STUDENTS ABSTRACT In Brazil, parasitic diseases are common and troubling because is still lacking in health infrastructure and some diseases are still sound transmitted through water and food. Thus, health education is a strategy to promote health and prevent diseases. The project Action and Prevention: a parasitological assessement of food handlers and students aims to evaluate food handlers, staff, teachers and students and after, It wants to implement strategies for health education trying to stop the life cycle of intestinal parasites. Data were obtained from socio-economic questionnaires applied and also from fecal samples collected from students and food handlers in the Francisco Nunes State School, located in Pau dos Ferros City/RN. The parasitological examination were prepared by Hoffmann's technique, after a period of two hours. Health educational activities with the students and food handlers were conducted to make them aware about the worms. 42 students aged 5-11 years old were monitored and the results showed that 64,28 % of them have some type of parasitic infection, 35,72 % didn't show no parasitic infection in the sample but 21,42 % of them were contamined with various parasites. This project is linked to the Program Health in School ( PSE ), allows the community closer, increases the knowledge about parasitic diseases and contibutes to better qualify nurses. Keywords: Parasitology. Health Education. Health Promotion. 1 INTRODUÇÃO As parasitoses intestinais ainda se constituem como um dos mais sérios problemas de Saúde Pública no Brasil, uma vez que afetam especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e social de escolares, principalmente pela sua correlação com o grau de desnutrição das populações, sendo as enteroparasitoses um importante assunto para a Saúde Pública (ARRUDA BARBOSA et al., 2009). O desenvolvimento das parasitoses, muitas vezes, é decorrente do meio e das condições as quais as pessoas estão expostas, acometendo principalmente a população que apresenta como determinantes sociais um déficit na educação, condições precárias de habitação, abastecimento de água potável, e saneamento básico. Paralelamente a essa realidade, podem ser citados os hábitos de higiene

Página25 pessoal e os alimentos como fator que acentua ainda mais a disseminação das parasitoses intestinais (ARRUDA BARBOSAet al., 2009). Com isso, observa-se que elas se mantêm como importante causa de morbidade, pois chegam a atingir índices de até 90% nos estratos populacionais de níveis socioeconômicos mais baixos, estabelecendo uma relação direta com a diarreia e a desnutrição, as quais acarretam risco à saúde da criança (FONSECA et al., 2010). Entretanto, é fundamental o desenvolvimento de práticas e medidas preventivas com relação a parasitoses, principalmente na manipulação, preparo e armazenamento dos alimentos, além das condutas com a água a ser consumida, na perspectiva de mudança de comportamento a fim de evitar a contaminação e o desenvolvimento das parasitoses intestinais. A prática educativa torna-se elemento essencial na disseminação das novas práticas, tendo em vista que proporciona a promoção à saúde através do processo de ensino-aprendizagem, facilitando o entendimento acerca da contaminação e do papel de cada indivíduo frente à prevenção. Para tanto, o projeto de extensão realizado pelo Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), conta com três docentes, dez discentes e um técnico de nível superior. Esses membros do projeto objetivaram avaliar os manipuladores de alimentos, funcionários, professores e escolares e implementar estratégias de educação em saúde, encaminhamentos e acompanhamentos dos consumidores de alimentos com vista a interromper o ciclo biológico dos parasitas intestinais. A escolha da Escola Estadual Francisco Nunes para a implementação do projeto foi realizada mediante os seguintes critérios: ser uma escola pública e estadual e apresentar horário de funcionamento matutino e vespertino, ofertando refeições para os seus alunos nos respectivos horários. Dessa forma, a referida escola trabalha com dois manipuladores de alimentos, sendo estes também alvos das atividades realizadas pelo projeto. A avaliação contou com a aplicação de questionários para traçar o perfil socioeconômico dos discentes da Escola Estadual Francisco Nunes, como também com a coleta de amostras fecais para analisar a presença de cistos, ovos e larvas que parasitam o intestino humano.

Página26 Os achados dos exames parasitológicos apresentaram 64,28% dos escolares com alguma parasitose intestinal. A partir dos resultados positivos para as parasitoses, os sujeitos contaminados foram orientados pelos discentes e docentes do projeto de extensão a buscar a respectiva unidade básica de saúde do município para o tratamento adequado, no entanto, para prevenir uma possível reinfecção do parasita, avaliamos a realidade e atuamos de forma efetiva com ações educativas que são estendidas até os familiares dos escolares. O projeto vem desenvolvendo habilidades de comunicação, apresentando-se de muita relevância para a formação saúde/enfermagem no sentido de transpor os muros da Universidade e se aproximar da comunidade, passando a conhecer na prática as diversas realidades e necessidades vivenciadas entre os sujeitos. 2 RELATANDO A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA 2.1 Relevância da ação No Brasil, conforme afirmam Santos et al. (2010, p. 24), [...] nas últimas décadas houve uma expressiva diminuição da prevalência de enteroparasitoses, mas algumas comunidades não alcançaram os benefícios do desenvolvimento econômico brasileiro. Considerando isso, torna-se clara a forte relação entre o nosso sistema econômico com a qualidade de vida e saúde da população, o que acaba por interferir na manipulação e qualidade de produtos que são comercializados nos dias de hoje, além da influência das condições financeiras dos indivíduos no aparecimento das parasitoses. Cerca de um terço das pessoas que vivem em países subdesenvolvidos convive com condições ambientais precárias, influenciando, dessa forma, no aparecimento das doenças parasitárias (PRADO et al., 2001). As doenças que têm como veículo de transmissão a água e os alimentos ainda são, no Brasil, uma preocupação a ser discutida, uma vez que vivenciamos uma carência de infraestrutura sanitária que possibilita uma grande frequência desses agravos. Paralelamente a essa realidade, podem ser citados os hábitos de higiene pessoal e a manipulação dos alimentos como fator que acentua ainda mais a disseminação das parasitoses intestinais (ARRUDA BARBOSA et al., 2009).

Página27 Esse conjunto de elementos adquire muita força em espaços onde não se tem um controle da qualidade da água e dos alimentos, como em escolas, creches, presídios e/ou outros espaços coletivos. Sendo assim, todos os sujeitos que vivem ou precisam viver nesses espaços estão em permanente contato com alimentos potencialmente disseminadores de parasitoses intestinais (cistos e ovos). Essa realidade evidencia a necessidade de quebrar o ciclo biológico dos protozoários e helmintos. Para tanto, trabalhar com os manipuladores dos alimentos representa estratégia de importância sine qua non para a quebra do ciclo de vida desses parasitas. O papel central dos manipuladores se dá em virtude de eles acentuarem as possibilidades de infestação por parasitas e helmintos, constituindo-se enquanto agente de transmissão para todos aqueles que consomem os alimentos. Destarte, trabalhar com os manipuladores de alimentos representa uma preocupação coletiva daqueles que consomem os alimentos produzidos nesses espaços (CAPUANO, 2008). Ao destacar escolares, fica notória a relevância de que no ambiente escolar os riscos para uma contaminação por parasitas, sejam eles protozoários sejam helmintos, são bem mais facilitados, tendo em vista que além de ser um ambiente coletivo, nele encontra-se consumo de alimentos possivelmente manipulados de maneira incoerente com os modos corretos para a manipulação. Assim, fica visível que a higiene tornou-se uma medida indispensável no preparo dos alimentos, seja na escola seja no ambiente residencial; procura garantir que os determinados alimentos estejam seguros e adequados para o consumo; além de evitar possíveis consequências desagradáveis ou até mesmo fatais à fisiologia humana (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2006). É com esse pressuposto que se pensou esse projeto, tendo como espaço para sua realização uma escola estadual do município de Pau dos Ferros. O projeto propõe atuar com os manipuladores, estudantes e familiares, com vistas a identificar casos de parasitoses e enfrentamento delas por meio da educação em saúde e do tratamento e monitoramento. Essa proposta de extensão representa um esforço coletivo na busca da qualidade de vida de escolares, funcionários e comunidade e uma estratégia para a qualificação do ensino de graduação, uma vez que a temática irá fortalecer o

Página28 processo ensino-aprendizagem nas disciplinas de processos patológicos, processos terapêuticos, saúde coletiva, prática de ensino e estágio supervisionado. Essa relação representa um salto qualitativo no ensino de graduação e reforça o compromisso político da Universidade enquanto espaço de transformação da sociedade em que está inserido, legitimando assim a importância da articulação ensino-serviço. 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS O projeto já atua com suas ações desde o segundo semestre de 2008. O respectivo relato de experiência foi realizado com o público da Escola Estadual Francisco Nunes na cidade de Pau dos Ferros no período de março a dezembro de 2010, onde se desenvolveu reuniões semanais para planejamento e programação das atividades extensionistas e as execuções das ações quinzenalmente, tendo a duração de 8 horas semanais. Os membros do projeto realizaram uma capacitação com o corpo docente da escola, a fim de que os professores fossem colaboradores do projeto de extensão perpassando os conhecimentos acerca das parasitoses e os meios de prevenção. Foi desenvolvida a construção e aplicação de questionários para traçar o perfil socioeconômico do público-alvo; a orientação da coleta das amostras fecais; e, em seguida coleta das amostras; que eram transportadas por caixa térmica da escola até o Laboratório de Morfologia do Curso de Enfermagem (CEN) do Campus Avançado Professora Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), estando de acordo com as normas de boas práticas de transporte de material fecal. A partir de então, foi realizado o preparo das amostras pelo método de Hoffman ou sedimentação espontânea, que se utiliza de cálices de sedimentação, bastão de vidro, gazes, tesoura, microscópio e lugol 2%, apresentando uma ampla sensibilidade para identificação de ovos, cistos e larvas, aonde após um período de duas horas era realizado as análises parasitológicos. Os exames foram digitados, impressos e entregues os resultados no momento das implementações de educação em saúde. Essa entrega dos exames foi feita de forma direta aos manipuladores e aos responsáveis pelos escolares. Concomitante a isso, foram feitas orientações de acordo com a necessidade e a

Página29 realidade encontrada em cada especificidade, além dos encaminhamentos ao tratamento no serviço de saúde local, ou seja, de acordo com o exame recebido, o usuário era orientado a buscar a Unidade Básica de Saúde Manoel Deodato para tratamento, sendo tal encaminhamento previamente articulado junto aos discentes do CEN, matriculados no componente curricular de Estágio Supervisionado na respectiva unidade de saúde. O planejamento de estratégias de ações educativas (palestras, teatro, oficinas, confecções de cartazes, produção textual etc.) foi acompanhado pelo monitoramento dos sujeitos que estão realizando tratamento e certificação dos efeitos das atividades educativas alicerçadas na prevenção e promoção da saúde. Os questionários foram produzidos como primeiro passo da avaliação, sendo realizado na Escola Estadual Francisco Nunes com os próprios manipuladores e escolares. Durante as reuniões no CAMEAM, foram planejadas estratégias de ações educativas de acordo com a realidade, as quais tiveram por objetivo repassar informações que ajudassem na mudança de hábitos higiênicos e consequentemente na diminuição da incidência de casos de enteroparasitoses. Concomitante a essas ações desempenhadas, foram monitorados os manipuladores de alimentos, que estarão sendo tratados, e a devida certificação das ações curativas (por parte do serviço de saúde), preventivas (por parte do serviço de saúde, bem como por parte dos participantes do projeto) e educativas (realizadas pelos integrantes do projeto), de forma a abranger não apenas tais manipuladores, mas também outros funcionários, alunos e familiares, como forma de prestar uma assistência integral, visto que esse público-alvo (manipuladores de alimento, demais funcionários, alunos e familiares) se tornará copartícipe da construção de um saber novo o qual influenciará a sua forma de levar a vida, contribuindo, assim, para uma mudança/melhora na saúde e nas práticas de higiene, o que colaborará para a prevenção de outras possíveis doenças também causadas pela prática errada. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados dos exames parasitológicos de fezes realizados em 42 crianças, com faixa etária de 5 a 11 anos, apresentaram um índice de 64,28% de

Página30 escolares com algum tipo de enteroparasitose, 35,72% dos escolares não apresentaram enteroparasitose e 21,42% dos escolares apresentaram poliparasitismo (com mais de uma espécie de enteroparasita). Gráfico 01 Ocorrência de enteroparasitoses por algum tipo de infecção parasitária (helminto ou protozoário); ausência de enteroparasitose e percentual de poliparasitismo em escolares da Escola Estadual Francisco Nunes, 2010. A ocorrência de infecção por protozoário ou helminto foi de 64,28% dos alunos da Escola Estadual Francisco Nunes de Pau dos Ferros do estado do Rio Grande do Norte (RN), o que convergiu com o estudo de Macedo (2005), com escolares de Paracatu no estado de Minas Gerais (MG), que estimou uma prevalência de 62% e com o estudo de Prado (2000), com escolares em Salvador, no estado da Bahia (BA), que verificou uma ocorrência de 66,1% de escolares com alguma infecção por helminto ou protozoário. Quanto às espécies analisadas, entre os protozoários a mais frequente foi a Endolimax nana (37,14%), concordando com o estudo de Prado (2000), que identifica essa espécie como a mais frequente entre os protozoários. Seguindo, têmse as espécies Entamoeba histolytica (22,68%), Entamoeba coli (22,68%) e Giardia lamblia (14,28%). Entre os helmintos, apesar da baixa ocorrência de Ascaris lumbricoides (2,85%) nos escolares examinados. No Brasil, vários inquéritos têm demonstrado que o Ascaris lumbricoides é o parasita intestinal mais frequente entre as diversas comunidades estudadas (LUDIWG, 1999).

Página31 A presença de Entamoeba histolytica, Entamoeba coli, Endolimax nana e Giardia lamblia pode servir como indicadores das condições sociossanitárias e da disseminação fecal-oral que esses sujeitos estão expostos, o que sugere falta de higiene como lavagem inadequada de mãos, água e alimentos. Apesar de estudos como o de Prado (2000) apresentar ocorrência de 5,9% de Enterobius vermiculares, não foi encontrada a ocorrência dessa espécie nos exames realizados pelo projeto de extensão. Tal fato pode estar relacionado ao método utilizado na análise parasitológica, que não apresenta boa especificidade para detectar os ovos dessa espécie. Gráfico 02 Distribuição geral de parasitos, segundo agente infeccioso, observados nos exames parasitológicos positivos realizados em amostras de alunos matriculados na Escola Estadual Francisco Nunes, de Pau dos Ferros-RN, 2010. Destarte, obteve-se um percentual de 97,14% de enteroparasitoses representadas por protozoários e de 2,86% por helmintos, contrastando com o estudo de Paracatu, no estado de Minas Gerais, que apresentou 54,2% de protozoários e 21,5% de helmintos. Mesmo os estudos desenvolvendo o mesmo método de execução dos parasitológicos de fezes, ainda apresentaram discrepâncias na distribuição das parasitoses entre os protozoários e helmintos, isso tudo leva a crer que Pau dos Ferros, por ser uma região quente e de baixa umidade, não apresenta condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do ciclo biológico dos helmintos.

Página32 Gráfico 03 Distribuição dos protozoários e helmintos encontrados nos exames parasitológicos de fezes realizados em amostras de alunos matriculados na Escola Estadual Francisco Nunes, de Pau dos Ferros-RN, 2010. A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser trabalhada, verificou-se a necessidade de um trabalho de educação em saúde, com apresentação de peças teatrais, oficinas, dinâmicas, produção textual e de cartazes, curso para boas práticas de manipulação de alimentos, cursos sobre as parasitoses com os professores, as atividades educativas foram estendidas aos familiares dos escolares que são peças chaves na quebra do ciclo biológico dos parasitas. Foto 01 Trabalhando confecção de cartazes com ênfase nas parasitoses na Escola Estadual Francisco Nunes, 2010.

Página33 É relevante entendermos que a educação em saúde ajuda-nos a estabelecer a prevenção de variadas patologias e a promover e buscar a qualidade de vida que todos almejamos; assim construindo uma saúde que não seja relacionada apenas com a ausência de doença, e sim como um fator socialmente dinâmico (BUSS, 2000). Foto 02 Peça de fantoches celebrando Jeca Tatu na Escola Estadual Francisco Nunes, 2010. Durante as implementações educativas, foram entregues os resultados dos exames das crianças aos pais, os quais foram orientados para procurar a unidade básica de saúde para buscar o devido tratamento. Em paralelo a isso, foi articulado com os discentes de estágio supervisionado monitorar e acompanhar o tratamento. Entendendo que as atividades realizadas na escola deveriam ter continuidade, o curso de Educação em saúde sob a ótica das parasitoses intestinais destinado aos professores fez com que fosse consolidada uma parceria, por meio da qual os professores da Escola Estadual Francisco Nunes dariam continuidade aos trabalhos realizados pela extensão. As atividades apresentadas desenvolveram nos discentes uma maior habilidade de comunicação, aproximando-os de uma realidade a ser trabalhada articulando a teoria com a prática. Abordar a saúde, por ser um direito de todos e dever do Estado, nos faz refletir de que forma as ações em saúde aqui referenciadas aos problemas

Página34 parasitários estão sendo instruídas e executadas nos diversos ambientes sociais, dentre eles a escola. A instituição escolar, por ser um equipamento social determinante no processo de construção de cidadãos com direitos e deveres, tornase uma aliada para a efetivação da promoção da saúde, sendo esta realizada através das práticas/ações educativas que devem estar interligadas à realidade local, buscando depreender quais as reais necessidades dos sujeitos presentes, e procurar supri-las eficientemente (BRASIL, 2005). 5 CONCLUSÃO A ação extensionista aqui apresentada, além de estabelecer uma aproximação com a comunidade, constitui uma ferramenta importante para a formação saúde/enfermagem e desenvolvimento do exercício do ensino/aprendizagem. Diante dos resultados apresentados da comunidade escolar Francisco Nunes, verifica-se a necessidade de um reconhecimento das condições de saúde da comunidade local e de implementação de medidas que visem orientar a comunidade acerca da transmissão das enteroparasitoses, ou seja, a melhoria das condições básicas de saúde e criação de programas que tenham como princípio a educação popular em saúde. O projeto assumiu uma dimensão importantíssima no sentido de estar articulado ao Programa Saúde na Escola (PSE), o que possibilita o contato com a realidade e as necessidades vivenciadas na prática social. No entanto, apesar de toda a dimensão que o projeto vem tomando na academia e na comunidade escolar, há algumas limitações devido à carência de financiamento, infraestrutura e a necessidade de estreitar ainda mais os laços com a comunidade, no sentido de reconhecer o lócus onde esses escolares produzem e reproduzem socialmente. Tal financiamento dá-se através de recursos próprios, das parcerias das escolas públicas, do laboratório regional de Pau dos Ferros e do Laboratório de Morfologia do CEN/CAMEAM. Assim, o projeto aponta para uma perspectiva de continuidade, com essas ações extensionistas sendo ampliadas para as famílias dos escolares, com o objetivo de ampliar o perfil epidemiológico e desenvolver um trabalho de maior amplitude na educação popular em saúde.

Página35 REFERÊNCIAS ARRUDA BARBOSA, Loeste de; et al. A educação em saúde como instrumento na prevenção de parasitoses. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 22, n. 4, octubre-diciembre, 2009, p. 272-277. Universidade de Fortaleza, Brasil. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A educação que produz saúde / Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 16 p.: il. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde). BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, 2000. [on line] Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232000000100014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 mai. 2012. CAPUANO, Maria Divani et al. Enteroparasitoses em manipuladores de alimentos do município de Ribeirão Preto SP, Brasil, 2000. Rev. Bras. Epidemiologia, 2008; 11(4): 687-95. FONSECA, Eduardo Oyama Lins et al. Prevalência e fatores associados às geohelmintíases em crianças residentes em municípios com baixo IDH no Norte e Nordeste brasileiros. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(1):143-152, jan, 2010. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v26n1/15.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2012. LUDWIG, K. M. et al. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v. 32, n. 05, p. 547-555, 1999. MACEDO, Hélica Silva. Prevalência de parasitos e comensais intestinais em crianças de escolas da rede pública municipal de Paracatu (MG). RBAC, Curitiba, v. 37(4): 209-213, 2005. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Higiene dos Alimentos Textos Básicos / Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Food and Agriculture Organization of the United Nations. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2006. 64 p.: il. PRADO, Matilde da S. et al. Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em crianças na idade escolar na cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 34: 99-101, jan.-fev. 2001. SANTOS, Francenilton Sampaio, et al. Prevalência de enteroparasitismo em crianças de comunidades ribeirinhas. Rev. Pan-Amaz Saúde, 1(4): 23-28, 2010.