DA GÉNESE À AVALIAÇÃO: SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE INFORMACIONAL

Documentos relacionados
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 447/88, de 10 de Dezembro:

Legislação sobre Arquivos em geral. Data de entrada em vigor. Data de publicação. Alterações

Assim, ao abrigo do disposto no artigo 241º da Constituição, da Lei da Protecção de Dados Pessoais, do Código do Trabalho e do disposto na alínea a)

Regulamento do Arquivo Histórico do Ministério da Justiça

Protecção de Dados na Informação de Saúde

Descrição de Funções Biblioteca Municipal de Faro (FBM)

ÍNDICE DE TERMOS. Guia Guia de remessa

II Diagnóstico dos Arquivos da Região do Algarve

PARECER Nº 47/PP/2013-P CONCLUSÕES 1. O

Assunto: ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS EM CIRCULAÇÃO, OBJECTO DE TRANSAÇÕES ENTRE SUJEITOS PASSIVOS DE IVA

Seminários TIC/SI ENSP

RESOLUÇÃO Nº 13/2016 CONSUNI

Regulamento da Comissão de Ética para a Saúde do Hospital de Santa Maria

Ministério d DL 84/2009

ARTIGO 1º Legislação Habilitante. ARTIGO 2º Objecto. ARTIGO 3º Âmbito de Aplicação. ARTIGO 4º Princípios

Registo de identificação criminal de condenados por crimes sexuais contra menor

CASA CIVIL ARQUIVO NACIONAL CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS RESOLUÇÃO Nº 24, DE 3 DE AGOSTO DE 2006

AUTORIZAÇÃO N.º ICP ANACOM - 2/ SP

Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) Desmaterialização da notificação obrigatória de doenças transmissíveis

CONSELHO JURISDICIONAL

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

A importância do estudo e descrição das entidades produtoras de arquivos, através da elaboração de Registos de Autoridade Arquivística (RAA)

Fluxos de Caixa. Recebimentos

Decreto executivo n.º 66/99 de 7 de Maio

F L U X O S D E C A I X A. ENTIDADE MUNICIPIO BAIAO MUNICÍPIO DE BAIÃO ANO 2016 PERÍODO 2016/01/01 A 2016/12/31 Pág. 1 R E C E B I M E N T O S

Nestes termos, de harmonia com o disposto no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 118/92 de 25 de Junho:

CMA ,GER,I,RE,27118

Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) Desmaterialização da notificação obrigatória de doenças transmissíveis

NOTA EXPLICATIVA nº 3/DNB/2014 Bombeiros Especialistas

ÂMBITO: Postos de Enfermagem Unidades ou Estabelecimentos de saúde privados, abertos ao público, onde se exerça a prática de enfermagem.

F L U X O S D E C A I X A ANO 2006 ENTIDADE MVN MUNICIPIO DE VENDAS NOVAS Pág. 1 R E C E B I M E N T O S

Apresentação do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas da Inspecção-Geral de Finanças

Colégio de Oncologia Médica

Regulamento Interno sobre o Controlo Preventivo do Consumo Excessivo do Álcool

As receitas municipais, segundo o disposto no artigo 13.º daquela Lei, constituíam-se a partir da cobrança de taxas. As quais podiam incidir sobre:

CIRCULAR. ASSUNTO: Geolocalização no contexto laboral. Deliberação da CNPD.

Farmácia Circuito do Medicamento integrado no SGICM

A EXPERIÊNCIA DE MOÇAMBIQUE EM AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS

Fluxos de Caixa. Recebimentos

Gestão da Medicação nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI)

Anexo D. Guião de Entrevista. Medição do Grau de Uso das Práticas de. Gestão da Qualidade na Organização

A Anestesia em Tempos de Crise: O Impacto da Troika na Anestesiologia

F L U X O S D E C A I X A ANO 2010 ENTIDADE M.P.M. MUNICIPIO DE PORTO MONIZ Pág. 1 PERÍODO JANEIRO A DEZEMBRO /12/31 R E C E B I M E N T O S

É possível um elefante andar de skate? Avaliação nos arquivos da Administração

Regulamento interno sobre o armazenamento e uso de materiais biológicos humanos para finalidade de pesquisa na Universidade Feevale

ÍNDICE VOLUME I INTRODUÇÃO 11 PARTE I ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONCEPTUAL 16 CAPÍTULO I O CONTEXTO DA SUPERVISÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM

POLÍTICA DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS

APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO APRESENTAÇÃO ABREVIATURAS CAPÍTULO I CONCEITOS FUNDAMENTAIS...

Secretaria Especial de Tecnologia e Informação INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 001/SETI. De 30 de julho de 2012

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, E.P.E. Regina Dias Bento PROCESSO DE ACREDITAÇÃO

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diário da República, 1.ª série N.º 25 5 de fevereiro de Portaria n.º 53/2013

GUIA PRÁTICO INCAPACIDADE TEMPORÁRIA POR DOENÇA PROFISSIONAL

A Propósito dos SIG. 18 de Maio de Convento de N. Sr.ª da Saudação Castelo de Montemor-O-Novo

Avaliação de Desempenho Docente

Legislação Farmacêutica Compilada. Decreto-Lei n.º 94/95, de 9 de Maio. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 129

OS FUNDOS DE PENSÕES EM ANGOLA

CÓDIGOS REGULAMENTO DE FISCALIZAÇÃO DA CONDUÇÃO SOB INFLUÊNCIA DO ÁLCOOL OU DE SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS TERMOS DE DISPONIBILIZAÇÃO E DE UTILIZAÇÃO

Anexo A. Protocolo do Estudo de Caso

Logística Hospitalar. Hospital do Futuro. Julho Pedro Lima

Manual de preenchimento do formulário

PROJECTO DE LEI N.º 205/VIII REGULARIZAÇÃO DOS GASTOS COM A COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS. Exposição de motivos

CIRCULAR INFORMATIVA. PARA: Beneficiários no âmbito dos cuidados de saúde transfronteiriços

Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar. Legislação Citada. O E Página 1

A experiência dos Serviços Farmacêuticos da ARSC

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

LISTA DE DOCUMENTOS A APRESENTAR COM A CANDIDATURA PARA CONTROLO DOCUMENTAL

Publicação dos Documentos de Prestação de Contas das Empresas de Seguros Alteração à Norma Regulamentar n.º 04/2005-R, de 28 de Fevereiro

Estágio em Farmácia Hospitalar e Farmácia Comunitária FORMULÁRIO DE ACTIVIDADES. Nome:

Normas de Prevenção e Controlo do Consumo Excessivo de Álcool

EXPERIÊNCIA DE CERTIFICAÇÃO E ACREDITAÇÃO

S.R. DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EQUIPAMENTOS, S.R. DA SAÚDE, S.R. DO AMBIENTE E DO MAR Portaria n.º 74/2009 de 14 de Setembro de 2009

Fundo: Câmara Municipal de Évora Secção: Tesouraria. 1. Descrição ao nível da Série IDENTIFICAÇÃO

Violeta Alarcão, Milene Fernandes, Elisa Lopes, Carlota Lavinas, Paulo Nicola, Evangelista Rocha HIPERTENSO MEDICADO

Fluxos de Caixa. Recebimentos

MANUAL DE PROCEDIMENTOS CONTABILÍSTICOS

Dário Antunes Correia

JORNAL OFICIAL Quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Juntos faremos a diferença!

PROCEDIMENTO DE CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS Nº DT 02/2016

CÓDIGO DE CONDUTA DOS PROFISSIONAIS DE ESTUDOS DE MERCADO E DE OPINIÃO RELATIVO AO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS

REGULAMENTO MUNICIPAL DOS HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS

Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro [1] Códigos Tributários ª Edição. Errata

Inventário do Arquivo Documental da Secretaria-Geral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Relatório de Contas de Gerência

Os Arquivos municipais: entre cidadania e a memória

Revisão da RDC 54/2013 Rastreabilidade de Medicamentos

REGULAMENTO CAPITULO I Das Disposições Gerais Artº 1º (Leis Habilitantes) Artº 2º (Condições Gerais) Artº 3º (Utilização)

A Entidade Reguladora da Saúde. Porto, 6 de Março de 2012

Transcrição:

Ciclo de Tertúlias Quando o Confidencial se transforma em Resíduo DA GÉNESE À AVALIAÇÃO: Marisa Caixas Serviço de Gestão Documental Centro Hospitalar do Algarve Helena Vinagre Arquivo Municipal de Olhão

Informação de saúde e Processo Clínico DA GÉNESE À AVALIAÇÃO: ( ) Informação de saúde abrange todo o tipo de informação directa ou indirectamente ligada à saúde, presente ou futura, de uma pessoa, quer se encontre com vida ou tenha falecido, e a sua história clínica e familiar Lei 12/2005, de 26 janeiro - Entende-se por processo clínico qualquer registo, informatizado ou não, que contenha informação de saúde sobre doentes ou seus familiares. - Cada processo clínico deve conter toda a informação médica disponível que diga respeito à pessoa ( ) Artº 2 e 3, Lei 12/2005, de 26 janeiro

Responsável de Acesso à Informação A informação de saúde, incluindo os dados clínicos registados, resultados de análises e outros exames subsidiários, intervenções e diagnósticos, é propriedade da pessoa, sendo as unidades do sistema de saúde os depositários da informação ( ) Artº 3, 1º, lei nº12/2005, de 26 janeiro Cada ministério, secretaria regional, autarquia local, instituto púbico, associação pública, fundação pública, empresa pública, empresa regional, empresa intermunicipal e empresa municipal designa um responsável pelas disposições da presente lei Artº 9, lei nº46/2007, de 24 agosto

O processo clínico só pode ser consultado por médico incumbido da realização de prestações de saúde a favor da pessoa a que respeita ou, sob a supervisão daquele, por outro profissional de saúde obrigado a sigilo e na medida do estritamente necessário à realização das mesmas ( ) Artº 5, 5º, Lei 12/2005, de 26 janeiro

Sempre que existam dúvidas na interpretação de diplomas legais no que diz respeito à acessibilidade da informação, existem duas Comissões Nacionais que emitem Pareceres e Orientações: CADA Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos Lei 46/2007, de 24 de Agosto (revoga a 65/93, de 26 de Agosto) CNPD Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais Lei 67/98, de 26 de Outubro

Os responsáveis pelo tratamento de dados devem tomar medidas de segurança adequadas ao: - Controlo de entrada nas instalações (contra acesso nas instalações de pessoas não autorizadas) - Controlo dos suportes de dados (contra leitura, copia, alteração ou retirada por pessoa indevida) - Controlo de inserção (contra a introdução, ou tomada de conhecimento, alteração ou eliminação de dados pessoais) - Controlo de utilização (contra utilização de pessoas não autorizadas) - Controlo de acessos (garantindo acesso exclusivo a pessoas autorizadas) - Controlo de transmissão (garantindo a transmissão apenas a entidades autorizadas) - Controlo de introdução (garantindo o rasto de quais os dados introduzidos, quando e por quem) - Controlo do transporte (garantindo que no transporte os dados pessoais não possam ser lidos, copiados, alterados e eliminados de forma não autorizada) Artº15, Lei 67/98, de 26 Outubro

Fragilidades analógico/digital - Ausência de normalização de tipologias documentais para recolha de dados - Proliferação desmedida de documentos feitos ad hoc por classes profissionais, sem devida validação e critérios de segurança e de confidencialidade de dados - Deficientes instalações para armazenar condignamente a informação - Inexistência de níveis de acesso pré-definidos - Inexistência de critérios/normas de procedimento potenciadores da recuperação da informação (descrição arquivística)

Procedimentos de Avaliação, selecção e eliminação de informação - Portaria 412/2001, de 17 de Abril (regulamento arquivístico para as autarquias locais) - Portaria 1253/2009, de 12 de Outubro ( actualização da tabela de selecção) - Portaria 835/91, de 16 de Agosto (regulamento arquivístico da Direcção-Geral dos Cuidados de Saúde Primários e das Administrações Regionais de Saúde) - Portaria 1327/2005, de 28 de Dezembro (alteração ao prazo de conservação administrativo das prescrições de medicamentos e requisições de MCD/AT/consultas) - Portaria 247/2000, de 8 de Maio ( regulamento arquivístico para os hospitais) - Portaria 157/2014, de 19 de Agosto (alteração ao regulamento arquivístico para os hospitais e serviços do Ministério da Saúde)

- Remessas anuais de documentação para arquivo semi-activo - Auto de entrega e guia de remessa - Avaliação e selecção anuais dos volumes em depósito - Folha de Recolha de Dados - Início dos procedimentos inerentes à eliminação documental - Auto de eliminação de documentos

E que segurança e critérios de acesso têm os chamados, documentos de apoio ao serviço, produzidos diariamente nas instituições? Como devemos tratar estes resíduos?

Muito Obrigada! Marisa Caixas mcaixas@chalgarve.min-saude.pt Helena Vinagre hvinagre@cm-olhao.pt