COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA PARA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS*

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Transcrição:

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA PARA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS* João Carlos Vilela REIS 1 ; Bruno Marques de SOUZA 2 ; Marcos E. G. C. de PAIVA 3 ; Willian C. FREIRIA 4 ; Cristiane Fortes GRIS 5 RESUMO Objetivou-se avaliar o desempenho produtivo e caracteres agronômicos de nove cultivares de soja para a região sul de Minas Gerais. Utilizou-se as cultivares BMX Classe (7869 RSF), BMX Potencia RR, BRSMG 752S, BRSMG 772S, BRSMG 790 A, BRSMG 800A, BRSMG 810C, NS 5909 RG e NS 7300 IPRO, em delineamento de blocos casualizados com três repetições. As cultivares BRSMG 772S, BMX Classe, NS 7300 IPRO e BRSMG 752S mostraram-se superiores às demais quanto ao rendimento de grãos, altura de plantas e do 1 legume, com destaque para a primeira. INTRODUÇÃO A soja vem se destacando como a principal cultura explorada no mercado interno brasileiro, atingindo na safra 2013/14 uma produção de aproximadamente 85,6 milhões de toneladas em uma área de 30,1 milhões de hectares. Em Minas Gerais, a produtividade média foi 2.687 kg ha -1 (CONAB, 2014), mas produtividades de 5.760 kg ha -1 já foram obtidas em condições experimentais. Várias pesquisas têm indicado que a produtividade média da soja no ano 2030 deverá estar acima de 5400 kg ha -1 (SILVA NETO, 2011). Os resultados obtidos nos últimos concursos de produtividade comprovam na prática essa teoria. Os campeões nacionais da safra 2013/14 produziram cerca de 117 sacas (7.020 kg ha -1 ) no Paraná. Embora tenham 1 * Projeto desenvolvido com recursos do IFSULDEMINAS - Câmpus Muzambinho. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Muzambinho. Muzambinho/MG, email: joao_carlosvr@hotmail.com; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Muzambinho. Muzambinho/MG, email: bruno.smarques@hotmail.com; 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Muzambinho. Muzambinho/MG, email: marcosgavapaiva@ig.com.br; 4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Muzambinho. Muzambinho /MG, email: willian_freiria@hotmail.com; 5 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Muzambinho. Muzambinho/MG, email: cristiane.gris@muz.ifsuldeminas.edu.br.

ocorrido aumentos significativos na produtividade da soja nas últimas décadas em Minas Gerais, acredita-se que fatores climáticos associados à recomendação de cultivares estão limitando o potencial de produção dessa leguminosa. Segundo Navarro Junior e Costa (2001) a soja apresenta alto potencial para rendimento de grãos, mas parte deste potencial é perdido em razão da interação do genótipo com o ambiente, o qual pode ser modificado por fatores bióticos e abióticos. Para Pinto (2013), as cultivares de soja apresentam comportamentos completamente distintos em função do ambiente de cultivo, o que torna relevante ensaios mais direcionados para cada região. Neste sentido, considerando o exposto acima e o fato de a região Sul ainda se basear em resultados da região fisiográfica do Triângulo Mineiro objetiva-se avaliar o desempenho produtivo e caracteres agronômicos de nove cultivares de soja para a região Sul de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, Câmpus Muzambinho. A cidade de Muzambinho está situada a 21 o 22`de latitude sul, 46 o 31`de longitude W. Gr. e altitude de 1048m, tendo a região do Sul de Minas Gerais, de acordo com a classificação de Köeppen, clima tipo Cwa (OMETO, 1981). Os dados de precipitação pluviométrica referentes ao período, e a média histórica (1974-1985) para o município são apresentados na Figura 1. Figura 1 - Precipitação média mensal do ano 2013, 2014 e período de 1974-1985. Fonte: Aparecido e Souza (2014). Avaliou-se o desempenho produtivo e caracteres agronômicos de nove cultivares de soja, incluindo-se as mais utilizadas na região, conforme Tabela 1. A semeadura foi realizada dia 02 de dezembro de 2014, e a adubação realizadade acordo com a análise de solo, com interpretações segundo Ribeiro et al. (1999),

utilizando-se 120 kg ha -1 de P 2 O 5 (super simples) e 40 kg ha -1 de K 2 O (cloreto de potássio). As sementes foram inoculadas com inoculante comercial líquido, de modo a garantir população mínima de 1.200.000 células por semente. As unidades experimentais foram constituídas por 4 linhas de 5,0m, espaçamento de 0,50 m, tendo como área útil as duas linhas centrais, descartandose 0,50 m de cada extremidade. Foram avaliados: altura de plantas e da inserção do 1 legume, n de legumes/planta, índice de acamamento (Bernard et al., 1965), n grãos/legume, peso médio de 100 grãos e produtividade de grãos (corrigidos para 13% umidade e posteriormente convertidos em kg ha -1 ). A análise estatística foi realizada utilizando-se o software estatístico Sisvar, segundo Ferreira (2011) sendo as médias das cultivares comparadas pelo teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Tabela 1. Cultivares de soja, densidade de semeadura (planta por metro linear), grupos de maturidade relativa (GMR), ciclos de produção e hábitos de crescimento, utilizadas no ensaio de competição de cultivares, safra 2013/14. Cultivares Densidad e GMR Ciclo (dias) Hábito de crescimento BMX Classe (7869 RSF) 17 7,4 110 a 120 Indeterminado BMX Potencia RR 18 7,0 90 a 100 Indeterminado BRS MG 752S 12 7,5 105 a 125 Indeterminado BRS MG 772S 12 7,7 120 a 130 Determinado BRS MG 790 A 10 7,9 110 a 130 Determinado BRS MG 800 A 10 8,0 120 a 140 Determinado BRS MG 810 C 10 8,1 115 a 140 Determinado NS 5909 RG 18 6,2 95 a 110 Indeterminado NS 7300 IPRO 18 7,3 120 a 150 Indeterminado RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se diferença significativa entre as cultivares para todas as variáveis, com exceção do componente de produção peso de 100 sementes, com valores concentrados entre 16,74g e 14,47g. Com relação às alturas (Figura 2), nota-se relação direta entre a altura de plantas e a de inserção do primeiro legume. Apesar da diferença de 59,17% entre a maior (BRSMG 752S) e a menor (NS 5909RG) altura de plantas, todas as cultivares avaliadas apresentaram altura do 1 legume superior a 10 cm, valor esse considerado mínimo para níveis aceitáveis de perdas por ocasião da colheita mecanizada. Segundo Bonetti (1983) geralmente

plantas com 70 a 80 cm de altura induzem a uma maior eficiência na colheita. Vale ressaltar que há possibilidade de ajuste desse caráter para maiores alturas através de melhor adequação de data de semeadura e densidade populacional. Figura 2. Média das análises de altura de plantas (AP), altura de inserção do 1 legume (AL) de cultivares de soja. Muzambinho MG, safra 2013/14. 1 Médias seguidas por letras iguais na linha não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5 % de probabilidade. Com relação ao acamamento de plantas (Tabela 2), as cultivares apresentaram baixos índices, apresentando a cultivar BRS MG 772S o maior valor médio (2,56), estando ainda dentro dos limites de recomendação (BONETTI, 1983).Com notas inferiores, as cultivares BRSMG 752S (1,56), NS 7300 (1,66) e BMX Classe (1,86), diferenciaram-se das demais, que apresentaram índices muito próximos a 1, indicando 100% das plantas com porte ereto. Tabela 2. Resultados médios de número de legumes por planta e índice de acamamento (1 a 5) para cultivares de soja. Muzambinho MG, safra 2013/14. Cultivares Médias* N legume/planta Índice de acamamento NS 5909 RG 28,25 b 1,30 a BMX Potencia RR 36,25 a 1,16 a BMX Classe (7869 RSF) 36,66 a 1,86 b BRS MG 772 36,75 a 2,56 c BRS MG 810 C 40,00 a 1,00 a BRS MG 752 S 43,81 a 1,56 b BRS MG 800 A ---- 1,00 a BRS MG 790 A ---- 1,06 a NS 7300 ---- 1,66 b CV% 8,18 23,40

1 Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5 % de probabilidade. Na Figura 3 são apresentados os resultados de rendimento de grãos, os quais se concentraram entre 843 kg ha -1 (cv BRSMG 800A) e 2.412 kg ha -1 (cv BRSMG 772S). No geral, as produtividades obtidas nesta safra são consideradas baixas para a região, possivelmente em função do período de estiagem prolongada entre os meses de janeiro-fevereiro (Figura 1), época em que comumente há boa disponibilidade hídrica. Segundo Cunha et al. (2001) secas durante o período reprodutivo (pós-florescimento) causam reduções drásticas no rendimento de grãos, devido ao abortamento de flores e de legumes, menor período de florescimento,menor número de grãos por legume, menor período de enchimento de grãos, diminuição da qualidade de grãos e aceleração da senescência foliar. Figura 3. Resultados médios de rendimento de grãos (kg ha -1 ) para cultivares de soja. Muzambinho MG, safra 2013/14. 1 Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5 % de probabilidade. Para o componente de produção número de legumes por planta (Tabela 2) observa-se que as cultivares com as melhores produtividades obtiveram os melhores rendimentos de grãos, com média de 38,7 legumes. Vale ressaltar que todos os legumes amostrados, independente da cultivar, apresentaram-se com 3 sementes/vagem. CONCLUSÕES As cultivares BRSMG 772S, BMX Classe, NS 7300 e BRSMG 752S mostraram-se superiores às demais quanto ao rendimento de grãos, altura de plantas e do 1 legume, com destaque para a primeira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APARECIDO, L.E.O.; SOUZA, P.S. Boletim Climáticonº16 julho. 2014. Disponível em: <http://www.muz.ifsuldeminas.edu.br/images/stories/pdf/2014/boletim_2014/boletim _Clima_Julho.pdf>. Acesso em: 22 ago 2014. BERNARD, R.L.; CHAMBERLAIN, D.W.; LAWRENCE, R.D. (eds). Results of the cooperative uniform soybean tests. Washington, USDA, 1965. 134p BONETTI, L.P. Cultivares e seu melhoramento genético. In: VERNETTI, F.J. (Ed.) Soja: genética e melhoramento. Campinas: Fundação Cargill, p. 741-800. (1983). CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. v.1 - Safra 2013/14, n.11 - Décimo Primeiro Levantamento, Brasília, p. 1-82, ago. 2014. Disponível em: <http://www.conab.gov.br>. Acesso em 24 ago 2014. COSTA, J.A.; MARCHEZAN, E. Características dos estádios de desenvolvimento da soja. Campinas, Fundação Cargill, 1982. 30 p. CUNHA, G.R.; BARNI, N.A.; HAAS, J.C.; MALUF, J.R.T. et al. Zoneamento agrícola e época de semeadura para soja no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Passo Fundo, v.9, n.3, p.446-459, 2001. FEHR, W.R; CAVINESS, C.E. Stages of soybean development. Ames: Iowa State University of Science and Technology, 1977. 11 p. (Special report, 80). FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistic alanalysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.35, n.6, p.1039-1042, 2011. KÖEPPEN, W. Climatologia: con um estúdio de los climas de latierra. México: Fondo de Cultura Economica, 1948. 478p. NAVARRO, JUNIOR, H. M; CSOTA. J. A. Expressão do potencial de rendimento de cultivares de soja. Pesq. Agrop. Brás., v. 37, n. 3, p. 275-279, 2002. OMETO, J.C. Bioclimatologia vegetal. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981. 525p PINTO, F.F. Questão de Ambiente. 2013. Revista Cultivar. Dez 2013. Disponível em: < http://www.grupocultivar.com.br/site/content/revistas/revistas.php.>. Acesso em 08 Jun 2014.