EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE ESTADO DE SÃO PAULO. Processo:, pessoa jurídica de direito privado, devidamente qualificado nos autos do processo supra, com fulcro no art. 319, II do CPC/2015, por intermédio de seus procuradores que ao final assinam, conforme documento procuratório em anexo, com endereço profissional constante no rodapé, local que indicam para recebimento das notificações e intimações de praxe, vem à douta presença de Vossa Excelência apresentar: C O N T E S T A Ç Ã O as pretensões da Reclamação Trabalhista, que lhe move, devidamente qualificado nos presentes autos, pelas razões de fato e de Direito a seguir aduzidas: 1
I PRELIMINARMENTE 1) IMPUGNAÇÃO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Em petição inicial, o Autor requereu que lhe fosse concedido o benefício da justiça gratuita, justificando tal pedido com a alegação de que é pessoa pobre e não dispõe dos recursos necessários para o custeio das despesas judiciais do presente feito, sem prejuízo de seu sustento próprio e de sua família, postula a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, juntando como prova de sua miserabilidade unicamente uma declaração de hipossuficiência. Entretanto, Excelência, com o advento da Reforma Trabalhista Lei 13.467/2017, que alterou o Art. 790 CLT, o autor não preenche o requisito necessários para concessão da justiça Gratuita, sendo que recebeu salário R$ 2.350,00 (Dois mil trezentos e cinquenta reais), superior a 40% do limite máximo dos benefícios do regime Geral de Previdência Janeiro-2018, no valor de R$ 2.258,32 (Dois mil, duzentos e cinquenta e oitos reais e trinta e dois centavos). Nem mesmo comprovou insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. Nesse sentido, o novo texto sobre o assunto: Art. 790, 3º, 4º. 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. A Constituição Federal, especificamente em seu inciso LXXIV do art. 5º, estabelece o acesso à justiça com isenção de custas àqueles que comprovarem situação de miserabilidade aos olhos da lei, conforme segue: 2
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; Fundamental discorrer que "assistência judiciária gratuita" (CF, art. 5º, LXXIV), é um instituto de direito administrativo, posto à disposição do hipossuficiente como condição primeira para seu ingresso no judiciário, quando então, lhe é fornecido além das isenções de custas e atos processuais, também o defensor público. Já a "gratuidade de justiça", de menor abrangência, é um instrumento eminente processual que pode ser solicitado ao juiz da causa tanto no momento inaugural da ação quanto no curso da mesma, significando dizer que a dispensa das despesas processuais é provisória e condicionada à manutenção do estado de pobreza do postulante, podendo ser revogada a qualquer tempo. Por final a aplicação supletiva e subsidiária do Código de Processo Civil ao processo do trabalho e disciplinada no art. 15 da Lei 13.015/2015, notoriamente conhecida como o novo Código de Processo Civil brasileiro, Dispõe o artigo 15 Código de Processo Civil. Verbis: Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Neste sentido conformo o art. 337, XIII, Código de Processo Civil, não mais se faz necessário interpor peça apartada quando da impugnação ao pedido de Assistência Judiciaria Gratuita do Reclamante. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: [...] XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. [...] 3
Por todo o exposto, e por afrontar diversos princípios e regras constitucional e legalmente previstas, além de desvirtuar a real intenção do legislador ao editar a lei 13467/2017, resta mais do que comprovado o não cabimento do benefício à autora, requerendo, o indeferimento do pedido de Assistência Judiciaria Gratuita. 2) AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO, INÉP- CIA DA INICIAL, AUSENCIA DE VALOR. ART 840 1 CLT. Com o advento da reforma trabalhista/2017 Lei 13.467/2017 a petição inicial a luz do Processo do Trabalho deve observar os requisitos previstos no 1º, do art. 840, da CLT, devendo ser o pedido, certo, determinado e com indicação de seu valor. Submetida a presente Reclamação, como deve ser submetida, ao procedimento, conforme já afirmado a limine, deveria ter sido apresentada a liquidação dos valores constantes do pedido da peça vestibular. Não cumprida esta exigência, a teor do artigo 840, inciso 1 o, CLT, deverá ser declarada a inépcia da inicial, com a extinção do feito sem julgamento do mérito, conforme comando do 3º deste mesmo artigo 840, da legislação consolidada. Neste sentido; Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 3 o Os pedidos que não atendam ao disposto no 1 o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito 4
A corroborar sem qualquer amparo legal ou justificativa, declina que laborava todos aos Sábados e Domingos intercalados, das 06h às 18h, porém não identifica qual os dias de Sábados e Domingos, exercia jornada de trabalho extraordinários, qual a quantidade de horas extras e finalmente qual foi o fato gerador da Verba alegada de horas extraordinárias. Sendo certo que jamais realizou hora extraordinária, sendo que tal alegação é evasiva, absurda e improcedente, não informa qual a frequência mensal no desempenho desta função, bem como não indica quais dias, domingo ou feriados que teria laborado, tem-se, portanto, total confusão. Desta forma, considerando que a petição inicial deixou de apresentar os cálculos discriminados de todas as verbas pleiteadas, deixou de apresentar Pedido Certo, Determinado e com a indicação do Valor Pleiteado em claro descumprimento ao previsto no dispositivo legal, razão pela qual, deve ser imediatamente extinta sem julgamento de mérito. II NO MERITO. Diante do exposto, ainda que sem condições de apresentar defesa em face da falta descrição do pedido da peça inicial, não provendo a indicação da quantidade das horas extraordinárias, e em total respeito aos princípios da eventualidade e da concentração das defesas, teríamos, no mérito, que a presente reclamação trabalhista deveria ser julgada improcedente, senão vejamos: 1) DA JORNADA DE TRABALHO/HORAS EXTRAORDINARIAS. Além dos argumentos acima, os quais são suficientes para respaldar o indeferimento do pedido em tela, no entanto, atendendo ao princípio processual, convém registrar que o reclamante fora contratado para trabalhar em regime de 44 horas semanais. 5
a) Na Função de Frentista no período de 01/03/2010 a 30/09/2010, trabalhava das 06h00min às 15h00min, com intervalo de 01h40min de Segunda a Sábado, conforme escala de trabalho. Totalizando 44 horas semanais. b) Na função de caixa que exerceu a partir de outubro/2010 exercício jornada das 12h:00min as 18h:00min, com intervalo intrajornada de 15h00min, de Segunda a Sábado, totalizando 36 horas com descanso aos domingos e feriados. Indispensável arrazoar que o Reclamante não registrava sua jornada de trabalho, conforme documentos em anexo. Sendo, portanto indevido este pleito, eis que o obreiro não declina as horas excedentes, os dias, meses em que supostamente trabalhou em sobre jornada, ou o período preciso mensal, ou os feriados que tenha laborado, devendo, por mais esse motivo ser indeferida tal postulação sendo assim, feriu gravemente o Direito Constitucional da Reclamada à Ampla defesa, fazendo tabula rasa de tal princípio, que é norma cogente, além do que o Direito Pátrio não coaduna com o pedido indefinido, porquanto, traz a incerteza para o mundo jurídico o que é deveras desaconselhável e não pode ser agasalhado por esse MM. Juízo, devendo, ser indeferida. Certo é que o reclamante jamais realizou horas extras, sendo que busca apenas locupletamento indevido. Assim, Exa., não tendo laborado em horário extraordinário ou sob controle da empresa, o reclamante deveria suportar ônus de demonstrar a existência de supostas horas extras, porém nada provando não desincumbindo de tal função, o que implica no indeferimento de horas extras requeridas. Eis que inclusive o queixoso, não fornecer média mensal das horas extras supostamente laboradas. Sem, contudo, levar em conta a vedação que impõe a jurisprudência neste tocante: Descabe, portanto Exa., in totem, desde já devendo ser 6
rejeitado. Ausente jornada suplementar além de oito horas por dia, restam indevidos pedidos de horas extras e seus reflexos sobre qualquer verba pleiteada, sendo o pleito principal indevido os seus acessórios acompanham o principal. Totalmente improcedente o pedido de R$ 291,06 horas extra frentista, o pedido de título de Horas extra setembro/2010 R$ 320,76, o pedido de intervalo intrajornada R$ caixa 445,50 e o pedido de hora extra Caixa 2.289,96. B) DIFERENÇA TERMO DE RESCISÃO. Alega o reclamante que a maior remuneração foi o valor de R$ 1.252,35, recebido no mês de julho/2011. Sendo que a rescisão de contrato foi calculada com base no valor de R$ 1.021,74 A rescisão de contrato obteve como base de cálculo o valor da maior remuneração do Reclamante, sendo que os valores correspondem a média da Remuneração do Reclamante para fins de cálculo das verbas rescisórias. Neste sentido, observando o pagamento das verbas salariais eventual a título de horas extraordinárias, estas foram computada na média do período conforme determina a legislação. Neste contexto sendo totalmente improcedente o pedido de R$ 1.106,90 a título de diferença das Verbas Rescisórias. d) DO FGTS E MULTA DE 40%. Todos os valores a título de Fundo de Garantia por tempo de serviço e Multa de 40% foram devidamente depositados, conforme comprovante juntado aos autos, bem como a devida Rescisão de contrato conferida e Homologado pelo Sindicato da Categoria. Nestes termos, improcedente qualquer verba a título de FGTS E MULTA DE 40%, no valor de R$ 1.402,63 e R$ 561,05 e) VALE TRANSPORTE. 7
O reclamante recebeu todos os vale Transporte conforme se comprova através dos Recibos de salário juntado aos autos. f) DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS. Os fatos apresentados na inicial não constituem qualquer situação legal para aplicação do Dano Moral. A exemplo da fundamentação que converge para julgamento da improcedência de todos os pedidos da inicial. Seja principalmente pela ausência de qualquer Verba Salarial devida pela Reclamada, seja pela ausência de comprovação de qualquer dano moral sofrido em virtude da relação de emprego, é certo que também não é devido qualquer valor a título de indenização por danos morais ao autor. Entretanto, não fosse este o caso, que por si só já conduz a improcedência desta ação, é certo que o reclamante não se desincumbiu do ônus probatórios de fatos constitutivos do direito pleiteado, ou seja, em nenhum momento fez a prova alguma de que tivesse sofrido qualquer dano moral. Diante do exposto, ante a ausência total de culpa da reclamada por qualquer eventual dano suportado pelo autor, bem como frente à inexistência total de comprovação de qualquer abalo moral devendo ser julgado improcedente o pedido no tocante a indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,0O. Por final a Reclamada impugna individual todos os fatos articulados na inicial, requerendo a total IMPROCEDÊNCIA DE TODOS OS TERMOS APRESENTADOR NA RECLAMATÓRIA TRABA- LHISTA. 8
l) DA LITIGANCIA DE DA MÁ FÉ. Pelo que se pode ver, o obreiro não passa de um mero aventureiro oportunista, que utiliza da Justiça Obreira para auferir vantagens ilícitas, pois pleiteia o que já lhe foi devidamente pagas, ou então que não lhe são devidas. Certamente o obreiro arrisca a sorte numa possível revelia da empresa, ou mesmo no fato do documento não ser encontrado, e isso, com certeza lhe renderia, sem sombra de dúvida, um bom lucro. "A Justiça do Trabalho não é, nunca foi e jamais será casa de jogos, onde aventureiros oportunistas arriscam na sorte de conseguirem direitos indevidos ou já pagos, utilizando-se de estratégias processuais como a formalidade e à revelia". (M.M.A.P.). Precisamos punir esse tipo de gente, a exemplo do que já vem sendo feito por inúmeros Magistrados do Trabalho. A atitude do Reclamante, sem sombra de dúvida, incorre na figura tipificada no artigo 80, do CPC/2015, (LITIGANTE DE MÁ FÉ), merecendo, assim, receber as penas previstas no artigo 81, do mesmo Caderno Processual. Por final a Reclamada impugna individual todos os fatos articulados na inicial, requerendo a total IMPROCEDÊNCIA DE TO- DOS OS TERMOS APRESENTADOR NA RECLAMATÓRIA TRABA- LHISTA. 9
III - DO REQUERIMENTO: DIANTE DO EXPOSTO, vem à honrosa presença de Vossa Excelência, requerer o recebido da CONTESTAÇÃO, com o acolhimento da preliminar aventada, e no mérito requer a Reclamada que o pedido da presente reclamação seja julgado improcedente. a) Requer a apreciação da preliminar, extinguindo-se o processo sem julgamento de mérito, não sendo este o entendimento, impugnam-se todos os pedidos e os documentos juntados pelo reclamante. b) Diante do exposto, requer a Reclamada que o pedido da presente reclamação seja julgado improcedente, condenando o Reclamante no pagamento das custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações de estilo, por força do artigo 791-A CLT. c) Requer a condenação do Reclamante na pena do artigo 940, do CC, a fim de que pague, em dobro, para a Reclamada, os valores que indevidamente está a pleitear, em especial as horas extras, feriados e adicional noturno já recebidos, devendo também ser condenado em litigância de MÁ-FÉ, com o pagamento de multa prevista no artigo 81, do CPC/2015 d) Requer que as futuras intimações e notificações sejam realizadas em nome do Advogado DAS PROVAS. Para provar o alegado requer desde já: a) Depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de confissão; b) Oitiva de testemunhas; c) Perícia, se necessário; d) Juntada posterior de novos documentos; e) Demais provas em direito admitidas. 10
Nestes Termos, Pede Deferimento, São Paulo - SP, 2018. ADVOGADO. OAB /SP 11