TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM VACAS HOLANDESAS LACTANTES DE UM REBANHO LEITEIRO DE CHOPINZINHO - PARANÁ

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Transcrição:

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM VACAS HOLANDESAS LACTANTES DE UM REBANHO LEITEIRO DE CHOPINZINHO - PARANÁ Guarapuava Paraná 2008

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE UTILIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM VACAS HOLANDESAS EM LACTAÇÃO DE UM REBANHO LEITEIRO EM CHOPINZINHO - PARANÁ Trabalho de Pesquisa apresentado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Produção de Leite da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador Prof. Dr. Guilherme de Medeiros Bastos Guarapuava - Paraná 2008

Título Utilização da transferência de embriões em vacas holandesas em lactação de um rebanho leiteiro de Chopinzinho - Paraná Instituição Executora: Universidade Tuiuti do Paraná Órgão Executor: Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão - PROPPE Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Curso de Especialização Lato Sensu em Produção de Leite Duração: Abril de 2007 a Junho de 2008. Município: Chopinzinho - PR Equipe: Aluno: Rafael V. M. Carlin Orientador: Prof. Dr. Guilherme de Medeiros Bastos UNICENTRO/PR

SUMÁRIO 1. INTRODUÇAO... 05 2. OBJETIVOS... 06 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 06 4. MATERIAL E MÉTODOS... 07 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 09 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 14

1. INTRODUÇÃO A produção de leite no Brasil, cada vez mais, se torna uma atividade importante não somente no aspecto econômico, mas também no aspecto social, uma vez que a atividade leiteira é a que mais gera empregos no país (IBGE, 2006). Porém, apesar de tamanha importância, a maioria das propriedades ainda possui níveis muito baixos de produtividade por animal quando comparadas às de outros países, como Estados Unidos, Canadá e alguns europeus, o que significa que o Brasil tem um enorme potencial de produção. Contribuem para este baixo desempenho, entre outras coisas, o baixo desempenho reprodutivo dos animais o que, por conseqüência, impede uma alta produtividade. Os rebanhos nacionais que utilizam sistemas intensivos de produção, normalmente são compostos por animais Bos taurus taurus, principalmente Holandês, Jersey e Pardo-suíço, sendo que destes o holandês ainda predomina (SARTORI, 2007). Nestes rebanhos, nos quais os animais são especializados e extremamente exigidos, são cada vez mais comuns os problemas reprodutivos, que podem se tornar um gargalo para alcançar altas produtividades. O bom desempenho reprodutivo depende da diminuição do intervalo entre partos, o que requer que a inseminação ou cobertura da vaca e sua prenhez ocorram o mais cedo possível após o período voluntário de espera. Os programas de inseminação em tempo fixo constituem-se em valiosa alternativa para rebanhos com problemas de detecção de cio, sem necessariamente aumentar a taxa de concepção (PURSLEY et al., 1995). Na Flórida, muitos trabalhos tem comparado a transferência de embriões (TE) à inseminação artificial (IA) e, durante o estresse térmico, a taxa de concepção foi sempre maior na TE em comparação à IA (SARTORI, 2006).. 5

2. OBJETIVO O objetivo desse trabalho é descrever os resultados obtidos com a técnica de transferência de embriões, utilizando-se vacas leiteiras lactantes criadas e manejadas em uma propriedade localizada no município de Chopinzinho, Paraná. 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Atualmente, os problemas reprodutivos em rebanhos leiteiros de alta produção são desafiantes não só para os técnicos da área no Brasil, mas em todo o mundo, uma vez que com o aumento da produção tende a haver uma diminuição na fertilidade (MACMILLAN et al, 1996), que pode estar relacionado a fatores intrínsecos dos animais, bem como a problemas sanitários ou de ambiente. O antagonismo entre alguns genes ligados à reprodução e genes ligados à produção de leite, leva a uma diminuição na eficiência reprodutiva de vacas de alta produção de leite (HANSEN et al.,1983). Barr (1975), cita que o principal fator limitante para aumentar a taxa de prenhez é a detecção de cio, que se torna mais difícil nos animais em lactação do que em novilhas porque os animais em lactação aceitam menos montas e a duração do estro é menor (NEBEL et al., 1997). Lopez et al. (2004) observaram menor duração e intensidade do estro em vacas com produção maior do que 39,5 kg diários. O estresse térmico é responsável por queda na fertilidade segundo Jordan (2003). Wiltbank (2006) correlaciona positivamente o estresse no período periparto com a retenção de placenta. De acordo com Sheldon et al. (2000) a retenção de placenta, o atraso na involução uterina e infecções uterinas pós parto estão relacionadas ao aumento do intervalo entre partos de vacas. Os altos percentuais de proteína da dieta geram um aumento nos níveis de uréia sanguíneo, o que leva a uma diminuição na concepção (Guo et al., 2004). De acordo com Sartori (2002), o baixo desempenho reprodutivo está associado 6

principalmente à fase peri-ovulatória pois foram constatadas altas taxas de degeneração embrionária no dia 6 pós IA. A estes fatores já citados, somam-se outros problemas nutricionais e hormonais decorrentes da alta produção leiteira que também tem grande importância na reprodução. Diversos estudos demonstraram que a inovulação de embriões de 7 dias para vacas sob estresse térmico melhora as taxas de concepção destes animais (Putney et al., 1989; Ambrose et al., 1999; Drost et al., 1999; Al-Katanani et al., 2002) 4. MATERIAL E MÉTODOS Animais Foram utilizados dados de 28 coletas de embriões e 216 inovulações realizadas em animais lactantes da raça holandesa no período de um ano. Os animais receberam alimentação à base de silagem de milho, feno de tifton e ração, sendo fornecidos na forma de ração total, três vezes ao dia. Toda a alimentação era oferecida no barracão de alimentação e os animais saíam para uma área de descanso externa, porém tinham acesso livre ao barracão de alimentação 24 horas por dia. A média de produção do rebanho, no período de avaliação foi de 29,4 kg de leite por vaca por dia, com 3 ordenhas diárias. Embriões Os embriões foram coletados, através de lavagem uterina (sistema fechado de colheita), de novilhas de 13 a 17 meses (92,9%) e vacas do rebanho (7,1%), submetidas a protocolos de superovulção. Todos os embriões coletados considerados viáveis foram utilizados, independente de sua qualidade. Protocolo de superovulação (novilhas) D0: Implante de progestágeno (CIDR ) às 8h 7

D1: 3mg de benzoato de estradiol (Estrogin ) às 18h D5: 50UI de FSH (Pluset ) às 8:00h e 18:00h D6: 37,5UI de FSH (Pluset ) às 8:00h e 18:00h D7: 25UI de FSH (Pluset ) + 0,53 mg de cloprostenol sódico (Ciosin ) às 8:00h e 18:00h D8: 12,5UI de FSH (Pluset ) às 8:00h e 18:00h + retirada CIDR às 18:00h D9: 0,0625mg de lidorelina (Gestran ) às 18:00h D10: IA às 6:00 e 18:00h D17: Coleta e transferência de embriões Protocolo de superovulação (vacas) D0: Implante de progestágeno (CIDR ) + 4mg de benzoato de estradiol (Estrogin ) D4: 100UI de FSH (Pluset ) às 8:00h e 18:00h D5: 75UI de FSH (Pluset ) às 8:00h e 18:00h D6: 50UI de FSH (Pluset ) + 0,53 mg de cloprostenol sódico (Ciosin ) às 8:00h e 18:00h D7: 25UI de FSH (Pluset ) às 8:00h e 18:00h + retirada CIDR às 18:00h D8: 0,0625mg de lecirelina (Gestran ) às 18:00h D9: IA às 6:00 e 18:00h D16: Coleta e transferência de embriões Protocolo receptoras D0: implante de progestágeno (CIDR ) + 0,025 mg lecirelina (Gestran ) D7: retirada (CIDR ) + 0,53 mg de cloprostenol sódico (Ciosin ) D8: 1mg de cipionato de estradiol (ECP ) D16: implante de embriões 8

Seleção de receptoras: Todas as vacas em lactação não prenhes e fora do período de espera voluntário (60 dias pós parto), foram submetidas ao protocolo de receptoras mensalmente. No dia da transferência de embriões, todas as receptoras eram avaliadas por ultra-sonografia e inovulava-se somente naquelas com corpo lúteo presente e que não apresentassem nenhum grau de infecção uterina. Quando o número de receptoras era maior que o número de embriões frescos disponíveis, utilizavam-se embriões congelados. No mesmo dia em que era feita a coleta e a transferência dos embriões, também realizou-se o diagnóstico de prenhez (por ultrasonografia) das receptoras que haviam recebido embrião no mês anterior. As vacas diagnosticadas como não gestantes, retornavam como receptoras no mês seguinte. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de avaliação foram realizadas 28 coletas de embriões, das quais resultaram 188 embriões viáveis, uma média de 6,7 embriões viáveis por coleta. Das 216 receptoras que foram submetidas ao protocolo de sincronização de cio, 171 (79%) foram utilizadas, ou seja, possuíam corpo lúteo (CL) no dia da inovulação (Figura 1). No diagnóstico de gestação, feito entre 35 50 dias, a taxa de concepção foi de 42,1% ( 72/171) (Figura 2). No diagnóstico feito com 65 80 dias, a taxa de concepção foi de 36% (62/171) (Figura 2), uma vez que 10 (13,8%) dos animais que estavam prenhes no primeiro diagnóstico, perderam a gestação (Figura 3). 9

100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% maio junho julho agosto setembro outubro novembro janeiro fevereiro março abril Figura 1. Percentual (%) de receptoras que apresentaram corpo lúteo (CL) em um ou ambos os ovários no dia da inovulação. Das 216 receptoras submetidas aos implantes de embrião 62 (28,7%) foram diagnosticadas com prenhês positiva de 65 80 dias (Figuras 4 e 5). SARTORI et al. (2006) obteve taxas de concepção de 42% em vacas holandesas que receberam implantes de embrião no primeiro diagnóstico de gestação (25-32 dias) e 30,7% no segundo diagnóstico (60-66 dias). Porém, nesse mesmo estudo, concluiu-se que não houve diferença entre a transferência de embriões e a inseminação artificial em tempo fixo, em relação à taxa de concepção. 10

80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% maio junho julho agosto setembro outubro novembro janeiro fevereiro março abril TC% 35-50 dias TC% 65-80 dias Figura 2. Percentual (%) de receptoras prenhes no diagnóstico de gestação nos períodos de 35-50 e 65-80 dias após a inovulação. 50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% maio junho julho agosto setembro outubro novembro janeiro fevereiro março abril Figura 3. Percentual de receptoras que perderam a gestação entre o primeiro e o segundo diagnósticos de gestação. 11

50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% maio junho julho agosto setembro outubro novembro janeiro fevereiro março abril Figura 4. Percentual (%) de receptoras prenhes em relação ao total de receptoras submetidas ao protocolo de sincronização de cio. 30 25 20 15 10 5 0 maio junho julho agosto setembro outubro novembro janeiro fevereiro março abril Receptoras submetidas ao protocolo de indução de cio Receptoras que apresentavam CL no dia da inovulação Número de receptoras prenhes com 35-50 dias de gestação Número de receptoras prenhes com 65-80 dias de gestação Figura 5. Evolução do número de receptoras desde o início do protocolo de indução de cio até o segundo diagnóstico de gestação feito entre 65 e 80 dias após a inovulação. Apesar de existirem poucos estudos em relação à viabilidade da transferência de embriões em vacas em lactação, esta técnica pode melhorar o desempenho 12

reprodutivo nos meses quentes, onde se mostra superior à inseminação artificial em tempo fixo (RODRIGUES et al, 2004). As taxas de concepção observadas neste trabalho são semelhantes às encontradas por Sartori et al (2007) em rebanhos americanos, e sugere que a TE pode ser utilizada como mais uma ferramenta no manejo reprodutivo de vacas lactantes. 13

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HAFEZ, E.S.E; HAFEZ, B. Reprodução Animal. Sétima Edição. Editora Manole, 2004. GONÇALVES, P.B.D.; FIGUEIREDO J.R.; FREITAS V.J.F. Biotécnicas Aplicadas a Reprodução Animal. Editora Varela, 2002. SILVA NETO et al. Comparação da taxa de prenhez de vacas leiteiras com diferentes níveis de produção inseminadas em tempo fixo ou com observação de cio Departamento de Clínica Veterinária, UFPel, 2007. SARTORI, R; Manejo Reprodutivo da fêmea leiteira. Reprodução animal, Belo Horizonte, v.31, n2, p 153-159, abr-jun 2007. Disponível em www.cbra.org.br GUO et al. Effects of Milk Urea Nitrogen and Other Factors on Probability of Conception of Dairy Cows. J. Dairy Sci. 87: 1878-1885, 2004. JORDAN, E.R. Effects of heat stress on reproduction. J. Dairy Sci. 86: E104-114E, 2003. WILTBANK, M.C. Prevenção e tratamento da retenção de placenta. Em: novos enfoques na produção e reprodução de bovinos. 10, 2006, Uberlândia, Anais... Uberlândia, UFU, 2006. p.61-70. SHELDON, I.M., NOAKES, D.E., DOBSON H. The influence of ovarian activity and uterine involution determined by ultrassonography on subsequent reproductive performance of dairy cows. Theriogenology, v.65, p.1311-1321, 2006. PURSLEY, J.R., MEE, M.O., WILTBANK, M.C. Synchronization of ovulation in dairy cows using PGF2α and GnRH. Theriogenology, v.44, p.915-923, 1995. NEBEL, R. L., JOBST, S.M., DRANSFIELD, M.B.G., PANDOLFI S.M., BAILEY, T.L. Use of radiofrequency data communication system, Heat Watch, to describe behavioral estrus in dairy cattle. J. Dairy Sci, v.80, p.151, 1997. Resumo. LOPEZ, H., SATTER, L.D., WILTBANK, M.C. Relationship between level of milk production and estrus behavior of lactating dairy cows. Anim. Reproduction Science, v.81, p.209-223, 2004. 14

SARTORI, R., GUMEN, A., GUENTHER, J. N., SOUZA, A. H., CARAVIELLO, D.Z., WILTBANK, M.C. Comparison of artificial insemination versus embryo transfer in lactating dairy cows. Theriogenology, v.65, p.1311-1321, 2006. RODRIGUES, C.A., AYRES, H., REYS, E.L., NICHI, G.A., BARUSELLI, P.S. Artificial insemination and embryo transfer pregnancy rates in high production Holstein breedings under tropical conditions. Proc. 15 th Congr. Anim. Reprod. 2:396 (resumo). 15

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