PREVENÇÃO DA CORRUPÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA MAPEAMENTO DE ÁREAS E FATORES DE RISCO

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Transcrição:

PREVENÇÃO DA CORRUPÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA MAPEAMENTO DE ÁREAS E FATORES DE RISCO fevereiro 2018

PROJETO PREVENÇÃO DA CORRUPÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA MAPEAMENTO DE ÁREAS E FATORES DE RISCO NOTA DE APRESENTAÇÃO O presente documento traduz o trabalho e a reflexão realizados pelo CPC tendo em vista a produção de um mapeamento de riscos específicos de corrupção e infrações conexas nas entidades do Setor Público. O projeto desenvolveu-se segundo duas vertentes complementares, que se encontram traduzidas na estrutura do documento e que são as seguintes: 1 - Propósitos do CPC no âmbito do mapeamento de riscos. 2 - Fatores de risco associados às comunicações recebidas no CPC. RESULTADOS ALCANÇADOS Relativamente a cada uma das duas vertentes identificadas apresentam-se os resultados da reflexão e do trabalho desenvolvidos: - Quanto ao mapeamento de riscos no Setor Público, foram identificadas diversas áreas consideradas prioritárias, relativamente às quais se suscita a necessidade de serem colhidos elementos informativos mais detalhados a partir da realização de audições a informantes qualificados. - Quanto aos fatores de risco sistematizados a partir das comunicações recebidas no CPC (decisões judiciais e relatórios de auditoria) suscita-se a utilidade / necessidade de se reforçarem as medidas preventivas no âmbito dos planos de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas das entidades do Setor Público onde estes fatores de riscos estejam ou possam estar presentes. Aprovado em reunião do Conselho de Prevenção da Corrupção, de 7 de fevereiro de 2018 António João Maia

MAPEAMENTO DE ÁREAS E FATORES DE RISCO NA GESTÃO PÚBLICA 1 Propósitos do CPC no âmbito do mapeamento de riscos O Conselho de Prevenção da Corrupção estabeleceu em 2017 o propósito de proceder ao levantamento e mapeamento das principais áreas e fatores de risco de corrupção e infrações conexas nas entidades do Setor Público, particularmente naquelas que, pelas funções que exercem, se encontram potencialmente mais expostas a este tipo de riscos. Neste âmbito, assume particular relevância a problemática dos conflitos de interesses, dada a reconhecida relação que apresenta com os riscos de corrupção e infrações conexas. As áreas prioritárias da gestão pública que foram identificadas pelo CPC e cujos riscos importa mapear de modo mais aprofundado são as que se identificam no quadro seguinte: ÁREAS DE RISCO PRIORITÁRIAS DA GESTÃO PÚBLICA contratação pública administração pública eletrónica ordenamento do território, urbanismo e ambiente desportos e apostas saúde e farmacêuticas forças de fiscalização e de polícia, segurança e defesa sistemas político e judicial A metodologia considerada mais adequada para proceder a um mapeamento de riscos compreende a realização de audições a peritos em cada uma das áreas em análise, designadamente de Inspetores-Gerais setoriais e de outros técnicos com funções de Auditoria e Controlo do Setor Público. 3

2 Fatores de risco associados às comunicações recebidas no CPC Até final de 2017 o CPC recebeu um total de 2001 comunicações. Grande parte delas (1725) referiam-se a decisões judiciais, e um grupo menor (276) a relatórios de auditoria. A análise de conteúdo realizada sobre este acervo de informações, incidindo sobretudo nas situações de comprovada prática delituosa, oferece a possibilidade de se conhecerem alguns contornos do contexto organizacional em que ocorreram essas práticas. Por esta razão, estes contornos perfilam-se como fatores de riscos, ou como potenciais fatores de risco, na gestão pública. Vejamos nos dois pontos seguintes os fatores de risco identificados a partir dos documentos analisados. 2.1 Elementos decorrentes da análise das comunicações judiciais Do total dos 1725 reportes judiciais recebidos, verifica-se que em apenas 405 foram colhidos elementos probatórios da ocorrência de crime praticado por funcionário contra os serviços, correspondendo a despachos de acusação e a decisões condenatórias. A análise deste acervo de comunicações com elementos indiciadores da ocorrência de delitos criminais praticados por funcionário contra os serviços revelou os elementos que apresentamos nos pontos seguintes. 4

2.1.1 Quanto ao tipo de crime: - São mais frequentes o peculato e a corrupção, crimes que ora surgem isolados, ora surgem associados entre si no mesmo quadro factual indiciado, havendo igualmente situações em que surgem associados a outros tipos de crime, como os relatórios anuais do CPC relativos a comunicações recebidas têm evidenciado; - O peculato tende a surgir associado sobretudo aos crimes de falsificação de documento e abuso de poder, enquanto a corrupção surge mais associada à participação económica em negócio e ao tráfico de influência; - Na sua grande maioria as ações delituosas objeto das situações reportadas são praticadas individualmente por funcionários de todos os níveis hierárquicos das estruturas dos serviços; 2.1.2 Quanto à tipologia de entidade onde ocorreram: - Em entidades da denominada Administração Central (41% do universo analisado), de que cabe destacar as Forças e Serviços de Segurança; as entidades das áreas da Saúde; da Educação; dos Registos e do Notariado e da Justiça, e ainda um conjunto de entidades dispersas de áreas como o ambiente, a concessão de apoios sociais, a juventude e o desporto, os serviços tributários; - Seguindo-se as entidades da Administração Local (35% do universo), de que se destacam os Municípios, as Juntas de Freguesia e ainda as Empresas e outras entidades municipais e intermunicipais; - Um conjunto de outras entidades sob tutela pública (23% do universo), das quais se destacam os Agentes de Execução, Administradores de Falência e Solicitadores; as áreas do ensino e dos exames de condução; das inspeções técnicas a veículos automóveis; e ainda as Instituições Particulares de 5

Solidariedade Social, e um conjunto residual de tipologias de entidades dispersas como as corporações de Bombeiros ou as agremiações desportivas e culturais; 2.1.3 Quanto à tipologia de fragilidade detetada: - Gestão dos acessos informáticos, particularmente quanto à garantia de confidencialidade de passwords e acessos a sistemas com informações com carater reservado; - Acumulação de funções e conflitos de interesses; - Controlo deficiente do exercício de poderes públicos delegados; - Exercício de poderes discricionários, decorrentes sobretudo de situações de necessidade de tomada imediata de decisão administrava por um funcionário relativamente a um determinado quadro factual; - Gestão e manuseamento de verbas, sobretudo em áreas de tesouraria e de cobrança de taxas e emolumentos, - Gestão de bens financeiros e materiais dos serviços, designadamente do economato, de parques e armazéns de materiais e equipamentos, bem como da utilização de veículos dos serviços; - Indefinição ou definição menos clara de critérios, normativos e / ou técnicos, nos cadernos de encargos em procedimentos de contratação pública; - Indefinição ou definição menos clara de critérios para atribuição de apoios e / ou concessão de subsídios sobretudo financeiros. No final do texto, apresenta-se o quadro 1 com a segmentação entre tipologias de administração e fragilidades identificadas e o quadro 2 com uma descrição dos principais fatores caraterizadores dessas mesmas fragilidades. 6

2.2 Elementos decorrentes da análise dos relatórios de auditoria Foi igualmente realizada uma análise sobre o conteúdo dos relatórios de auditoria que foram comunicados ao CPC, cujos resultados revelam a presença de fragilidades muito semelhantes às anteriormente identificadas. As fragilidades detetadas neste âmbito são essencialmente as seguintes: - Dificuldade ou ausência de execução das medidas de controlo interno previstas relativamente aos procedimentos administrativos; - Dificuldade ou ausência de controlo nos acessos aos sistemas informáticos e à gestão dos seus conteúdos, incluindo nos sistemas de informações com caráter reservado; - Menor rigor e objetividade na definição prévia de critérios gerais e abstratos, sobretudo em procedimentos de contratação pública; - Subsistência de situações de conflitos de interesses nas áreas técnicas e na contratação pública. 7

Quadro 1 Segmentação de frequências entre fragilidades identificadas por tipologia de administração / área de ação Tipologia de fragilidades detetadas Tipo de administração Áreas de ação Gestão dos acessos informáticos Acumulação de funções e conflitos de interesses Controlo deficiente do exercício de poderes públicos delegados Exercício de poderes discricionários Gestão e manuseamento de verbas Gestão de bens financeiros e materiais dos serviços Indefinição de critérios, normativos e / ou técnicos, nos cadernos de encargos na contratação pública Indefinição de critérios para atribuição de apoios e/ ou subsídios sobretudo financeiros Forças e serviços de 9 34 20 10 segurança (50 Saúde (33 11 13 7 10 4 Educação (20 17 2 3 Administração Tributária e Segurança 11 7 6 3 Central Social (18 (168 Registos e Notariado (11 10 1 Justiça (10 3 1 4 5 Outro tipo de entidades (26 8 9 14 3 4 Municípios (87 2 26 64 14 8 34 6 Administração Freguesias (34 4 19 20 6 6 7 Local Entidades municipais (23 (144 2 7 13 9 3 8 Agentes de execução / 26 19 26 solicitadores (28 Ensino e exames de Outros sob condução e inspeções 19 16 tutela pública técnicas de veículos (20 (93 IPSSs (22 14 10 13 18 2 1 Outras diversas (23 2 8 9 19 3 Nota explicativa: Nos campos Tipologia de fragilidades detetadas assinala-se o número de vezes em que cada fragilidade foi sinalizada relativamente às comunicações analisadas

Quadro 2 Principais fatores de caraterização das fragilidades identificadas Fragilidade identificada Principais fatores de caraterização Gestão dos acessos informáticos Acumulação de funções e conflitos de interesses Controlo deficiente do exercício de poderes públicos delegados Exercício de poderes discricionários Gestão e manuseamento de verbas Gestão de bens financeiros e materiais dos serviços Indefinição de critérios, normativos e / ou técnicos, nos cadernos de encargos na contratação pública Indefinição de critérios para atribuição de apoios e/ ou subsídios sobretudo financeiros Utilização indevida de passwords de outros funcionários para aceder de forma encapotada aos sistemas informáticos e aos elementos informativos que os integram Inserção de alterações dos elementos informativos constantes dos sistemas informáticos, incluindo registos contabilísticos e de valores cobrados Acesso a informação reservada e partilha indevida e ilícita com terceiros Acumulação de funções privadas com funções públicas com prejuízo destas, por conflitos de interesses Conflito entre interesse público e interesses particulares dos funcionários e/ou de terceiros Exercício deficiente do controlo pelos serviços públicos competentes sobre as atividades de interesse público delegadas pelo Estado a entidades com um caráter privado Ausência da necessária ação e decisão administrativa em troca de subornos Decisão administrativa distinta da adequada motivada por subornos Controlo deficiente sobre o exercício de funções públicas de decisão individual imediata Controlo deficiente do exercício de funções e tarefas de cobrança e registo de valores Registo dos valores cobrados inferiores aos reais Controlo deficiente no acondicionamento de valores monetários e bens materiais dos serviços ou à sua guarda Controlo deficiente no acondicionamento e utilização de bens e equipamentos dos serviços ou à sua guarda Indefinição ou menor rigor e clareza de critérios e / ou de objetividade e transparência nos procedimentos de contratação pública Indefinição ou menor rigor e clareza de critérios e / ou de objetividade e transparência nos procedimentos de concessão apoios, benefícios e subsídios públicos Nota explicativa: Os fatores de caraterização das fragilidades decorrem dos elementos mais frequentes nas comunicações analisadas