Avaliação estimativa do potencial de geração de resíduos sólidos orgânicos em feiras livres no município de Santo André - SP



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Transcrição:

Universidade Federal do ABC Graduação em Engenharia Ambiental e Urbana Camila Shinye Carolina Mayumi Nakadomari Avaliação estimativa do potencial de geração de resíduos sólidos orgânicos em feiras livres no município de Santo André - SP Monografia Santo André SP 2014

Camila Shinye Carolina Mayumi Nakadomari Avaliação estimativa do potencial de geração de resíduos sólidos orgânicos em feiras livres no município de Santo André - SP Monografia apresentada ao Curso de Graduação da Universidade Federal do ABC, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Engenharia Ambiental e Urbana Orientador: Prof. Dr. Gilson Lameira de Lima Santo André SP 2014

Camila Shinye Carolina Mayumi Nakadomari Avaliação da estimativa do potencial de geração de resíduos sólidos orgânicos gerados em feiras livres no município de Santo André - SP Essa monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de bacharel em Engenharia Ambiental e Urbana da Universidade Federal do ABC. Santo André SP, 23 de Janeiro de 2014 Prof. Dr. Humberto de Paiva Júnior Coordenador do Curso BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Gilson Lameira de Lima Orientador Prof. Drª. Luísa H. dos Santos Oliveira UFABC

AGRADECIMENTOS Agradecemos à Universidade Federal do ABC por permitir os nossos estudos, e aos amigos feitos dentro da Universidade. Aos professores da UFABC os nossos agradecimentos pelos conhecimentos transmitidos durante o curso. Agradecemos também ao professor Dr. Gilson Lameira de Lima, por aceitar o convite em ser nosso orientador, por nos acompanhar no trabalho prático e por nos orientar. Agradecemos aos senhores Rogério Aparecido Carlos e José Pereira da Costa por nos fornecerem todas as informações necessárias sobre feiras livres e a todos os funcionários do CRAISA (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) por terem nos recebido tão bem. Agradecemos aos nossos pais, irmãos, familiares e amigos pelo apoio, por acreditarem em nós e por fazerem parte de nossas vidas. E principalmente, ao nosso amigo Denis Simões dos Santos, por nos ajudar nesta monografia, tanto no trabalho prático, quanto na parte escrita. Por fim, agradecemos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

... Porque se chamava homem Também se chamavam sonhos E sonhos não envelhecem... (Milton Nascimento)

RESUMO A disposição feita de maneira inadequada dos resíduos sólidos domiciliares trazem sérias consequências à qualidade de vida da população. Entretanto, quando manipulados adequadamente, podem suprir, com vantagens, boa parte da demanda de insumos industrializados sem afetar adversamente os recursos do solo e do ambiente. Neste trabalho foi discutida uma possível destinação de parte dos resíduos, por meio de compostagem. A compostagem é um método de decomposição de materiais biodegradáveis, para utilização na agricultura, em um curto espaço de tempo. O produto final da compostagem é um adubo orgânico, utilizada na adubação de culturas, para a melhoria da qualidade do solo e manutenção da fertilidade, para uma melhor produtividade e sustentabilidade da produção. Assim, foi feita uma estimativa da quantidade de resíduos sólidos produzidos em feiras livres que são destinados aos aterros sanitários, mas que poderiam ser reaproveitados como adubo, por meio da compostagem. PALAVRAS-CHAVE: resíduos sólidos, feiras livres, compostagem, adubo.

ABSTRACT Improper waste disposal brings serious consequences to people's quality of life. However, when handled correctly, can supply with advantages, much of the demand for industrial inputs without adversely affecting soil resources and the environment. In this work was discussed a possible destination of a portion of the waste: Compost. Compost is a method of decomposition of biodegradable materials to be used in agriculture rapidly. The end-product of the compost is an organic fertilizer, used in fertilization of cultures, for improvement and management of soil fertility, for better productivity and sustainable production. Therefore, in this Graduation Work was made an estimate of the amount of waste produced in fairs that are intended for landfills, but that could be reutilized as a fertilizer by composting. KEY WORDS: waste, fairs, compost, fertilizer.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Localização do município de Santo André. (Fonte: Google, 2013)... 17 Figura 2. Etapas do processo de compostagem. (ANDREOLI, 2001)... 27 Figura 3. Balança Micheletti utilizada na pesagem dos resíduos.... 35 Figura 4. Balança Micheletti utilizada na pesagem dos resíduos.... 35 Figura 5. 4 kg de resíduo de verduras.... 36 Figura 6. Cada saco possui cerca de 30 kg de resíduo de verduras.... 37 Figura 7. Dois sacos pesaram 30 kg e o outro, 25 kg.... 37 Figura 8. 18 kg de resíduo de cana.... 38 Figura 9. Pesagem do resíduo de cana.... 39 Figura 10. Resíduos de casca de mandioca.... 40 Figura 11. 10 kg de resíduos.... 41 Figura 12. 5 kg de resíduos de casca de abóbora.... 42 Figura 13. 3 kg de resíduos.... 42 Figura 14. 20 kg de resíduos.... 43 Figura 15. 3 kg de resíduos.... 43 Figura 16. 4 kg de resíduos.... 44 Figura 17. Resíduo espalhado pelas ruas.... 44 Figura 18. Resíduos espalhado pelas ruas.... 45 Figura 19. Resíduos espalhado pelas ruas.... 45 Figura 20. Resíduo de palha de milho.... 47 Figura 21. 25,5 kg de resíduo de palha de milho.... 47 Figura 22. 6 kg de resíduo de palha de milho.... 48 Figura 23. Resíduo de palha de milho.... 48 Figura 24. Resíduo de palha de milho.... 49 Figura 25. Resíduo de palha de milho.... 49 Figura 26. Resíduo de verduras e legumes... 50 Figura 27. Resíduo de verduras e legumes... 50 Figura 28. 6 kg de resíduos de verduras/legumes.... 51 Figura 29. Caixa de madeira de 3 kg.... 52

Figura 30. 6,5 kg de verduras/legumes, com o valor da caixa já descontado.... 52 Figura 31. 8 kg de resíduo de verduras/legumes.... 53 Figura 32. Resíduos de verduras/legumes.... 53 Figura 33. 48 kg de resíduos de verduras/legumes.... 54 Figura 34. 6 kg de resíduos de verduras/legumes.... 54 Figura 35. 6 kg de resíduos de veduras/legumes.... 55 Figura 36. Resíduos de verduras/legumes.... 55 Figura 37. 42 kg de resíduo de verduras/legumes.... 56 Figura 38. Resíduos de verduras/legumes.... 56 Figura 39. Resíduos de verduras/legumes.... 57 Figura 40. Resíduos de verduras/legumes.... 57 Figura 41. Resíduo de bagaço de cana.... 58 Figura 42. 8 kg de bagaço de cana.... 58 Figura 43. 15,5 kg de bagaço de cana.... 59 Figura 44. Resíduos espalhado pelas ruas.... 60 Figura 45. Resíduos espalhado pelas ruas.... 60 Figura 46. Resíduo de tomate.... 61 Figura 47. Barraca de tomate, cebola e batata.... 61 Figura 48. Barraca de verduras e legumes.... 62 Figura 49. Resíduos de verduras/legumes.... 63 Figura 50. Resíduos de verduras/legumes.... 64 Figura 51. Transferindo o excesso de resíduos de verduras/legumes para sacos plásticos.... 64 Figura 52. Transferindo o excesso de resíduos de verduras/legumes para sacos plásticos.... 65 Figura 53. Sacos plásticos com resíduos de verduras/legumes... 65 Figura 54. 14 kg de resíduos de verduras/legumes.... 66 Figura 55. Resíduos de verduras/legumes das caixas.... 67 Figura 56. Determinação do peso da caixa.... 67 Figura 57. 14,5 kg de resíduos de verduras/legumes.... 68 Figura 58. 5 kg de resíduo de verduras/legumes.... 68 Figura 59. 7 kg de resíduo de verduras/legumes.... 69

Figura 60. 44,5 kg de resíduo de verduras/legumes.... 69 Figura 61. 18,5 kg de resíduo de verduras/legumes.... 70 Figura 62. Resíduos de verduras/legumes.... 70 Figura 63. 15kg de resíduo de verduras/legumes.... 71 Figura 64. Resíduo de verduras/legumes.... 71 Figura 65. 39 kg de resíduo de verduras/legumes.... 72 Figura 66. 42,5 kg de resíduo de verduras/legumes.... 72 Figura 67. Resíduo de laranja.... 73 Figura 68. Resíduos de laranja e manga.... 73 Figura 69. Resíduo de palha e algumas frutas.... 74 Figura 70. Resíduo de mandioca e outros tipos de resíduos.... 74

LISTA DE TABELAS Tabela 1. Classificação da Compostagem. (LIMA, 1995)... 25 Tabela 2. Relação de feiras livres de Santo André (SP).... 33 Tabela 3. Resíduo de verduras/legumes da feira da Rua Duque de Caxias.... 36 Tabela 4. Quantidade estimada de resíduos da feira da Rua Duque de Caxias.... 41 Tabela 5. Quantidade total estimada de resíduo da feira da Rua Duque de Caxias. 46 Tabela 6. Quantidade total estimada de resíduo da feira da Rua Adolfo Laves.... 59 Tabela 7. Quantidade de verduras/legumes da feira da Rua Kowarick.... 63 Tabela 8. Quantidade total estimada de resíduos nas feiras visitadas... 75 Tabela 9. Nova classificação das feiras.... 77

LISTA DE ABREVIAÇÕES, SÍMBOLOS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas C Carbono CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CH 4 Metano CO 2 Dióxido de carbono CRAISA Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André h Horas H 2 H 2 S IPT kg L m N O 2 ph SEMASA SP UFABC Hidrogênio Sulfeto de hidrogênio Instituto de Pesquisas Tecnológicas Quilograma Litro Metro Nitrogênio Oxigênio Potencial hidrogeniônico Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André São Paulo Universidade Federal do ABC ºC Grau Celsius

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 14 1.1. Justificativa... 17 1.2. Objetivos... 19 2. METODOLOGIA... 20 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 23 4. DESENVOLVIMENTO... 32 5. RESULTADOS... 76 6. CONCLUSÂO... 80 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 81

14 1. INTRODUÇÃO Um dos maiores desafios a ser enfrentado no século XXI é a redução da diversificada geração de toneladas de resíduos sólidos produzido por todos os setores da sociedade (indústria, comércio, residências, feiras livres, etc), pois o modo de vida urbano exige um uso mais intensivo dos recursos naturais. Há também a necessidade de disposição final destes, já que há uma variedade de resíduos, e é necessário um sistemas de coleta, tratamento e uma destinação ambientalmente adequada. No Brasil, a legislação brasileira ainda é muito restrita e genérica, e muitas vezes impraticável, pela falta de instrumentos ou recursos que viabilizem a sua implementação. Deste modo, observa-se que além da produção excessiva de resíduos, um dos grandes problemas do país está na gestão e no gerenciamento do lixo, pois os processos de coleta seletiva, compostagem, tratamento térmico, entre outros, são mal planejados, e de maneira geral, o destino final dos resíduos sólidos que poderiam ser aterros sanitários, incineração, reaproveitamento, reciclagem, compostagem, são simplesmente depositados em rios, terrenos baldios e "lixões". A disposição inadequada do lixo agrava problemas como desigualdades sociais, ameaça à saúde pública e degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida da população, expondo-nos a uma sociedade de risco, devido as práticas insustentáveis que tende a promover lógicas destrutivas que afetam a população do planeta. Assim, reverter tal situação, modificando suas práticas é um grande desafio a ser enfrentado, e uma das soluções para os problemas de resíduos sólidos é o investimento em recursos técnicos e financeiros para a definição de políticas e diretrizes nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal). É necessário um planejamento integrado, envolvendo as relações entre questões ambientais, urbanísticas, tecnológicas, políticas, sociais e econômicas, além da necessidade da participação da sociedade civil. (SCHALCH et al., 2002)

15 Entende-se por resíduos sólidos todos os detritos sólidos e pastosos produzidos por atividades do homem. Como lixo doméstico pode-se apontar papel, papelão, embalagens mais variadas, garrafas, latas, objetos de consumo geral, artigos domésticos e móveis inutilizados, além dos restos de cozinha e de automóveis, como latarias e pneus. No lixo industrial, é presente entulhos, escombros, gangas de mineração, escórias de fundição e os resultantes de cada processo industrial, das mais variadas origens, podendo em muitos casos ser de alta toxicidade. Além destes, dejetos de animais e lodo também são classificados como resíduo sólido. Dentre as alternativas de disposição final destacam-se: aterros sanitários, incineração, reaproveitamento, reciclagem e compostagem. O aterro sanitário, ainda é a solução mais adotada, devido à disponibilidade de áreas e ao menor custo de investimento e operação quando comparado à incineração, por exemplo, pois nos aterros sanitários, os resíduos são dispostos em camadas, compactados por tratores especiais e cobertos com terra diariamente, a fim de evitar a infiltração de águas de chuvas e a ação de vetores transmissores. Já a incineração é o processo de combustão ou queima controlada que transforma os sólidos, semi-sólidos, líquidos e gasosos em água, dióxido de carbono e outros gases, reduzindo o volume e o peso inicial, porém possui um custo elevado por exigir um tratamento a fim de eliminar a periculosidade dos gases emitidos. Há também a carência de áreas para o destino dos resíduos, principalmente nas grandes cidades, e desta forma, tem-se adotado a coleta seletiva, digestão anaeróbia e compostagem. O presente estudo teve por objetivo analisar a reutilização dos resíduos gerados em feiras livres, transformando-os em adubo por meio da compostagem. Além de estimar o potencial de geração de composto no município de Santo André (SP). Os resíduos de feiras livres possuem características importantes na compostagem de resíduos orgânicos, como: umidade, carbono orgânico e fornecimento de nutrientes. Segundo Reis (2005), a compostagem é um método de decomposição de materiais biodegradáveis, sob condições adequadas, de forma a se obter um composto orgânico para utilização na agricultura.

16 A compostagem pode ser entendida também como uma técnica utilizada para obter a estabilização ou a humificação da matéria orgânica num curto espaço de tempo. Os resíduos de origem vegetal e resíduos de origem animal, que são desprezados como lixo, são uma excelente matéria prima para produção de composto orgânico rico em nutrientes e matéria orgânica, que estimulam o desenvolvimento e a nutrição das plantas, e a manutenção do solo. E para que esses resíduos sejam utilizados, é necessário que eles sejam compostados, para que se transformem em composto orgânico. (NUNES, 2009) A quantidade e a qualidade do composto variam de acordo com a origem do resíduo, pois as características físico-químicas e biológicas dos resíduos orgânicos são bastante diversificadas, sendo necessário o conhecimento das características de cada resíduo, para a escolha da tecnologia mais adequada de reaproveitamento da matéria orgânica. Os tratamentos são realizados por fenômenos de decomposição da matéria orgânica, na ausência de oxigênio em condições anaeróbias, enquanto que em presença de oxigênio sob condições aeróbias. Geralmente a compostagem é aplicada a resíduos não fluidos, resíduos sólidos provenientes da zona urbana ou agroindustrial. Os resíduos de produtos agrícolas possuem características importantes na compostagem, como umidade, carbono orgânico e o fornecimento de nutrientes. Já os resíduos verdes gerados nas podas de vegetação urbana possuem altos teores de sólidos voláteis biodegradáveis para fornecimento de energia aos microrganismos e possuem funções importantes, como resíduo estruturante, absorvedor de umidade e balanceador da relação C:N (Carbono:Nitrogênio) nas misturas. E na ausência dos resíduos verdes, compostagem é custosa pelo tempo necessário para degradação microbiológica dos materiais fibrosos (celulose, hemicelulose e lignina). (REIS, 2005) Após a compostagem, obtém-se um composto orgânico, que pode ser utilizada na adubação de culturas, essencial para a melhoria da qualidade do solo e manutenção da fertilidade, contribuindo de maneira significativa para a manutenção da umidade e da temperatura do solo, e consequentemente para uma melhor produtividade e sustentabilidade da produção. (NUNES, 2009)

17 1.1. Justificativa Esta investigação é de grande importância, visto que atualmente, o destino de grande parte do lixo orgânico são os aterros sanitários e ao passo que a população aumenta, a demanda por produtos cresce, e os resíduos também, em contrapartida o lixo orgânico apresenta grande potencial, sendo interessante seu reaproveitamento. Segundo o SEMASA - Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (2010), verificou-se que o município de Santo André (SP) possui 676.407 habitantes, em uma área de 175 km². Ainda segundo o SEMASA, cada habitante em Santo André (SP) produz aproximadamente 1,52 kg/dia de resíduo sólido, produzindo o equivalente a 1.028.138,64 kg/dia de resíduo sólido no município. Figura 1. Localização do município de Santo André. (Fonte: Google, 2013) Além disso, esse tema é inovador, pois não existem muitas investigações e estudos relacionados especificamente aos resíduos sólidos originários de feiras

18 livres, que visam o reaproveitamento desse lixo orgânico, dando uma destinação correta aos resíduos sólidos, evitando-se assim, a contaminação e a agressão ao meio ambiente.

19 1.2. Objetivos A crescente produção de resíduos sólidos e a escassez de áreas para uma destinação final tecnicamente adequada via implantação de aterros sanitários, faz com que se torne importante a técnica de tratamento de resíduos sólidos orgânicos através da compostagem. Assim, este projeto tem por objetivo geral, estimar a quantidade de resíduos sólidos produzidos em feiras livres que possuem como destino final os aterros sanitários ou uma destinação inadequada. Mais especificamente, analisar a reutilização dos resíduos gerados em feiras livres, transformando-os em adubo por meio da compostagem, estimando o potencial de geração de composto no município de Santo André (SP).

20 2. METODOLOGIA Primeiramente, foi feito uma revisão bibliográfica, com um estudo sobre compostagem e os tipos de compostagem. Em seguida, realizou-se um levantamento do universo de feiras livres de Santo André (SP) e suas características, por meio de coleta de informações junto à Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André - CRAISA, uma autarquia municipal responsável pelo planejamento e fiscalização das feiras livres. As informações obtidas na CRAISA informaram a quantidade de feiras no município de Santo André (SP) e a classificação utilizada referente ao tamanho das feiras. O município de Santo André (SP) possui 72 feiras livres, classificadas em grandes e pequenas de acordo com o potencial de comercialização apresentado pela feira e a sua extensão. A seguir, foram realizadas visitas a três feiras livres em Santo André (SP). Pelo caráter estimativo deste trabalho e ausência de outras referências considerouse o levantamento de campo como exploratório. Neste sentido foi escolhida uma região da cidade com população predominantemente de nível médio/alto de renda. Nesta região, composta pelos Bairros Vila Bastos, Jardim Bela Vista e Vila Valparaíso foram definidas as feiras. Como o nível de renda da população dessa região é nitidamente superior à média da cidade, na generalização das informações quantitativas foi aplicado um coeficiente de redução, arbitrado, de 0,85, na tentativa de corrigir este erro. Esse coeficiente de redução é multiplicado pela quantidade total de resíduos encontrada semanalmente nas feiras livres de Santo André (SP). As feiras foram visitadas em um horário específico, entre 12h 30 e 13h 30, um horário próximo ao término das mesmas e antes do recolhimento dos resíduos pelo serviço público municipal. Cabe destacar que por determinação da CRAISA, todos os feirantes são obrigados a recolher e ensacar seus resíduos, o que verificou-se não ocorrer plenamente. De qualquer modo a aferição de massa dos resíduos foi realizada tomando-se os resíduos previamente ensacados pelos feirantes e estimando-se um adicional representado pelos resíduos não ensacados. É

21 importante salientar que foram objetos de aferição de massa exclusivamente os resíduos de interesse para o processo de compostagem: verduras, legumes, frutas e bagaço de cana. A metodologia utilizada para estimar a quantidade de resíduos de verduras/legumes, frutas e cana de açúcar foi percorrer a feira por inteiro, portando uma balança, para que os resíduos embalados fossem pesados e os resíduos espalhados pela rua, estimados. As feiras visitadas foram a da Rua Duque de Caxias (Jardim Bela Vista), Rua Adolfo Laves (Vila Valparaíso) e Rua Kowarick (Vila Bastos). Posteriormente, os dados obtidos foram sistematizados e consolidados numa tabela, resultando um valor total estimado de geração de resíduos sólidos orgânicos com potencial para compostagem no município de Santo André (SP). Esse resultado foi reduzido à sua expressão de geração diária e confrontado com a geração diária de resíduos sólidos urbanos (resíduos domiciliares + resíduos de limpeza pública) no Município de Santo André (SP). Para que fosse possível estimar a quantidade de resíduo das feiras livres produzido por Santo André (SP) a partir dos dados obtidos em campo, criou-se uma nova classificação para as feiras, onde os parâmetros principais são as barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana. Não foi possível utilizar a classificação das feiras de acordo com a CRAISA, pois seus parâmetros são o total de barracas e o potencial da feira, o que para nosso estudo, não é de muita significância. Além, disso, todas as feiras visitadas são classificadas como grande, segundo a CRAISA, o que não permitiria uma estimativa quantitativa, pois todas estariam na mesma classificação de feiras grandes. Então, foi necessária a criação de um limite, para reclassificar as feiras, de modo que a menor feira visitada, fosse classificada como feira pequena. A nova classificação foi realizada por meio da divisão de feiras em duas categorias: pequeno porte e grande porte, de acordo com a quantidade total de barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana existentes nas feiras. Assim, menos de 16 barracas de verduras/legumes, frutas e cana de açúcar a feira foi considerada de pequeno porte, e feiras com mais de 15 barracas de verduras/legumes, frutas e cana de açúcar, considerou-se como de grande porte.

22 Com a relação dos dados coletados nas visitas as feiras e na CRAISA, e as revisões bibliográficas, estimou-se também, a quantidade de composto que poderia ser produzido com os resíduos de feiras livres do município de Santo André (SP), e essa quantidade foi estimada com base na prática da disciplina de Resíduos Sólidos (EN 2121) ofertada pela Universidade Federal do ABC (UFABC).

23 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo a NBR-10.004 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1986), o lixo é denominado de resíduos sólidos, na qual a definição adotada é a de Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam da comunidade e origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente viáveis face a melhor tecnologia disponível. Já de acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), os resíduos sólidos são definidos como os restos das atividades humanas, consideradas pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Assim, o IPT, convencionou a classificação dos resíduos sólidos de acordo com a sua origem, e segundo essa classificação, os resíduos de feira livre são agrupados na classe Público que compreende os resíduos gerados na limpeza pública urbana (varrição de vias públicas, limpeza de praias, limpeza de galerias, córregos e terrenos, restos de poda de árvores, etc) e limpeza de feiras livres (restos orgânicos, embalagens, etc). (IPT/CEMPRE, 2000). Vaz et al (2003), indicou que os principais fatores que interferem na composição e consequente geração dos resíduos são: I. Poder aquisitivo, pois a quantidade per capita de lixo por família é correlacionada à sua renda; II. Evolução das embalagens, pois os processos tecnológicos acarretam na diminuição do peso específico do lixo urbano, tornando o lixo mais leve devido ao uso de embalagens plásticas; III. Hábitos da população, pois a depender da região e hábitos culturais a composição do resíduo se altera significativamente;

24 IV. Fatores econômicos devido à interferência da economia, do país ou região, na geração de resíduos; V. Fatores sazonais onde principalmente as épocas festivas acabam por alterar o consumo modificando sensivelmente a qualidade e quantidade de resíduo. Como apresentado anteriormente, este estudo propõe uma análise da reutilização dos resíduos gerados nas feiras livres, transformando-os em adubo por meio da compostagem, visto que há um crescimento na produção de resíduos, devido o modo de vida urbano exigir o uso intensivo dos recursos naturais. Deste modo, Reis (2003) definiu a compostagem como um processo de decomposição oxidativo biológico aeróbio e controlado de transformação de resíduos orgânicos em produto estabilizado, com propriedades e características completamente diferentes do material que lhe deu origem. Tais processos geralmente ocorrem em pátios nos quais o material é disposto em montes em forma cônica, conhecidos como pilhas de compostagem. No processo de compostagem a matéria orgânica atinge dois estágios importantes: em primeiro lugar a digestão, que corresponde a fase de fermentação, onde a matéria atinge a bioestabilização e o segundo estágio é a maturação, onde a matéria atinge a humificação. (KIEHL, 1998) O processo de compostagem pode ser classificado, segundo Kiehl (1998) da seguinte maneira:

25 Tabela 1. Classificação da Compostagem. (LIMA, 1995) Aeróbio Quanto à Biologia Anaeróbio Misto Classificação da Compostagem Quanto à Temperatura Criofílico Mesofílico Termofílico Quanto ao Ambiente Aberto Fechado Quanto ao Processamento Estático/Natural Dinâmico/Acelerado Processo aeróbio: quando a fermentação ocorre na presença de ar, a temperatura da massa em decomposição é elevada e há desprendimento de gases (CO2) e vapor d água. Processo anaeróbico: quando a fermentação é processada na ausência de ar, a temperatura da massa em decomposição é baixa e há desprendimento de gase CH4, H2S entre outros. Processo misto: inicialmente a fermentação é aeróbio devido a presença de oxigênio e com a redução do O2, desenvolve-se o processo anaeróbico. Processo criofílico: a matéria orgânica é digerida a baixas temperaturas, próxima à temperatura ambiente. Processo mesofílico: a temperatura varia e função da população de microrganismos, quanto maior a população, mais elevada a temperatura, porém temperaturas e ácidos orgânicos e redução do ph do meio. Processo termofílico: fermentação se processa em temperaturas superiores a 55 C, podendo chegar a 70 C. Este estágio permite a destruição de sementes, ovos e formas vegetativas patogênicas.

26 Processo aberto: compostagem realizada a céu aberto, em pátio de maturação. Processo fechado: compostagem feita através de dispositivos, como digestores, bioestabilizadores, torres e células de fermentação. Processo estático: o revolvimento da massa é feito esporadicamente. Processo dinâmico: a massa em digestão é revolvida continuamente, favorecendo a aeração, a atividade e o controle biológico. A compostagem requer condições especiais, como temperatura, umidade, aeração, ph e relação C:N, por possuir em seu processamento o processo biológico. A degradação biológica da matéria orgânica é observada principalmente pela elevação da temperatura na massa de resíduos. A temperatura apresenta-se como um dos fatores principais do desempenho da compostagem e é fator mais indicativo do equilíbrio biológico na massa em decomposição, refletindo a eficiência do processo, podendo ocorrer em condições de temperatura termofílica (45 C a 60 C) e mesofílica (30 C a 45 C). A temperatura da compostagem varia de 40 C a 60 C, durantes os primeiros 30 (trinta) dias, indicando o equilíbrio no seu ecossistema. A compostagem também se caracteriza pela produção de CO 2, água, liberação de substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável, indicando a transformação de resíduos orgânicos em um composto de odor agradável, fácil de manipular e livre de organismos patogênicos. E por se tratar de um processo biológico aeróbio, necessita de aeração, umidade e nutrientes. A temperatura é um fator importante a ser controlado, pois indica a rapidez da biodegradação e a eliminação dos patogênicos. O carbono e o nitrogênio são essências para o crescimento microbiano, pois os microrganismos necessitam de carbono, com fonte de energia, e de nitrogênio para a síntese de proteínas. O resultado do processo controlado de decomposição bioquímica de materiais inorgânicos foi denominado por Kiehl (1998) como húmus, que é considerado um condicionador e melhorador das propriedades físicas, físico-químicas e biológicas do

27 solo, entretanto a legislação brasileira classifica tais materiais como fertilizantes orgânicos. Os materiais ricos em carbono como serragens, palhas, resíduos de poda, entre outros, se degradam mais lentamente que os resíduos úmidos domésticos (devido a alta relação carbono:nitrogênio). Desta forma, enquanto não for compensada a deficiência de nitrogênio, o processo avançará vagarosamente, podendo sofrer interrupções, ou até cessar. Já no caso da degradação de resíduos ricos em proteínas, portanto, com maiores concentrações de nitrogênio, inverte-se a situação. Como a ocorrência do processo de decomposição da matéria orgânica dáse em presença de O 2 atmosférico, ocorre a formação de gás carbônico e amônia, sendo esta ultima liberada para a atmosfera (baixa relação carbono:nitrogênio), até que se estabeleçam os níveis adequados para o desenvolvimento normal do processo. O processo de compostagem apresenta três diferentes etapas, como mostra a figura 2: Figura 2. Etapas do processo de compostagem. (ANDREOLI, 2001)

28 1. A primeira etapa corresponde a decomposição dos componentes facilmente biodegradáveis, com o crescimento de microorganismos mesofílicos e a sua posterior diminuição, devido ao aumento da temperatura, resultado do processo de biodegradação; 2. A segunda etapa, termofílica, a celulose e os materiais similares são degradados pela atividade fortemente oxidativa dos microrganismos, há o aumento elevado da temperatura e os organismos patogênicos são eliminados; 3. A terceira etapa de maturação/estabilização é subdividida em dois períodos de resfriamento, e o processo atinge a fase de maturação ou cura, na qual ocorrem reações que levam à humificação. Os microrganismos exotérmicos liberam energia na forma de calor, explicando o aquecimento natural das pilhas/leiras de compostagem, e justificando a importância do controle térmico do processo. Quando os materiais mais facilmente decomponíveis se tornam escassos, o processo diminui em intensidade, até cessar, com o retorno às condições ambientais de temperatura, com o material bruto já transformado em húmus. (REIS, 2003) Em um sistema de compostagem bem arejado, os principais organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, multiplicam-se espantosamente em toda a massa. Todos os processos de crescimento dependem de reações químicas e essas reações são influenciadas pela temperatura, assim o crescimento bacteriano pode ser profundamente afetado pela temperatura. A compostagem, por ser um processo biológico aeróbio, a degradação da matéria orgânica é influenciada pela aeração, pelos nutrientes e pela umidade. A temperatura também é importante, a faixa de temperatura ideal varia de 23º C a 70º C, na qual temperaturas inferiores tornam o processo lento e não eliminam os organismos patogênicos e as altas temperaturas podem inibir o processo, pois as enzimas são suscetíveis à inativação térmica, porém ressalta-se que a temperatura é resultado da atividade biológica. (LIMA, 1995)

29 Sem água, não há vida, assim, a umidade é de grande importância na compostagem, pois para que o processo ocorra idealmente, é necessário o equilíbrio água-ar, obtido mantendo-se o material em processamento com um teor de umidade da ordem de 55%, pois em umidades superiores a 60% ocorre a anaerobiose e a umidades inferiores a 40%, reduzem significativamente a atividade biológica. (KIEHL, 1998) Além disso, quando há o excesso de umidade, há um excesso na produção de chorume, e o composto com excesso de água tem a sua eficiência reduzida, além de perder seu valor comercial, encarecer o transporte e produzir gases de odor desagradável, atraindo moscas. (LIMA, 1995) A compostagem em ambiente aeróbio é mais rápida, melhor conduzida, não produz mau cheiro nem proliferação de moscas, e a aeração pode ocorrer por revolvimento manual ou por meios mecânicos, e a maturação ocorre de 2 a 4 meses, ao contrário dos processos anaeróbios, em que os processos de maturação excedem 180 dias. Lima (1995), descreveu alguns tipos de compostagem: Sistema chinês: os resíduos orgânicos de animais e vegetais são misturados na taxa de 1:4 (animal/vegetal), na qual são empilhados em leiras de 1,5 m de altura por 2,5 m de largura. São introduzidos varas de bambu ao longo da pilha, que servem de dutos de ventilação, e posteriormente, a pilha é recoberta com argamassa de saibro e areia, e que após endurecida (1 ou 2 dias), as varas de bambu são removidas. Quando as leiras atingem temperaturas de 60º C a 70º C, os furos de ventilação são selados, e após 15 a 21 dias, a pilha é aberta, revolvida e selada novamente, estando pronto após cerca de 30 dias. Sistema Beccari: é um sistema biologicamente misto, onde os resíduos são confinados primeiro em células fechadas, havendo decomposição da matéria orgânica pelas bactérias anaeróbias. Posteriormente, um fluxo de ar é introduzido, modificando as características do meio, com o favorecimento dos microorganismos

30 aeróbios. O tempo do processamento depende de fatores como temperatura, umidade, ph, teor de matéria orgânica e relação carbono/nitrogênio, porém estima-se que o tempo de digestão varia entre e 40 e 180 dias. Sistema Fermascreen: inicialmente, os resíduos são triturados, e dispostos em tambores hexagonais de parede dupla, na qual três de seus lados possuem internamente uma peneira. Quando os tambores são acionados, os resíduos passam pela malha favorecendo a aeração e a separação do material miúdo e graúdo. E devido ao constante revolvimento dos tambores, a digestão se processa rapidamente (3 a 5 dias), e eventualmente adiciona-se água na massa para que a umidade do processo seja ótima. Sistema CETESB: propôs um sistema simplificado de tratamento de lixo para pequenas cidades, utilizando técnicas de aterro sanitário e compostagem. Esse método possui 5 fases: descarga do lixo pelo veículos coletores, manejo e alimentação, peneiramento, formação de leiras e aterramento dos rejeitos. Inicialmente, os resíduos são dispostos no local de descarga, na qual um trator de esteiras com pás carregadeiras alimentam uma moega dosadora. Na moega dois operários descartam os resíduos volumosos, e o material restante é continuamente empurrado para dentro da peneira, e na peneira os resíduos finos são acumulados ao atravessar a malha, enquanto os graúdos são descartados na extremidade oposta ao carregamento, para serem destinados ao aterro sanitário. Quando a quantidade de finos for suficiente, o trator remove para a área de maturação, para a formação de pilhas com 3 a 4 m de largura e 1,5 a 1,8 m de altura. Sistema Biorapid: capaz de produzir um composto pronto para uso em apenas 48 horas, dividido em 5 fases: preparação da massa compostável, com triagem e trituração dos resíduos, alimentação, deslocamento, com a ativação do processo de digestão aeróbia, secagem e extração e por fim, o peneiramento e qualificação.

31 Sistema Kiehl: é um sistema de preparação do composto orgânico a custos reduzidos e pode ser feito manualmente, utilizando pás para o revolvimento da massa ou de forma mecânica, utilizando máquinas agrícolas. O processo consiste em duas fases: disposição da matéria-prima, na qual os resíduos são dispostos em pilhas ou leiras de 3 a 4 m de largura e altura de 1,5 a 1,8 m, e formados por 2 a 4 partes de restos de vegetais, que são ricos em carbono, e uma parte de meios de fermentação, aqueles que entram em fermentação espontânea e são inoculantes para os resíduos de difícil degradação. A segunda fase é a de irrigação, para manter a umidade da massa em fermentação, e o revolvimento, que garante a homogeneização e a aeração que ativa os mecanismos de decomposição.

32 4. DESENVOLVIMENTO Foi realizada uma visita ao CRAISA, onde foram obtidas informações detalhadas sobre as feiras livres de Santo André (SP), como a quantidade total de barracas, extensão, quantidade de barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana. As feiras livres de Santo André (SP) somam 72 feiras, realizadas de terçafeira a domingo, sendo 4 feiras noturnas. 12 feiras são realizadas às terças-feiras, 12 às quartas, 12 às quintas, 9 às sextas, 12 aos sábados e por fim, 14 feiras aos domingos. A CRAISA classificou as feiras em grandes e pequenas em 2010, conforme a tabela 2, e ela adotou essa classificação utilizando os seguintes parâmetros: o potencial da feira, ou seja, a quantidade de pessoas que a feira consegue atender; e a extensão da feira, ou seja, a quantidade de barracas que a feira possui. Além da classificação das feiras, a tabela 2, mostra também, a relação de feiras de Santo André (SP), além de conter informações de localização da feira (nome da rua e bairro), quantidade de barracas em cada feira e a quantidade de barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana e a classificação da feira de acordo com a CRAISA.

Tabela 2. Relação de feiras livres de Santo André (SP). 33

34 Uma observação importante, foram as feiras noturnas criadas em Santo André (SP). Segundo o encarregado de feiras livres da CRAISA, Rogério Carlos Aparecido, a primeira feira noturna de Santo André (SP) nasceu de maneira irregular. Em 2001, existia uma feira na Rua Um, no Jardim Santo André, que funcionava clandestinamente e, em função disso, os feirantes de outros locais começaram a reclamar sobre a sua realização. A Prefeitura realizou um estudo local e pesquisou com os moradores a possibilidade de sua legalização. Com a sinalização positiva, nasceu a primeira feira noturna da cidade. As feiras noturnas de Santo André (SP), atraem cerca de 2000 pessoas por semana, isso se deve à falta de tempo durante o dia. Além disso, é uma boa opção para os consumidores que querem fugir dos supermercados e dos produtos industrializados. As feiras noturnas são realizadas de terça a sexta-feira, após o horário do expediente, entre 17h e 21h. Além da visita à CRAISA, foram realizadas visitas em 3 feiras, localizadas em regiões próximas, de maneira que não houvessem grandes variações de resíduo encontrado, devido à diferença de classe social, assim o público das 3 feiras eram os mesmos. Todas as feiras foram visitadas no mesmo horário, em específico entre 12h 30 e 13h 30, próximo ao término da feira e antes do recolhimento dos resíduos pelo serviço público municipal, para que fosse possível estimar a quantidade de resíduos produzidos, pois é o horário em que os resíduos devem ser embalados e separados devidamente para serem recolhidos, porém observou-se que tal fato não ocorre plenamente. As feiras visitadas foram a da Rua Duque de Caxias (Jardim Bela Vista), Rua Adolfo Laves (Vila Valparaíso) e Rua Kowarick (Vila Bastos), e todas são classificadas como feiras de grande porte, segundo a classificação da CRAISA. As visitas tiveram como finalidade um levantamento do tipo de resíduo gerado e a quantidade estimada desse resíduo. E a metodologia utilizada foi por meio de observação e aproximação, de maneira que todas as feiras foram percorridas por inteiro, portando uma balança. Utilizou-se a balança Micheletti, que suporta 150 kg, para pesar os resíduos de verduras/legumes, frutas e bagaço da cana. E, os demais resíduos espalhados pela rua, foram estimados por aproximação, porém nas estimativas, não foi levado em consideração resíduos que

35 não são de interesse para este trabalho, como carne (peixes, frango e carne bovina), plásticos, papéis entre outros. Figura 3. Balança Micheletti utilizada na pesagem dos resíduos. Figura 4. Balança Micheletti utilizada na pesagem dos resíduos.

36 A primeira feira a ser visitada, foi a da Rua Duque de Caxias, com 66 barracas, localizada no Jardim Bela Vista de Santo André (SP). E a primeira barraca a ser estimada foi a barraca de verduras, e a tabela 3 mostra as pesagens de verduras/legumes e a quantidade total de resíduo gerada nessa barraca. Tabela 3. Resíduo de verduras/legumes da feira da Rua Duque de Caxias. Figura 5. 4 kg de resíduo de verduras.

37 Figura 6. Cada saco possui cerca de 30 kg de resíduo de verduras. Figura 7. Dois sacos pesaram 30 kg e o outro, 25 kg.

38 A próxima barraca foi a de caldo cana, e o resíduo do bagaço da cana não estava em condições de ser pesado, pois o saco de lixo em que estava armazenado era muito frágil, então se optou por colocar metade do bagaço de cana em uma caixa, subtrair o valor da caixa e multiplicar a massa do bagaço por dois. Assim, a massa da caixa era de 7 kg, a massa da caixa com o resíduo da cana era de 16 kg, obtendo se 9 kg de resíduo de cana, totalizando 18 kg de resíduo de cana. Figura 8. 18 kg de resíduo de cana.

39 Figura 9. Pesagem do resíduo de cana. A feira possuía duas barracas de caldo de cana, somando aproximadamente 36 kg de resíduo de cana. A quantidade de resíduo de cana gerada possui pouca massa por ser leve e é um resíduo rico em açúcar. O ultimo resíduo a ser pesado, foi de casca de mandioca, com 8,5 kg.

40 Figura 10. Resíduos de casca de mandioca. Os demais resíduos foram estimados, tendo como referência, os resíduos pesados até o presente momento, como mostra a tabela 4.

41 Tabela 4. Quantidade estimada de resíduos da feira da Rua Duque de Caxias. Figura 11. 10 kg de resíduos.

42 Figura 12. 5 kg de resíduos de casca de abóbora. Figura 13. 3 kg de resíduos.

43 Figura 14. 20 kg de resíduos. Figura 15. 3 kg de resíduos.

44 Figura 16. 4 kg de resíduos. Figura 17. Resíduo espalhado pelas ruas.

45 Figura 18. Resíduos espalhado pelas ruas. Figura 19. Resíduos espalhado pelas ruas.

46 Assim, a feira do Jardim Bela Vista produz aproximadamente 349,5 kg de resíduos orgânicos de vegetais/legumes, frutas e bagaço de cana, que eram de interesse para o nosso trabalho. Porém devido a quantidade de resíduos encontrado espalhados pela rua, acrescentou-se cerca de 10% de resíduos orgânicos ao total estimado, como mostram as figuras 17, 18 e 19, totalizando cerca de 384,45 kg de resíduos, como pode ser observado na tabela 5. Tabela 5. Quantidade total estimada de resíduo da feira da Rua Duque de Caxias. A segunda feira visitada foi a da Rua Adolfo Laves, também de grande porte, com 40 barracas, localizada na Vila Valparaíso. A primeiras pesagem feita foi de palha de milho, apresentadas nas figuras 20, 21 e 22.

47 Figura 20. Resíduo de palha de milho. Figura 21. 25,5 kg de resíduo de palha de milho.

48 Figura 22. 6 kg de resíduo de palha de milho. Figura 23. Resíduo de palha de milho.

49 Figura 24. Resíduo de palha de milho. Figura 25. Resíduo de palha de milho.

50 A quantidade total de palha de milho encontrada foi de 31,5 kg. Posteriormente, foram pesadas as verduras e os legumes, como mostram as figuras abaixo. Figura 26. Resíduo de verduras e legumes. Figura 27. Resíduo de verduras e legumes.

51 Figura 28. 6 kg de resíduos de verduras/legumes. Como os resíduos de verduras e os legumes estavam em caixas de madeiras, pesou-se uma caixa de madeira vazia, e descontou-se o valor da caixa de madeira do peso total.

52 Figura 29. Caixa de madeira de 3 kg. Figura 30. 6,5 kg de verduras/legumes, com o valor da caixa já descontado.

53 Figura 31. 8 kg de resíduo de verduras/legumes. Figura 32. Resíduos de verduras/legumes.

54 Figura 33. 48 kg de resíduos de verduras/legumes. Figura 34. 6 kg de resíduos de verduras/legumes.

55 Figura 35. 6 kg de resíduos de veduras/legumes. Figura 36. Resíduos de verduras/legumes.

56 Figura 37. 42 kg de resíduo de verduras/legumes. Figura 38. Resíduos de verduras/legumes.

57 Figura 39. Resíduos de verduras/legumes. Figura 40. Resíduos de verduras/legumes.

58 E, por último, pesou-se o bagaço de cana. Figura 41. Resíduo de bagaço de cana. Figura 42. 8 kg de bagaço de cana.

59 Figura 43. 15,5 kg de bagaço de cana. A tabela 6 mostra as quantidades de resíduos que foram pesadas e a quantidade total de resíduo estimada nessa feira. Tabela 6. Quantidade total estimada de resíduo da feira da Rua Adolfo Laves.

60 A quantidade total encontrada nessa feira, foi de aproximadamente 286 kg, porém acrescentou-se 2% de demais resíduos que não foram pesados, como laranjas e tomates, e resíduos espalhados pela rua, totalizando cerca de 291,72 kg. Figura 44. Resíduos espalhado pelas ruas. Figura 45. Resíduos espalhado pelas ruas.

61 Figura 46. Resíduo de tomate. Vila Bastos. E a última feira visitada foi a da Rua Kowarick, com 47 barracas, localizada na Figura 47. Barraca de tomate, cebola e batata.

62 Figura 48. Barraca de verduras e legumes. Nessa feira, pesaram-se apenas os verduras/legumes, como mostra a tabela 7, e os demais resíduos foram estimados.

63 Tabela 7. Quantidade de verduras/legumes da feira da Rua Kowarick. Figura 49. Resíduos de verduras/legumes.

64 Figura 50. Resíduos de verduras/legumes. Como mostra a figura 48, as caixas estão transbordando, então colocou-se o excesso de resíduo de verduras/legumes em sacos plásticos de lixo de 100 L, como mostram as figuras 51 e 52, e posteriormente esses sacos foram pesados, figura 53 e 54. Figura 51. Transferindo o excesso de resíduos de verduras/legumes para sacos plásticos.

65 Figura 52. Transferindo o excesso de resíduos de verduras/legumes para sacos plásticos. Figura 53. Sacos plásticos com resíduos de verduras/legumes.

66 Figura 54. 14 kg de resíduos de verduras/legumes. Com o excesso das caixas transferido para os sacos, esvaziou-se uma das caixas, para que fosse determinado o peso da caixa, como mostra a figura 55, e este valor ser descontado do peso das caixas com os resíduos de verduras/legumes.

67 Figura 55. Resíduos de verduras/legumes das caixas. Figura 56. Determinação do peso da caixa.

68 Figura 57. 14,5 kg de resíduos de verduras/legumes. Figura 58. 5 kg de resíduo de verduras/legumes.

69 Figura 59. 7 kg de resíduo de verduras/legumes. Figura 60. 44,5 kg de resíduo de verduras/legumes.

70 Figura 61. 18,5 kg de resíduo de verduras/legumes. Figura 62. Resíduos de verduras/legumes.

71 Figura 63. 15kg de resíduo de verduras/legumes. Figura 64. Resíduo de verduras/legumes.

72 Figura 65. 39 kg de resíduo de verduras/legumes. Figura 66. 42,5 kg de resíduo de verduras/legumes.

73 Além dos resíduos de verduras e legumes, foram encontrados resíduos de algumas frutas e palhas, que provavelmente foram utilizadas no armazenamento de frutas. Esses resíduos diversos foram estimados em 40 kg, e a quantidade total de resíduo dessa feira foi de aproximadamente 321,5 kg. Figura 67. Resíduo de laranja. Figura 68. Resíduos de laranja e manga.

74 Figura 69. Resíduo de palha e algumas frutas. Figura 70. Resíduo de mandioca e outros tipos de resíduos.

75 Por fim, a tabela 8 mostra a quantidade total obtida em cada feira: Tabela 8. Quantidade total estimada de resíduos nas feiras visitadas Quantidade total estimada de resíduos Rua Duque de Caxias (Jardim Bela Vista) Rua Adolfo Laves (Vila Valparaíso) Rua Kowarick (Vila Bastos) 384,45 kg 291,72 kg 321,5 kg

76 5. RESULTADOS Após uma análise dos dados fornecidos pela CRAISA e dos dados medidos, verificou-se a necessidade de criação de uma tabela, onde os parâmetros principais seriam o total de barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana existentes nas feiras, para estimar o valor total de resíduo produzido em uma feira, e que poderia ser reaproveitado para a compostagem. Assim, não foi possível utilizar a classificação das feiras de acordo com a CRAISA, pois seus parâmetros são o total de barracas e o potencial da feira, o que para nosso estudo, não é de muita significância. Além, disso, todas as feiras visitadas são classificadas como grande, segundo a CRAISA, o que não permitiria uma estimativa quantitativa, pois todas estariam na mesma classificação de feiras grandes. Então, foi necessária a criação de um limite, para reclassificar as feiras, de modo que a menor feira visitada, fosse classificada como feira pequena. Dessa maneira, a tabela 9 reclassifica as feiras de acordo com a quantidade total de barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana. E as feiras com menos que 16 barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana, foram classificadas em pequenas e as demais, com mais de 15 barracas, foram classificadas como feiras de grande porte.

Tabela 9. Nova classificação das feiras. 77

78 A tabela 9 permite estimar a quantidade de resíduo produzido nas feiras de Santo André (SP). Das 72 feiras, 43 feiras foram classificadas como grande e 29 como pequeno porte. Porém, cabe ressaltar que a feira da Rua Holambra, realizada aos sábados, não possui informações em relação à quantidade de barracas e o número total de barracas de verduras/legumes, frutas e caldo de cana, pois estas informações foram coletadas no início de 2011, antes do surgimento da feira da Rua Holambra, datada do final de 2011, segundo a CRAISA (2013). A CRAISA também nos informou que esta feira é classificada como de pequeno porte. Desta maneira, nos cálculos, a feira da Rua Holambra foi considerada sendo de pequeno porte. Os dados obtidos em de campo, mostram que: Uma feira pequena gera aproximadamente 291,72 kg de resíduos; E uma feira grande gera aproximadamente 352,975 kg de resíduos. Este valor foi calculado tirando a média entre as feiras grandes: 321,5 + 384,45 2 =352,975 Então, multiplicando os valores obtidos com as quantidades de feiras, encontra-se o seguinte valor: 291,72 29 + 352,975 43 = =8.459,88+15.177,925= =23.637,805 Porém, como o nível de renda da população dessa região é superior à média da cidade, aplicou-se um coeficiente de redução arbitrário, na tentativa de corrigir este erro. Então o valor arbitrado foi de 0,85: 23.637,805 0,85=20.092,134