OS PRINCIPAIS CENTROS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO NO TOCANTINS: A CONCENTRAÇÃO DAS ATIVIDADES DE ENSINO E SAÚDE NA REESTRUTURAÇÃO DA REDE URBANA

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Transcrição:

OS PRINCIPAIS CENTROS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO NO TOCANTINS: A CONCENTRAÇÃO DAS ATIVIDADES DE ENSINO E SAÚDE NA REESTRUTURAÇÃO DA REDE URBANA Andreia Neres Alves 1 ; Kelly Bessa 2 1 Aluna do Curso de Geografia; Campus de Porto Nacional; andreianeres_1@hotmail.com; PIBIC/CNPq. 2 Orientadora Profa. Dra. dos Cursos de Geografia; Campus de Porto Nacional; kellybessa@uft.edu.br RESUMO A presente pesquisa objetiva conhecer os centros de gestão do território no Tocantins a partir da concentração das atividades de saúde, de média e alta complexidade, prestadas por unidades de emergência, hospitais, ambulatórios e unidades de apoio diagnóstico e terapêutico; e de ensino superior e pós-graduação strictu sensu, de modo a determinar os centros polarizadores desse segmento da rede urbana. As atividades de saúde e de ensino, tendencialmente ampliam os papéis urbanos, pois alargam os níveis de centralidade e reforçam a hierarquia urbana, que, por fim, culminam com a própria ampliação do papel de comando dos centros de gestão do território. No Tocantins, a capital político-administrativa e os centros regionais e sub-regionais passaram a sediar o maior número de unidades de prestação de serviços de saúde e ensino, tanto públicas como privadas, e também qualificações mais específicas e elaboradas na prestação desses serviços. Esses centros tiveram seus papéis redefinidos pela ampla centralização de tais serviços e pela capacidade de atender às demandas regionais e estaduais, implicando na ampliação de suas centralidades. Assim, em função da concentração dessas atividades em centros sub-regionais, regionais e na capital estadual, estes passaram a exercer maior controle territorial sobre suas hinterlândias. Palavras-chave: centros de gestão do território; ensino; saúde; rede urbana. INTRODUÇÃO A globalização, juntamente com suas transformações estruturais, vem impondo novas marcas ao processo brasileiro de urbanização, já que a cidade e a rede urbana estão sendo reatualizadas por meio de determinações gestadas em diversas escalas e por intermédio da ação de agentes econômicos, políticos e sociais.

A gestão do território, enquanto aspecto da gestão política, econômica e social, representa, de acordo com Corrêa (1995, p.83), [...] o conjunto de práticas visando [...] à criação e ao controle de uma dada organização espacial [...]. Nos dias atuais, o Estado e as grandes corporações empresariais são os principais agentes da gestão do território. Os designados centros de gestão do território são aquelas aglomerações onde se localizam, de um lado, os principais órgãos do Estado e, de outro, as sedes das corporações empresariais, que operam numa dada porção do espaço. Do ponto de vista do Estado, a importância de um centro urbano é dada pelo número e nível hierárquico dos órgãos estatais, tanto federal como estadual, nele instalados. Na perspectiva das corporações, é determinada por meio da criação, pelas empresas neles sediadas, de atividades em outras aglomerações (instalação de filiais), o que reflete a capacidade dos centros de gestão de subordinar outros centros. A concentração das atividades de prestação de serviço (público e privado) nos centros urbanos alarga a centralidade e reforça a hierarquia urbana. Assim, em função da concentração das atividades de prestação de serviço, especialmente saúde e ensino, os centros urbanos passam a exercer maior controle territorial sobre sua hinterlândia. Nessa perspectiva, esta pesquisa objetiva conhecer os centros de gestão do território no Tocantins a partir da concentração das atividades de saúde e ensino, de modo a determinar os centros polarizadores desse segmento da rede urbana. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo organizou-se, sobretudo, por meio de consultas bibliográficas e estatísticas, principal fonte dos dados secundários. Primeiramente, buscou-se levantar e analisar sistematicamente um referencial bibliográfico acerca da temática proposta (rede urbana e centros de gestão do território) em livros, teses, dissertações e artigos científicos, e, em seguida, elaborou-se os amparos teóricos sobre o tema. Posteriormente, procedeu-se o levantamento dos dados secundários, com informações referentes às atividades de saúde, de média e alta complexidade, prestadas por unidades de emergência, hospitais, ambulatórios e unidades de apoio diagnóstico e terapêutico; e de ensino superior, reconhecidos pelo MEC, e de pós-graduação, mestrado e doutorado, reconhecidos pela Capes, em sites oficiais, que oferecem informações sobre os locais de

instalação dessas atividades, bem como o nível hierárquico de cada localização. A coleta foi realizada por meio de pesquisas em páginas da Internet: sites do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério da Educação (MEC), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, bem como em sites do Governo do Estado do Tocantins. A partir do levantamento dos dados secundários, seguiu-se a tabulação e a sistematização, incluindo a elaboração de quadros, tabelas e mapeamentos. Finalmente, elaborou-se o relatório final. RESULTADOS E DISCUSSÕES As atividades de saúde, de média e alta complexidade, e de ensino, graduação e pósgraduação strictu sensu, tendencialmente ampliam os papéis urbanos, pois alargam os níveis de centralidade e reforçam a hierarquia urbana, que, por fim, culminam com a própria ampliação do papel de comando dos centros de gestão do território. No Tocantins, a centralidade urbana avaliada em termos da oferta de serviços de saúde destaca três centros - Palmas e Araguaína e Gurupi. Apenas estes são capazes de prestar atendimento mais complexo de cuidados à saúde, a exemplo de assistências especializadas e hospitalares, demonstrando que predomina uma alta concentração de tais serviços. Outros 22 centros possuem condições de atender casos de média complexidade, pela presença de hospitais gerais, dentre os quais se destacam Porto Nacional, Paraíso do Tocantins, Augustinópolis, Miracema do Tocantins, Guaraí, Taguatinga, Dianópolis e Arraias. Outros 21 centros são ainda capazes de oferecer atendimento de baixa complexidade em hospitais gerais. Enquanto os demais centros apresentam apenas unidades básicas de saúde com atendimento em nível primário, o que compromete o acesso da população ao atendimento (DATASUS, 2013). Com relação à atividade de ensino de graduação, a centralidade exercida pelos centros urbanos no Tocantins revela uma estrutura espacial mais descentralizada, pois, em 2013, a oferta de cursos presenciais de graduação era encontrada em 21 centros tocantinenses. Estes contam com a presença de instituições de ensino superior, públicas e privadas, que juntas ofertam um total de 481 cursos superiores (MEC, 2013). Assim, pode-se destacar

que pequenos centros, a exemplo de Tocantinópolis, Alvorada, Sampaio, Miracema do Tocantins, Araguatins, Cristalândia, Augustinópolis, Pedro Afonso, Araguacema, Arraias, Pium, Ananás e Xambioá contam com cursos superiores, demonstrando que há um processo de interiorização dessa modalidade de ensino. Palmas, no entanto, sedia o maior número de instituições de ensino superior, a saber, 25 no total, que ofertam 117 cursos, expressando que ainda se configura uma polarização por parte da capital. Intermediando essa polarização da capital, estão os principais centros regionais do estado: Araguaína conta com 13 instituições de ensino superior, que ofertam 73 cursos; Gurupi com nove instituições, que ofertam 50 cursos; Porto Nacional com sete instituições, que ofertam 40 cursos; Colinas do Tocantins com três instituições, que ofertam 34 cursos; Dianópolis com quatro instituições, que ofertam 31 cursos; Guaraí com três instituições, que ofertam 21 cursos; e Paraíso do Tocantins, com seis instituições, que ofertam 20 cursos (MEC, 2013). Com relação à atividade de pós-graduação strictu sensu, a centralidade exercida pelos centros urbanos no Tocantins revela uma estrutura concentrada e uma exclusividade restrita à Universidade Federal do Tocantins (UFT), em função do caráter muito especializado desse tipo de atividade de ensino e pesquisa. O estado conta com 17 programas de pós-graduação strictu sensu, repartidos entre cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado. O fato de todos serem oferecidos apenas pela UFT limita sua oferta aos campi dessa instituição, a saber: Palmas, Araguaína, Gurupi e Porto Nacional. A pesquisa assinala maior concentração de cursos na capital, que conta com 10 programas. Porém revela a presença de cursos no interior, já que Araguaína conta com dois programas, Gurupi com três programas e Porto Nacional com dois programas (CAPES, 2013). Assim, considerando o objetivo desta pesquisa, nota-se que os dados evidenciam que tais atividades têm estrutura dominantemente hierárquica. A capital políticoadministrativa e os centros regionais e sub-regionais passaram a sediar o maior número de unidades de prestação desses serviços, tanto em nível público como privado, e também qualificações mais específicas e elaboradas na prestação desses serviços. Com relação aos serviços de saúde, observa-se que Palmas e Araguaína apresentam nível de centralidade muito forte; enquanto, Gurupi e Porto Nacional apresentam níveis

de centralidade médio. Na sequência têm-se Paraíso do Tocantins, Augustinópolis, Dianópolis, Guaraí, Colinas do Tocantins e Miracema do Tocantins, com níveis de centralidade de médio para fraco; e Tocantinópolis, Arraias, Miranorte, Alvorada, Arapoema, Taguatinga, Formoso do Araguaia, Pedro Afonso e Araguatins, com níveis de centralidade fraco. No que diz respeito às atividades de ensino, graduação e pósgraduação strictu sensu, nota-se também que Palmas apresenta nível de centralidade muito forte. Araguaína, Gurupi e Porto Nacional apresentam nível de centralidade forte. Enquanto, Colinas do Tocantins, Dianópolis, Guaraí e Paraíso do Tocantins apresentam níveis de centralidade médio para fraco. Têm-se, ainda, Tocantinópolis, Alvorada, Sampaio, Miracema do Tocantins, Araguatins e Arraias com níveis de centralidade fraco. Os demais centros que ofertam tanto serviços de saúde em nível primário como serviços de ensino superior apresentam níveis de centralidade muito fraco. Portanto, tais atividades reforçam as hierarquias e promovem a ampliação das centralidades e dos papéis de comando dos centros de gestão do território. Nessa perspectiva, os dados evidenciam que Palmas é o principal centro de gestão do território tocantinense, seguido por Araguaína e Gurupi. LITERATURA CITADA CORRÊA, R. L. Identificação dos centros de gestão do território. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, ano 57, n.1, p.83-102, jan./mar.1995. COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Disponível em: <http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/>. Acesso em: jan.-jul.2013. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Instituições de ensino superior e cursos, reconhecidas pelo MEC. Disponível em: <http://emec.mec.gov.br/>. Acesso em: ago.2013. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Datasus. Disponível em:<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?cnes/cnv/atencto.def>. Acesso em: jan.- jul.2013. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Brasil).